O Pior Debate Político nos Estados Unidos
30 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: Donald Trump conseguiu parte do seu intento que era evitar o debate, o objetivo deveria ser o esclarecimento dos eleitores indecisos, organização lamentável, perda de uma grande oportunidade no debate dos candidatos à Presidência dos Estados Unidos
Poucas vezes se viu um tumulto a que foi transformado a grande oportunidade de dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos, num debate frente a frente. Desde o começo do evento, ficou claro que Donald Trump estava lá para evitar um debate proveitoso e o moderador, apesar das suas tentativas, não conseguiu o seu intento de um acontecimento que fosse útil para os eleitores norte-americanos que ainda têm dúvidas sobre o seu voto. O atual presidente dos Estados Unidos intervia a toda hora, mesmo quando não estava com a palavra programada, evitando que seu adversário colocasse suas ideias e as questões que estão cercando atualmente o comportamento do atual mandatário. A organização do evento não formulou algo que pudesse ser útil para todos, eleitores como representantes da imprensa, como a possibilidade de desligar o seu microfone ou reduzir o tempo a que ele tinha direito.
Debate dos dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos em foto constante do artigo publicado no site do Estadão, que vale a pena ser lido na sua íntegra
Com a tradução simultânea providenciada pelos principais canais de televisão, não havia no Brasil a possibilidade de ver o debate original, que já estava tumultuado com o atual presidente Donald Trump falando mesmo quando a palavra estava programada para o seu adversário ou o moderador do evento. A transmissão ficou quase impossível, principalmente nos detalhes que são relevantes nestes eventos.
Tudo indica que Trump tentava intimidar o seu adversário, que acabou tendo um comportamento também agressivo, chamando-o de mentiroso, quando normalmente ele é mais moderado e elegante nos seus pronunciamentos. Mesmo o moderador teve que elevar sua voz e informar que ele não era o adversário, que estava no outro púlpito. Trump deixou de esclarecer aspectos que lhe eram desfavoráveis nem explicar sobre o programa que estava sendo executado pelo seu governo.
Os temas gerais eram relevantes, como o coronavírus, a assistência médica aos menos favorecidos dos Estados Unidos e o que acontecia na economia daquele país, relacionamento com outros países como a China, mas tudo acabou ficando tumultuado, pouco se esclarecendo como o seu governo pretende resolver as duras questões, como as raciais. As questões espinhosas, como suas baixas tributações, formas dos gastos de algumas despesas, benefícios de suas mais de 500 empresas, acabaram não sendo esclarecidas. Ele colocou o que seus eleitores desejavam ouvir, de extrema direita, quando o alvo deveria ser os indecisos.
Sobre o seu adversário, ele alegava que ao longo de décadas não tinha conseguido realizar algo expressivo, comportamento do seu filho e outros aspectos de menor importância nacional ou mundial. Muitos analistas acabaram classificando este evento como menos relevante diante da expectativa que existia sobre um debate frente a frente.
O fato que parece ter ficado claro é que os Estados Unidos não honram mais a importância que tinham no mundo.