Covid-19 nos Estados Unidos
1 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: Covid-19 nos Estados Unidos, efeito eleitoral modesto, estatísticas de mortes e contaminação continuam aumentando, preocupações dos especialistas
O presidente Donald Trump na atual campanha eleitoral queixa-se que os adversários democratas só falam dos aumentos estatísticos dos casos de afetados e mortos com a atual pandemia da covid-19 nos Estados Unidos. Ele esperava que os dados já estivessem passado dos seus picos, entrando em declínio. Mas não se sabe até quando continuarão crescendo, pois em outros países, como os europeus, voltam a crescer com maior velocidade, no que estão chamando de segundo round.
O norte-americano mais conhecido nestas questões é Anthony S. Fauci, especialista em doenças infecciosas e ex-diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, que falava diariamente com o presidente Donald Trump. Os Estados Unidos já atingiram mais de mil mortes diárias, acumulando 230 mil até agora, ao mesmo tempo em que os infectados chegam a 100 mil diários. Donald Trump alega, sem provas, que os médicos inflam os dados, para conseguir remunerações adicionais com seus trabalhos.
Anthony S. Fauci ,com Donald Trump, falando para a imprensa
Segundo um artigo de Josh Dawsey e Yasmeen Abutaleb, publicado no Washington Post, os Estados Unidos estão ingressando num período do ano desfavorável para doenças respiratórias, de outono para o longo inverno, sem que o governo, qualquer que seja ele, esteja preparado para esta pandemia que continuará naquele país. E na campanha eleitoral, Donald Trump se apresenta ao público sem máscara e outros cuidados mínimos indispensáveis, no que é imitado pelo brasileiro Jair Bolsonaro.
Os funcionários do atual governo dos Estados Unidos informam que estão concentrados na produção da vacina, que, além de não ser uma bala de prata, ainda demorará meses para ficar pronta, na melhor das circunstâncias, e poder ser aplicada numa parcela importante da população daquele país. Donald Trump não mantém mais as reuniões regulares com seus auxiliares desta área médica. E também existem divergências sobre as estratégias a serem adotadas dentro dos grupos de especialistas daquele país. Muitos alegam que existem médicos que desejam se destacar na imprensa.
O fato objetivo é que o atual governo dos Estados Unidos, reeleito ou com novo presidente, terá que enfrentar a atual pandemia com as mudanças que estão se observando no combate a este vírus. Informa-se que a mortalidade está diminuindo com o acúmulo das experiências nos tratamentos dos pacientes. Mas aquele país imenso apresenta condições diversas em suas regiões. Alguns estados estão mais preparados e outros não, dependendo muito dos planos de saúde privados para o custeio das despesas dos pacientes. Não se sabe ainda, na hipótese de mudança do governo, qual a orientação que será dada pelos principais responsáveis pela área de saúde, considerando as independências dos estados e das instituições privadas.
Também existem muitas instituições voltadas para os idosos e as orientações dos médicos não são uniformes, além dos hospitais que estão mais preparados ou não, dispondo das UTIs – Unidades de Terapia Intensivas especializadas em pacientes com moléstias contagiosas. Além da necessidade de muitos recursos humanos para desempenho satisfatórios nas instituições hospitalares.
Os dados atuais colocam os Estados Unidos na lamentável liderança de mortes e infectados, que não devem sofrer mudanças significativas nos próximos meses, mesmo considerando o poder econômico daquele país, cuja economia está se recuperando rapidamente. As diferenças existentes dentro da população são significativas, havendo grande massa de menos privilegiados que necessitam contar com as ajudas de instituições governamentais ou filantrópicas. Não se trata de uma situação invejável para qualquer país.