Disputa da Europa com a China Sobre Hidrogênio
2 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: artigo publicado na Bloomberg, europeus e chineses principalmente, uma disputa sobre negócios de US$ 700 bilhões
Um artigo publicado por Will Mathis, com a ajuda de David R. Baker e Bruce Einhorn, foi publicado no site da Bloomberg referindo-se à disputa do mercado de hidrogênio nas próximas décadas. Os principais concorrentes são os europeus e chineses principalmente, envolvendo interesses de US$ 700 bilhões. Ainda que tudo já tenha começado em 2014, com Niels-Arne Baden, com a construção da fábrica que ficou pequena para a Green Hydrogen Systems, uma empresa dinamarquesa, agora virou uma realidade, com grandes empresas de energia envolvidas na disputa.
Niels-Arne Baden, que começou em 2014 com a produção de hidrogênio. Foto constante do artigo publicado no site da Bloomberg, que vale a pena ser lido na sua íntegra
Além da empresa dinamarquesa, governos, gigantes da energia, empresas automotivas e grupos de lobby se dedicam à produção do hidrogênio, visando a redução das emissões de gases do efeito estufa, com a rapidez necessária. Além da União Europeia, que pretende investir US$ 550 bilhões, a China, o Japão a Coreia do Sul usarão o hidrogênio para a redução das emissões poluentes e a Arábia Saudita planeja uma usina de amônia baseada no hidrogênio. Gero Farruggio, da tecnologia da energia renovável, chama este fenômeno como “as guerras do hidrogênio”.
David Hart, da consultoria E4tech, na Suiça, começou a se interessar pelo assunto em 1990 e hoje sua experiência é solicitada pela Royal Dutch, BP, Exxon, Toyota e Hyundai. No ano passado, os alemães queriam aprender como os eletrolisadores poderiam ajudar a armazenar parte da eletricidade renovável e barata, e os pedidos começaram a chegar para os especialistas.
Na Europa. os preços do hidrogênio ainda exigem ajudas governamentais para serem competitivos. A China anunciou um gigantesco parque eólico e solar para produzir hidrogênio na Mongólia Interior, e já é o produtor mais competitivo de eletrolisadores, aproveitando o custo da mão de obra e matéria-prima. Eles são os mais rápidos nas execuções dos projetos.
Os asiáticos estão concentrados a usar o hidrogênio nos carros elétricos como caminhões e aviões, entre eles japoneses e coreanos. Também empresas envolvendo mais de um país estão em andamento. Há, na realidade, um boom ocorrendo, com volumosos recursos sendo investido para projetos nas próximas décadas. E o Brasil, onde estará neste boom do hidrogênio?