Avanços Culturais Expressivos na China
8 de janeiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: aproveitamento de espaços tradicionais, artigo no China Daily, mesmo no quadro adverso atual, novas livrarias e locais para eventos culturais na China
Um artigo de Zhang Kun foi publicado no site do China Daily mostrando que aquele país, mesmo com as dificuldades que atingem todo o mundo, continua dando a devida importância para as atividades culturais, como seria recomendável a qualquer outro país. Nesta passagem de ano, a gigantesca japonesa Tsutaya fez sua estreia em Xangai, ocupando um edifício histórico que foi usado por décadas como biblioteca do Instituto de Produtos Biológicos. Reformado pela incorporadora imobiliária líder da China, a Vanke Real Estate, a livraria japonesa também usa parte de suas dependências como centro criativo para residentes locais como jovens criadores. Os japoneses estão pensando no futuro e não no retorno de curto prazo, atuando também em outras cidades chinesas.
A nova livraria da japonesa Tsutaya, em Xangai, conta também com espaços para atividades culturais, num edifício histórico adaptado pela incorporadora imobiliária chinesa Vanke Real Estate
Esta nova livraria ocupa um espaço de dois mil metros quadrado e o centro de estilo de vida com itens de design, artesanato requintado, um café e um bar, ficando aberto até a meia-noite. No período da inauguração, uma exposição de esculturas do japonês Kohei Nava foi apresentada no piso térreo e uma mostra de caligrafia do artista chinês Xu Jing no segundo piso.
Uma nova loja de teatro da Duoyun Books, também em Xangai, que é um local para miniespetáculos de teatro, ensaios, workshops e palestras, conta também com uma livraria.
Foto do Duoyun Books em Xangai, constante do artigo no site do China Daily, que vale a pena ser lido na sua íntegra
Suas prateleiras contam com peças e roteiros de teatro e os livros oferecem adaptações para teatro ou filmes, livros acadêmicos sobre o assunto e uma exposição de gravuras do romancista Jin Yucheng, de Xangai, num intercâmbio interessante. Todas as suas dependências são para uns públicos limitados e atualmente muitos eventos são apresentados online para evitar contágios da Covid-19.
Uma nova livraria de quatro andares, da Century Publishing, foi instalada também para facilitar as trocas de livros sobre o teatro, sendo a segunda unidade deste grupo. Muitos livros são de segunda mão, inclusive roupas usadas nas peças teatrais. A primeira loja foi em Pequim e todos os eventos contaram com a presença de poetas e escritores conhecidos na China. Algumas crianças também estão participando destes eventos, mostrando que os chineses estão preocupados com a cultura deles no futuro.
Os visitantes aguardam na fila para entrar na loja Deja Vu, de Xangai, onde são oferecidos livros e roupas de segunda mão. Foto constante do artigo no site do China Daily, que vale a pena ser lido na sua íntegra
Estas são algumas indicações que existem atividades culturais na China atual, mesmo com as limitações existentes. Os países com tradições procuram continuar dando importância para eventos culturais, dentro do que é hoje possível. Também no Brasil algumas poucas atividades deste tipo estão sendo suportados pelos patrocínios de grupos privados, como os Moreira Salles, procurando preencher o que as autoridades não conseguem atender.