A Igualdade de Gênero no Japão
27 de fevereiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: artigo no Asahi Shimbun, Incrível resistência japonesa com as mulheres, primeira dirigente do Keidanren
Poucos países no mundo ainda resistem à ascensão social das mulheres como o Japão. Uma notícia de Kazuhito Suwa, publicada no jornal japonês Asahi Shimbun, informa que Tomoko Namba tornou-se a primeira mulher vice-presidente do Keidanren – a poderosa Federação das Organizações Econômicas daquele país. E o que é mais incrível é a meta para se chegar a 30% de mulheres em postos relevantes daquela organização até 2030.
Tomoko Namba, proprietária e executiva da empresa DeNa de jogos de computador, tornou-se a primeira vice-presidente da poderosa Keidanren
Tomoko Namba formou-se na Tsuda University e trabalhou nos Estados Unidos na McKensey, tornando-se fundadora da DeNa em 1999. Atualmente com 58 anos, tornou-se a primeira mulher dos 18 vice-presidentes do poderoso Kendanren – Federação das Organizações Econômicas do Japão. Esta entidade vem aumentando executivas nos escalões inferiores, esperando chegar a 30% em 2030, uma meta muito modesta para os padrões internacionais.
A discriminação contra as mulheres continua incrível no Japão, e o ex-presidente dos Jogos Olímpicos acabou se demitindo depois que manifestou que elas poderiam participar, mas não falar, pois só expressavam assuntos banais. Isto acontece em muitos setores daquele país, havendo uma resistência cultural contra a igualdade das mulheres em qualquer função. Muitos japoneses continuam pensando que elas devem cuidar da sua residência e criação dos filhos, não tendo qualificações para outras atividades.
No Keidanren, que é um importante símbolo do Japão, as mulheres foram também nomeadas para conselhos consultivos. O atual presidente, Hiroaki Nakanishi, presidente da Hitachi, pensa estar estabelecendo uma meta ousada para o futuro, quando não deveria haver meta nenhuma, mas o tratamento igual mesmo para gêneros diferentes. Como naquele país também existem os que mudaram de sexo ou não expressam situações duplas, estas pessoas tendem a se manter escondidas sobre suas situações, não expressando publicamente suas condições.
No caso brasileiro, tudo indica que esta situação está mais flexível, como em muitos outros países no mundo.