Fortunas Acumuladas no Ocidente nas Últimas Décadas
4 de fevereiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: Caso recente de Jeff Bezos da Amazon, relacionamento com as novas tecnologias, tradição que se acelerou com Bill Gates no passado, valor das ações destas empresas
Destaca-se atualmente no noticiário internacional que Jeff Bezos deixa o cargo de CEO da Amazon, permanecendo como chairman, deixando o seu atual posto para Andy Jassy, que se notabilizou no uso dos dados armazenados nas nuvens. Bezos é considerado a maior fortuna acumulada no Ocidente recentemente. Todos sabem que um dos primeiros nomes que surgiram nesta área foi de Bill Gates, da Microsoft, que diversificou suas atividades para setores que beneficiam a humanidade, até de caráter filantrópicos. Todos estão ligados aos usos das novas tecnologias, notadamente no setor eletrônico avançado, que se processaram atualmente.
Jeff Bezos da Amazon anunciou que deixa o cargo de principal executivo para Andy Jassy, para continuar como chairman, cuidando de novos projetos
Constata-se que estas grandes fortunas no Ocidente nas últimas décadas decorrem de atividades que introduziram importantes inovações tecnológicas, notadamente no uso delas nos setores avançados da eletrônica. Além dos seus talentos empresariais, verifica-se que eles aproveitaram bem as inovações tecnológicas que foram obtidas em outros setores, incorporando-as nas atividades específicas de suas empresas.
É de se acreditar que também aproveitaram as vantagens fiscais sobre as ações que possuem, pois as tributações costumam ser pesadas sobre os ganhos de capital em determinados países, e eles atuam no mundo global, visando minimizar estes encargos.
Algo semelhante ocorre também na Ásia, notadamente na China, ficando difícil distinguir o que seja de interesse de um governo ou país. Mesmo em países como os Estados Unidos ocorrem os chamados “complexos militar-industrial”, onde atividades estratégicas para a segurança nacional são realizadas em parte por empresas privadas, mantidas de forma sigilosa, não sendo de conhecimento do grande público.
Nos porta-aviões dos norte-americanos até as operações de decolagem e pouso de aviões militares em alto-mar estão privatizadas. Com tudo isto, parte dos sistemas militares de telecomunicações que são considerados estratégicos, onde setores governamentais atuam de forma coordenada com as privadas.
No Brasil, ainda que existam muitos militares em posições governamentais, além de algumas atuações internacionais, os setores de telecomunicações não possuem destacadas importâncias estratégicas nem estão usando tecnologias de ponta, atuando como concessionárias de serviços públicos. Dada à dimensão continental do país, deveriam contar com tecnologias próprias, mas só contam com as importadas de outros países.
O máximo que existe são os utilizados pelas redes de rádio, televisão e imprensa, com grupos econômicos relevantes, mas cada vez mais controladas pelas autoridades governamentais, não se destacando como importantes inovadores dos usos de tecnologia de ponta. Parece que a presença de grupos estrangeiros no setor tende a aumentar.