O Centenário da Folha de S. Paulo
1 de março de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Imprensa | Tags: ajuda de profissionais como Claudio Abramo, Edição especial deste sábado, o Otávio Frias Filho, o papel do empresário e publisher Octávio Frias de Oliveira
Deve-se reconhecer que sempre é muito difícil enfocar a centenária história da Folha de S. Paulo, mesmo numa edição especial com muitos volumosos cadernos, selecionando o que parece mais importante. Todos reconhecem que o empresário e publisher Octávio Frias de Oliveira teve um papel destacado nesta epopeia e seu filho Otávio Frias Filho, preparado para sucedê-lo, teve uma morte prematura, ainda que tenha deixado também sua marca pessoal.
Quando vi pela primeira vez Octávio Frias de Oliveira, ele era mais conhecido como empresário, sustentando um jornal que se tornou o mais importante no Brasil. Semanalmente, ele e seus muitos familiares almoçavam no famoso restaurante Mássimo, que ficava na Alameda Santos, paralela à Avenida Paulista. Suas atividades empresariais não exigiam remuneração do jornal, pelo contrário. Frias não era um jornalista, mas teve a capacidade de introduzir inovações importantes no jornal, na medida em que isto vinha ocorrendo na imprensa mundial.
Edifício hoje ocupado pela Folha de S.Paulo, na Alameda Barão de Limeira, em Campo Elíseos, capital paulista
Ele escolheu profissionais da imprensa como Claudio Abramo, que influenciou não só o jornal com posições ideológicas diversificadas dos seus componentes humanos e materiais, com todas as atividades paralelas de inovações, exercendo um papel fundamental na formação universal de Otávio Frias Filho.
Hoje, é difícil não acompanhar a versão digital do jornal, como dados da Datafolha que são elaborados com todo o cuidado estatístico, ainda que seja usado até o telefone. Isto lhes dá velocidade e custos razoáveis, como feito em muitos veículos importantes da imprensa mundial. Se não são precisos, dão uma ideia bastante segura das tendências ao longo do tempo, com os diversos levantamentos efetuados sistematicamente.
Falar do passado, com base no que foi escrito e fotografado, parece mais fácil, ainda que um consenso do que tratar do futuro, mesmo que não haja uma razoável informação das tendências para as próximas décadas. Supõe-se que inovações tecnológicas continuarão ocorrendo, com o uso de informações que estão nas nuvens, com o aproveitamento da inteligência artificial, onde as pesquisas de todos os tipos tendem a se tornar mais relevantes. Os locais de trabalho continuarão se alterando, como as formas de suas execuções.
A flexibilidade para continuar introduzindo inovações parece ter a sua importância, desde que haja clareza razoável do que está se perseguindo. Imaginar que os seres humanos são racionais parece ser um exagero. Eles continuarão emotivos, reagindo de formas diferentes frente aos fatos, que ninguém sabe exatamente o que são. Os jornais parecem que continuarão cada vez mais importantes, pois seguirão influenciando no que pensam muitos, certo ou errado, segundo as preferências pessoais e coletivas.