Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Nature Comenta o Debate Provocado Pelo Tufão Sandy

5 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a revista semanal científica Nature, artigo sobre as mudanças climáticas, sob o impacto do Sandy

Uma das revistas científicas mais credenciadas no mundo é o Nature, que semanalmente apresenta os trabalhos científicos relevantes efetuados nos centros de pesquisa de prestígio internacional. No número correspondente a 8, de novembro último, publica um artigo elaborado por Jeff Tollefson sobre as mudanças climáticas, informando que o tufão Sandy com seus vultosos estragos provocou nos Estados Unidos um debate sobre as adaptações climáticas. Sem nenhum sensacionalismo da imprensa comum, o artigo coloca a perplexidade da comunidade científica diante da falta de ação objetiva do mundo diante do aquecimento global.

Segundo Malcolm Bowman, especializado em modelos das tormentas na Stony Brook University de Nova Iorque, tudo que estava previsto há mais de uma década ocorreu em torno daquela metrópole, com uma catastrófica inundação das áreas baixas topograficamente, inundações dos túneis e linhas de metrô da baixa Manhattan, destruição das subestações de eletricidade e uma longa falta de energia numa larga região. Provou-se tristemente que a atual política é dolorosamente inadequada. Numa única noite, a tormenta derrubou um dos mais ilustres centros econômico e industrial do mundo, destruindo milhares de residências, deixando milhões de pessoas sem energia, acesso a alimentos, água e combustível. Sandy atingiu Nova Iorque como Katrina atingiu Nova Orleans. Discute-se o que precisa ser feito para evitar a elevação do nível do mar e a maior volatilidade climática.

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Como previsto pelos cientistas voltados ao assunto, o aquecimento atmosférico e a elevação do nível do mar provocará grandes tormentas na costa leste dos Estados Unidos. O mesmo poderá acontecer em outras partes do mundo, como já está se constatando.

O Sandy foi provocado por uma temperatura da água de mais 3ºC que a média ao longo da costa leste dos Estados Unidos. Somente 0,6ºC pode ser atribuído razoavelmente ao aquecimento global, mas as potências das tormentas estão se elevando nos últimos 20 anos, segundo Kerry Emanuel, especialista no assunto do MIT. O Sandy foi especial, não somente pela sua força, mas pelo seu curso, quando os ciclones tropicais costumam tomar o rumo norte pelo oceano. Mas um sistema de alta pressão ao sul da Groelândia provocou o seu rumo para o interior.

Dois estudos científicos publicados em fevereiro e março deste ano sugerem que o aquecimento provocado pela perda de geleiras do Oceano Ártico pode provocar a alteração da circulação regional do ar, provocando uma corrente aérea, o que provoca tormentas mais fortes nos Estados Unidos, na Europa e na China, ainda que esta conclusão continue controvertida.

Os dados disponíveis desde 1923 mostram que os anos quentes provocam mais problemas que os frios, sendo que Nova Iorque é mais arriscado sobre este ponto de vista. Até o ano 2100 com tormentas mais fortes, combinados com uma elevação de um metro no nível do mar, podem causar inundações na cidade a cada 3 a 20 anos.

O Sandy acresceu urgência para um Painel da Cidade de Nova Iorque para as Mudanças Climáticas, que Michael Bloomberg criou em 2008. Existem os que propõem a construção de um dique, como os existentes em Londres, na Holanda e mais recentemente em São Petersburgo, na Rússia. Os Estados Unidos encarregaram as suas Forças Armadas para construir uma barreira em Nova Orleans, gastando US$ 15 bilhões depois do Katrina. Os danos do Sandy estão estimados entre US$ 30 a 50 bilhões, mas outros afirmam que o dique não resolve o problema, pois áreas da região não podem ser protegidas. Entendem que é necessário uma solução integrada e holística e outros entendem que Nova Iorque terá que adaptar-se num processo, com a cidade caminhando para frente, com estes problemas.

O fato concreto é que mesmo na atual reunião de Doha, o mundo não está conseguindo sequer manter os objetivos estabelecidos em Kyoto e nas reuniões que se seguiram não se obteve consenso razoável sobre as metas a serem perseguidas, mesmo com as evidências do aquecimento global e a redução das geleiras, elevando nível do mar.


The Economist Informa Sobre Tecnologia Para o Futebol

3 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a revista The Economist informa sobre cientistas analisando a cobrança de faltas, Juninho Pernambucano e Marcos Assunção são citados, uso de técnicas da Charnwood Dynamics

A revista inglesa The Economist reconhece que entre os melhores cobradores de falta no futebol mundial estão os brasileiros Juninho Pernambucano e Marcos Assunção, separando os bons dos ótimos. O primeiro é mais conhecido mundialmente por ter atuado na Europa e são muitos os que o consideram o melhor cobrador de faltas do mundo, como consta de muitas notícias do Google. Uma empresa inglesa chamada Charnwood Dynamics desenvolveu uma tecnologia do tipo que é utilizado na feitura de filmes de desenho animado, onde o movimento do corpo humano com marcadores consegue ser captado usando diversos pelo corpo do atleta. Tenta-se aprender a técnica aplicada na cobrança de faltas, com os efeitos desejados e velocidade para superar as barreiras e o goleiro. Algo parecido com a ficção científica, que também é estudada pelos cientistas de algumas universidades.

Na cobrança de uma falta perto do gol, o artigo explica o que acontece com o jogador bem como os adversários, e se tratando de um campo descoberto, existem muitos outros fatores do que num laboratório ou estúdio. O efeito é provocado para que a bola supere as barreiras num movimento curvo, para levá-lo para o gol, tendo uma velocidade conveniente para superar também o goleiro.

Gol de Juninho Pernambucano
Gol de Marco Assunção

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Governo Japonês Estimula Uso de Biocombustível

28 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: derivados de arroz e beterraba, exemplo para os brasileiros, governo japonês estimulando o uso de biocombustível, notícia no Nikkei

Segundo um surpreendente artigo publicado pelo jornal econômico Nikkei, o governo do Japão planeja o uso do etanol como alternativa à gasolina para incentivar as pequenas e médias empresas a reduzirem suas emissões de gases que provocam o efeito estufa. A iniciativa será implantada sob o sistema de redução certificada de emissões do Japão que é supervisionada pelo Ministério de Meio ambiente, Ministério da Economia e Indústria e Ministério da Agricultura e Florestas. Ele será implantado no próximo mês depois da aprovação por um comitê de especialistas que não pertence ao governo.

Neste esquema, as empresas que conseguirem a redução das emissões de CO2 mudando para o uso de biocombustíveis serão contempladas com quotas que serão iguais à dimensão da redução. Estas certificações poderão ser vendidas para as grandes empresas que estabelecerem objetivos voluntários de redução. Os biocombustíveis que serão utilizados no Japão são principalmente produtos com palhas de arroz e beterraba, que também é utilizado naquele país para a produção de açúcar.

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Dúvidas Sobre o Tipo de Educação

26 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo da revista Veja sobre professores milionários da Coreia, comparações com o Brasil e com o Japão, tentativa de entender o que está acontecendo

A revista semanal brasileira Veja publica um artigo da jornalista Monica Weinberg informando que alguns professores na Coreia do Sul estão fazendo fortunas virando verdadeiros ídolos, enquanto os brasileiros são mal remunerados. Especulando um pouco sobre o assunto da educação, com base na experiência brasileira e japonesa, fica-se com dúvidas sobre o que estes professores estão ensinando, e qual a formação que está se proporcionando aos alunos. Que há uma influência do confucionismo que valoriza a educação na Ásia parece que não restam muitas dúvidas. Mas o que estaria acontecendo de fato na Coreia, hoje tida como um dos países onde as exigências educacionais são tão importantes como na China, um mecanismo relevante de ascensão social parece uma questão importante.

No Japão, como na China ou no Brasil, os exames vestibulares estão ficando cada vez mais importantes, pois os diplomas das grandes universidades são valorizados para as carreiras de muitos profissionais. E o número de candidatos para cada vaga nas mais prestigiadas é cada vez mais elevado, havendo provas para o ingresso para os quais os alunos são preparados, mas que nem sempre significa que são educados. Ainda que escolas básicas estejam sendo exigentes na Ásia, estes enriquecimentos parecem ligados ao tipo de “cursinhos” para a prestação dos exames, que no caso coreano passou a utilizar muito a internet.

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Provas do Enem e Fuvest 2012. Fotos O Globo e Shin Shikuma/UOL

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A Serena e Ilustrativa Entrevista de Carlos Ayres Brito

19 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: considerações ponderadas, entrevista para o Ilustríssima da Folha de S.Paulo, momento adequado, o respaldo de suas convicções e posições

Poucas vezes uma entrevista foi tão esclarecedora como a concedida por Carlos Augusto Ayres de Freitas Brito, que acabou de se aposentar como presidente do Supremo Tribunal Federal do Brasil, concedida para Valdo Cruz e Felipe Seligman, da Folha de S.Paulo, publicada neste fim de semana no suplemento Ilustríssima. Recomendo aos leitores que o leiam na íntegra, que pode ser acessada entrando em www.folha.com/ilustríssima no artigo que tem como título “A impunidade sofreu um duro revés”.

Ainda que os entrevistadores estivessem fortemente interessados nos seus comentários diretos sobre o processo que ficou conhecido como o do “mensalão”, o ministro conseguiu expor suas convicções filosóficas, que decorrem do vegetarianismo e sua capacidade de meditação diária. Isso esclarece parte de sua irrepreensível conduta na presidência de um longo julgamento de elevada complexidade, onde conflitos de toda ordem se apresentavam, inclusive choque de egos, exigindo do Supremo Tribunal Federal uma serenidade que impressionou a todos que procuraram acompanhar o desenrolar deste longo processo.

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Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Brito

O ministro aposentado Carlos Ayres Brito, diplomaticamente, conseguiu nesta entrevista conter a ansiedade dos entrevistadores, como em muitas outras que ele concedeu recentemente por ocasião de seu desligamento compulsório em decorrência da idade. E numa atitude quase zen, conseguiu explicar porque consegue se manter calmo frente a tantas tensões, inclusive diante de conflitos públicos entre o ministro relator Joaquim Barbosa e o ministro revisor Ricardo Levandowski. Suas recomendações foram acatadas por todos os membros do Supremo, diante da autoridade concedida pelo cargo de presidente, mas certamente pelo conhecimento do seu cabedal, que somente agora é revelado parcialmente.

Muito interessante este lento processo de amadurecimento de suas convicções pessoais, como suas distinções dos carnívoros e herbívoros, mostrando que ele é um intelectual de formação ampla que não só se baseia nos conhecimentos filosóficos ou jurídicos, como acompanha os mais recentes avanços da neurociência.

Com a adequada compreensão dos processos antropológicos e culturais, ele conseguiu revelar a sua convicção que o Supremo está “quebrando paradigmas passados”, exercendo a “sabedoria da coragem, do desassombro, para vedar comportamentos antijurídicos”. Mas, consciente que o processo mal se inaugurou, ainda não está concluído, e muito ainda terá que se fazer para consolidar uma posição contra a corrupção e a impunidade no Brasil, incorporando-a na sua cultura.

Revela o que o influenciou deste Heráclito, pré-socrático, até os mais recentes conhecimentos da física quântica nos escritos de Dannah Zohar, com a capacidade para trazer tudo isto para o seu comportamento pessoal do cotidiano.

Ele explica que é um contemplativo, “porque na contemplação você concilia a atenção e desconcentração”. E esclarece exemplificando com um copo de água: “Quando você é contemplativo, você contempla essa água, o copo antes de beber. O toque de sua mão no cristal. Eu estou acordado, como quem está atento. Mas estou descontraído, como quem está dormindo”.

E continua: “Então, contemplação é isso, é a conciliação entre a atenção e a distração. É impressionante. É um descarrego, um êxtase. Como vivo em estado contemplativo, eu observo coisas interessantíssimas…” Mostrou toda a sua veia de poeta, e até popular, quando teve que condenar antigos parceiros como: “gosto de jiló, de mandioca roxa ou de berinjela crua”.

Transferindo esta sua filosofia para os relacionamentos entre os seres humanos numa coletividade, Carlos Ayres Britto mostrou de forma objetiva como foi possível administrar um processo tão complexo, que foi apresentado diretamente para o público pela televisão nas suas sessões no Supremo.

E, depois de muitas outras ricas lições na entrevista, ele resume: “A sociedade não tem parâmetro para analisar os antecipados no tempo. Veja a lógica das coisas, o tempo só pode se guiar porque anda adiante dele. São os espiritualistas, os artistas, porque eles não têm preconceitos, pré-interpretações, pré-compreensões”.

Depois de completar o seu mandato: “O que faço questão é me reconhecer. “Eu gravitei em torno dos valores que dão sentido, dão grandeza, dão propósito à existência individual e coletiva. Eu não perdi a viagem”.


O Outono no Japão

13 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: absorvendo a cultura japonesa, blog constante do WebTown, novidade para os brasileiros, visão do outono de uma de uma brasileira residente no Japão

Muitos sabem que os japoneses apreciam o outono como a estação do ano que melhor representa o espírito daquele povo que habita um arquipélago situado no hemisfério norte, que se diferencia muito do que pode ser encontrado numa região predominantemente tropical como o Brasil. Algumas brasileiras que já vivem alguns anos no Japão absorveram esta cultura ao apreciar o belo desta época do ano, mais que a primavera que também apresenta suas belezas, para partilhar com os outros que não contam com a oportunidade para tanto. É o caso da autora deste blog, que se identifica como Leh, escolhida pela WebTown, que vem intercambiando com o nosso site, postando alguns dos nossos artigos.

Os interessados em saber como ela concilia o seu trabalho e a vida com sua família com atividades criativas como a manutenção do seu blog pode tomar conhecimento diretamente, por intermédio do http://vidasemvoltas.blogspot.com.br/2012/11/frutas-flores-e-folhas-outono-no-japao.html .

Nada expressa melhor que o título que ela escolheu, pois fala da transitoriedade de cada momento que tem que ser apreciado como é uma marca importante da cultura japonesa, influenciada pelo zen budismo.

Um demorado e cuidadoso passeio pelos lugares e objetos que foram fotografados por ela permite partilhar de alguns aspectos deste outono japonês. Que sirva de motivação para uma viagem ao Japão, para ver in loco porque os japoneses apreciam tanto esta estação do ano.

Por enquanto, uma boa viagem virtual que Leh nos oferece.


Circo Japonês nos EUA e Europa em 1867

11 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: curiosidade publicado no Insight do Japan Today, curioso circo japonês foi para os EUA e Europa em 1867, estudioso nos assuntos japoneses, informação de Frederik L.Schodt

Uma inusitada curiosidade cultural acaba de ser publicada no suplemento semanal Insight, do Japan Today, revelando que um circo japonês de Yokohama, organizado pelo “professor” Risley, foi levado em 1867 para os Estados Unidos e para a Europa. Um estudioso em assuntos japoneses, Frederik L.Schodt, informa numa entrevista que uma “Imperial Japanese Troupe” foi, seguramente, a primeira manifestação cultural popular do Japão que foi trazida para o Ocidente, contribuindo para a febre de interesse sobre o Japão que ocorreu no final do século XIX.

Um famoso acrobata e empresário americano, chamado “professor” Risley, que havia introduzido um circo de estilo Ocidental em Yokohama, levou este circo japonês para o exterior. O passaporte para o grupo foi concedido em 1866, um dos documentos originais que comprovam este inusitado evento que é confirmado por outras cartas, fotografias e cartazes que comprovam este extraordinário momento histórico do intercâmbio cultural entre o Japão e o Ocidente.

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Nova Edição do Highlighting Japan

11 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apresentações internacionais, cobertura ampla do que se entende por design, edição de novembro do Highlighting Japan

01Na explicação introdutória do Highlighting Japan deste mês de novembro informa-se que os japoneses entendem que o design do seu país apresenta algumas características peculiares, aplicando-se à moda, móveis, arquitetura, alimentos e à vida diária. Apresentam não somente beleza na aparência diferenciada como conforto, conveniência e cuidado para os seus usuários. O título das exposições apresentados em diversos países foi: WA – The Sprit of Harmony and Japanese Design Today Exibition. Foram selecionados cerca de 160 produtos, procurando mostrar a harmonia existente entre o urbano e o rural, entre o tradicional e a alta tecnologia, entre o japonês e o ocidental.

O curador principal utilizou a palavra japonesa “kawaii”, algo como delicado, frágil, “soft” como uma qualidade para os diversos produtos. Vão desde pequenos produtos, como os enfeites conhecidos desde a antiguidade como “netsuke”, que podem ser encontrados nos antiquários como nas lojas de lembranças de artesanatos japoneses. Como dos diversos utensílios utilizados na culinária japonesa, incluindo as formas de apresentações dos diversos pratos.

Mas também apresentam mobiliários funcionais de linhas simples, de longa tradição do Japão, que continuam contando com novos criadores até daqueles que são de uso cotidiano. Destacam-se os objetos esmaltados e laqueados, bem como vestidos sofisticados conhecidos como “quimonos”, tanto masculinos como femininos.

Na arquitetura, são famosos os exemplos de integração interior-exterior, com linhas sóbrias e econômicas, demonstrando a elegância que já é histórica e encantam tanto os ocidentais. Mas evoluem por construções do período em que os japoneses sofreram catástrofes como os terremotos, que exigem a adequada proteção da população, livrando-os dos riscos desnecessários, ou atendimentos de emergência, funcionais ainda que provisórios.

Surgem os objetos que pretendem atender os idosos, mesmo em situações de emergência, como a falta de energia e iluminação, que sendo florescentes podem orientar os frequentadores de diversos ambientes.

Se a construção civil japonesa veio sendo elaborada para resistir aos terremotos constantes, como nas antigas construções de madeira flexível, agora existem maiores preocupações com os incêndios que podem se alastrar. Mesmo os grandes edifícios são construídos de forma a contar com a devida flexibilidade, e os noticiários informam que nenhum edifício de porte foi danificado pelos abalos, aumentando as suas tragédias.

Tudo isto mostra que o design japonês volta-se para as coisas práticas, que, além de sua beleza, apresentam funcionalidades para as dificuldades do cotidiano, uma combinação interessante.


Panorama Histórico da Fotografia no Brasil

9 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: colaboração com a Fundación Maffre e o Instituto Moreira Salles, informações pessoais do presidente Ricardo Ohtake, uma inusitada exposição no Instituto Tomie Ohtake

Há um crescente destaque recente da fotografia como instrumento de manifestação artística em todo o mundo, além dos registros das imagens que falam mais que muitos longos textos. Numa iniciativa inédita, o Instituto Tomie Ohtake apresenta uma histórica exposição abrangendo nada menos que 170 anos, com 420 das mais expressivas imagens sobre o Brasil. Conta com a colaboração da Fundación Maffre e do Instituto Moreira Salles, cujo acervo está entre os mais respeitáveis. A grandiosa exposição, com a curadoria do historiador e fotógrafo Boris Kosoy, conta com a curadoria adjunta de Lilia Moritz Schwacz, historiadora, antropóloga e escritora, decorrente de uma colaboração especial com o Instituto Moreira Salles. A exposição ocupa todo o espaço do segundo andar do Instituto Tomie Ohtake, com uma sala juntando as fotografias históricas que começam em 1833, e as demais chegando a 2003, dando uma visão panorâmica do que ficou registrado em imagens fotográficas nestes 170 anos.

Acompanhei com Ricardo Ohtake, presidente do Instituto Tomie Ohtake, o início da montagem da exposição. Perguntei se começava com os conhecidos trabalhos de Militão Augusto de Azevedo que retratou muito de São Paulo no final do século XIX. Fui informado que existem fotos anteriores, desde 1833, que estão na exposição, muitos relacionados com visitantes estrangeiros que pretendiam conhecer este país tropical. Lembramos que D. Pedro II se interessava muito pelas novas tecnologias, inclusive fotografias, tendo introduzido no Brasil as ferrovias e o telefone, como se deixou fotografar muitas vezes, deixando uma rica documentação. Curiosamente, algo similar acontecia no Japão na Era Meiji que estava fascinado com o que estava acontecendo no resto do mundo da época.

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Transformações do Centro de Tóquio

7 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no jornal Nikkei, mesmo dentro da crise mundial atual, mudanças no centro de Tóquio, uma cultura japonesa

Mesmo os mais experientes visitantes de diversas partes do mundo ficam impressionados com as mudanças que os japoneses provocam em partes de suas grandes metrópoles num período de crise econômica mundial. Parece ser de sua cultura derrubar edifícios que seriam considerados ainda novos para substituir por outros novíssimos, mudando toda a fisionomia de uma grande capital como Tóquio. Num artigo recente publicado no jornal econômico japonês Nikkei, destacam-se as mudanças que estão sendo provocados no bairro conhecido como Marunouchi, nos arredores da renovada estação de Tóquio.

Evidentemente, sabe-se que a construção civil sempre foi utilizada para ativar as economias, mas as fortes transformações gerais envolvendo não somente novos edifícios, mas todas as lojas e demais estabelecimentos de uma grande área impressionam até os mais acostumados às ousadias de novas cidades criadas. Não se restringem à Marunouchi, mas envolvem Otemachi e Yurakucho, chegando até Ginza, fazendo com que o centro de Tóquio se torne irreconhecível para quem o conheceu há apenas cerca de cinco anos passados, por exemplo.

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