11 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: agricultura na China, os terraços Honghe Hani, patrimônio cultural da humanidade
Os viajantes que têm o privilégio de visitar o interior da China podem ter a clara ideia da importância da disponibilidade de terras para a agricultura daquele país. O caso dos terraços de Honghe Hani, motivo do artigo Wang Hao, Pauline D. Loh e Cang Lide, publicado no China Daily, excedem qualquer expectativa. Estes terraços foram considerados patrimônios culturais da humanidade, pelo Globally Important Agricultural Heritage Systems Pilot Sites (GIAHS) da FAO – Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, em 2010.
Os terraços de Honghe Hani ficam na província de Yunnan, no sudoeste chinês, quase na fronteira com o Vietnã, e mesmo nos períodos das secas mais terríveis da região se mantêm verdes e produtivos. Como a região é montanhosa, terraços foram construídos para os plantios do arroz, como se fazem em algumas áreas asiáticas, pois mesmo os terrenos acidentados precisam ser aproveitados para esta produção vital do alimento básico da grande maioria dos povos da Ásia.
Leia o restante desse texto »
8 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ceramistas nikkeis no Brasil, conhecimento restrito, diferentes formações | 4 Comentários »
Entre os que acompanham a evolução das artes plásticas no Brasil, nota-se a expressiva contribuição de variados ceramistas de origem japonesa. As produções cerâmicas japonesas que são conhecidas no mundo foram baseadas nos conhecimentos provenientes da China por intermédio dos coreanos, começam no Sul do Japão, com variados estilos. De lá, foram para a Europa e os Estados Unidos, dentro do que é conhecido como “stone ware”, que são as cerâmicas de alta temperatura, e consequentemente mais resistentes.
Mas algumas contribuições vieram diretamente do Japão para o Brasil, com passagens intermediárias diferentes, ganhando características próprias por utilizar matérias-primas locais. Na publicação “Raízes da Arte Koguei no Brasil”, publicado pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, há um destaque na cerâmica, inclusive sobre o uso do “Noborigama”, um tipo de forno de lenha com muitas câmaras com o calor ascendendo por elas. O primeiro teria sido construído por Shoko Suzuki em 1962, que explica num artigo sobre a sua vinda ao país.
Shoko Suzuki / Akinori Nakatani
Megumi Yuasa / Kimi Nii
Leia o restante desse texto »
5 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: medidas gerais, muitas publicações, proposições objetivas e empresariais | 2 Comentários »
Tanto em decorrência do Dia do Meio Ambiente, como proximidade da reunião do Rio + 20, muitos jornais e meios de comunicação estão dedicando grandes espaços para os assuntos relacionados com o tema, chegando a mencionar alguns exemplos em andamento. A esperança é que muitas das ideias veiculadas tenham a possibilidade de conscientizar a opinião pública sobre a urgência das medidas que ajudem na preservação do meio ambiente, ainda que as autoridades e as empresas estejam tratando do assunto como se fossem problemas dos outros, comprometendo-se pouco com metas objetivas.
Falar em tese sobre estas posições sempre é simpático, bem como apontar as graves consequências que podem advir das tendências presentes. No entanto, diante dos problemas econômicos que todo o mundo está enfrentando, poucos são os casos de medidas concretas que estejam sendo decididas, aumentando os esforços que levem a inverter a tendência atual.
Leia o restante desse texto »
29 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: desperdícios, Rio + 20, suplemento do Valor Econômico
Todos sabem que a forma mais eficiente e econômica de se fazer algo relevante é pela eliminação dos desperdícios. Um artigo elaborado por Sergio Adeodato para o suplemento especial Negócios Sustentáveis do Valor Econômico informa que o Brasil perde R$ 83 bilhões anualmente, segundo estimativas com base em dados setoriais e de organismos internacionais. São alimentos, energia, água, madeira e resíduos que poderiam ser reciclados. Estima-se que em produtos químicos, minerais e outros insumos básicos, estes desperdícios atingem outros R$ 70 bilhões gastos em educação.
A FAO estima que o mundo desperdice 1,3 bilhão de toneladas de alimentos. Dos peixes e frutos do mar, 30% são jogados fora, sendo que nos Estados Unidos chega a 50%. No leite das regiões desenvolvidas, as perdas chegam a 65%, como indicam os relatórios assinados pelo Swedish Institute for Food and Biotechnology, que recomendam investimentos na eficiência da cadeia produtiva. Todos estes dados estão sendo divulgado em função da conferência das Nações Unidas Rio + 20, que deverá se realizar entre os dias 20 a 22 de junho próximo no Rio de Janeiro.
Leia o restante desse texto »
26 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: locutor Ricardo Miyata, matéria com vídeo no WebTown, originário da IPC – TV Globo, Planeta Brasil | 2 Comentários »
Como é do conhecimento de muitos, a cidade de Hamamatsu na província japonesa de Aichi, é uma das que contam com maior número de habitantes estrangeiros, principalmente brasileiros. Uma matéria publicada na WebTown, que mantém um intenso intercâmbio com este site, fala de um interessante programa de rádio, transmitido em FM pela Haro Japão, com o locutor Ricardo Miyata. A matéria é originária da IPC – TV Globo, que transmite os programas da TV Globo brasileira no Japão. O programa é transmitido todos os domingos a partir das 18 horas, tendo a duração de uma hora. Intercala falas básicas em japonês com expressões e trechos em português, de forma extremamente descontraída como é do estilo brasileiro.
Segundo as explicações constantes do vídeo que pode ser visto integralmente acessando o que consta abaixo, o programa visa os ouvintes japoneses e brasileiros falando de assuntos relacionados com o Brasil. Muitos japoneses estão se interessando como vivem os brasileiros, cuja imagem ainda se concentra na Amazônia, carnaval e no futebol. O locutor passou a morar no Japão quando a sua família para lá se transferiu, e na ocasião não falava nada em japonês e ainda recebe instruções da produtora sobre as formas de se comportar diante do microfone, evitar algumas gafes e outros detalhes.
O sucesso é tamanho que o programa está recebendo muitos retornos de todas as partes do mundo, tendo um colaborador permanente que vive em Manaus, no Amazonas. O locutor trabalha regularmente como modelo e vem recebendo convites para participar de comerciais no Japão. Planeja ampliar as suas atividades para outros setores relacionados com o intercâmbio bilateral. No fundo, tudo está colaborando no sentido de uma compreensão mútua entre brasileiros e japoneses.
24 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do The Wall Street Journal, autoria de Tom Doctoroff, reprodução no Valor Econômico
O Valor Econômico reproduziu um artigo de Tom Doctoroff, que é o presidente da J. Walter Thompson para a Ásia Maior, publicado originalmente no The Wall Street Journal, tratando das características dos novos consumidores na China. Ele tem uma experiência de 20 anos trabalhando em publicidade naquele país, e informa que eles estão se modernizando com o consumo de produtos de luxo consagrados no Ocidente, mas não se ocidentalizando. Eles estão ficando cosmopolitas, mas continuam mantendo os costumes chineses.
Os produtos de marcas ocidentais que estão consumindo são globais e isto está ocorrendo dentro de um processo para tornar a China uma superpotência. Os fundamentos culturais do país continuam os mesmos de milhares de anos, com influências como do confucionismo (o que se observa em todo o Extremo Oriente, englobando o Japão e a Coreia). A estrutura hierárquica de clã continua sendo mantida na China. Neste processo, alguns aspectos entram em conflito, havendo comportamentos diferenciados entre os chineses, principalmente os mais jovens e os que atuam no mundo globalizado.
Tom Doctoroff
Leia o restante desse texto »
24 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: as dúvidas sobre os dados chineses, as limitações dos dados estatísticos, estatísticas brasileiras
Sempre houve dúvidas sobre alguns dados estatísticos chineses, ora subestimados ora superestimados. Os próprios acadêmicos chineses não confiavam muito na sua validade e agora até as autoridades chinesas afirmam que elas são “elaboradas por homens”. Como dentro da “meritocracia” daquele país, alguns resultados obtidos podem estar inflados para beneficiar a ascensão de alguns líderes. De outro lado, os japoneses sempre acreditaram que os dados populacionais chineses estavam subestimados, pois no meio rural o número de filhos considerados gêmeos e trigêmeos eram bem acima do normal internacional, com idades físicas diferentes, como consequência da política oficial de filhos únicos, mais efetivas nos centros urbanos, com a existência das chamadas “inspetoras de quarteirão”.
Estas deficiências dos dados estatísticos não ocorrem somente naquele país. Nas pesquisas estatísticas efetuadas no Brasil, como na maioria dos países em desenvolvimento ou emergentes, acredita-se na hipótese que nos grandes números os erros se compensam, quando podem apresentar vieses tendenciosos. Muitas das informações estatísticas começam pelas fornecidas pelas empresas, havendo uma forte tendência à sonegação, ainda que algumas correções sejam efetuadas. As unidades municipais de estatísticas são consideradas encargos para os municípios, salvo no que se refere aos dados demográficos que servem para efeito das cotas de participações nos tributos estaduais e federais. O mesmo acontece na agregação por Estados e acabam chegando às nacionais, cujos censos não são tão precisos como desejados.
Leia o restante desse texto »
21 de maio de 2012
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, Livros e Filmes, webtown | Tags: Kiseki / O que eu mais desejo - Hirokazu Koreeda-Japão-2011, Ohayoh / Bom Dia - Yasujiro Ozu – Japão - 1959, trem bala, vulcão Sakurajima.
Considerado por alguns como herdeiro cinematográfico de Yasujiro Ozu, o diretor Hirokazu Kore-eda igualmente preza temas sociais que envolvem laços de família e relações humanas complexas. Seu mais recente filme, Kiseki – O que eu mais desejo, 2011, que acaba de estrear em São Paulo, fala de adoráveis crianças, focalizando o universo infantil numa releitura ao mesmo tempo muito similar e bem diversa da concebida por Ozu, por exemplo, em Ohayoh (Bom dia), 1959.
Como Ozu, Kore-eda é fã de trens e ferrovias, mas não mais os lentos e românticos trens que iam e vinham carregando sonhos, esperanças e saudades. Kore-eda quis documentar a chegada dos trens balas Tsubame e Sakura que iriam ligar as cidades na Ilha de Kyushu de Fukuoka (ao norte) e Kagoshima (ao sul). Para isso, usou a história de dois irmãos vivendo separados, naquelas cidades, após o divórcio dos pais. O anseio do irmão mais velho é ver a família reunida de novo. Ao ouvir sobre lenda de que desejos se realizariam se pedidos fossem feitos na interseção de dois trens-balas, vindos de direções opostas, o garoto Koichi resolve levar avante plano de se encontrar com o irmão mais novo, Ryu, no meio caminho onde os trens passariam pelo outro em grande velocidade. Cada qual recebe adesão de colegas de classe, todos eles trazendo desejos ancorados em anseios que abrandariam problemas em suas tenras vidas: sagrar-se astro de baseball seguindo os rastros do ídolo Ichiro Suzuki, do Seattle Mariners; virar celebridade cintilante do show biz como as estrelas do Arashi ou AKB 48; tornar-se designer ou maratonista de ponta etc.
Cenas do filme O que eu mais desejo,
Vulcão Sakurajima / Kyushu Shinkansen, tsubame-sakura
Leia o restante desse texto »
21 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: assuntos sérios com poesia, filme de Hirokazu Kore-eda, nuances da cultura japonesa
Alguns frequentadores de cinemas podem achar que o filme “O que mais desejo” (kiseki – milagre), do cineasta japonês já consagrado Horikazu Kore-eda, seja de uma poesia ingênua. Mas ele está agradando a muitos críticos e certamente ao público, mesmo aqueles que não têm a completa compreensão de todas as nuances da atual cultura japonesa que são captadas. O drama dos filhos de pais separados é universal, mas acaba ganhando conotações mais profundas numa sociedade como a japonesa, onde o divorcio é mais numeroso entre idosos aposentados, sendo raro que irmãos pequenos sejam separados.
O filme reflete uma realidade das crianças na região sul do Japão, na província tradicional de Kagoshima, onde vive o irmão mais velho que tem um tratamento específico “onisan” no idioma japonês, junto com a mãe e os avós, separado do irmão mais novo que vive com o pai em Fukuoka, uma província vizinha. Somente numa sociedade hierarquizada como a japonesa existe este tipo de tratamento respeitoso com relação a um simples irmão mais velho com uma palavra específica. Ele que sonha por juntar a família separada.
Leia o restante desse texto »
16 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: algumas lideranças destacadas, dificuldades na média, influencias culturais
Há um evidente contraste na Ásia: enquanto algumas mulheres conseguem galgar as posições máximas, mais que em outras regiões no mundo, na média das sociedades asiáticas elas continuam contando com restrições culturais para a sua ascensão. Aquelas que superam estes obstáculos acabam se destacando. Um artigo publicado por Vishakha N.Desai, Astrid S. Tuminez e Gerald Rolfe no Project Syndicate procura discutir estas questões complexas.
Os autores observam que as atenções mundiais se voltam hoje para a Ásia, principalmente a China e a Índia. As performances recentes de suas economias, a dimensão populacional, os desenvolvimentos tecnológicos e a vitalidade empresarial ajudam neste processo, que se espalha pelo Sudeste Asiático, ao mesmo tempo em que o Japão e a Coreia mantêm os níveis já conquistados. Mas, segundo o artigo, continuam se estimando que cerca de 1,3 milhão de meninas por ano não chegam ao nascimento, somente na China e na Índia.
Leia o restante desse texto »