24 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Hirotaka Watanabe no The Diplomat, diplomacia cultural, pouca agressividade japonesa | 2 Comentários »
Um interessante artigo de Hirotaka Watanabe foi publicado no The Diplomat sobre a diplomacia cultural do Japão, principalmente com a sua experiência na França e na Europa. Apesar da crescente admiração mundial recente sobre aspectos da cultura japonesa, notadamente na gastronomia e no mangá, nota-se, quando comparada com a de outros países desenvolvidos, que o Japão tem uma atitude retraída na disseminação de sua cultura por países estrangeiros. O autor é professor e diretor do Institute of International Relations da Tokyo University of Foreign Studies, doutorou-se pela Sorbonne e trabalhou na embaixada japonesa em Paris.
A França é ativa no setor da diplomacia cultural com o governo coordenado com a Alliance Française, como é a Alemanha com o Instituto Goethe, os Estados Unidos com sua União Cultural, a Inglaterra com a Cultura Inglesa e agora é a China com o Instituto Confúcio. Mas se o Japão já era modesto com o seu Japan Foundation, seus orçamentos acabaram sendo restritos com a crise porque passa que já dura décadas. O autor nota que o Japão está praticamente ausente em iniciativas de envergadura. Muitos observam que o Japão reduziu a sua prioridade na disseminação do seu idioma e todos os setores complementares de sua rica cultura.
Hirotaka Watanabe / Japan Expo
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23 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a forma de contribuição na evolução de uma China complexa, estilo de entrevista de Han Han, semelhança com Eu & Fim de Semana do Valor Econômico
A entrevista concedida por Han Han, o escritor que mantém o blog mais lido na China, ao jornalista David Pulling, publicado pelo Financial Times, apresenta o mesmo estilo do adotado pelo Eu & Fim de Semana do Valor Econômico. Ocorreu durante um almoço no Yi Shu Jia Can Ting (o restaurante dos artistas) nos subúrbios de Xangai. Pratos e serviços são comentados no artigo enquanto se conversa sobre os aspectos vitais para a compreensão atual dos principais acontecimentos na China, como a queda de Bo Xilai.
Han Han é um descontraído autor da novela “Triple Door”, best seller que vendeu rapidamente 2 milhões de cópias, tornando-o famoso. Com 29 anos, casado com uma esposa adorável e pai de uma linda menina, bem sucedido financeiramente, dedica-se com sucesso a pilotar carros de corrida. É o blogueiro mais lido no mundo, admirado pela sua inteligência e habilidade em contornar a censura chinesa, numa disputa como de gato e rato. Postou em 2010, quando o escritor chinês aprisionado Liu Xiaobo ganhou o Prêmio Nobel da Paz, um simples “ “, que equivale tipograficamente à cadeira vazia da cerimônia em Oslo.
O blogueiro chinês Han Han
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23 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Colin Barraclough no Financial Times, biodiversidade pesquisada no cerrado, outros exemplos | 2 Comentários »
Um interessante artigo foi escrito por Colin Barraclough e publicado no Financial Times, ele que veio ao cerrado mineiro como convidado por uma fazenda Toucan Cipó, que funciona como uma espécie de reserva de pesquisa e também recebe turistas na Serra do Espinhaço, no interior do Estado de Minas Gerais. A fazenda é hoje de propriedade de um inglês de nome Charles Frewen, contando com 10.000 acres, ou seja, um pouco mais de 4.000 hectares, e foi formada pelo seu pai adotivo que chegou ao Brasil em 1970, que foi juntando pequenas propriedades vizinhas. A íntegra do artigo pode ser encontrado em inglês no: www.ft.com/intl/cms/s/2/7b46e1da-8564-11e1-a394-00144eab49a.html com o titulo “Plant kingdom”.
Há 8 anos, Frewen herdou Toucan Cipó, onde somente 10% é usado para criação de gado e produção agrícola, e começou com entusiasmo de amador descrevendo as plantas que lá existiam que não eram encontradas em nenhuma bibliografia. Ele pediu ajuda ao Kew Gardens, da Inglaterra. Para sua satisfação, os botânicos do UK’s Royal Botanical Gardens Kew e da Universidade de São Paulo descobriram 13 espécies de plantas novas para a ciência na propriedade e em seu entorno, além de duas espécies consideradas extintas e 20 só conhecidas por uma coleta feita em 1825 pelo botânico prussiano Ludwig Risdel. A pesquisa conjunta de brasileiros e ingleses acabou identificando 1.145 espécies em torno da fazenda, num raio de 20 milhas, um pouco mais de 30 quilômetros, mais que a metade das espécies nativas da Grã Bretanha.
Fotos do UK’s Royal Botanical Gardens Kew e vista aérea da Universidade de São Paulo
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16 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: algumas características interessantes, grupo que trabalha com confecções masculinas no mundo
Uma entrevista concedida por Gildo Zegna, CEO do consagrado Grupo Zegna, para a jornalista Maria da Paz Trefaut, do Valor Econômico, esclarece algumas características dos consumidores dos seus produtos considerados de luxo em todo o mundo. Ele esclarece que os chineses já consomem 40% dos produtos com a marca Ermenegildo Zegna, uma das mais consideradas voltadas para o público masculino, cujas vendas atingiram 1,1 bilhão de euros em 2011, ao mesmo tempo em que informa como veem as características dos principais consumidores de mais de 90 países onde atuam.
Ele considera que é preciso ter sensibilidade e percepção para apostar e investir em design e produtos novos, principalmente para os mercados como do Brasil e da China que possuem público mais jovem, que têm muito interesse em novidades. Ele informa que os brasileiros preferem uma moda mais casual, possivelmente pelo clima, mas lamenta que aqui os seus produtos sejam os mais caros do mundo, depois do pagamento das tarifas alfandegárias e impostos. Muitos brasileiros adquirem produtos Zegna no exterior.
Gildo Zegna e alguns produtos da grife Ermenegildo Zegna
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13 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: fenômeno generalizado, onda coreana no Japão, relações entre japoneses e coreanos
Muitos ocidentais imaginam que persistem problemas decorrentes das relações entre o Japão e a Coreia antes e durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, um editorial publicado pelo conservador jornal econômico japonês Nikkei, de autoria de Motohiro Ikeda, pode surpreender pela mudança que está ocorrendo entre estes dois países. Os filmes coreanos, as novelas transmitidas pela televisão japonesa e os grupos musicais coreanos que fazem sucesso no Japão mostram que a Coreia está exportando parte de sua cultura para os japoneses, que antes somente era conhecido por marcas como a Samsung ou Hyundai.
Está ocorrendo uma verdadeira “onda coreana” que está desafiando as previsões críticas que se observavam há apenas uma década, quando esta tendência começou, e que era identificada como uma moda de pequena duração. Atualmente, as ofertas de entretenimentos coreanos estão gerando impressionantes resultados econômicos no Japão.
Pratos da culinária coreana que vêm fazendo sucesso no Japão
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10 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: Folha de S.Paulo destaca livro lançado por Eliana Zagui, memória escrita com a boca, paciente há 36 anos na UTI, paralisia infantil | 4 Comentários »
Existem casos que emocionam a todos, até os mais insensíveis. O lançamento do livro da Eliana Zagui, 38 anos, 36 anos vividos numa UTI do Hospital das Clínicas por causa de uma paralisia infantil, é certamente um caso único. “Pulmão de Aço”, lançamento da editora Belaletra, foi escrita com a boca, pois seus braços e as mãos não funcionam. O assunto mereceu um destaque na primeira página da Folha de S.Paulo, e uma página inteira escrita pela Claudia Colluci, homenageada pela excepcional autora. No site da editora há uma possibilidade de aquisição do livro pela internet (já encomendei o meu).
Nesta condição extremamente adversa, Eliana Zagui, segundo o artigo publicado, fala no seu livro de suas angústias e diz esperar que ele ajude “aqueles que não querem nada com a vida”. Na UTI, ajudada na respiração por aparelhos, ela se formou no curso do ensino médio, aprendeu inglês, italiano, fez curso de história de arte e tornou-se pintora. A pólio havia paralisado completamente o diafragma e a deglutição. Das 5.789 crianças vítimas da pólio entre 1950 ao final da década dos 70, somente ela e Paulo Machado, hoje com 43 anos, conseguiram sobreviver. “Nós nos apegávamos um ao outro, como numa grande família. Era a única maneira de suportar aquilo tudo”, lembrou Eliana à Folha de S.Paulo.
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9 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a chegada da primavera, novas esperanças para os japoneses, num ano que se tornou especial
Todos os povos que contam com as estações de ano claramente demarcadas sempre saúdam a primavera depois de um longo e rigoroso inverno. Para a cultura japonesa, as floradas das cerejeiras sempre foram acontecimentos importantes, mas parece que os desastres que sofreram no ano passado dão um sentido mais forte para este ano. Renovam-se as esperanças e, em Tóquio, as atenções se voltam mais fortemente nas margens do rio Sumida, com a construção do Sky Tree. Todos os jornais japoneses destacam que, além dos pontos tradicionais da festa do “hanami” (apreciação das flores), os arredores do bairro de Asakusa ganharam novo impulso, inclusive com as iluminações noturnas das cerejeiras em flor.
No fim de semana passado, houve uma grande movimentação da população japonesa para os locais que apresentam as melhores concentrações de cerejeiras. Sua florada é breve, dura o máximo de uma semana, apesar de haver algumas variedades diferentes de cerejeiras. No ano passado, a população se sentiu constrangida pelos desastres e não havia um clima para comemorações, deixando um vazio na alma dos japoneses. Para um povo que vem repetindo estas festas desde a Segunda Guerra Mundial, fazendo parte da sua forma de ser, a lacuna causou um impacto no seu estado de espírito.
Cerejeiras em flor com com a Sky Tree ao fundo
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31 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: divulgação pela imprensa, exposições consagradoras, reconhecimento de um trabalho persistente
Quando uma Galeria como a Deco, fundada em 1981 por Hideko Suzuki Taguchi e René Sadayuki Taguchi, encerra suas comemorações de 30 anos de atividades com uma exposição que se denominou "Olhares Oblíquos", apresentando trabalhos inéditos e recentes de Tomie Ohtake junto com instalações de Nobuo Mitsunashi. É preciso que se apresentem as devidas homenagens. Tomie Ohtake, a primeira dama das artes plásticas brasileiras, conta com o Instituto que leva o seu nome e uma galeria que trabalha com suas obras, mas resolveu associar-se às homenagens ao aniversário da Galeria, cedendo quatro de suas obras de 2011 e 2012, mostrando que continua ativa e foi influenciada pelos desastres que abalaram o Japão recentemente, num gesto de desprendimento que é uma de suas grandes marcas.
Nobuo Mitsunashi já é conhecido do público brasileiro desde a sua participação na 21ª Bienal de São Paulo, em 1991, tendo se apresentado no Brasil em diversas ocasiões, com suas obras expostas até em lugares públicos como a Pinacoteca do Estado. Mas o que deve ser ressaltado é a persistência do trabalho da Galeria Deco, na apresentação de artistas contemporâneos japoneses, nipo-brasileiros e locais, num espaço tradicional na Rua dos Franceses, na Bela Vista da capital paulista, conseguindo marcar o seu papel fundamental no intercâmbio artístico entre o Brasil e o Japão, ainda que seja um imóvel não chamativo.
Tomie Ohtake e Nobuo Mitsunashi / Caiaque, de Mitsunashi, e obra s/ título de Tomie
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30 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: atividades culturais, destaque na atuação de Danilo Santos Miranda, SESC merece um artigo no The New York Times, sociais e esportivas
O SESC – Serviço Social do Comércio de São Paulo tem o seu trabalho reconhecido num artigo publicado no The New York Times, escrito por Larry Rother, e republicado em português no site da UOL. O prestígio que esta instituição conquistou não somente a destaca das suas similares brasileiras como no atual cenário internacional onde organizações voltadas à cultura lutam com dificuldades de doações. O artigo destaca que a integração de tudo, teatro, piscina, biblioteca, restaurante, curso e museu, é muito inteligente, como reconhecido por Nan van Houte, diretor do Netherlands Theater Institute e ex-presidente da Rede Internacional para Artes Performáticas Contemporâneas.
Para quem começou a frequentar o SESC há mais de 50 anos, quando se resumia a algumas poucas atividades, há que se reconhecer a influência do seu diretor regional do Estado de São Paulo, o sociólogo Danilo Santos Miranda, que possui um conhecimento invejável e conseguiu montar uma equipe eficiente que cuida de todas estas atividades, que está no seu comando há mais de 25 anos. Consegue ter uma visão completa das necessidades sociais humanas, promovendo eventos nacionais, regionais e internacionais que qualificam a instituição como uma das mais influentes do Brasil.
Danilo Santos Miranda e unidades do SESC Pinheiros e SESC Pompeia
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28 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: boatos, diferenças nos comportamentos dos empresários, fatos, potencialidades
Os comportamentos dos empresários e seus efeitos acabam dependendo dos públicos aos quais eles se voltam, bem como as culturas dominantes em que estão inseridos. No passado, um importante banqueiro brasileiro procurava evitar aparecer na imprensa, procurando manter-se discreto, que ainda é considerado como uma postura adequada em muitas culturas, mesmo obtendo bons resultados nas suas atividades usuais. Outro empresário agrícola queixava-se sempre das condições desfavoráveis para os seus negócios, reclamando dos prejuízos, mas adquiria todo ano uma nova fazenda. Existem também os que alardeiam com rara capacidade seus empreendimentos, que potencialmente podem ser interessantes, conseguindo impressionar muitos analistas e colocar os seus papéis no mercado e junto a grupos investidores, mesmo que os seus resultados obtidos até agora não sejam apreciáveis, até pelo contrário.
É evidente que estes resultados dependem do tempo em que são avaliados (curto, médio ou longo), e as hipóteses que são utilizadas para tanto e o futuro é, infelizmente, sempre incerto envolvendo riscos. Os otimistas podem avaliar que a maioria das condições continuará positiva e os resultados mínimos podem ser satisfatórios, mesmo que não atinjam todos os projetados. Que o otimismo sempre ajuda nos empreendimentos ninguém pode duvidar. Mas, entre um comportamento discreto e o pessimismo, existe uma grande diferença, parecendo sempre conveniente ser um pouco cauteloso quando se trata de negócios.
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