30 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: 2011, edição em português da Editora Objetiva, Rio de Janeiro, tradução de Cássio de Arantes Leite
Esta obra monumental de Henry Kissinger, que sempre foi um intelectual de primeira grandeza e ocupou a Secretaria de Estado nas administrações norte-americanas dos presidentes Richard Nixon e Jimmy Carter, retomando os contatos dos Estados Unidos com a China, não pode ser ignorada por aqueles que se preocupam com a compreensão dos problemas mundiais. Publicada em português pela Editora Objetiva, com a tradução de Cássio de Arantes Leite logo depois do seu lançamento em inglês, permite um melhor conhecimento dos problemas envolvidos e dos esforços efetuados para a retomada destes contatos.
Uma rápida leitura da obra por um simples analista, como o responsável por este site, permite constatar que as opiniões expressas nesta pequena contribuição são também abraçadas por um conhecedor abalizado como Henry Kissinger, que participou diretamente dos entendimentos pioneiros entre as autoridades dos Estados Unidos com as da China. Como a relevância do conceito de País do Meio naquele país e sua longa carga histórica e cultural, a importância das formulações como de Confúcio que continua sendo utilizada até hoje em toda a Ásia, a importância dos conhecimentos como os acumulados por Joseph Needham, de Cambridge, sobre a China, e os dados comparativos de longo prazo de Angus Maddison estão entre eles. Acabam sendo motivo de orgulho para os que não contam com fontes e equipes como os que foram utilizados na confecção desta obra.
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27 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a conectividade na China, artigo de Stephen S. Roach, divulgado pelo Project Syndicate | 2 Comentários »
Stephen S. Roach, da Universidade de Yale, é considerado um dos maiores conhecedores da China e vem escrevendo muitos artigos sobre aquele país. Agora, divulga por intermédio do Project Syndicate um artigo informando sobre a revolução de conectividade que está ocorrendo naquele país, que sempre enfrentou problemas de fragmentação e comunicação, diante das muitas etnias, idiomas e diferenças geográficas regionais.
A internet que vem provocando mudanças em todo o mundo está se expandindo rapidamente pela China, segundo o autor, introduzindo mudanças nos relacionamentos sociais e até no sistema político. Isto parece um processo irreversível. De acordo com os dados da Internet World Stats, o número dos chineses utilizando a internet triplicou desde 2006, passando para 485 milhões de usuários em meados de 2011. Ainda está baixo, em torno de 36% de sua população, quando na Coreia, no Japão e nos Estados Unidos chegam a 80%.
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26 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: advertências, Índia merece atenção, suplemento de turismo da Folha de S.Paulo
Muitos turistas ocidentais ficam impressionados com as fotos de um Taj Mahal, possivelmente a maior atração turística da Índia, que é muito mais que isto, que por si só já valeria a pena de uma visita ao país. O suplemento de turismo da Folha de S.Paulo fornece um panorama mais completo, e todos os interessados na Ásia podem obter informações valiosas sobre este país, como a matéria que adverte que Déli atordoa os estrangeiros com toda a sua confusão.
Ainda que a China atraia as atenções mundiais, é preciso considerar que até o budismo veio da Índia. Um profundo conhecedor da cultura chinesa me informava que a primeira dança da famosa Ópera de Peking era de origem indiana e que, infelizmente, com a irracional Revolução Cultural, importantes marcos da influência indiana na China tinham sido criminosamente destruídos.
Mas, além das fotos e textos interessantes, é preciso que os turistas estejam informados que o cheiro característico da Índia é que mais impressiona os visitantes, o que nem sempre é agradável para todos. A mistura da riqueza com a pobreza pode não ser bem aceita por todos, ainda que sua elite e classe média sejam muito mais numerosas que à brasileira.
Taj Mahal e edifícios modernos convivem em harmonia na Índia
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24 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: abordagem diferenciada, Ano Novo Chinês do Dragão, diáspora chinesa
Tantos são as matérias divulgadas sobre as comemorações do Ano Novo Chinês, o Ano do Dragão, que este site procurou novos ângulos para a postagem de sua matéria. O que é possível observar é a tremenda diáspora dos chineses por todo o mundo, que se somam à gigantesca população da China, mostrando que os eventos comemorativos ocorrem em todos os continentes. É evidente que o País do Meio enfatiza as suas comemorações no seu próprio território, mas já participei de algumas movimentadas como no Chinatown de Nova Iorque, que pouco perde ao que é feita nos seus próprios territórios.
Existem alguns povos que são conhecidos pelas suas presenças nas mais variadas partes do mundo, mas os chineses não ficam atrás, e suas comunidades e de seus descendentes procuram preservar suas tradições culturais deste povo. O Ano do Dragão deixou de ser somente chinês e é observado em muitos países asiáticos que receberam suas influências culturais, mas até em terras longínquas como nas Américas ou na Austrália suas presenças são marcantes, ajudando nesta globalização que vem se observando em todo o mundo. E isto acaba sendo utilizado para a “boa fortuna” nos seus negócios.
Chineses festejam o Ano do Dragão
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24 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: adaptações da volta, culturas nas escolas, dificuldades tanto na ida como na volta | 2 Comentários »
Há algumas décadas, um amigo japonês que trabalhou alguns anos no Brasil queixou-se das dificuldades de adaptação de sua filha às escolas japonesas, acabando por sofrer os chamados “ijimes” (uma espécie de bullying), ou discriminações dos colegas de classe. Hoje, um artigo no The Japan Times trata do mesmo assunto, ainda que o mundo tenha se globalizado e haja esperanças que os jovens estudantes japoneses estejam mais acostumados com os colegas que retornaram do exterior. O artigo escrito por Ashley Thompson trata do mesmíssimo assunto, mostrando que nada ou pouco mudou neste aspecto.
É evidente que nas escolas brasileiras, como na maioria dos países do mundo, os alunos gozam de maior liberdade, como de perguntar aos professores sobre as suas dúvidas em classe. Os estudantes japoneses não expressam suas questões, e acabam achando que os que adquiriram estes hábitos estão procurando “aparecer” entre seus colegas, e acabam sofrendo o tal “ijime” ainda hoje, segundo o artigo.
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16 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Highlighting Japan, o mundo do futuro, publicação do governo japonês
O novo número desta revista que está sendo distribuída pelo governo japonês por intermédio da internet correspondente a janeiro de 2012 e tem como tema o Mundo do Futuro. O artigo de capa refere-se aos esforços que estão sendo feitos numa escola secundária feminina em Kawagoe, para ensino de ciência e tecnologia, visando mais felicidade e saúde para a humanidade.
Todos os artigos publicados seguem a mesma linha editorial, como a produção de biodiesel, numa colaboração da Universidade de Kitakyushu com a Universidade de Chutalongkorn da Tailândia ,ou a invenção do que chamam de capa invisível, com uma entrevista com o seu autor. Ou, ainda, as alterações virtuais dos sabores dos alimentos.
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16 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: globalização, intercâmbio cultural do Teatro Nacional São João de Porto com o SESC de São Paulo, Sombras. de Ricardo Pais
Uma interessantíssima peça que leva o nome de “Sombras – a nossa tristeza é uma imensa alegria”, uma criação do teatrólogo português Ricardo Pais, dá prosseguimento ao intercâmbio teatral que o Teatro Nacional São João, do Porto, de Portugal, mantém com o SESC – Serviço Social do Comércio de São Paulo, na unidade de Pinheiros. A peça utiliza todos os recursos multivisuais das artes cênicas e provoca a plateia a reflexões importantes, como as melhores peças do gênero na história da civilização.
Os brasileiros estão pertos e ao mesmo longe dos portugueses. Apesar de utilizarem o mesmo idioma, entre outras diferenças, o sotaque cria dificuldades de compreensão em toda a sua profundidade, principalmente quando os textos são expressos rapidamente por jovens. Lembra-me um “city tour” há muitas décadas por Lisboa, quando a gravação em espanhol num veículo de turismo permitia melhor entendimento do que o português utilizado na gravação.
O tema da peça é complexo, e na minha leitura (e pode haver muitas outras) trata-se da discussão da identidade portuguesa preservada diante da globalização que está ocorrendo no mundo, inicialmente quando os portugueses passam a se denominar europeus. A característica melodramática do teatro português, tendo como fio condutor do espetáculo o fado, passa por uma modernização, deixando longe as lembranças dos textos de Fernando Pessoa e do fado de Amália Rodrigues, que são mais conhecidos dos brasileiros. Um toque de “jazz” fica caracterizado pela nova leitura, mantendo o essencial do fado.
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14 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: noticias no site do Estadão.com, o site da Nara Leão, pesquisas de sua filha Isabel Diegues | 3 Comentários »
Não sou só eu que tenho como musa Nara Leão, pois ela era assim considerada por todo o público, não só brasileiro, mas mundial, que apreciava a Bossa Nova. Contribuí, modestamente, para levá-la ao Japão junto com Roberto Menescal para se apresentar na Expo Tsukuba 85, onde eu exercia as funções de comissário do governo brasileiro. O clima estava insuportavelmente frio num auditório aberto, ainda que já na primavera japonesa, mas ela era profissional, cantou com aquele mesmo estilo intimista.
Não sabia que ela já estava doente (poucos sabiam), o que a levava a ter um comportamento mais contido que a sua conhecida timidez, evitando aproveitar as noites em Tóquio, onde os músicos brasileiros já tinham ganhado um espaço significativo, mesmo no início de um longo período onde todos os artistas brasileiros consagrados aproveitavam para gravar no Japão, com a melhor qualidade.
Com que alegria noto estampado no site do www.estadao.com.br que sua filha do casamento com Cacá Diegues, Isabel Diegues, conseguiu com o duro trabalho de três anos reunir tudo que fica disponível a todos no www.naraleao.com.br . Consta da explicação: “Isso tudo precisava estar disponível pra quem quisesse conhecer ou rever a obra de Nara Leão, já que a gravadora não relança os discos”. Tudo foi custeado sem ajuda de órgãos de cultura oficial, nem uso de leis de incentivo. Uma grande “tapa com luva de pelica” de sua filha.
O trabalho é colossal, e mostra o desprendimento de Isabel Diegues na sua homenagem à mãe que completaria 70 anos e não cobra direitos autorais. Consagração de Nara Leão ia além da Bossa Nova, para a qual contribuiu muito, foi decisiva. Foi das primeiras que resgatou compositores populares como Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Kéti. Lembro-me bem de "Opinião". Não tinha preconceito da classe média e cantava Roberto Carlos, classificado como Jovem Guarda. Foi da Tropicália à cafonice (que está sendo resgatada recentemente), mostrando que sua formação ia além dos componentes da classe média carioca que ajudaram a consolidar a Bossa Nova. Foi além de João Gilberto e Antonio Carlos Jobim.
Até ao cenário internacional da época, onde muitos cantavam no exterior em português, pensando que Sérgio Mendes era norte-americano. Vi isto, pessoalmente, em 1967 em Kyoto, com um japonês que estava cantando "Só Danço Samba" numa boate, e pensava estar imitando a música em inglês.
O exemplo que está sendo dado pelo site Nara Leão deve ser seguido por tantos familiares de personagens que elevaram o Brasil de patamar, mostrando que os brasileiros trabalham duro, mas com a alegria de viver. É uma rara combinação que países desenvolvidos ou emergentes conseguem ver no Brasil, que provocou uma criativa miscigenação não só étnica como cultural.
13 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: crítica no Valor Econômico, edição em português da Companhia das Letras, seleção e tradução da Leiko Gotoda | 6 Comentários »
Um sábio brasileiro recentemente falecido, Joãozinho Trinta, afirmava quem gosta de miséria é intelectual, e ajudou o carnaval brasileiro a tornar-se uma festa de esplendor, com sua alegre filosofia e visão, talvez até irresponsável. A crítica elaborada por Bruno Yutaka Saito sobre a nova edição dos contos de Kenzaburo Oe, publicado no suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico, leva-me a comentar este livro cujos contos foram selecionados pela minha amiga e competente tradutora Leiko Gotoda, que deve refletir com toda a fidelidade os seus originais em japonês publicado ao longo de muitas décadas.
Sou uma pessoa que procura o otimismo, até pela necessidade de preservar a minha saúde mental, porque sofri um AVC – acidente vascular cerebral. Leio com alguma regularidade as traduções das obras dos escritores japoneses e confesso que muitos não me fazem bem. Sinto um pessimismo mórbido na maioria destes autores, ainda que a generosa crítica de Bruno Yutaka Saito tenha colocado, com elegância, que Kenzaburo Oe tenha revelado o Japão além das meras aparências, com o que concordo. Os japoneses têm um ditado que numa tradução livre poderia ser: “para coisas mal cheirosas, tampa” (kusai mononiwa futa).
Kenzaburo Oe e capa do livro lançado pela Editora Companhia das Letras
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13 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: divulgação no Caderno 2 de O Estado de S.Paulo, documentário de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim, Tom Jobim
Muitos sabem que “A Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, é a música mais tocada até hoje em todo o mundo, batendo os grandes e consagrados astros mundiais. Noticia-se que o documentário preparado pelo renomado cineasta Nelson Pereira dos Santos, que já tinha trabalhos anteriores com Tom Jobim, e a Dora Jobim, neta do excepcional compositor, só tem músicas, nenhum diálogo ou legenda. E no seu final aparece a frase do próprio Tom: “Só a linguagem musical basta”.
Previsto a sua estreia ao público ainda neste mês de janeiro de 2012, o documentário já foi visto, algumas cópias em versões preliminares, por cineastas e pela crítica especializada, inclusive no exterior. O jornalista Luiz Carlos Merten e o crítico Luiz Zanin Oricchio publicam no Caderno 2 do jornal O Estado de S.Paulo do dia 12 de janeiro os seus artigos sobre o trabalho. Partes deles podem ser acessadas pelo: www.estadao.com.br/e/jobim
Tom Jobim e Nelson Pereira dos Santos
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