27 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: custos elevados, ensino de inglês no Japão, técnicas nos parques temáticos | 2 Comentários »
O Japão também está adotando uma política para que seus estudantes secundários tenham o domínio de mais que uma língua. Na Europa, os diplomados em curso superior necessitam ter o domínio, no mínimo, de três idiomas, tanto que a parte final dos seus cursos é feita em outros países. Para ajudar neste processo, um parque temático chamado KidZania, de Tóquio, está lançando, com sucesso, uma experiência onde os estudantes executam serviços em inglês. Assim, existem pavilhões como o Pizza-la, onde as crianças executam um programa de experiência profissional, trabalhando com todas as fases de uma pizzaria, utilizando somente o inglês. O programa demanda uma sessão de três horas.
Ainda que o custo do programa acabe dobrando o preço da entrada no parque, está tendo uma boa aceitação, e já se cogita lançar o mesmo tipo de programa em outras cidades, como Osaka. O programa utiliza funcionários que supervisionam os estudantes, tendo o completo domínio do inglês. O assunto consta de um artigo publicado no Nikkei.
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24 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: além do currículo, artigo emocionante do Yomiuri Shimbum, lições de vida
Existem muitos exemplos de educadores que nos lembram e nos deixam conscientes de que a educação se destina a preparar os jovens para a vida, não se restringindo ao simples cumprimento de uma pauta montada teoricamente, sem levar em consideração cada pessoa que está sendo educada. O Yomiuri Shimbum informa sobre um caso concreto que não pode deixar de nos emocionar, num artigo escrito pela Nao Yako, sobre o que chamam no Japão de “yogo kyoyu” (algo como professor de saúde). Baseia-se na professora Taeko Kokawa, considerada uma enfermeira da escola, e no episódio que se seguiu ao grande terremoto de 11 de março, quando os alunos tiveram que assumir que sua escola se tornou um centro de evacuação. Isto ocorreu na escola primária de Kimachi-dori, em Sendai.
A função básica da professora yogo é manter a saúde mental e física dos alunos, bem como a sua higiene. Aos alunos que tiveram que passar a noite na escola, perguntou como tinham dormido e como estavam. Eram estudantes em torno dos 12 anos. Estas professoras não são necessariamente formadas enfermeiras, mas cuidam dos primeiros socorros, com treinamento especial.
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24 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: artigo do The Diplomat, compreensão adequada, conveniências e inconveniências, costumes japoneses
Existem naturais dificuldades de julgamento de certos costumes vigentes num país quando ele é feito por estrangeiros ou sem uma profunda avaliação. Entre eles, o chamado amakudari, que ganhou uma conotação negativa diante do seu abuso. Refere-se à colocação de antigos funcionários públicos de carreira, depois de aposentados, em empresas estatais ou privadas, tendo a tradução literal de “descentes do céu”, que acabou sendo objeto de um artigo do The Diplomat, escrito por Hiroko Ogawa.
Mas é preciso compreender que no sistema público japonês os funcionários ingressam na carreira por concurso e, dado o sistema piramidal, somente um deles chega ao posto máximo que é de vice-ministro administrativo, com a idade em torno de 60 anos. Os demais, mesmo altos funcionários, são aposentados em torno dos 55 anos, quando estão com o máximo de suas capacidades funcionais.
O abuso deste sistema, que não é exclusivo da área pública, ocorre também nas grandes organizações privadas. Muitos são colocados nas direções de suas subsidiárias, ainda que não estejam em funções para os quais estão mais qualificados. Quando ocorre do setor público para as estatais, seus riscos são maiores. Mas existem os casos em que estes relacionamentos do setor público e estatais, ou até empresas privadas, sejam de toda a conveniência para permitir uma melhor coordenação, sendo efetuados porque os envolvidos possuem capacidade e qualificações para tanto.
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23 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: ainda acessíveis, estão desaparecendo, lembranças inesquecíveis, ryokan
Vendo uma publicidade de elevadíssima qualidade de um ryokan, um hotel do estilo tradicional do Japão no jornal The Japan Today, aflorou na minha memória experiências incríveis que passei em alguns destes estabelecimentos. Fui procurar um livro que tenho a respeito destas relíquias, mas como sou muito desorganizado não o encontrei, pois deve estar em algum lugar, ou algum amigo esqueceu-se de me devolver.
Na primeira viagem que fiz ao Japão, há muitas décadas, eu estava hospedado num hotel do tipo ocidental e programei para conhecer um ryokan tipicamente japonês. A minha primeira experiência com um terremoto foi numa recepção, quando muitos convidados estrangeiros não percebiam o que estava acontecendo, mas os japoneses olhavam o teto assustados, enquanto um ruído rouco tomava conta do ambiente, fazendo tremer os lustres do salão. Havia ocorrido um terremoto de razoável intensidade. No dia seguinte, estava no ryokan, quando se repetiu um terremoto secundário, mais fraco, num pequeno edifício de madeira, que balançava todo, gerando um assustador ruído da fricção de madeiras, umas contra outras. Informaram-me que era mais seguro, exatamente por que balançava, mas a impressão que dava era que faltava o chão.
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19 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: artigo no Financial Times, conhecimentos culturais e empresariais, empresas brasileiras treinando funcionários em mandarim | 16 Comentários »
O jornal Financial Times publica um artigo de Samantha Pearson sobre o interesse dos brasileiros no estudo do mandarim, que está sendo utilizado somente como um gancho. Como a China se tornou a maior parceira comercial do Brasil, substituindo os Estados Unidos, muitos executivos e políticos entendem que devem aprender a lidar melhor com aquele país. Eles entendem que os chineses são diferentes dos norte-americanos ou europeus. Além da barreira da língua, existem diferenças de entendimento cultural de ambas as partes, segundo Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China. Muitos brasileiros vão às feiras chinesas, mas não se preparam para manter os contatos posteriores com as empresas interessadas.
As exportações das matérias-primas brasileiras para a China multiplicaram 35 vezes entre 2000 a 2010, mas as de manufaturados somente sete vezes, constituindo em preocupação para as autoridades. As empresas brasileiras necessitam, com celeridade, estabelecer um relacionamento mais profundo com as chinesas, integrando-se com elas. Entre muitas recomendações efetuadas pelo artigo mencionado, constam que os brasileiros devem ler o que está no novo plano quinquenal, mostrando como eles podem se inserir no seu contexto. Os contatos face a face são importantes, e contar com a participação deles no próprio empreendimento pode fazer uma grande diferença.
Alunos do Centro de Língua e Cultura Chinesa com o conselheiro da Embaixada da China no Brasil
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17 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: o livro de Henry Kissinger, sua contribuição no relacionamento com a China
O jornal The New York Times, com um artigo do Max Frankel, ex-editor executivo do The Times que cobriu a visita de Nixon-Kissinger à China em 1972, informa sobre o seu livro “On China”, de autoria de Henry Kissinger, 88, que acaba de ser publicado pela editora The Penguin Press. Ninguém pode perder este livro.
Henry Kissinger, alemão naturalizado norte-americano, viajou mais de 50 vezes para a China, e influenciou sete líderes de cada lado, dos Estados Unidos onde começou como assessor de segurança nacional e foi um importante secretário de Estado, e daquele país asiático. O autor do artigo atribui a ele uma parte importante do atual entendimento entre os dois países, fato importante para o mundo. Sempre teve uma visão dos conceitos estratégicos, mesmo nos momentos mais críticos do relacionamento bilateral.
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4 de maio de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Cultura | Tags: antioxidantes realçados, café com leite, chá preto com leite, chá pu’ehr com manteiga, chá verde com leite, China Daily, NHK-Special | 4 Comentários »
A colheita do chá verde de 2011 já começou ao sul de Quioto, região conhecida pelo excelente Uji-cha. A primeira colheita das folhas de chá – shincha ichibancha (chá novo, primeira colheita do ano) – ocorre após meados de abril; este ano atrasou um pouco devido ao longo e rigoroso inverno. O chá levado da China no período Nara (710-794) passou a ser mais consumido no Japão quando se tornou parte de ritual budista, e a cerimônia do chá se difundiu entre a aristocracia japonesa. A partir de fins da era Edo, quase século XX, com a introdução de técnicas de produção em massa, seu uso se popularizou. O chá começou a ser cultivado em Uji, arredores de Quioto, onde o clima tépido era propício. Propagou-se para a região da província de Shizuoka – hoje a maior produtora do chá verde (ryoku-cha) no Japão, seguida por províncias de Kyushiu, mais ao sul (Kagoshima, Miyazaki), que também produzem chás de excelente qualidade. Mas Uji-Quioto ainda é a referência do chá verde.
O chá verde japonês consiste, grosso modo, de gyokuro, matcha, sencha e bancha. Gyokuro é o chá superior produzido com folhas mais tenras cultivadas quase 90% à sombra, protegidas por anteparos feitos de bambu. O matcha, produzido da mesma forma, é processado em pó para uso exclusivo em cerimônias de chá. São bastante caros. O sencha provém de plantação de chá cultivado em pleno sol; suas pequeninas e pontiagudas folhas são de vivo verde dourado, de sabor e fragrância acentuados. Imediatamente após a colheita, as tenras folhas são aquecidas a vapor por uns 30 – 40 segundos para selar o sabor e barrar a fermentação, e são secas, pressionadas, enroladas e armazenadas em lugar fresco. Diferentemente do kôcha (chá preto tipo inglês), oolong ou pu’ehr (chineses), que passam pelo processo de secagem por calor, e podem ser conservados por mais tempo.
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2 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: circo renovado, intercâmbio internacional, livros históricos culturais, Sesc no fomento da cultura
O Sesc – Serviço Social do Comércio, na sua unidade de São Paulo, tem um setor específico que vem se destacando no fomento das atividades culturais, tendo o competente Danilo Santos de Miranda como diretor regional, estimulando iniciativas nacionais e intercâmbios internacionais. Dois exemplos recentes dão uma indicação da amplitude de suas atividades bem como o papel estimulador de patrocínios de empresas, dado o prestígio que conseguiu com a qualidade dos seus trabalhos.
Tendo uma editora própria, vem prestigiando livros de importância como o de autoria do Ricardo Ohtake e Carlos Dias. O primeiro é ex-secretário da Cultura do Estado de São Paulo e principal executivo do Instituto Tomie Ohtake e o segundo é um historiador e doutor pela Universidade de São Paulo. Trata-se do “Jardim da Luz, um museu a céu aberto”, que fornece um levantamento organizado de forma cronológica, com quase 150 registros iconográficos, produzido ao longo dos seus 200 anos, bem como outras documentações sobre este importante marco da cidade de São Paulo.
Ao mesmo tempo, Miranda prestigia iniciativas como o “Circo Roda”, que provoca uma inovação nas atividades circenses contemporâneas, agradando tanto as crianças como até intelectuais com o espetáculo “DNA – somos todos muito iguais”, que conta com o roteiro e a direção de Hugo Possolo, utilizando todos os recursos do circo tradicional, com palhaços, equilibristas, acrobatas, interação com o público, música e projeções visuais criativas. Estimula a reflexão sobre o sentido de nossas vidas, mostrando que além da racionalidade as emoções são relevantes, expressando a esperanças no desenvolvimento das ciências para atender os que sofrem de limitações.
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30 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Depoimentos | Tags: indicação recebida de Rafael Sugano, jovem harpista Agematsu Mika
Contamos com a visita frequente de algumas personalidades que nos enviam observações sobre os constantes erros gramaticais dos textos postados neste site, que tem um estilo pouco exigente na redação, que são sempre bem-vindas. Sempre que possível tentamos fazer as correções. Ao mesmo tempo, contamos com ótimas sugestões de assuntos que possam ser postados neste site, dada a sua orientação geral de contribuir para o intercâmbio entre a América do Sul e a Ásia, onde o exemplo a seguir é expressivo, e tomo a liberdade de aproveitar com um mínimo de edição.
Sou Rafael Sugano – leitor assíduo de seu blog (o que muito nos honra). Venho conversando com o senhor Jo Takahashi (o responsável pelo Jojoscope e um grande promotor cultural) sobre uma harpista profissional japonesa radicada na Colômbia chamada Agematsu Mika.
Ela começou a tocar a harpa paraguaia aos 13 anos, influenciada por sua mãe, também harpista profissional. Seu estilo é variado. Ela toca músicas folclóricas japonesas e, além disso, músicas de praticamente todos os países da America Latina, com um estilo alegre e muito prazeroso de se ouvir. Sua técnica é impecável. Além de ser jovem, bela e sorridente – dá a impressão que o sorriso é algo que faz parte das partituras de suas músicas.
O motivo por estar lhe recomendando, é porque creio que sua proposta de intercâmbio e fortalecimento dos laços entre America do Sul e Ásia, e convergem com os interesses dela.
Abaixo alguns vídeos:
"Cielito Lindo"
http://www.youtube.com/watch?v=2HGL8L8bi7Y
"Moliendo Cafe"
http://www.youtube.com/watch?v=WP3USxztYJk
"El Cascabel"
http://www.youtube.com/watch?v=RXkHeZ2xuj8
Rafael Sugano
Evidentemente, o que se encontra entre parênteses e em itálico foram acréscimos nossos. Agradecemos profundamente estas contribuições que gostaríamos de estimular. É possível que, por problemas técnicos, não se possa acessar diretamente os vídeos.
24 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: 3D da 20th Century Fox, animação de Carlos Santana, sucesso mundial
Imperdível, agrada a todos, até aos adultos. A tecnologia digital de alta definição em 3D hoje disponível não permite fazer paralelos com o passado, mas ajuda a levantar o moral dos brasileiros. A animação “Rio”, do consagrado carioca Carlos Santana (2011), que tem como personagem principal Blu, uma arara azul brasileira, ave em extinção, está quebrando recordes de arrecadação no mundo. Uma produção milionária da 20th Century Fox realizada em Holywood deve proporcionar um retorno elevado, podendo chegar ao Oscar com um grande roteiro e uma mensagem ecológica, ao mesmo tempo em que promove o turismo, visando tanto a Copa do Mundo como as Olimpíadas.
Outro importante desenho animado do passado, “Alô Amigos”, tinha como personagem Zé Carioca, criado por Walt Disney (1942) utilizando um papagaio do Brasil, na época em que Carmem Miranda fazia sucesso na terra do Tio Sam. Os Estados Unidos estavam cortejando os brasileiros que decidiram participar das Forças Aliadas com a FEB na Segunda Guerra Mundial, facilitando a travessia das tropas pelo Atlântico em direção à Europa. Ambos os filmes têm como pano de fundo a Cidade Maravilhosa, retratando seus atrativos, incorporando um pouco da “malandragem” carioca no bom sentido, despertando o orgulho dos brasileiros.
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