Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ter uma “fazenda” no quintal de casa é possível

23 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: Cotia, fazenda, quintal

Produzir o próprio alimento torna-se cada vez mais comum. Em meio ao caos da cidade grande, muitos encaram essa tarefa a sério

Verônica Mambrini, iG São Paulo

Há seis anos, o professor Luciano Legaspe não compra mais ovos ou leite. E zerou seu lixo orgânico. Nem sequer um talo de alface é recolhido pela coleta de lixo de Cotia, cidade onde mora, a 30 quilômetros de São Paulo. “Quando morávamos em apartamento, já separávamos a matéria orgânica para trazer para a chácara, nos fins de semana. Fui comprando os animais de pouquinho e a matéria orgânica era consumida por eles. O que eles não comiam virava adubo.” Vieram galinhas, coelhos, uma vaca, uma cabra, uma horta e o pomar. E o professor e sua família mudaram de vez para a chácara.

Como a criação cresceu muito, ele comprou um sítio, mas mantém uma pequena criação em casa. “A cabra e a vaca ficaram com a gente pelo menos uns cinco anos. Nunca tive problema com os vizinhos”, afirma. “Claro, a família precisa curtir; se sua esposa acha um absurdo, vira um problema.” O filho do casal, de sete anos, acompanha tudo e ajuda a cuidar da criação. A esposa de Luciano se encarrega de transformar o leite em diversos tipos de queijo, manteiga e chantilly. A vaca e a cabra rendem cerca de 15 litros de leite por dia, no pico da produtividade. “Muito mais do que a nossa necessidade”, afirma Luciano.

Para ter uma boa produção de ovos – que supra as necessidades de uma família de até quatro pessoas – ele afirma que bastam meia dúzia de galinhas e os restos orgânicos frescos da alimentação. “Com a sobra vegetal de uma família, você nunca terá que comprar ração. Dá para criar os animais tranquilamente. Uma galinha come no máximo 200 gramas por dia.”

De quebra, com a alimentação diversificada e o bicho criado ciscando, os ovos orgânicos tendem a ser de melhor qualidade do que os de granja, de acordo com o professor. “Galinha é onívora, e combate insetos. Quem mora em sítio gosta de galinha porque ela controla aranha e escorpião”, exemplifica. Luciano vê na sua criação mais do que autonomia: ele enxerga uma forma de vida diferente – mais equilibrada e possível. “Por que eu não posso ter um ganso em vez de um cachorro, para guardar minha casa?”

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Foto: Alexandre Carvalho/ Fotoarena

Galinhas, patos e gansos habitam a chácara


Profundas Mudanças Mundiais Provocadas pelo Japão

22 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: Educação mundial, mudanças, noticias nos jornais

O jornal japonês Yomiuri, cuja tiragem normal supera a casa da dezena de milhões de exemplares diários, tem o site Daily Yomiuri Online, que postou um interessante artigo escrito por Yuji Yoshikata e Taro Nishijima, correspondentes nos Estados Unidos. O título “Quake seen as ‘teachible moment’ in US” (tradução livre, O tremor parece um ‘momento de ensino’ nos Estados Unidos) informa que os lamentáveis problemas enfrentados pelos japoneses estão provocando discussões nas salas de aulas dos cursos secundários até no bairro de Queens,em Nova Iorque.

Matérias jornalísticas publicadas no The Daily Yomiuri, NHK’s Web site e The New York Times estão sendo aproveitados pelos professores para discussões em classe. A editora do Times, Katherine Schulters, informa que os assuntos relacionados com o Japão estão entre os dois dos cinco mais populares materiais de ensino atualmente. Um modesto site como este Asiacomentada triplicou as visitas recebidas depois de 11 de março último.

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Concerto de Lançamento do SOS Japão na Sala São Paulo

12 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Notícias | Tags: concerto transcorreu normalmente, destaques | 2 Comentários »

O concerto de lançamento do SOS Japão na Sala São Paulo, com a especial participação do Coro da OSESP, regida pela maestrina Naomi Munakata, e da Orquestra de Cordas da mesma orquestra, regida por Wagner Polistchuk, transcorreu conforme o programado pelos seus organizadores. Começou com o triste Réquiem, de Toru Takemitsu, três peças de Heitor Villa-Lobos e uma interessante Suíte Borboleta, de Yoshinao Nakata, que ficou restrita em dois movimentos.

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A surpresa acabou sendo a fala da Monja Coen, que vai postada a seguir:

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PARA QUE NÃO DIGAM QUE FALEI DE FLORES… SÓ DO JAPÃO

6 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Turismo | Tags: flores na Holanda, primavera no hemisfério norte | 2 Comentários »

O site da Folha de S.Paulo, no seu setor de turismo, dá uma ótima dica sobre as famosas tulipas, que encantam a todos nesta primavera do Hemisfério norte, que em menor escala está reproduzida na Holambra, no Estado de São Paulo. Os que desejarem podem acessar diretamente: http://www.keukenhof.nl/en/ , mas aproveitem também uma pequena amostra.

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Todos que pensam que encontrarão flores encantadoras somente nos trópicos, como na Mata Atlântica de onde são originárias muitas orquídeas,  poderão ser surpreendidos com os jardins do Hemisfério norte, no Japão, na Holanda ou nos Estados Unidos, pois a admiração da beleza é coisa universal, e faz bem à alma. O que sabemos fazer no Brasil é trabalhar duro, mas também saber viver…


Aprendendo a Conviver com o Belo na Adversidade

6 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: não ficar somente no trágico, observando o belo no Japão atual, reflexão sobre os assuntos tratados na mídia

Uma amiga jornalista brasileira no Japão mandou-me uma mensagem hoje pela manhã, já noite naquele país, que iria dormir pela primeira vez mais tranquila com a notícia da redução do despejo das águas radioativas das usinas de Fukushima Daiichi no mar. Refleti que neste corre-corre dos últimos dias todos só estamos ligados às notícias mais trágicas, sem a capacidade de apreciar também o belo. Morei no Japão por um tempo, e tenho visitado o país regularmente, mas quase sempre envolvido com os trabalhos não tive a capacidade de notar que neste início da primavera há mais que o sakura, como posto abaixo, para deleite de todos nós.

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O Intercâmbio Gastronômico Continua

25 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: a vida continua mesmo nos períodos de adversidade, necessidade de suportes, Shojin Ryori novamente no Brasil | 2 Comentários »

tanahashiEm que pesem todas as dificuldades do momento no Japão, a vida precisa continuar e, aos poucos, procuram-se manter as atividades que voltam para a vida normal. Entre eles, o intercâmbio entre o Brasil e o Japão no sentido de promover a gastronomia saudável, chamada Shojin Ryori, de origem budista e vegetariana. O consagrado chef Toshio Tanahashi, da Universidade de Arts and Design da Kyoto University, que já esteve no Brasil no começo do ano passado, voltou a nos visitar, pois ficou encantado com o país como a maioria dos estrangeiros.

Ele veio acompanhado do chef Koichi Mori, que mantém o seu restaurante em Sendai, uma das cidades japonesas mais atingidas pelos atuais terremotos e tsunamis no Japão. Ele relata que para chegar a Tóquio, o que levaria normalmente cerca de três horas, acabou necessitando de 14 horas de viagem no mesmo trecho, como reflexo das limitações que lá persistem. Ambos contaram com a ajuda fundamental do chef Shin Koike, do restaurante Aizomê, de São Paulo, e visitarão também a Amazônia, especificamente Belém, no Pará. Efetuarão também um workshop na Universidade Anhembi-Morumbí.

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Diferenças de Engajamento dos Japoneses e Estrangeiros

24 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: comportamentos diferentes diante dos riscos atuais no Japão, estrangeiros que estão se afastando das regiões de maior risco | 2 Comentários »

As empresas japonesas estavam num processo para aumentar a presença de estrangeiros nos seus quadros de funcionários, inclusive nas suas unidades no Japão. O jornal The Wall Street Journal, num artigo reproduzido em português pelo jornal Valor Econômico, mostra as dificuldades que estão ocorrendo entre eles, pois muitos estrangeiros que passaram a ser chamados de “flyjin”, uma fusão simplificada de duas palavras fly (voar) e gaijin (estrangeiro), procuraram se afastar das regiões que consideram de maior risco, inclusive para o exterior.

Lamentável e compreensivelmente, alguns países recomendaram aos seus cidadãos saírem do Japão, diante das contaminações baixas de radiações, além da continuidade dos terremotos, secundários para outras cidades asiáticas como Hong Kong, Cingapura ou localizadas mais ao sul, como a ilha de Okinawa, Osaka. Em sua maioria, elas apresentam idênticas dificuldades de terremoto ou efeitos mais graves de tsunami.

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Importante Instituição no Intercambio Nipo-Latino Americano

20 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: Kotaro Horisaka, papel da Universidade de Sophia – Tóquio, Rei Oiwa

Existem algumas instituições que vêm contribuindo de forma expressiva no intercâmbio do Japão com a América Latina e uma delas é a Universidade de Sophia de Tóquio, também conhecida como a Jochi Daigaku – Universidade Católica de tradição franciscana. É uma tradicional escola criada em 1913 na capital japonesa, onde por longo tempo foi dirigida por um consagrado brasileiro, Dom Lorscheider, parente de Dom Ivo e Dom Aloísio. Dedicou-se sempre aos assuntos latino-americanos, contando com um importante curso de língua portuguesa, onde se formaram centenas de pessoas que continuam tendo um papel importante neste intercâmbio.

Um destaque é o maior brasilianista conhecido no Japão, hoje professor honorário Kotaro Horisaka, uma das fontes mais importantes no intercâmbio nipo-brasileiro. Ele é filho de um diplomata que trabalhou no Brasil ainda quando a capital era no Rio de Janeiro, onde viveu parte de sua adolescência. Voltou a trabalhar no Brasil como correspondente do Nihon Keizai Shimbum, conhecido simplificadamente como Nikkei, o importante jornal econômico japonês. Fez parte de uma equipe que elaborou um importante estudo que incrementou as relações nipo-brasileiras, chefiada por Saburo Okita, consagrado economista japonês, depois ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão.

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Problema da Tradução do Coreano nos Acordos de Comércio

9 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: graves problemas de tradução entre línguas completamente diferentes, incorreções no FTA com a Comunidade Europeia

O importante jornal coreano Korea JoongAng Daily noticiou que o ministro do comércio daquele país, Kim Jong-hoon, admitiu que foram encontrados muitos erros na tradução para o inglês do FTA – Free Trade Agreement daquele país com a Comunidade Europeia. Já tinham sido localizados erros que foram corrigidos, mas novos foram apontados por um advogado. E como a Coreia está finalizando os entendimentos com os Estados Unidos no mesmo sentido, o assunto passou a ganhar uma grande importância.

Estes problemas das traduções e interpretações das negociações de representantes de países costumam gerar graves problemas. Principalmente ocidentais com os asiáticos, pois as estruturas dos idiomas são completamente diferentes, bem como o contexto cultural em que eles se inserem. Assim, ainda que algumas frases estejam corretas nas suas traduções e interpretações, podem ocorrer situações em que os entendimentos sobre elas entre as partes sejam diferentes. Trata-se de aspectos muito negligenciados que podem gerar graves problemas e litígios, provocando longas dificuldades futuras.

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Turismo na Índia e Conhecimentos Colaterais

4 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: Índia e suas atrações, informações da Folha de S.Paulo no seu suplemento de turismo, os demais aspectos econômicos

O competente jornalista Raul Juste Lopes, enviado especial da Folha de S.Paulo, publicou, no seu suplemento de turismo de 3 de março último, uma série de informações sobre a Índia e sobre o turismo que pode ser efetuado por aquele país, que apresenta uma série de atrações exóticas. Mas também fala da favela de Mombai, que mostra os dois lados da Índia atual, que acabou se tornando famosa com um filme amplamente divulgado por todo o mundo.

A disparidade entre os milionários hindus e a grande massa de seus pobres sempre foi destacada, e o contraste fica mais gritante com o recente desenvolvimento acelerado da Índia. Há 30 anos, a sua economia vem registrando um crescimento médio de 6% ao ano, com uma flutuação relativamente baixa. Certamente, a sua classe média cresceu bastante, estimando-se que cerca de 400 milhões de hindus podem ter o seu imóvel, adquirir um carro e dispor do conforto de todos os eletrodomésticos que desejam. Mas a distribuição de renda tende a piorar nos períodos de rápido desenvolvimento, pois os mais capazes acabam se beneficiando mais rapidamente dos frutos do crescimento.

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Taj Mahal, uma das oito maravilhas do mundo, é um dos maiores atrativos da Índia

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