23 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: aproveitamento da versão digital, aproveitando a saída de John Micklethwait do The Economist, avaliação dos concorrentes pelo Financial Times, mercados emergentes, redução da publicidade
Não é muito frequente artigos como o publicado por Henry Mance e Robert Cookson, do Financial Times, comentando concorrentes, que foi publicado no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico. Aproveitou-se a saída do editor John Micklethwait do The Economist passando para o Bloomberg para comentar a queda de receitas publicitárias, e a concorrência das edições digitais que são mais velozes, mas apresentam riscos de superficialidade. Estão procurando o aumento de leitores nos países emergentes como a China e a Índia, com o lançamento de produtos novos.
John Micklethwait que sai da editoria do The Economist e vai para a Bloomberg
Leia o restante desse texto »
23 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Política | Tags: necessidade de inovações, pronunciamento inusitado do papa Francisco, resistências às mudanças
Os meios de comunicação social bem como as autoridades da Igreja Católica presentes ao evento realizado no Vaticano para a mensagem de Natal do papa Francisco se surpreenderam novamente com suas atitudes. Seu pronunciamento foi inusitado, usando termos veementes para apontar as mudanças que precisam ocorrer na Igreja a partir de sua Cúria Romana, que permanece conservadora, quando o mundo precisa de novas mensagens. O papa vem dando seus exemplos, recusando as pompas que cercam a vida do sucessor de Pedro, procurando simplicidade nos contatos com seus fiéis, mas deve estar sofrendo resistências brutais daqueles que pretendem manter seus privilégios.
O assunto foi o tópico principal do Jornal Nacional da TV Globo, que está no http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/papa-francisco-surpreende-ao-fazer-duras-criticas-cupula-da-igreja.html. Mas também está nos principais jornais brasileiros, bem como do mundo.
Leia o restante desse texto »
21 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no The Japan Times, erotismo japonês no ukiyo-e, explicações necessárias, exposições no Museu Britânico
Um artigo publicado por Victoria James no jornal japonês The Japan Times permite melhor entendimento do erotismo japonês constante dos trabalhos de ukiyo-e de diversos artistas, que apresentam aspectos totalmente diferentes dos ocidentais. É preciso esclarecer que nas culturas orientais, como a japonesa, que ganha uma expressão artística invejável no ukiyo-e como os de Kitagawa Utamaro, cada vez mais valorizado no mundo ocidental, acaba se diferenciando pela ausência do sentimento de pecado que é um conceito eminentemente cristão, ainda que tenha origem nas concepções judaicas. Ela se refere ao livro “Shunga: Aesthetics of Japanese Erotic Art by Ukiyo-e Masters”, publicado pelo Japan´s Pie Books e Pie International. Conta com texto dos acadêmicos japoneses Aki Ishigami, curadora para a exibição no British Museum de Uragami Mitsuru e do historiador de arte Yukari Yamamoto, tendo a parte artística sob responsabilidade de Takaoka Kazuya. A edição apresenta 600 páginas bem ilustradas em dimensão de 30 por 21 centímetros, com papel adequado e coloração de elevada qualidade, segundo o artigo.
Ilustração constante do artigo no The Japan Times
É preciso atentar para estes detalhes culturais quando se comenta, por exemplo, as esculturas budistas hindus que apresentam as muitas posições para a prática do sexo, que seria um meio para aproximar os seres humanos do nirvana e não simplesmente do erotismo ocidental.
O primeiro estudo sobre “shunga” foi efetuado pelo livro de Timon Screech, professor da história da arte na Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres. Hoje, o “shunga” figura como “mainstream” e no livro citado consta detalhes como os do livro de fotos “Warai Jogo”, que apresenta detalhes do corpo de homens e mulheres como não constam na arte ocidental.
Mas também mostram detalhes do mobiliário das salas em que estão os amantes, alguns utensílios, além do “katana”, pratos de porcelana e escritos em livros de caligrafia, mostrando toda a arte dos seus autores. São detalhes que mostram o cuidado dos trabalhos destes artistas japoneses.
Nestas últimas décadas, explica a autora do artigo, houve um avanço significativo dos estudos destas obras, pois as autorizações legais do seu uso foram liberadas, resultando nas exposições como as feitas no Museu Britânico, além de trabalhos acadêmicos sobre o assunto.
No processo, estas gravuras eróticas revelam a arte, são documentos sociais e até trabalhos chocantes, hoje examinados com muito cuidado.
17 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo sobre a evolução da biotecnologia no Brasil no Valor Econômico, as dificuldades burocráticas existentes, necessidade de sensíveis aperfeiçoamentos
Um artigo publicado por Maria Alice Rosa no Valor Econômico, no suplemento especial sobre a indústria química, ainda que concentrado no assunto das pesquisas de biotecnologia, trata também do importante assunto relacionado com o aproveitamento da biodiversidade brasileira. Já postamos neste site que o Brasil necessita diversificar as suas possibilidades de exportação, aproveitando a vasta biodiversidade de que dispõe, pois não podemos depender mais da exportação de minérios e produtos agropecuários. Mas muitas pesquisas se tornam necessárias para que os conhecimentos rudimentares que possuímos sejam transformados em patentes utilizáveis na produção, notadamente quando comparado com outros países que estão intensificando seus trabalhos neste segmento, inclusive emergentes como a China.
As informações disponíveis dão conta que os conhecimentos desenvolvidos no exterior na indústria química estão sendo aproveitadas no Brasil, mas, quando se trata da biodiversidade disponível no país, os entraves burocráticos não facilitam as pesquisas locais que estão sendo menos intensivas do que as efetuadas no exterior. Adelaide Maria de Souza Antunes, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, informa ter efetuado um levantamento no Derwent Innovations Index que registra os depósitos de patentes. Em 2012, dos 3.611 depósitos, 2.075 eram da China e 535 dos Estados Unidos. Em produtos, do total de 11.825 pedidos, os brasileiros eram somente de 10, enquanto dos chineses eram 6.244, os Estados Unidos com 2.315, o Japão com 1.122, a Europa com 355, a Índia com 79. Evidencia que estamos muito longe do necessário.
As informações prestadas por Nelson Fujimoto, secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, dão conta que a legislação existente é um gargalo. É a MP 2186/2001 e um projeto de lei para melhorar o processo está no Congresso, tendo o número 7735/2014, depois de três anos de estudos. O pesquisador necessitaria somente de um registro para começar o seu trabalho.
O Brasil é o país que dispõe da mais ampla biodiversidade no mundo, mas não efetua as pesquisas para transformá-la em produtos patenteados
Também um projeto estaria permitindo a concessão de patentes hoje proibidas para substâncias extraídas de seres vivos e materiais biológicos, aguardando a votação. Existe um levantamento efetuado pelo IPEA, “Propriedade Intelectual e Aspectos Regulatórios em Biotecnologia”, sobre materiais biológicos patenteáveis em diversos países, sendo que no Brasil são poucos, e não são conclusivos, necessitando de pesquisas adicionais.
A China se tornou inovadora recentemente e está aumentando os seus trabalhos para o patenteamento, o que ainda não aconteceu no Brasil. Se o governo deseja superar a armadilha em que se encontra atualmente para aumentar suas exportações, terá que intensificar os trabalhos que permitam o patenteamento nesta área da biodiversidade.
16 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: as tentativas de relacionamento do Japão com a China, aspectos históricos a serem ressaltados, importância para o mundo
A convite do governo japonês, por intermédio do JICA – Japan Internacional Cooperation Agency, fizemos parte de um pequeno grupo que visitou muitos centros onde se praticam as apreciadas produções japonesa de diversos estilos. Começando pela região de Fukuoka, mais próxima à Coreia do Sul, foi possível constatar o importante trabalho executado pelos seus respeitáveis artesãos, alguns considerados Tesouros Nacionais Vivos por manterem as mesmas tradições por um longo período histórico. Fomos esclarecidos que estas técnicas, originalmente dos chineses, foram ensinadas aos japoneses pelos coreanos, como muitos outros aspectos dos atualmente considerados marcos da cultura japonesa. Os que visitam a Ásia sabem que a cerimônia do chá sofreu sofisticações no Japão, mas já eram conhecidos na China. Também o ikebana, muito apreciado no Japão, em seus diversos estilos, também são conhecidos na Coreia que também absorveram conhecimentos provenientes da China.
Quando o Japão ainda caminhava na consolidação de sua cultura, muitos religiosos visitaram a China para absorver conhecimentos como o do budismo. Na literatura como em muitos aspectos relevantes da cultura japonesa, todos admitem que as bases foram trazidas da China, que tinha uma tradição histórica mais longa. Foi somente depois da guerra sino-japonesa, já em fins do século XIX, que o Japão ocupou parte da China, estendendo seus domínios sobre a Coreia bem como a Mongólia. O que perdurou por pouco tempo, até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando foram derrotados. No entanto, no período nacionalista e militarista, desenvolveu-se no Japão um forte preconceito com as antigas colônias, como se tratassem de um povo com uma cultura superior.
Quando se desenvolvem novos esforços para a convivência pacífica, não somente do Japão com a China, mas também com a Coreia do Sul, visando uma consolidação de uma região no Extremo Oriente, parece que estas realidades históricas devem ser reforçadas, relevando pequenos incidentes que possuem pequena importância ao longo da história.
Mapa da Ásia, com a China, Coreia do Sul e Japão
O mundo passa por um período de dificuldades econômicas depois da crise internacional de 2007/2008. A Ásia pode desempenhar um papel relevante na recuperação, ainda que lenta e demorada, aproveitando o desenvolvimento da China, que de um país ainda emergente caminha para ser a mais importante em dimensão no mundo, ainda que limitada em termos per capita.
O Japão como a Coreia do Sul se destacaram no período pós-Segunda Guerra Mundial, firmando-se como tigres asiáticos que ampliaram suas exportações para todo o mundo, ainda que com fortes limitações nas suas disponibilidades de recursos naturais. Eram exemplos que estão sendo copiados por outros países, notadamente do Sudeste Asiático como também latino-americanos.
Não parece conveniente que estes papéis sejam esquecidos e que suas contribuições mundiais não voltem a ser relevantes, quando o mundo passa por uma nova fase de redução dos seus custos de energia, necessitando dos exemplos de desenvolvimento tecnológico como de formas racionais de aproveitamento dos seus recursos humanos.
Tudo indica que vale a pena pensar em temos de estadistas, com um horizonte mais amplo, capaz de proporcionar melhores condições econômicas, políticas e sociais para a humanidade. Possuem longas histórias com a acumulação de culturas invejáveis, ainda que suas populações estejam diminuindo e envelhecendo. Mas, também nestas áreas, eles podem transmitir conhecimentos de como lidar com estes graves problemas, proporcionando melhores condições para os seus povos.
16 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: desvios chocantes do conceito sobre o Natal, o que acontece no Japão, predomínio dos interesses comerciais no Ocidente
Pode parecer utópico, mas quando se depara como uma notícia publicada no jornal The Independent e republicada no site do O Globo onde se informa que um restaurante japonês colocou um cartaz avisando que na noite de Natal não seriam aceitos casais, pois os solteiros ficariam deprimidos, observa-se a distorção assustadora que esta efeméride está sofrendo no mundo. Já postamos neste site a experiência de um Natal passado no Japão, onde a data sequer é um feriado, pois os cristãos japoneses representam uma minoria insignificante da população. Para os brasileiros acostumados com intensas atividades neste período, fica muito estranha à experiência de um Natal no Japão. Lá, no máximo, está se ampliando os interesses comerciais das lojas, com a gritante distorção que a data é comemorada no Ocidente, com uma elevada quantidade de presentes para as crianças, familiares e amigos mais chegados, quando o correto seria este hábito para o Dia dos Reis, no começo de janeiro. No Japão, o que predomina são atividades românticas, com os casais lotando os motéis.
Natividade na Cappella degli Scrovegni por Giotto, obra que teria começado em 1311 e concluída em 1320
Mesmo no Brasil, há maior difusão das promoções comerciais com a confusão do Natal com a visitação dos Magos que deveria ser concentrada no dia 6 de janeiro, como acontece em alguns países da Europa, esquecendo-se do significado do nascimento do Salvador.
Mesmo os artistas medievais deram grande importância para a esta visitação dos Magos que teriam sido orientados pelas estrelas para chegar a Maria e a José, juntamente com o menino Jesus que teria nascido numa manjedoura, somente assistido pelos animais. Os presentes que lhe teriam sido levados pelos Magos seriam as justificativas para as atuais explorações comerciais, associadas às fartas refeições regadas por bebidas.
Muitas destas distorções se observam também em países de predominância cristã e católica. Eu me encontrava na noite de Natal em Veneza, na Itália, e procurei as igrejas com a minha família certo de que encontraria uma para assistir à Missa do Galo que deveria ser interessante. Mas acabei frustrado, pois todas estavam fechadas, e o máximo que se conseguia era uma transmitida pela televisão do Vaticano, com o papa celebrando a data.
Nestes períodos difíceis para a humanidade, seria oportuno recordar o verdadeiro espírito do Natal, quando Jesus se transformou num simples homem, nascendo numa modesta manjedoura para cumprir o que estava escrito nas Escrituras. Seu sacrifício seria indispensável para expiar a culpa dos homens. A data do seu nascimento mereceria uma reflexão, não sendo distorcido como está acontecendo agora, com todo respeito às demais religiões.
14 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no suplemento do The New York Times Internacional da Folha de S.Paulo, especialista em organização, forma de se descartas das coisas dispensáveis
Um interessante artigo de Penepole Green, originalmente publicado no The New York Times Internacional e reproduzido em português no suplemento semanal da Folha de S.Paulo, informa sobre a Marie Kondo que teria se tornado uma celebridade no Japão por estar ensinando a organizar a guarda de materiais que proporcionam alegria, e descartar as já usadas com um agradecimento. É preciso entender algumas coisas da cultura japonesa que podem estar influenciando nestes hábitos. De um lado, por influência da religião shintoista, todas as coisas podem ser consideradas sagradas, e merecem agradecimento na medida em que ajudam os seres humanos. Muitos japoneses, na virada do ano, fazem a revisão dos equipamentos que permitiram o trabalho durante os 12 meses que descansem alguns dias, cobertas e até com alimentos simbólicos, como um bolinho de arroz. De outro lado, com a tradição de um povo que foi pobre e tendo passado por necessidades, desenvolveu-se esta mania de guardar tudo, para uma remota possibilidade do seu uso futuro. Isto tende a acumular um depósito desorganizado, considerando “motainai” (um desperdício) livrar-se mesmo dos que tenham mínimas possibilidades de serem utilizados no futuro.
A técnica que estaria sendo disseminada por Marie Kondo parece pressupor que qualquer material dispõe de vida, como no xintoísmo, devendo-se descartar delas com um agradecimento pela ajuda que já deu a alguém. Haveria uma ordem para o armazenamento dos produtos necessários, de forma organizada, usando conhecimentos como o do origami ou do “furoshiki”, que é um simples pano que se torna uma embalagem, de forma a economizar o espaço e permitir que estes produtos mantenham a sua “alegria” de continuar existindo. Ela acumulou estes conhecimentos de forma prática ajudando a organizar as bagunças dos seus irmãos, bem como simples bibliotecas nas suas escolas, percebendo que poderiam ser dispostos em determinadas ordens, que acabariam sendo mais racionalmente usados.
Sou pessoalmente dos que precisam aprender estas técnicas, pois sou desorganizado e tendo a guardar quase tudo, o que vai acumulando materiais desnecessários até por décadas. Mas concordo que há um momento em que é preciso descartar muito do que é desnecessário, ou poderia ser útil para outros. Estou determinado a adotar estes novos hábitos, mesmo admitindo que no Japão, onde as estações do ano são mais definidas, isto seja mais fácil que no Brasil, onde é até possível ter quatro estações num mesmo dia, o que não permite descartar roupas, por exemplo, que estejam fora da estação. Mas as ideias básicas poderiam ser adaptadas para as realidades locais.
Marie Kondo organizando os depósitos
Armários organizados por Marie Kondo
Marie Kondo estava sendo procurada por pessoas que desejavam a sua ajuda profissional. Hoje, prefere dar aulas ou escrever sobre o assunto para preparação de outras pessoas que acabem organizando os seus depósitos.
Tratando se as coisas inanimadas como se estivessem vivas, elas acabam sendo melhores cuidadas, permitindo a sua melhor preservação como aproveitamento. Poderia se acrescentar que muitos dos produtos que se tornaram inúteis podem ser melhores utilizadas por outras. O hábito de doar de tempos em tempo o que se dispõe pode se tornar mais racional, na medida que possa ser aproveitada mais intensivamente por outras. Existem muitas instituições que possuem serviços de coleta, visando gerar até algumas rendas com suas vendas, depois de revisadas, tirando melhor proveito das suas utilidades.
Estas medidas se tornaram importantes no Japão pelas limitações dos espaços. Na proporção em que muitas residências também no Brasil estão se resumindo em espaços menores, estas medidas se tornam mais convenientes.
8 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: campeão mundial em Doha, exemplo de Cesar Cielo, exemplo de trabalho duro na natação em piscina curta, trabalho de equipe
Se existe um exemplo de que um trabalho persistente por muitos anos, aproveitando o que há de melhor no mundo, pode permitir que o Brasil conquistasse uma posição de destaque mundial, este é o da natação em piscina curta. O Brasil tornou-se campeão do mundo em Doha neste ano de 2014, acumulando nada menos que sete medalhas de ouro, numa modalidade esportiva em que, apesar de alguns destaques individuais, não é considerado uma potência tradicional. Já tinha ídolos como Ricardo Prado e Gustavo Borges na natação, mas foi Cesar Cielo quem se especializou em piscina curta, acumulando uma série de prêmios e estimulando outros brasileiros a seguirem seu exemplo, consagrados agora em Doha, incluindo uma medalha de ouro feminina.
Cesar Cielo, Felipe Franca, Marcos Macedo, Guilherme Guido: o revezamento 4x100m medley, campeão mundial da prova – Satiro Sodre / SSPress Publicado no site da Globo, edição de domingo 7 de dezembro
Comparando com países como os Estados Unidos e a Austrália, que nas últimas décadas se destacam na natação, considerados potenciais mundiais em qualquer competição deste esporte, dado o número limitado de atletas praticantes de alto nível, o Brasil teve que se especializar nas piscinas curtas. Mas, mesmo para tanto, teve que contar com Cesar Cielo treinando nos Estados Unidos e utilizando treinadores australianos que também atuam nas universidades norte-americanas. O Brasil conquistou:
AS MEDALHAS DO BRASIL EM DOHA-2014
Ouro – Revezamento 4x50m medley masculino
Ouro – Felipe França, 100m peito
Ouro – Revezamento 4x50m medley misto
Ouro – Cesar Cielo, 100m livre
Ouro – Etiene Medeiros, 50m costas
Ouro – Felipe França, 50m peito
Ouro – Revezamento 4x100m medley masculino (Cesar Cielo, Felipe França, Marcos Macedo, Guilherme Guido)
Prata – Nicholas Santos, 50m borboleta
Bronze – Cesar Cielo, 50m livre
Bronze – Revezamento 4x50m livre misto
Cesar Cielo começou esta epopeia em 2006 quando se transferiu para Auburn nos Estados Unidos para ser treinado pelo australiano Brett Hawke, numa bolsa para estudo de Comércio Exterior. Em 2008, ganhou sua medalha de ouro com recorde olímpico com 21s30. Antes, Ricardo Prado tinha obtido em 1984 a medalha de prata em 400 metros medley e Gustavo Borges em 1992 também medalha de prata nos 100 metros livre e medalha de prata nos 200 m livres em 1996. Cielo sofreu advertências pelo uso de produtos proibido, mas totalmente absolvido de suspeita de doping.
O que parece importante é que existe agora uma grande equipe que não se resume em poucos ídolos, mas diversos em modalidades diferentes. É evidente que para as competições futuras até chegar as Olimpíadas de 2016 existem muitas etapas e esforços que deverão ser desenvolvidos em várias frentes.
Mas parece que já ficou demonstrado que, mesmo em modalidades esportivas onde o Brasil não conta com tradição histórica, existem possibilidades de se formarem equipes competitivas, ainda que isto exija a presença no exterior e uso de treinadores de reconhecida capacidade internacional.
6 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigos de peso sobre Antonio Carlos Jobim, digno deste grande compositor brasileiro, observações de renomados especialistas, uma coleção fora de série
Por mais que se admita que todas as avaliações, inclusive esta, sejam influenciadas pelas preferências pessoais, se existe quase uma unanimidade nacional e internacional é que o compositor brasileiro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim está entre os mais destacados no mundo recente. Com uma sólida formação em música erudita, ele tinha um ouvido absoluto, como ressalta sua irmã Helena Jobim, capaz de perceber nos sons da natureza a magia que o inspirou a contribuir numa das fases mais ricas da musica popular que não é só brasileira, mas se inseria também numa brilhante do que há de melhor no jazz, contando com parcerias nacionais e internacionais da mais elevada qualidade. Captar todo este fenômeno em alguns poucos artigos é uma rara felicidade que conseguiu o suplemento Eu & Fim de Semana, do Valor Econômico, tão bem dirigido por Robinson Borges. Tornou-se um documento para ser guardado para a posteridade, de leitura obrigatória de todos quando se interessam pelo assunto.
O suplemento começa com um artigo competente de Tárik de Souza que faz um apanhado geral da obra de Jobim, que está no http://www.valor.com.br/cultura/3805234/nao-e-o-fim-do-caminho. O site do Valor Econômico recomenda ainda no mínimo a leitura de:
"A fonte de criação dele era a mata" (breve entrevista de sua irmã Helena Jobim a Tom Cardoso);
‘Tom não gostava de ser bajulado’, diz Cabral (depoimento de Sérgio Cabral);
Orquestrações sobre uma estátua (também de Tárik de Souza);
Uma frutífera aliança com o jazz (artigo de Fabricio Vieira);
À Mesa com o Valor: Jaques Morelenbaum – Por causa de você (entrevista de Robinson Borges);
Mas, eu ouso recomendar também a leitura do artigo de Carlos Calado sobre Eumir Deodato e o seu dom de arranjar, que Jobim elogiou pela orquestração de 12 de suas canções, ainda quando tinha somente 22 anos.
80 milhões de americanos presenciaram o encontro musical entre Antonio Carlos Jobim e Frank Sinatra pela NBC
São destacadas as parcerias de Antonio Carlos Jobim com monstros sagrados como João Gilberto, Vinicius de Moraes, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Stan Getz, Sarah Vaughan, Chico Buarque, Benny Goodman, Count Basie e de tantos outros, os já estavam consagrados como outros ainda desconhecidos em ascensão.
Suas músicas estão entre as mais tocadas no mundo, competindo com as dos Beatles, como a sua Garota de Ipanema, com arranjos dos mais sofisticados executados pelos mais consagrados músicos. Seu papel na consolidação da Bossa Nova bem como a sua divulgação universal não tem paralelo com nenhum outro artista brasileiro.
Nestes 20 anos após a sua morte, todos os brasileiros têm motivos de sobra para se orgulhar ao contar com um patrício deste naipe, reconhecido pelos músicos mais consagrados, como os apreciadores de bons momentos.
Se a música brasileira é respeitada no mundo, uma boa parte deve-se à qualidade de músicos como Antonio Carlos Jobim, motivo de orgulho para todos nós.