11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: controle dos setores financeiros nos planos de saúde, grupos financeiros internacionais, rede de faculdades, tendências preocupantes | 4 Comentários »
Os jornais continuam noticiando que empresas privadas brasileiras relacionadas com a saúde e com a educação superior estão passando cada vez mais para o controle de fundos financeiros estrangeiros. Mesmo que não exista nenhuma preocupação xenófoba, é preciso entender que estes fundos financeiros estão preocupados somente com a maximização dos seus retornos de seus investimentos, pouco se preocupando com a qualidade dos seus serviços e o atendimento adequado dos seus clientes. Além de redes de hospitais que já passaram para este controle, os seus centros de decisões estão distante da realidade brasileira, envolvendo também planos de saúde e laboratórios que prestam serviços na análise de elementos que permitem um diagnóstico mais adequado. Não se pode afirmar que existem dificuldades de tecnologia, e os resultados financeiros mais expressivos só podem ser obtidos quando seus custos de captação de recursos são mais baixos e estejam focados na maximização dos seus resultados, mesmo com prejuízo na qualidade dos serviços prestados. Não há como esperar serviços de melhor qualidade, se não estão centrados nestes objetivos.
De forma semelhante, algumas redes de instituições de ensino superior estão também passando para estes fundos estrangeiros. Novamente, não se pode entender que estes fundos disponham de sistemas de administração destas faculdades que lhes proporcionem melhores resultados. Verificando-se as elevadas cifras envolvidas nestas operações, os analistas mais experientes acabam entendo que os resultados só podem ser melhorados com a redução dos seus custeios, que podem implicar na queda da qualidade dos serviços prestados.
Amil, Fleury, Anembi Morumbi e Anhanguera: vendidos para fundos estrangeiros
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11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo sobre educação online nos Estados Unidos, dilemas, Moocs | 2 Comentários »
Um artigo publicado no site da revista The Economist informa sobre a possibilidade de que o ensino online, que está se multiplicando nos Estados Unidos, venha a prejudicar a custosa economia da educação superior naquele país. O tradicional sistema de ensino superior não teria se modificado sensivelmente desde o século XI, mas com a intensificação do uso dos sistemas eletrônicos está se processando uma rápida alteração no quadro. Os professores estão publicando suas aulas e palestras na web, e os alunos se interagem uns com os outros, e apresentam seus trabalhos por e-mail. Mesmo os que frequentam os campus universitários estão complementando seu aprendizado pela internet, deixando somente as salas de aula para os exames finais.
As universidades estão juntando os seus esforços no chamado MOOCs – Massive Open Online Courses, de forma independente, e apesar de estarem na fase experimental, podem dar uma luz sobre a economia do ensino superior e suas mudanças. Duas forças estariam sustentando as universidades: a proximidade física dos estudantes com os demais, professores e instalações, cujo custo marginal seria elevado; a produtividade na universidade seria difícil de ser elevada, pois cada professor poderia ensinar somente algumas centenas de alunos cada semestre, e docentes adicionais acabam reduzindo os salários para níveis mais modestos.
Universidades de Harvard, MIT e Princetown
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7 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo de Kevin Short no Japan News, mukurfoji, razões de muitas arvores, visitas aos templos Xintoístas e Budistas
Mesmo que o longo inverno japonês ainda não tenha sido totalmente superado, a população começa a comemorar a chegada da primavera, ainda que as temperaturas estejam baixas. Estas mudanças de estações são importantes para os japoneses e outros povos que habitam regiões temperadas no mundo, mais do que para aqueles que vivem em regiões tropicais como do Brasil, onde as diferenças das estações do ano não são tão marcantes, condicionando toda a forma de viver destes povos. Kevin Short é um naturalista e antropologista, professor da Tokyo University of Information Sciences, e escreve regularmente para a imprensa acerca de suas pesquisas sobre plantas e árvores no Japão, bem como o seu folclore.
O mês de fevereiro ainda não permite as floradas como das cerejeiras que são as festas para países como o Japão. No calendário koyomi asiático tradicional, a última terça feira marcou o Risshun, ou o início oficial da primavera. No cômputo lunar, a primeira lua do Ano Novo marca o evento, e no caso chinês passou-se do Ano da Serpente para o do Cavalo com o Ano Novo Lunar. Bastante comemorado usualmente com os fogos tipo traques, além de afastar os demônios permite a reunião das famílias para apreciarem os bolinhos que são preparados para a data. Mas no Japão, o sol foi subindo lentamente sobre as encostas nevadas do Monte Fuji, alimentando as esperanças de dias melhores.
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4 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: influência confuciana, os idosos americano-asiáticos, realidade com idosos de todas as origens, suplemento do The New York Times
Um artigo publicado em português no suplemento do The New York Times encartado na Folha de S.Paulo descreve a situação dos idosos americano-asiáticos mostrando não só os dramas deles, mas de todos os idosos que continuam aumentando em todo o mundo proporcionalmente. Mas, fortemente influenciados pelos ensinamentos de Confúcio, muitos asiáticos sentem a necessidade de assistirem seus idosos, mesmo sacrificando a necessidade de cuidarem de suas próprias vidas. Na medida em que estes idosos não possuem a capacidade de se comunicar adequadamente em inglês, havendo também uma cultura diferente, não se ajustam às clínicas locais que se multiplicam para atender os idosos norte-americanos.
O artigo começa a referir-se aos idosos de origem vietnamita com doenças como Alzheimer que imaginam estar retornando à sua terra natal e precisam ser cuidados pelos seus descendentes que deixam os seus empregos. Como estes casos são muitos, existem organizações que procuram orientar os cuidadores nos seus pesados encargos que acabam estressando a todos, ainda reforçado pelo senso de responsabilidade de uma cultura que lhes foram incutidas ao longo do tempo nos seus países de origem.
Foto: Burger/Phanie/Rex Features Foto: Jessica Kourkounis/The New York Times
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1 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: a falência das sociedades, a preocupante lógica na sua liberação, os paralelos com os cigarros e bebidas alcoólicas
As controvertidas argumentações que a liberação do uso da maconha para fins medicinais e recreativos que está ocorrendo em diversos lugares do mundo é preferível às imposições de restrições adicionais de difícil controle são preocupantes. Não se trata de um posicionamento idealista ou moralista com falta de pragmatismo, mas da necessidade de considerações mais profundas sobre o que está em jogo. Muitos fazem paralelos com o uso das bebidas alcoólicas ou do fumo, admitindo que existam inconvenientes que precisam ser minimizados, com um reconhecimento da nossa dificuldade para controlar os problemas insanáveis. Todos implicam em elevados custos para a sociedade, que acabarão sendo arcados por todos para atender as aspirações de outros que pensam ao contrário.
Tanto no caso do cigarro como das bebidas alcoólicas são desenvolvidas campanhas mostrando os danos para a saúde, bem como aumento dos desastres evitáveis decorrentes dos seus usos, que implicam em pesados custos. Não se discute mais se o cigarro causa danos à saúde, obrigando publicidades dos casos dramáticos como de câncer nos pulmões, que implicam em elevados gastos que são arcados por toda a população nos seus tratamentos e cuidados paliativos, e tudo indica que em muitos segmentos o seu uso tenha reduzido, ainda que aumentado em outros, como entre as mulheres e os jovens. De forma análoga, o uso exagerado de bebidas alcoólicas aumenta os desastres como os rodoviários, ceifando vidas inclusive de inocentes, provocando restrições para serem servidos nos estabelecimentos localizados nos arredores das estradas, mesmo admitindo que seja de alcance limitado, mas transmitindo o conceito que é uma medida restritiva.
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26 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aproveitamento de experiências de outros lugares, escolha de prioridades, muitas sugestões apresentadas, procura da eficiência, recursos limitados, visão de futuro
Em função dos 460 anos de São Paulo, muitas sugestões foram apresentadas, muitos procurando uma visão de longo prazo como o Plano Diretor, enfatizando os problemas mais agudos de mobilidade, além da aspiração de maior participação da população nas decisões que afetam a todos, procurando aperfeiçoamentos em muitas coisas que já estão sendo efetuadas. Parece que há necessidade que estas sugestões encontrem formas operacionais para serem aproveitadas, considerando as limitações naturais dos recursos, respeitando as tendências futuras desta metrópole, aproveitando e adaptando mecanismos que estão funcionando adequadamente em outras localidades. Muitas sugestões foram formuladas, mas parece que há necessidade de que sejam adequadamente agrupadas num conjunto orgânico para poderem receber as críticas da população, que são sábias sobre suas necessidades, e que podem complementar os de seus representantes escolhidos eleitoralmente.
Existem tendências que estão se observando em metrópoles como São Paulo em todo o mundo e que são inexoráveis. Uma decorrente da evolução demográfica, que é condicionante implacável com diferenças nas muitas regiões desta metrópole, como aumento relativo da população idosa, que já supera os 20% em muitos bairros. Outro seria a disseminação crescente dos meios de comunicação eletrônica, com custos decrescentes, que permitem um processo de interação das autoridades com a população, que ainda não está sendo utilizados, considerando as diferenças entre as diversas localidades, que podem atender com eficiência as aspirações de maior participação nas decisões. São aspectos que já contam com experiências exitosas em outras metrópoles semelhantes com São Paulo.
Editoria de Arte/Folhapress
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26 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: descoberta do filão japonês, produções recentes de 2013, sucesso editorial com Musashi de Eiji Yoshikawa, traduções refinadas
Certamente foram as publicações dos dois volumes monumentais de Eiji Yoshikawa, Musashi, nas suas muitas edições que a Editora Estação Liberdade descobriu que assuntos relacionados com a cultura japonesa tinha um público no Brasil, podendo ser um sucesso editorial. Com as traduções e notas competentes como de Leico Gotoda, descobriu-se que, além das obras propriamente ditas que se referiam às culturas muito diversas da Ocidental, havia um espaço importante para esclarecer sobre aspectos nem sempre familiares aos leitores brasileiros, enriquecendo a todos com importantes conhecimentos culturais adicionais que ajudavam na compreensão adequada de trabalhos consagrados de escritores japoneses.
Recentemente, em 2013, publicaram outros trabalhos do Prêmio Nobel de Literatura de 1968, Yasunari Kawabata, como A Gangue Escarlate de Asakusa, onde o bairro mais tradicional de Tóquio é descrito numa época específica. Situa-se no começo da Era Taisho (1923) quando o Japão tinha grande interesse no que acontecia no Ocidente, ao mesmo tempo em que coisas do Extremo Oriente Asiático, notadamente do Japão, despertavam atenções dos intelectuais modernistas de Paris, como expressos nas pinturas que apresentam alguns objetos japoneses. Outro trabalho de grande interesse de Natsume Soseki, como Sanshiro, refere-se ao começo do século, mostrando o fascínio que o conhecimento proveniente do Ocidente exercia sobre os escritores japoneses, inclusive nos alunos que frequentavam a Universidade de Tóquio de então.
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24 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: atenções concentradas na mobilidade, discussões necessárias, necessidade de considerar a metrópole, tratamento isolado da cidade, visões de longo prazo
Ainda que o jornal Valor Econômico tenha publicado um suplemento especial sobre São Paulo neste seu aniversário, parece que os agudos problemas atuais da mobilidade na cidade tenham dominado as preocupações, imaginando que uma visão de longo prazo ajudaria a resolver os seus problemas. Parece que esta metrópole é mais complexa, merecendo ser considerada no papel que ela desempenha no Estado de São Paulo e no Brasil. O seu Plano Diretor deve dar uma visão de longo prazo das diretrizes a serem perseguidas, abrangendo todos os aspectos, inclusive cultural, educacional, de saúde, de assistência social, na sua contribuição para a economia brasileira, na geração de inovações, nos relacionamentos internacionais entre outros aspectos, e também na função da metrópole servir como residência e local de trabalho para a sua população.
Não se pode pensar no seu Plano Diretor sem considerar as inundações que sofre todos os anos, a poluição que continua suportando, a necessidade de reciclagem do seu lixo, seus problemas de esgoto, de abastecimento energético, os problemas do seu abastecimento, de comunicações, de lazer e inclusive seus problemas de congestionamento. O transporte é um dos seus problemas, mas não o único. As soluções a serem perseguidas ao longo dos próximos anos necessitam ser integradas, considerando o sistema em que está inserido, pois as soluções de uns podem afetar outros. O que está no suplemento é frustrante, não considerando o todo em que a metrópole está inserida.
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24 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Educação, Notícias | Tags: 80 anos de sua fundação, o papel da Missão Francesa, os problemas atuais, suplemento especial de O Estado de S.Paulo
Os paulistas até exageram no seu orgulho de contarem com a Universidade de São Paulo, sustentada com recursos do Estado, considerada ainda a melhor da América Latina, que foi organizada em 25 de janeiro de 1934 com a significativa ajuda da Missão Francesa, com contribuições inestimáveis de professores como Claude Lévi-Strauss, Fernand Braudel e Roger Bastide, entre muitos outros. Já existiam faculdades isoladas em São Paulo como a de Direito, Medicina e outros, e elas foram agrupadas na Universidade de São Paulo, que passou a contar com novas como a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, e cujo campus se tornou uma realidade na década dos sessenta do século passado. Muitos terão interpretações diferentes, como é normal numa Universidade, mas uma das marcas mais forte foi o Humanismo que herdou da tradição europeia e francesa.
Depois da Segunda Guerra Mundial, passou a receber uma forte influência das universidades norte-americanas, que levaram a uma tendência de especialização, até exagerada em alguns setores. Com seu Conselho Universitário onde predominam os hoje professores titulares com carreiras consolidadas ao longo do tempo, parece exagerada a preocupação com as vantagens da aposentadoria, que não proporciona a concentração de suas atividades nas pesquisas, principalmente as básicas, indispensáveis para a geração das inovações para a sociedade brasileira, mesmo com todos os méritos que possam ser creditados para os seus componentes. O jornal O Estado de S.Paulo publica um suplemento especial para os 80 anos da USP.
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23 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: aplicações nos paraísos fiscais, casos de parentes de autoridades poderosas, investigações de jornalistas, tradição chinesa
Desde o período das Rotas da Seda, os chineses desenvolveram habilidades comerciais nos relacionamentos com outros países. E todos sabem que os comerciantes, em qualquer país do mundo, procuram reduzir os tributos que pagam para as autoridades. Como na China houve muitos períodos de guerras internas, consolidou-se uma perigosa cultura para evitar os pagamentos de impostos que para eles não seria moralmente condenável. Há naquele país uma ideia que “os senhores feudais efetuam as guerras e tomam os bens da população, e os governos atuais os fazem pelos tributos; evitar estes confiscos seria um meio de defesa da população”. Muito antes do comunismo de Mao, já havia na China uma tradição da população se defender do governo nestas apropriações, preferindo ativos que poderiam ser escondidos e mais facilmente transportados, quando necessários.
Uma matéria longa e ainda em elaboração por um grupo de jornalistas como Marina Walker Guevara, Gerard Ryle, Alexa Olesen, Mar Cabra, Michael Hudson e Chistoph Geisen mostra que os registros que vazaram naquele país e fora dele revelam ativos da elite chinesa nos paraísos fiscais. Foi divulgada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (The International Consortium of Investigative Journalists) recentemente, envolvendo suspeitas sobre funcionários do governo chinês e seus familiares, associados com a China e diversos outros países, adotando o uso de empresas e contas bancárias secretas entre chineses espalhados por eles. Sabe-se que muitos grandes bancos internacionais atuavam para oferecer seus serviços visando aplicá-los em paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens Britânicas, contratando parentes de líderes influentes.
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