16 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ampla cobertura de temas profundos, edição com grandes destaques, suplemento rico do Valor Econômico
Ainda que sempre existam matérias que atraem os leitores mais interessados em análises de profundidade, o atual número do suplemento deste fim de semana do jornal Valor Econômico merece um especial destaque. Os assuntos abordados começam com Donaldo Richie e os mais de quarenta livros deste norte- americano que chegou ao Japão em 1947 e se especializou naquele país, falecido recentemente. Não só publicou livros que constituem uma verdadeira enciclopédia sobre os mais variados aspectos daquele país, como incontáveis artigos que inspiraram artigos postados neste site. Ele chegou a ser comparado a Lafcadio Hearn que se tornou japonês, cujos livros sobre o Japão são considerados clássicos no mundo.
O suplemento aborda também Nicholas Geogescu-Roegen, o primeiro economista que falava também sobre ecologia, já em 1970. Sobre literatura brasileira apresenta uma longa entrevista com Lygia Fagundes Telles, escritora que completa 90 anos, bem como foram pesquisar em Palmeira dos Índios, em Alagoas, as origens de Graciliano Ramos, que se tornou o artigo de capa. Ainda trata de Natalie Nougayrède que assume o comando do importante jornal Le Monde, além de outros assuntos.
Graciliano Ramos
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14 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: eleição do cardeal Jorge Mario Bergoglia, escolha do nome Francisco, jesuíta na Ásia, São Francisco Xavier
Surpreendendo a todos os chamados especialistas em Vaticano, o cardeal jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio acabou sendo eleito Papa, tendo escolhido o nome Francisco. Ele representa uma grande inovação na Igreja Católica Apostólica Romana, pois acaba sendo o primeiro sob diversas qualificações. É o primeiro Papa jesuíta, o primeiro Papa das Américas, o primeiro a escolher o nome Francisco, procurando corresponder ao anseio de renovações na Igreja Católica e marcando as características do seu pontificado. Existem dois renomados santos que levam o nome Francisco: o de Assis e o Xavier, o primeiro que apesar de ter nascido rico, optou pela pobreza e ficou ligado aos animais e ao meio ambiente, sendo que o segundo tem um forte relacionamento com a Ásia onde atuou como missionário evangelista, região do mundo onde muitos são seus adeptos, também caracterizado pela sua humildade.
As informações sobre os principais motivos que teriam levado em conta seus colegas cardiais para a sua escolha para Papa teriam sido a sua humildade e sobriedade, além do seu empenho na evangelização com nítida prioridade para os pobres, fugindo dos padrões que acabaram marcando o exagero do Vaticano, cujas características encontram-se em questão. A escolha do nome Francisco tem sua marca pessoal, que caracteriza a sua opção por uma vida franciscana que terá limites pela pompa que cerca o protocolo da nova posição de Papa, chefe da Igreja Católica que tem o status de Chefe de Estado. Informa-se que na Argentina, onde este filho de imigrante italiano nasceu, ele costumava preparar a sua própria comida e utilizar o transporte público, ainda que tivesse a posição de cardeal exercendo suas funções de bispo em Buenos Aires.
Papa Francisco e pinturas de São Francisco de Assis e São Francisco Xavier
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12 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Asahi Shimbun, invenção japonesa, jogo de futebol de robô para estimular estudos de engenharia
Um interessante artigo foi publicado por Keiko Sugiyama no jornal de grande tiragem no Japão, o Asahi Shimbun. Um jogo de futebol de robô controlado por rádio está sendo oferecido como um kit de automontagem para estimular as crianças a desligarem as televisões e jogarem uma contra outra usando um computador. 16 crianças do ensino fundamental utilizaram ferramentas, parafusos e porcas para montar os jogadores de robô de plásticos, num centro para estímulo de várias vocações. Elas trabalhavam na montagem de placas para os robôs, que empurravam a bola com seus pés a fim de colocarem no gol.
Os robôs, como os humanos, tinham que determinar o ângulo para definir a trajetória da bola. Os robôs podiam driblar os adversários. Um menino de dez anos informava: “a parte mais interessante é a forma como posso fazer alterações para ajustar os chutes exatamente como quero”. A empresa IAI de Shimizu Ward, Shizuoka que tem uma indústria de brinquedos de plástico está muito ligada ao futebol do Japão.
Foto: Asahi Shimbun)
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8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: livro publicado em 1971 pela Cambridge University Press, Nicholas Georgescu-Roegen, professor visitante na FEA-USP, versão em português
Houve um período na história da FEA-USP – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo que o intercâmbio com o exterior e a vinda de importantes professores já consagrados mundialmente eram mais intensivos. O reconhecido professor Nicholas Georgescu-Roegen esteve por alguns anos como visitante dando suas lições e ajudou a ampliar as possibilidades de formados na Faculdade poderem obter mestrados e doutorados em consagradas universidades no exterior. No próximo dia 20 de março, haverá um lançamento do seu livro, em português, com a participação do professor Delfim Netto que foi diversas vezes ministro e conviveu com ele, e Ibrahim Eris, que foi presidente do Banco Central do Brasil, que foi orientado pelo professor na Universidade de Vanderbilt, conforme nota postada no site da Amália Safatle.
Além do seu profundo conhecimento de ciência econômica, raro no Brasil da época, Georgescu-Roegen publicou o seu livro “The Entropy Law and the Economic Process” pela prestigiosa Cambridge University Press, em 1971, possivelmente um dos primeiros dos economistas de primeira linha que se preocupavam com o meio ambiente, como destaca José Eli da Veiga, ex-professor na FEA-USP no prefácio do livro na versão brasileira. Ele cruzava o conhecimento econômico com o da Física e da Biologia, bem como História e outras ciências sociais, demonstrando uma formação universal, como era mais frequente na Europa daquele período, prejudicado pela excessiva departamentalização do conhecimento que ocorreu nos Estados Unidos.
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6 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: bailão sertanejo, características dos imigrantes, semelhanças que envolvem apreciadores locais, vídeo da Globo no Japão
Todas as comunidades de estrangeiros que vivem em outros países acabam adotando, ainda que com algumas defasagens, costumes que fizeram sucesso nos seus países de origem. Os brasileiros que formam uma comunidade em torno de 200 mil pessoas no Japão, segundo matéria postada no site voltado para eles http://www.web-town.org/comunidade.php informa que os bailões sertanejos que parecem já ter passado do seu auge no Brasil, fazem sucesso no Japão, que acaba atraindo não somente brasileiros, mas alguns dos seus amigos e japoneses locais sempre interessados em novidade.
Esta tendência à cristalização da cultura dos imigrantes é constatada por diversas pesquisas em comunidades étnicas, reforçando suas características marcantes com mais ênfase do que no país de origem. Até hoje os concursos de karaokê, por exemplo, são populares no Brasil, principalmente entre os descendentes de imigrantes japoneses, mas envolvendo também os locais que não possuem esta característica. Entre os imigrantes de origem alemã são marcantes os festivais, como os de Santa Catarina, que envolvem o consumo de grandes volumes de cervejas, com uso de roupas características e músicas com fortes características da Baviera, no sul da Alemanha. Algo semelhante acontece originalmente com os descendentes de italianos na famosa festa da Igreja N.S. de Achiropita em São Paulo, mas que acabou sendo uma tradição dos paulistanos de todas as origens.
Assista ao vídeo sobre os bailes sertanejos pelo link: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=GsRwDH4lD5w
Oktoberfest e a tradicional festa da Achiropita, no Bixiga
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4 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: de Oscar Fussato Nakasato, divulgação no Japão, editora Benvirá, livro “Nihonjin”, prêmio Jabuti na categoria romance 2012
Apesar do prêmio Jaboti na categoria romance em 2012, o autor Oscar Fussato Nakasato só é conhecido nos ambientes literários, ainda que a premiação tenha sido divulgada por muitos órgãos da imprensa. Seu livro “Nihonjin”, da editora Benvirá, só veio a ser de meu conhecimento por intermédio do WebTown, um site do Japão, que postou um artigo com a entrevista concedida pelo autor à Marly Higashi, da Alternativa Higashi, mostrando que não conseguimos ficar atentos a todos os assuntos. O livro decorre do seu trabalho de doutorado em Literatura Brasileira, e ele dá aulas de Produção de Texto e Comunicação Linguística na Universidade Tecnológica do Paraná, no campus de Apucarana naquele Estado. Apesar de baseado na história de seu avô Inabata, seus filhos e netos foi transformado em romance.
Segundo a entrevista, o livro trata das crises de identidade, relatando as dificuldades de imigrantes e seus descendentes na sociedade brasileira, um tema tratado por diversos autores, não somente nikkeis, mas descentes de imigrantes de diversas origens não somente no Brasil. Vamos procurar seu livro para verificar melhor a sua posição refletida neste romance, pois Maringá no Estado do Paraná, onde parece que ele foi criado, tem a fama de se tratar de uma localidade onde esta integração foi das mais difíceis para alguns segmentos da comunidade.
Oscar Nakasato e capa do seu livro Nihonjin
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4 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Brasil na Copa Mundial de Baseball, histórico, perspectivas, surpresa para os japoneses
O baseball foi introduzido pelos imigrantes japoneses no Brasil, apesar de originária nos Estados Unidos, onde continua sendo considerado um dos esportes profissionais mais prestigiados naquele país. Mas deixando de ser praticado predominantemente por seus descendentes, a seleção brasileira impressionou os japoneses em Fukuoka, na abertura do World Baseball Classic, o Campeonato Mundial de Baseball, que começou ganhando do Japão calando a sua torcida. A partida ficou empatada quase até o final, e o Japão só veio a derrotar os brasileiros na oitava entrada (inning), com a partida terminada por 5 a 3 na nova entrada, como noticiada nos grandes jornais japoneses, inclusive pelo Japan Times em inglês. A agência internacional AP – Associated Press distribuiu a notícia por todo o mundo.
Na minha infância em São Paulo, existia uma Federação Paulista de Baseball, Softball e Handeball, sendo que esta última também ganha destaque no mundo sem a participação de descendentes de imigrantes japoneses. O Softball mais praticado pelas equipes femininas no mundo, não conta com atividade expressiva entre as brasileiras. O Brasil se classificou derrotando o Panamá no Baseball, um país tradicional neste esporte. Dois países serão classificados nesta fase no Japão, estando na chave brasileira o Japão, a China e Cuba, sendo considerado o favorito o Japão. O Brasil também foi muito bem contra Cuba, mas foi derrotada por 5 x 2, ficando longe da próxima fase, mas já se considera surpreendente a sua participação.
O brasileiro Kesley Kondo durante partida contra o Japão em foto da AP – Associeted Press)
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27 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: além do cinema japonês, lançamento de um livro, nova visão antropológica, primeira reação de uma rápida leitura
Recebi da Editora Estação Liberdade um exemplar de divulgação do livro “Cinema Japonês na Liberdade” antes do seu lançamento comercial, que será nos próximos dias e certamente será um sucesso. Já estava providenciando a sua compra, motivado pelo artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo. Como afirma no prefácio Jeffrey Lesser, conhecido acadêmico norte-americano de estudos de comunidades étnicas no Brasil, o seu autor que é Alexandre Kishimoto, mestre em antropologia social pela Universidade de São Paulo, apresenta uma nova abordagem do assunto, utilizando o cinema japonês no bairro da Liberdade como um instrumento. O livro vai muito além da análise da história do cinema japonês no Brasil, e exatamente porque o autor não domina o idioma japonês se socorre de outras fontes, tirando partido de entrevistas e outros ângulos de observação. Ele cita um importante apreciador brasileiro do cinema japonês, que não entendia o idioma nipônico e quando não havia legenda no filme, ele ficava analisando todos os detalhes da cinematografia utilizada. O mesmo parece acontecer neste livro, ainda que toda a sua preparação tenha sido extremamente muito cuidadosa, de elevada qualidade acadêmica, com a assistência de algumas pessoas que tenham conhecimento do idioma japonês.
Alexandre Kishimoto é da geração dos meus filhos, e é preciso anotar que toda esta história deste livro é datada, como a constatação do preconceito dos brasileiros que não é somente dos e com os japoneses. Ele registra a observação de Olga Futemma que é de origem okinawana, hoje também cineasta, que se sentia discriminada mais acentuadamente na segunda metade do século XX por parte dos próprios japoneses. Quando eu dirigia o Pavilhão Brasileiro na EXPO TSUKUBA 85, na sua inauguração, a minha secretária que era da elite da sociedade de Tóquio, assustada, perguntou-me se todos aqueles visitantes tinham vindo do Brasil, quando eram na verdade rurícolas da região próxima, da Província de Ibaraki, quase vizinha da Capital.
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23 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: elaboração da Maritta Koch-Weser, longa experiência no Banco Mundial, persegue tornar a preservação mais rentável que o desmatamento, proposta para uma escola de administração das florestas tropicais
A alemã Maritta Koch-Weser foi uma das mais competentes ecologistas que encontrei ao longo de muitos trabalhos relacionados com a Amazônia. Realista, sempre teve a ideia que não basta uma legislação exigindo que 50% das propriedades rurais na região fossem mantidas como reservas, ainda que ela seja das mais elogiáveis, como é no Brasil. Mas que é preciso que a preservação seja mais rentável que o desmatamento, além de todas as contribuições para reduzir a mudança climática, manutenção dos preciosos e complexos ecossistemas, de grande importância para a biodiversidade e o manejo das águas. Fez uma longa carreira no Banco Mundial e outras importantes organizações internacionais conservacionistas e hoje colabora no programa AmazonIEA do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo.
Apresentou um projeto preliminar para discussão, que teve a gentileza de me enviar, sobre a necessidade urgente de uma “Rainforest Business School” para estimular os negócios sustentáveis em florestas tropicais, que também ainda existem na Ásia e na África Central, mas que continuam desmatadas e queimadas em nível mundial, provocando 12 a 15% de todas as emissões globais anuais de CO2. Ela constata que na Amazônia brasileira houve uma redução no ritmo de sua destruição, mas que ainda ela está ocorrendo, o que não seria aceitável. Há um reconhecimento que recursos humanos especializados precisam ser providenciados para que todas as organizações públicas como privadas que trabalham com estes problemas sejam dotadas com profissionais qualificados, não contando somente com variados profissionais da mais elevada boa vontade.
A ideia é sui generis, não existindo nenhuma instituição especializada no ramo em todo o mundo capaz de contribuir seriamente de forma significativa na realização do potencial da floresta mantida em pé. Vai além do preparo adequado de recursos humanos, ajudando tanto na pesquisa operacional como no estímulo às atividades de aproveitamento racional dos recursos florestais, como consta da sua apresentação.
Já existe uma infinidade de pequenos negócios com produtos florestais como aproveitamento dos óleos vegetais, fibras, resinas, xampus, nozes, cereais, frutas, especiarias, sucos, cacau selvagem, perfumes, cremes, produtos cosméticos e medicinais, borracha, pesca, ecoturismo e madeira certificada, entre os exemplos citados no documento. Estes negócios poderiam ser ampliados e dotados de patentes registradas, indo além da mera publicidade que também é necessária.
A estrutura proposta é contar com um segmento de ciência aplicada do tipo MIT – Massachusetts Institute of Technology, integrada ou conveniada com ensino “business school”; uma “business school” com MBA em rainforest, executivos para instituições do setor, capacitação de pessoal local; e, Rainforest ventures, criando oportunidades para novos projetos, encaminhamento para assistência start-up.
Maritta Koch-Wiser entende que as necessidades são diferenciadas para nichos sub-regionais, ecológicos e culturais, não havendo um currículo único para atender todas as necessidades, no que tem inteira razão. Haveria um básico com complementações especificas dependendo do caso.
Mas, ainda para discussão, propõe ter como temas do currículo a gestão da biodiversidade, ciências sociais e ética, leis e governanças, economia ambiental, finanças, infraestrutura, pesquisas e desenvolvimento de produtos orientados para o mercado.
O seu amplo relacionamento internacional, no que é ajudado por seu marido Caio Koch-Weser, brasileiro que fez também carreira no Banco Mundial, chegando a ministro Federal de Finanças da Alemanha, facilita o acesso aos imensos recursos indispensáveis ao projeto, ainda que ele comece com um financiamento para até 3 anos. Caio é atualmente Vice-Chairman do Deutch Bank e conselheiro de importantes organizações internacionais.
Tudo indica que este projeto é de grande importância, merecendo aperfeiçoamentos com a contribuição de todos. Muitas atividades conservacionistas brasileiros já recebem suportes internacionais e locais. O Brasil é o país mais interessado nestes esforços que devem ser constantemente fortalecidos e melhorados, com propostas objetivas que não sejam somente sonhos românticos. As urgências destas discussões e implementações são grandes, e parece que se deve começar imediatamente com algumas ações concretas.
18 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: breve reinauguração do novo Kabukiza, desaparecimento de duas figuras importantes, muitas notícias sobre o Kabuki do Japão, tradição dos papéis femininos
Uma das marcas mais importantes da cultura japonesa está expressa no tradicional kabuki que já é conhecido em todo o mundo, e vem sendo noticiado com grande frequência nos meios de internacionais de comunicação sociais mais expressivos. O The Economist traz uma matéria registrando o desaparecimento de dois atores dos mais consagrados, Danjuro Ichikawa XII, ou seja, o décimo segundo a desempenhar este papel, neste mês de fevereiro, ele que, segundo a revista, seria uma espécie de Laurence Olivier para os ingleses, para os apreciadores japoneses desta arte. Sua família participa há 300 anos do kabuki, estabelecendo uma longa tradição nesta arte. Também desapareceu Kanzaburo Nakamura XVIII, em dezembro do ano passado, também o décimo oitavo a desempenhar o seu papel. Estas perdas colocariam, segundo a revista com a tradicional ironia inglesa, o teatro Kabukiza, que será reinaugurado de abril próximo, no mesmo local que estava o anterior, no mesmo estilo, porém modernizado, em risco de manter a sua qualidade.
A agência francesa de notícias AFG distribuiu a matéria elaborada por Jacques Lhuillery e Kioko Hasegawa, publicada no jornal de maior tiragem do Japão, o Yomiuri Shimbun, falando sobre o ator Tamasaburo Bando que só desempenha o papel feminino, considerado tesouro nacional vivo, título outorgado pelo Imperador, por preservar a cultura do seu país. Ele vem estudando as mulheres toda a sua vida, a forma como elas se movem, andam e utilizam suas mãos. Isto é tradicional no kabuki, pois todos os papéis femininos são desempenhados pelos homens, conhecidos como onnagata, que não são normalmente homossexuais.
Danjuro Ichikawa XII
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