Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Eleições do Brasil na Imprensa Internacional

24 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: a favor da renovação política no Brasil, os problemas existentes, posições contra o governo atual

No passado, notava-se um cuidado dos meios de comunicação do exterior, mesmo de circulação internacional, evitando-se tomar posições sobre problemas que poderiam ser considerados de âmbito interno dos diversos países. Atualmente, nota-se que os veículos que costumavam expressar suas posições com candidatos no próprio país passaram a divulgar também suas posições em países que possuem alguma importância no cenário internacional. São casos como da revista inglesa The Economist, de circulação mundial, do jornal inglês Financial Times, dos jornais norte-americanos The New York Times e Washington Post que expressam suas posições, sem nenhum constrangimento, com a pretensão de se referirem a assuntos que podem ter consequências internacionais. Tenho a posição pessoal que devemos nos abstrair de tomar posições eleitorais do que pode ocorrer nos Estados Unidos, no Reino Unido e outros países, respeitando o direito dos seus eleitores.

A tendência geral que pode ser detectada é uma saturação com a linha política que veio sendo adotada pelos recentes governos de Lula da Silva e da Dilma Rousseff, que consideraram prioritária a melhoria da distribuição de renda no Brasil, preservando o emprego e melhorando o salário real no país. Medidas assistenciais a favor de um mínimo de renda para os mais desfavorecidos, ainda que contrariando uma pequena elite que vive dos elevados retornos financeiros nas aplicações, tanto em títulos públicos ou privados, além de ganhos com as liberdades exagerada dos fluxos financeiros internacionais. Ninguém de sã consciência poderia dizer que os governos recentes não cometeram muitos erros que só permitiram um crescimento modesto da economia, muitos erros de gestão foram cometidos, fazendo com que a inflação persistisse em níveis elevados. As comparações internacionais mostram que o desempenho brasileiro foi modestíssimo. Mas criou-se uma nova classe média que prefere manter a atual orientação, ainda que não satisfaça totalmente a grande maioria. Há que se respeitar a opinião eleitoral da população brasileira, ainda que muitos não concordem com ela.

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O que fica difícil é para os jornalistas estrangeiros, por mais competentes que sejam, entender profundamente o que vem acontecendo no Brasil. Se o crescimento econômico vem se mostrando modesto deve-se, em grande parte, à baixa prioridade que veio sendo adotada nas administrações anteriores que desconsideram as atividades voltadas para as exportações, dando maior importância à estabilidade monetária. Muitos podem considerar que isto estava correto, mas certamente não são consensuais, havendo que se respeitar às opiniões contrárias.

Também medidas como a flexibilidade monetária, com a política denominada easing monetary policy, que depois da crise mundial de 2007/2008 iniciada pelas autoridades norte-americanas, para assistir aos bancos daquele país que provocaram muitos problemas. Acabou tendo como consequência o criminoso influxo de recursos para países como o Brasil. Isto valorizou a moeda brasileira, dificultando as exportações e favorecendo as importações, bem como os gastos dos brasileiros com turismos internacionais, como na Flórida.

Provocou-se uma verdadeira guerra cambial no mundo, fazendo com que o Japão e a Europa também desvalorizassem suas moedas, na tentativa de preservar suas contas internacionais. No Brasil, que não tem uma moeda de aceitação internacional como em outros países emergentes, passou-se uma conta que não era da responsabilidade dos brasileiros.

A experiência de dar maior prioridade para os problemas internos começou na Coreia do Sul, que, contrariando o FMI, se negou a adotar uma política monetária e fiscal restritiva para receber a assistência daquela organização internacional. Consideraram o emprego e os salários internos de maior importância, enquanto o Brasil nas administrações anteriores “quebrou” três vezes, o que passou a ser evitado pelos governos mais recentes.

O que nem sempre estas administrações não entenderam totalmente foi que o mundo estava crescendo na década anterior, com o desenvolvimento da China, que beneficiou as exportações brasileiras com preços convenientes dos minérios e dos produtos agropecuários. Ajudou a economia brasileira e isto se deveu pouco à política interna.

Todos admitem que se o governo for reeleito, o que as pesquisas estão indicando, haverá necessidade de ajustes fortes que não serão fáceis, e as dificuldades pelas quais o país está passando não são de recuperação fácil. As empreiteiras e as consultorias que elaboram projetos e as executam estão sendo atingidas nas saudáveis medidas anticorrupção, que afetam àqueles que estão nos seus conselhos de administração, ainda que a responsabilidade seja dos executivos. Fica difícil de aceitar que criminosos que concordaram em efetuar as delações premiadas, que devem ser aplaudidas, fiquem totalmente isentos de responsabilidades criminais.

As correções serão difíceis num cenário internacional que não deve ser favorável nos próximos anos. Mas há que se respeitar a opinião dos eleitores brasileiros, que consideram o emprego que possuem e as melhorias que conquistaram. O que parece interessante é que, apesar dos problemas macroeconômicos do Brasil, os jovens atuais estão mais convencidos que a educação é o mecanismo para a conquista de melhorias de vida, o que permite visualizar que o crescimento da nova classe média vai continuar persistindo no Brasil.

Haverá necessidade de uma adequada incorporação da colaboração do setor privado nos projetos de infraestrutura, pois o governo não contará com os recursos para a sua execução, o que se espera que seja feito com um mínimo de inteligência, como expressou o professor Delfim Neto na sua coluna da Folha de S.Paulo.


Manifestações de Insatisfação em Todo o Mundo

23 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: adesões ao Estado Islâmico, melhoria econômica e aspirações políticas, problemas com o sistema financeiro, problemas em escala mundial | 2 Comentários »

O professor Delfim Netto sempre ensinou que a melhoria na situação econômica tende a ampliar as aspirações de liberdades políticas. Parece que acontece atualmente de forma expressiva em Hong Kong, mas também se registram aumentos de adesões ao Estado Islâmico em muitos países no mundo, como nos Estados Unidos, na Europa e até no Japão. As decisões de bombardeios indiscriminados utilizando drones e aviões militares, atingindo também a população civil, parecem acirrar a discordância de muitas pessoas que acabam tomando atitudes inusitadas para expressar a sua insatisfação. Também os abusos do sistema financeiro mundial provocaram o chamado Occupy Wall Street e as flagrantes manipulações do chamado Liber e das taxas de câmbio, como constatado em Londres, além das resistências às medidas restritivas das especulações financeiras, acabam por contrariar os mais informados.

Ainda que exista uma melhora significativa no padrão econômico da população mundial ao longo das últimas décadas, os abusos daqueles que estão no topo dos sistemas, usufruindo de lucros absurdos de formas duvidosas, acabam por disseminar estas insatisfações. Quando não podem ser resolvidos pelos sistemas democráticos, alguns acabam extravasando seus protestos de formas até violentas, lamentavelmente. Isto deveria servir de alerta para os que continuam abusando, até de formas ilegais, manipulando taxas de juros e de câmbio, bem como evitando restrições para controle dos fluxos financeiros exagerados, que, mesmo dando a desejável liquidez mundial, sempre dão margens às especulações danosas. Se regulamentações razoáveis que evitem abusos não forem implementadas, estes protestos continuarão a se multiplicar de formas variadas.

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Occupy Wall Street

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Protest in Hong Kong

Basta abrir os jornais em qualquer parte do mundo para constatar que as manifestações coletivas ou de indivíduos se multiplicam, de forma desesperada com as decisões tomadas pelas autoridades, incapazes de atender às aspirações de todos. Isto ocorre tanto em países de tradição democrática como aqueles em que o autoritarismo continua sendo preservado. Sempre é preciso atender a maioria, mas também vozes de minorias devem ser ouvidas, pois todos temos que conviver até com os que pensam de forma contrária.

O desejável é que tudo fosse acomodado de forma democrática, mas algumas decisões acabam revoltando algumas pessoas, quando injustiças flagrantes acabam ocorrendo, como a morte indiscriminada de não combatentes, inclusive crianças. Quando os abusos são de pessoas que se aproveitam de forma econômica e financeira com as irregularidades enriquecendo de forma exagerada, as revoltas acabam sendo justas, mas nem sempre canalizáveis de formas adequadas.

São aspectos que devem preocupar a todos, minimizando as injustiças que são aquelas que geram protestos mais agudos, que surpreendem a todos. Os casos de adesão ao Estado Islâmico acabam transferindo os confrontos tradicionais a situações como os das guerilhas, quando fica difícil identificar quem são os inimigos.

Isto gera inseguranças que levam a novos abusos. Autoridades, como dos países desenvolvidos, não contam com mecanismos legais para coibir ações violentas de alguns individuos de formas convenientes e aceitáveis por todos. As mesmas injustiças que geram manifestações populares em paises emergentes ou menos desenvolvidos acabam afetando a todos.

Evidentemente, com o contínuo aprendizado das diversas sociedades, a grande maioria das situações acaba se enquadrando no sistema legal, e os casos isolados devem ser examinados pela Justiça, que necessita evoluir de forma que nem sempre agrada a todos. Mas, espera-se que as novas situações possam permitir a convivência de pessoas que pensam de formas diferentes dentro da mesma coletividade, com um mínimo de tolerância.


Impressões Atualizadas Sobre o Japão

21 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: assuntos políticos, impressões atualizadas sobre o Japão, problemas da economia | 2 Comentários »

Tendo voltado a visitar o Japão com alguma frequência desde fins dos anos sessenta, posso observar a evolução que continua ocorrendo neste país, onde residi por um ano em 1985. No atual governo do primeiro-ministro Shinzo Abe, depois de duas décadas de deflação com baixo crescimento econômico, tenta-se fazer com que a economia volte a ganhar o dinamismo que tinha no passado, quando impressionou o mundo com um crescimento acentuado depois da Segunda Guerra Mundial. Mas isto não é fácil. Todos sabem que o Japão está com uma redução de sua população que envelheceu muito, contando com mais idosos percentualmente do que a maioria dos países. Hoje, pretende-se o aumento da natalidade, mas nota-se que o número de lojas com produtos voltados às crianças continua abaixo do que se observa em outros países. Mas muitas mães andam com os carrinhos de bebê tanto para as compras como na frequência dos restaurantes.

Como consequência, apesar do baixo crescimento da economia como um todo, o nível de bem-estar da população continua elevado, mas sem o entusiasmo de um crescimento rápido, como se observa em outros países emergentes, com destaque para a vizinha China. Algo que impressiona é o volume de obras no país, pois a construção civil sempre veio sendo utilizado pelos diversos governos para ativar a economia. Mesmo prédios que seriam considerados novos pelos padrões brasileiros, são derrubados para dar lugar a novas torres de impressionante qualidade. Os consumos de produtos de luxo continuam altos, e mesmo a economia de energia que se observava nos últimos anos parece não mais ocorrer no Japão.

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Uma das vistas atuais de Tóquio

Para superar as dificuldades com recursos humanos, o governo vem incentivando as mulheres a ocuparem os mais variados empregos. O primeiro-ministro selecionou muitas ministras, como símbolo desta tentativa, mas duas acabaram sendo demitidas, depois de curtos mandatos. Uma delas é Yuko Obuchi, da Economia, Comércio e Indústria, que era filha de um antigo primeiro-ministro. A outra foi a ministra da Justiça Midori Matsushima. Ambas foram acusadas de usos indevidos dos fundos políticos.

O que vem se notando é o exagero de políticos descendentes de antigos líderes, começando com o primeiro-ministro Shinzo Abe. Yuko Obuchi foi substituído por Yoichi Miyazawa, também filho de um ex-primeiro-ministro, ainda que formado em Harvard. Tudo indica que o regime distrital de votos favorece a força local das famílias de políticos tradicionais. Na realidade, o sexo dos políticos não assegura que sejam competentes, como também a tradição familiar.

Como em outras economias desenvolvidas, nota-se a carência de pessoal de modesta qualificação para os trabalhos mais simples. Assim, os restaurantes trabalham com poucos empregados, bem como os hotéis, limitando a qualidade dos serviços prestados, que já foram melhores. O número de idosos que despendem seus tempos com os amigos parece bastante elevado.

Mas existem hábitos que não são facilmente substituídos em função da falta de recursos humanos. Assim, não parecem frequentes os restaurantes com bufês que existem em recepções, ainda que em muitos lugares os fregueses sejam obrigados a se servirem de bebidas ou cafés por sua própria conta.

Para os brasileiros, o que mais impressiona são os preços, pois se pode tomar uma boa refeição pela metade do preço pago em São Paulo, na maioria dos casos. Também os táxis acabam tendo tarifas baixas, para deslocamentos razoáveis, não havendo problemas graves de trânsito, pois os metrôs são eficientes e utilizados por multidões.

Nota-se, também, que o número de estrangeiros, tanto residentes como turistas, está aumentando. Também existe uma globalização com culinárias das mais variadas partes do mundo sendo oferecidas em restaurantes simples. Com o problema que está ocorrendo em Hong Kong, o número de turistas chineses é muito alto, e eles compram malas para transportarem suas compras, mesmos nas mais famosas lojas de departamento. A globalização pode ser notada no Japão.


Preocupante Comportamento do Setor Financeiro Mundial

17 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: alertas da Austrália, artigo no Financial Times, Estados Unidos, Europa, possibilidade de uma crise como a de 2008

Um interessante artigo de Gillian Tett publicado no prestigioso Financial Times de Londres, informa sobre o alarmante risco do sistema financeiro internacional provocar uma nova paralisação do mercado, apesar da excessiva liquidez existente no mundo. Seria algo tão terrível como o que aconteceu em 2008. Segundo Guy Debelle, um importante alto executivo do Banco Central australiano, pode agravar a volatilidade que está se observado no mercado financeiro mundial. Quatro razões importantes estariam contribuindo para esta possibilidade. O primeiro seria a paralisia do fornecimento dos créditos diante da possibilidade de elevação dos juros nos Estados Unidos, onde um levantamento efetuado pela Bloomberg com analistas do setor financeiro chegou a um incrível consenso de que isto ocorreria, ainda que o FED norte-americano esteja procurando uma atitude cautelosa com relação ao assunto.

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O segundo seria um ajustamento da oferta e da procura que estaria sendo efetuada pelos operadores do mercado, principalmente dos fundos de riscos, pela utilização dos mesmos indicadores do chamado benchmarket, como observado pelo BIS – Banco Internacional de Compensações. O terceiro seria a generalização das operações efetuadas pelos computadores no mercado, sem que os verdadeiros banqueiros tenham muita interferência nas volumosas operações que ocorrem diariamente no mercado. Mas o terceiro e mais importante comportamento seria uma ação orquestrada visando a resistência do mercado financeiro mundial às regulamentações restritivas dos fluxos financeiros internacionais. Ainda que as autoridades monetárias concordem com a necessidade de alguns controles, os que usufruíram elevados ganhos com a liberdade que contavam antes de 2008 entendem que as ações reguladoras ou intervenções das autoridades aumentariam os riscos do mercado.

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Evidentemente, todos sabem o que poderia ser interessante para os empresários que vivem da produção e de sua comercialização nem sempre são os que interessam ao setor financeiro, que vem abusando de suas especulações e ganhos com as liberdades dos fluxos financeiros, que ocorrem num volume absurdo.

Não se pode desprezar este alerta, pois todos sabem que os interesses do setor financeiro têm prevalecido no mundo nos últimos anos.


Primeiros Pronunciamentos do Prêmio Nobel Jean Tirole

15 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: destaque na imprensa mundial, os aspectos financeiros, trabalhos sobre regulamentação, tradição liberal | 2 Comentários »

Muito oportuna a escolha do Prêmio Nobel de Economia de 2014, o acadêmico francês Jean Tirole que também já exerceu atividades no MIT – Massachusetts Institute of Technology, além de muitas ações em organismos internacionais. Ele é considerado um especialista em regulação dos mercados e o seu primeiro pronunciamento para a Bloomberg referiu-se à necessidade de regulação adequada do mercado financeiro internacional, onde as grandes instituições bancárias do mundo abusam da liberdade de fluxos financeiros que em nada contribui para a adequada necessidade de suprimento dos créditos para a ampliação das atividades produtivas, fomentando somente a especulação.

Quando autoridades monetárias de diversos países e regiões, começando pelo FED norte-americano, começaram, depois da crise de 2007/2008, a abusar da chamada easing monetary policy, inundando o mundo de dólares americanos, acabou-se beneficiando um pouco os Estados Unidos, mas provocando uma guerra cambial no mundo, fazendo com que os japoneses e os europeus também acompanhassem o mesmo tipo de política, para evitar a exagerada valorização de suas moedas, que prejudicavam suas exportações e facilitavam as importações, provocando um desequilíbrio na balança comercial. Países emergentes como o Brasil, que não possuem moedas aceitas no mercado internacional, acabam sofrendo estas valorizações, que prejudicam suas economias. Isto acaba ampliando as injustiças mundiais, que ajudam os países já industrializados e dificultam os demais, que são a maioria.

Se no setor financeiro estes problemas são graves, não deixam de também gerar problemas nos mercados onde um número limitado de empresas acaba dispondo de um forte poder monopolístico, o que é uma dura realidade com que se conta no mundo. Ainda que muitas entidades venham discutindo a necessidade de uma adequada regulamentação que não são aceitas, também em alguns setores de produtos estratégicos os tipos similares de situações monopolísticas acabam resistindo igualmente às regulamentações.

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Prêmio Nobel de Economia de 2014, Jean Torole

Os esforços de medidas antimonopólios resultam em algumas adequações nos mercados de diversos produtos, mas quando se trata do setor financeiro, que tem um poder mais generalizado e de influência em todas as economias, as resistências são mais acirradas, esperando que a concessão deste prêmio ajude a generalizar a consciência destas necessidades de regulações. É evidente que a ganância de alguns continuarão com suas restrições, mas espera-se que a opinião pública acabe induzindo a todos para regulamentações mais razoáveis.


Neymar: Novo Ídolo Esportivo na Ásia

14 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a divulgação da vitória brasileira sobre o Japão por 4 a 0, Imprensa japonesa, novo ídolo asiático

O futebol sempre foi uma atividade que ajudava a disseminação da imagem brasileira na Ásia. Astros como Pelé, Ronaldo e muitos outros eram mais conhecidos que artistas, políticos ou outras personalidades, identificando-se com a imagem do Brasil nesta parte do mundo, ainda que isto também seja um fenômeno mundial. Encontrando-se com asiáticos, a primeira face atual do Brasil que lembrada é do Neymar e do seu futebol, pois está destacada por todos os mecanismos de comunicação de massa. Quando informamos que somos brasileiros, no passado a primeira impressão no interior dos países do Sudeste da Ásia como nos confins da China era Pelé. Hoje já é Neymar, cujo nome é repetido centenas de vezes pela televisão, como a sua foto aparece em todos os jornais e revistas. O Brasil hoje já é reconhecido pelos simples asiáticos com o nome e a face de Neymar.

Além das empresas privadas que possuem o seu interesse comercial nesta parte do mundo, as autoridades precisar aproveitar a oportunidade para a divulgação do Brasil tanto em termos turísticos como de toda a sua imagem de um bom brasileiro. Como Pelé ajudou o Brasil a ingressar até no mercado russo de café, a boa imagem que se têm deste novo ídolo precisa ser aproveitada para todo e qualquer publicidade. Se mesmo astros futebolísticos pouco conhecidos no Brasil servem para ajudar a vender produtos nos mercados asiáticos, ainda mais de um jovem ídolo mundial como Neymar que tem uma imagem de um bom mocinho, que mostra que o país dispõe de talentos criativos.

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Neymar, a nova face do Brasil na Ásia

O Brasil conta com uma imagem positiva na Ásia porque não é considerado por nenhum dos seus aspectos problemáticos. Necessita mais do que nunca da ajuda desta parte do mundo que mantém um dinamismo econômico superior ao mundial. Neymar, por jogar também pelo Barcelona, é bastante divulgado entre os asiáticos. Com quatro gols sobre o Japão na partida disputada em Cingapura, eleva a sua imagem que precisa ser ressaltada como de um bom ídolo brasileiro.

Ainda que sua imagem seja dispendiosa do ponto de vista comercial, entidades, como a EMBRATUR, que se preocupam com o aumento do turismo internacional para o Brasil precisam utilizá-lo para suas publicidades. Aviões como da EMBRAER, a desgastada imagem da PETROBRAS, como do BANCO DO BRASIL ou do BNDES necessitam aproveitar a sua imagem, tanto para as vendas, promoção de exportação como para a captação de recursos.

Os materiais esportivos de grifes internacionais já estão utilizando a sua imagem. Outros produtos industriais brasileiros como de serviços precisam aproveitá-lo e a sua imagem, antes que outras empresas multinacionais acabem contratando-o.


Economistas do Setor Financeiro Sobre a Economia da China

8 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: dificuldades no setor imobiliário, fuga de recursos para o exterior, os problemas da poluição, pessimismo dos analisas financeiros

Um artigo publicado por Yasuo Awai e Fuyumi Takeuchi, publicado no Nikkei Asian Review informa sobre a possibilidade da economia chinesa apresentar um crescimento abaixo do 7,5% esperado pelas autoridades daquele país. Diversas razões estariam influenciando para tanto, destacando-se o comportamento do setor imobiliário onde as autoridades evitam as especulações dos investidores locais, os graves problemas de poluição que chegam a transferir executivos estrangeiros expatriados para outros países, bem como a fuga de recursos dos investidores chineses para economia de outros países, notadamente a inglesa e outros europeus. Na realidade estas pressões estão ocorrendo visando as autoridades chinesas de forma que medidas adicionais de estímulo sejam adotadas para ativar aquela economia.

clip_image001O sol se põe sobre edifícios residenciais em um dia nebuloso em Pequim. Os economistas estão expressando preocupações crescentes de que a queda dos preços dos imóveis poderia colocar ainda mais pressão de baixa sobre a economia chinesa. © Reuters

A pesquisa trimestral realizada pelo grupo Nikkei recebeu respostas de 21 economistas especializados na economia chinesa. De acordo com a estimativa média dos entrevistados, o Produto Interno Bruto da China cresceu 7,3% no trimestre julho-setembro em uma base real. Os economistas consultados expressaram preocupações de queda dos preços dos imóveis poderia colocar ainda mais pressão de baixa sobre a economia.

Estes economistas informam que o PIB chinês vem decrescendo ligeiramente nos últimos trimestres, prevendo-se a mesma tendência para os próximos anos, frustrando as previsões das autoridades daquele país.

A China tem sido atingida com uma série de dados econômicos fracos recentemente, incluindo dados de produção industrial para agosto, o que diminuiu o nível mais baixo em cinco anos e oito meses. Os economistas consultados pela maior parte vê a economia chinesa perder um novo impulso em 2015, com as suas previsões de crescimento do PIB para o próximo ano uma média de 7,2%.

image                                        Gráfico publicado pelo Nikkei Asian Review

Menos economistas preveem a flexibilização da política monetária, com a queda das taxas ou o coeficiente de reservas obrigatórias. Pelo contrário, muitos deles esperam que o Banco do Povo da China, banco central do país, afrouxar o crédito apenas de uma forma limitada, principalmente através da utilização de uma linha de crédito de curto prazo, que fornece fundos para as instituições financeiras para sustentar os empréstimos para setores específicos, como pequenas empresas e agricultura.

Cerca de 60% dos economistas entrevistados apontaram para uma queda dos preços imobiliários como o maior fator de risco provável de causar uma recessão econômica. Ainda que a campanha anticorrupção seja encarada como positiva, informam que à curto prazo acaba tendo uma conotação negativa para a economia. 

Um artigo publicado no Financial Times por Jamil Anderlini informa que em 2012 os investimentos dos chineses chegaram a 27 bilhões de euro na Europa.


O Difícil Problema de Hong Kong

3 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: artigo no The Economist, as manifestações populares em Hong Kong, grandes repercussões no mundo, um problema não só da China | 3 Comentários »

Um problema complexo como o que está ocorrendo em Hong Kong com as manifestações populares exige que apreciações experientes sejam consideradas na sua análise, como a do The Economist que lhe dedica a capa da edição que deve circular neste fim de semana, bem como artigos de profundidade inseridos na edição impressa. Quando Hong Kong acabou sendo absorvido pela China em 1997, saindo do controle inglês, admitindo-se um país e dois sistemas econômicos, eram previsíveis as dificuldades que surgiriam com o passar do tempo. Na ocasião pretendia-se manter Hong Kong como uma abertura chinesa para o resto do mundo.

clip_image002                                                         Visão geral de Hong Kong

A revista considera que o atual problema tem a importância do desafio ocorrido em 1989 na Praça Tiananmen na Capital Beijing. Mais de 100 mil manifestantes, liderados pelos estudantes, exigem a ampliação do seu regime democrático neste território, permitindo que seja eleito seu governador aqueles que desejarem se candidatar, independentemente da indicação do Partido Comunista Chinês comandando por Beijing. No dia 1º de outubro zombou-se do líder do território, Leung Chun-ying que hasteou a bandeira nacional.

As manifestações em marcha estão sendo chamadas de “revolução do guarda chuva”, tanto pelas chuvas que estão precipitando sobre a cidade como por serem meios de proteção contra os gases sprey lacrimogentes que estão sendo lançados pelas forças policiais para conter os manifestantes.

clip_image004                                                       Protestos em Hong Kong

Mesmo com o controle que se exerce na China sobre as informações para a população, variados meios acabam transmitindo para todo o país o que está ocorrendo em Hong Kong. As possibilidades que estes tipos de reivindicações acabem se espalhando são elevadas, o que seria difícil de ser admitindo pelo poderoso Presidente Xi Jinping e o Partido Comunista que não pretendem a implantação do regime político vigente nos países considerados democráticos.

As autoridades estão revelando a possibilidade de uma repressão mais dura, afirmando que podem chegar a situações extremas pelas quais os manifestantes seriam os responsáveis. Algumas organizações como o Occupy Central Love and Peace parece sugerir que seriam semelhantes ao que ocorreu em Wall Street, havendo também os que agrupam estudantes com líderes que estão se tornando conhecidos.

O centro das reivindicações são pelo aumento das liberdades políticas, mas existem protestos de insatisfações econômicas, e veem envolvimentos de milionários chineses manifestando simpatia pela repressão aos manifestantes.

O que se sente é que as autoridades nada podem oferecer para a redução da reivindicações. Há os que pedem a renuncia do atual responsável por Hong Kong, mas o que haveria seria somente a sua substituição por outro que seria indicado pelo governo central.

O fato apontado pelo The Economist é que a situação não apresenta uma saída do impasse. No entanto, a volta das atividades normais em Hong Kong em áreas estratégicas mostram que o pico das manifestações pode ter sido superado, podendo haver um esvaziamento gradual. Mas, parece que há alguns grupos de estudantes que procuram intensificar as pressões, como ocupando edifícios governamentais, forçando uma repressão mais forte que poderia provocar o agravamento da situação. Pode haver uma tendência que resíduos das dificuldades continuem sendo mantidos, com a disseminação destas notícias pelo China e pelo exterior, acabando por fomentar outros centros de insatisfações.


Informações Adicionais Sobre a Classe Média Brasileira

30 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: demanda esperada, dimensões apreciáveis, trabalho conjunto da Serasa Experian e a Data Popular, um estudo sobre a classe média brasileira

Duas organizações de pesquisa, a Serasa Experian já bastante conhecida pelos trabalhos que vem desenvolvendo no Brasil que conta com uma vasta experiência internacional, e a Data Popular, com experiência de mais de 10 anos principalmente nos países emergentes, anunciam que unificaram seus esforços para pesquisas um dos fenômenos mais impressionantes nos últimos anos que é a forte expansão da classe media brasileira. Hoje, a classe classificada como média ou C da população do Brasil chegaria a mais de 108 milhões de pessoas, que gastaram em 2013 algo como R$ 1,17 trilhão, movimentando 58% de crédito do país. Seria da dimensão da 12ª economia no mundo, com mais habitantes que a Alemanha, o Egito e a França.

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As informações da pesquisa informam que nos próximos 12 meses estes consumidores da classe média, denominada C, pretendem adquirir dos que chamam bens individuais nos seguintes montantes: 8,5 milhões de viagens nacionais, 7,8 milhões de notebooks, 4,5 milhões de tablets, 3,9 milhões de smartphones e 3,2 milhões de viagens internacionais.

Dos bens que denominam domiciliares, pretendem adquirir: 7,8 milhões de móveis para a casa, 6,7 milhões de aparelhos de TV, 4,8 milhões de geladeiras, 3,9 milhões de máquinas de lavar, 3,0 milhões de carros e 2,5 milhões de casas ou apartamentos.

Estas pesquisas se destinam a orientar as empresas, agências e profissionais de marketing, estudiosos e gestores de políticas públicas. Informam que levaram um ano para levantar estes dados, e informam que segmentaram a população utilizando 400 variáveis, considerando as informações geográficas, demográficas, creditícias e comportamentais, segundo a nota distribuída.

clip_image006Segundo a Serasa Experian e a Data Popular a Classe Média continuará crescendo, estimando-se chegar a 58% da população brasileira

No trabalho eles classificaram esta classe C brasileira entre 39% que consideram batalhadores, 26% que consideram experientes, 19% que consideram promissores e 16% que consideram empreendedores.

Mesmo sem uma análise mais detalhada da metodologia utilizada, a profunda experiência das entidades envolvidas na pesquisa, há que se considerarem estes dados como confiáveis, para as finalidades que se destinam.


Pequenas e Médias Empresas On-Line

29 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: inovações, também no Brasil a importância das pequenas e médias empresas, uso do on-line

Em todas as economias desenvolvidas, como na Alemanha, no Japão e muitas outras, as pequenas e médias empresas desempenham um papel importante, pois possuem a flexibilidade para introduzir inovações rapidamente. No Brasil também se repete o fenômeno, como mostra o suplemento especial do Valor Econômico publicado hoje sobre o assunto, focando o uso de variados serviços on-line por elas, com destaque nas vendas. Apesar de um crescimento modesto em toda a economia, informa-se o comércio eletrônico, segundo relatório da WebShoppers da E-bit, como consta no artigo de Jacilio Saraiva, na primeira página do suplemento citado. Os crescimentos de todas as empresas chegariam a 26% nominal com relação ao ano passado, sendo que as pequenas e médias representariam 20% deste total, compreendendo 20 mil lojas.

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Tudo indica que os jovens e a população que usa a internet para o seu trabalho apresentam uma demanda maior, confiando nas empresas que utilizam estas facilidades, proporcionando as entregas se socorrendo dos Correios e empresas especializadas nas entregas nos locais indicados, com a rapidez indispensável. Os pagamentos costumam ser efetuados com os cartões e as qualidades dos produtos oferecidos costumam corresponder aos descritos. A quantidade de operações que acabam gerando problemas como devoluções e outras pendências, pelo que se saiba, continuam sendo desprezível.

Evidentemente, além das pequenas e médias empresas cuidarem da produção de alguns produtos, necessita contar com as promoções de seus produtos, além de contar com um serviço de logística que permita localizar os produtos prontos num estoque, para serem enviados, via os sistemas de entrega para os consumidores. As cobranças envolvendo cartões apresentam alguns custos que não são desprezíveis no Brasil, mas evitam os riscos das inadimplências.

O que o suplemento parece sugerir é que as pequenas e médias empresas que são apoiadas pela Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas não procurem concorrer com as grandes que já possuem experiências acumuladas nestes tipos de operações. O suplemento apresenta muitos artigos que relatam as experiências variadas destas empresas.

Já existem muitas empresas especializadas na prestação de serviços para pequenos e médios produtores, trabalhando com uma gama mais ampla de produtos. Como a escala acaba sendo relevante como em qualquer empreendimento, observam-se muitos prestadores de serviços, dependendo dos produtos que envolvem volumes variados, além de atenções diferenciadas aos consumidores.

Como este segmento é relativamente novo, nota-se que muitas empresas e bancos que desejam ter as novas pequenas e médias se interessam em apresentar seus anúncios nestes suplementos, acabando por sustentar um suplemento de 24 páginas, tornando-se interessante para os jornais.