18 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: aperfeiçoamentos nos automóveis, artigo no The Japan Times sobre Carlos Ghosn, autoestacionamento e engarrafamentos
Uma notícia divulgada por Masaaki Kameda no The Japan Times informa que o brasileiro Carlos Ghosn, presidente da Nissan Motor divulgou em Tóquio no próximo ano e meio aquela empresa lançará um veículo capaz de estacionar automaticamente e nos engarrafamentos do trânsito poderá locomover-se de forma autônoma, numa entrevista concedida no Clube do Japão de Correspondentes Estrangeiros. Trata-se de inovações muito próximas, que não parecem difíceis de serem introduzidas, pois já existem experiências semelhantes.
Os veículos que contam com sensores laterais, na frente e verso, podem estar sem maiores dificuldades nas vagas existentes. Algo parecido pode ser efetuado nos trânsitos engarrafados como os encontrados em São Paulo ou no Japão, para os anda/para por períodos longos, numa velocidade baixa. Tudo indica que o que estava previsto para 2020 já vai ser antecipado, pois as concorrências parecem acirradas, quando a maioria das empresas montadoras está com capacidade acima da demanda absorvível pelo mercado.
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16 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: a volta da seleção alemã de futebol, além da unificação do leste e oeste alemão, descendentes de diversas etnias
Simbolicamente, as comemorações da volta da seleção alemã de futebol com o seu tetracampeonato mundial foram realizadas no Portão de Brandemburgo que separava a Alemanha Ocidental da Oriental com o muro de Berlim. Ainda que os níveis de renda das duas Alemanhas tenham diferenças acentuadas, elas estão tendendo a reduzir-se. Mais do que isto, a seleção inclui alemães de diversas origens como turcos, nigerianos e albaneses, mostrando o quando aquele país mudou desde o período do nazismo. Sendo uma vitória esperada por 25 anos, com esforços concentrados em todo o país para a renovação do seu futebol, acaba servindo de exemplo para muitos outros. O lema adotado pela FIFA de condenação veemente da discriminação racial acaba se ajustando a estas comemorações.
Não se pode dizer que o processo de aperfeiçoamento constante deste esporte tenha se esgotado. Todos admitiam que os alemães sempre fossem disciplinados, empenhando-se quase militarmente nos seus exercícios, mas há que se admitir que as mudanças observadas se refletissem nas suas atitudes no Brasil. A seleção alemã destacou-se, não somente no futebol, mas na simpatia nos seus relacionamentos com a população brasileira, que tem uma marca forte de hospitalidade que foi reconhecida por todos. O Brasil perdeu no futebol, mas ganhou a admiração de todos pela hospitalidade do seu povo, que volta a ter a marca da cordialidade.
Alemães comemoram título no Portão de Brandemburgo
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15 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: cobertura inadequada da imprensa brasileira, entendimentos paralelos entre a China e a Índia, reunião do BRICS em Fortaleza
Como não encontrei na imprensa brasileira, mesmo a eletrônica, a confirmação da presença de Narendra Modi, da Índia, na reunião do BRICS que se realiza em Fortaleza, procurei informações no The Times of India, que já tinha postado uma reunião realizada entre os dirigentes indianos com os chineses, comandados pelo primeiro-ministro da Índia e o presidente chinês Xi Jinping, que durou 80 minutos na Capital do Estado do Ceará, com base nas informações da agência Reuters. Ainda que esteja se estabelecendo algumas decisões sobre o New Development Bank, estes entendimentos paralelos são de grande importância, onde o Brasil não tem participação. Os russos como os chineses aproveitam esta reunião de cúpula para procurar consolidar suas posições de independência dos Estados Unidos, e tratando também dos seus interesses comerciais.
Evidentemente, todos os países do BRICS possuem interesse em aumentar suas exportações como os diversos acordos que envolvem tecnologias. A pauta brasileira, tanto com os russos como com os chineses, é ampla envolvendo diversos projetos bilaterais, enquanto os relacionamentos com a Índia e a África do Sul ainda são limitadas, mesmo que apresentem potencialidades para o futuro. Mesmo que não existam interesses comuns entre os diversos países considerados do BRICS, existem outros que podem ser explorados quando dirigentes máximos destes países contam com oportunidades para conversações, ficando as gerais somente para declarações mais amplas ou fotos que são espalhadas pelo mundo.
Jacob Zuma, Dilma Rousseff, Naredra Modi, Xi Jinping e Valdimir Putin
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14 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: além da sigla BRICS, entendimentos bilaterais, New Development Bank, presenças importantes
Terminada a Copa do Mundo, já se realiza em Fortaleza uma reunião de cúpula do BRICS, que era uma mera sigla que reunia os principais países emergentes de grandes dimensões geográficas, com grande potencial como o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul. Existem outras economias emergentes que também já fazem jus a estas classificações, notadamente porque as performances recentes indicam que as tendências não são uniformes em todos os seus componentes. Mas a reunião também serve para propiciar importantes encontros bilaterais, onde a China e a Rússia apresentam uma pauta mais expressiva com o Brasil, que sedia esta rodada de reuniões. O que se espera é que haja avanços substanciais na definição de um New Development Bank, na esperança que a imobilidade das reformas do Banco Mundial e do FMI – Fundo Monetário Internacional que propiciariam maior participação destes emergentes nas decisões mundiais.
Ainda que se admita que o conjunto destes países do BRICS apresente poucas situações comuns, o fato concreto é que a soma de suas importâncias fazem com que o peso na economia mundial venha se elevando, com especial destaque para o crescimento da economia chinesa. Mas até Xi Jinping, o presidente daquele país, admite que todos estes emergentes necessitassem acelerar suas reformas para encararem a nova situação da economia mundial, onde as potencialidades do aumento do comércio internacional são modestas, necessitando contar com o maior suporte dos mercados internos, com vem sendo tentado naquele país.
Dilma Rousseff, Vladimir Putin, Narendra Modi, Xi Jinping e Jacob Zuma
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9 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: expectativas com o novo governo na Índia, orçamento para estabelecer as finanças públicas, reformas esperadas
Com o novo governo Narendra Modi na Índia, o mercado de capitais já subiu um quinto neste ano, a moeda local estabilizou-se, os consumidores estão comprando mais automóveis, mas o novo ministro da Fazenda, Arun Jaitley, deve anunciar ainda o novo orçamento e seus planos. Mas já anunciou que deve moderar os gastos, sem nenhum populismo, devendo conter o déficit em 4,1% do PIB, o que parece impossível. Nos dois primeiros meses deste ano, ele já foi de US$ 40 bilhões, quase o que deve ser o anual, e vai ser necessário mais recursos para fornecer alimentos baratos para dois terços dos indianos de 1,25 bilhão.
Com as fracas monções deste ano, milhões de agricultores devem necessitar de ajuda, os preços dos combustíveis devem elevar os gastos e os custos dos subsídios. Também existem as aspirações de gastos em infraestrutura, pois Modi prometeu milhões de empregos em estradas, fábricas, transmissões, trens rápidos e 100 novas cidades a serem construídas como está no artigo publicado pelo The Economist. O ministro da Fazenda, que parece bem identificado com Modi, está com uma grande tarefa, efetuando reformas liberalizantes para conseguir um desenvolvimento sustentável na Índia.
Narendra Modi com o seu ministro da Fazenda Arun Jaitley
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7 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aceleração das mudanças com adaptações das tecnologias, artigos no Wall Street Journal e no Nikkei Asian Review, hidropônica
Desde 1985, quando da realização da Expo Tsukuba, conheci no Japão as produções hidropônicas de vegetais, bem como um tomateiro que, cultivado num ambiente artificial, produzia toneladas de tomates. Agora, novas informações disponíveis, como no artigo publicado no The Wall Street Journal por Eric Pfanner e Kana Inagaki, dão conta com muitas indústrias eletrônicas estão sendo transformadas em grandes produtoras de vegetais, utilizando tecnologias avançadas, dentro do novo programa incentivado pelo governo Shinzo Abe. Uma linha de produção de chips, num ambiente livre de contaminação da Fujitsu passa a produzir alfaces. Tudo indica que os pobres idosos japoneses, que cuidavam da agricultura, sofrerão com a concorrência de empresas de elevada sofisticação.
Também a Toshiba, que produzia discos flexíveis, começa o cultivo de hortaliças, bem como a Panasonic começa a vender computadores para o controle da produção de espinafres e outros vegetais. A Sharp começa a produzir morangos usando iluminação e tecnologia de purificação do ar. Ainda que os produtos agrícolas tenham custos mais elevados que os convencionais, tudo indica que, com o tempo, haverá aperfeiçoamentos que liquidarão as produções tradicionais, gerando um grave problema social. Alguns dos projetos alegam que procuram recuperar produções em áreas como as que foram contaminadas na região da usina de Fukushima, com funcionários vestindo jalecos para evitar contaminações aos vegetais.
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6 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no The Wall Street Journal e no âmbito da OECD, discussões na Europa e no Japão, ênfases atuais diferentes | 1 Comentário »
No passado, havia uma forte discussão sobre a ênfase no desenvolvimento que tendia a provocar um aumento da desigualdade entre as pessoas em muitos países. Agora, até nos países industrializados, membros da OECD – Organização Econômica de Cooperação e Desenvolvimento, trava-se uma discussão que está ligada à ênfase na recuperação do crescimento ou na melhoria da distribuição de renda. Um artigo publicado por Mitsuru Obe no The Wall Street Journal apresenta a questão tomando o caso observado por Rintaro Tamaki, hoje secretário geral adjunto da OECD, que já foi ministro da Fazenda do Japão, e discute a política que está sendo adotada pelo governo Shinzo Abe naquele país para ativação do seu crescimento, quando na Europa a discussão da desigualdade merece maior importância.
A atual política japonesa, que ficou conhecida como Abeconomics, visando tirar o Japão do longo período de deflação e estagnação da economia, tende a acentuar a disparidade de renda entre as pessoas. Estão sendo sacrificados os pequenos produtores agrícolas e os empregados das pequenas e médias empresas, com a meta de uma inflação de 2% ao ano e aumento de salários das grandes empresas acima da inflação. Os impostos sobre as vendas estão sendo elevados e procura-se condições para estimular a expansão das grandes empresas, inclusive na exportação para o resto do mundo. Os acordos comerciais que estão sendo perseguidos trocam as possibilidades de exportações de produtos industrializados, concedendo margens para a importação de produtos agropecuários e alimentícios, onde se concentram pequenas atividades. Esta orientação difere do que acontece na Europa.
Rintaro Tamaki
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4 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: competição entre três grandes empresas, coquetéis para competir com a cerveja, problemas tributários
Há alguns anos, as grandes indústrias de bebidas alcoólicas japonesas, a Suntory, Kirin e a Asahi, estão ampliando a oferta de alternativas para a cerveja, que vem sofrendo uma queda nas vendas, diante do aumento de sua tributação que decorre do atual plano econômico em execução naquela economia. Enlatados como as cervejas, estes RTDs – Ready-to-Drinks contam com um teor de álcool de até 9%, muitos com cocktails utilizando a vodka, com variados sabores, informando que não são exagerados em calorias, como o Strong Zero da Suntory. Eles também os chamam de cheapest beerlike drinks.
Estas bebidas são oferecidas normalmente nos atuais verões japoneses, e acabam envolvendo um elevado número, com a Suntory lançando o número recorde de 23 cocktails enlatados entre junho e agosto, quando no ano passado lançaram 17. A Asahi lançou em maio, e a Kirin uma nova coleção em junho. A Suntory espera aumentar a produção em 10% neste verão. Eles têm conseguido dobrar as vendas desde 2001. Acompanham a tendência da moda de aumentar a consciência de saudável que prevalece notadamente entre os jovens, na febre de serem de baixa caloria.
Products with up to 9 percent alcohol, such as Suntory Holdings’ Strong Zero vodka tonic, are often taxed at rates lower than beer. The Japan Times
Estas bebidas estão sendo lançadas com preços que correspondem a cerca de 70% das cervejas, por contarem com tributações mais baixas, sendo colocados por cerca de US$ 1,50 no mercado, para as latas de 350 ml.
O aumento das vendas destas bebidas deve crescer em cerca de 3% neste ano atingindo cerca de 13 milhões de latas no caso da Suntory, que controla cerca de um terço deste mercado, enquanto as cervejas decrescem em 1%.
Na esteira da Suntory vem a Kirin, sendo que a Asahi é a retardatária neste tipo de bebida no Japão.
Este tipo de comportamento do mercado parece mais específico daquele país, que sofre com o problema da elevação da tributação, não se imaginando que acabe se repetindo em países onde o consumo do coquetel não é tão popular, como no Brasil.
3 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: atividades varejistas no exterior, expansão no aumento do consumo, noticia no Nikkei Asian Review
Depois de um longo período de turbulências políticas e estagnação econômica, a Filipinas passa por um momento brilhante de elevado crescimento econômico e estabilidade política na atual administração de Benigno Aquino. Apesar de uma perspectiva positiva logo depois da Segunda Guerra Mundial, sob o comando de Ferdinand Marcos, após 1980 aquele país passou por uma longa recessão e instabilidade política, com a saída dos investidores japoneses. Agora registrou um crescimento de 7,2% no ano passado, com uma população jovem com média de 23 anos de 100 milhões de habitantes, contando com 10% de trabalhadores no exterior como criadas, marinheiros e outras ocupações, que remeteram US$ 22,9 bilhões para o país no ano passado. 70% do PIB filipino decorre da demanda criada pela estabilidade de sua economia, mas também começa a investir no exterior, principalmente no varejo.
As empresas japonesas de varejo também aproveitam a demanda existente nas Filipinas, como as lojas da Uniquo que estão se expandindo tanto em Manila como em seus arredores. Vendem os mesmos produtos colocados no mercado japonês, contando com muitos compradores, notadamente nos fins de semana. Também a rede de lojas de conveniência como a Lawson está em expansão, contando com uma parceria com um grupo local. Ao mesmo tempo, redes filipinas de alimentos se expandem pela Ásia, contando como clientes os próprios trabalhadores filipinos que foram para o exterior, além de consumidores modestos que preferem seus produtos com baixos preços, tanto em Hong Kong como nos países do Sudeste Asiático.
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29 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: opiniões variadas, suplemento Eu & Fim de Semana, um plano de estabilização incompleto
Um dos planos de estabilização monetária brasileira, considerado dos melhores do ponto de vista econômico, o Plano Real não conseguiu eliminar totalmente a inflação, como continua limitando as possibilidades de crescimento econômico. O suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico traz diversos pontos de vista, onde acaba prevalecendo a ideia que não foram executadas todas as decisões necessárias, não permitindo que a inflação brasileira se mantivesse no patamar considerado razoável do ponto de vista internacional, ao mesmo tempo em que apresenta dificuldades para a manutenção de um crescimento econômico de um país emergente como o Brasil.
Um artigo elaborado pela competente jornalista Claudia Safatle, diretora-adjunta da redação do Valor Econômico, faz um apanhado geral que merece ser examinado com profundidade por todos que se interessam pela economia brasileira e seus problemas. Além de preservar ainda uma inflação que gira atualmente em torno de 6% ao ano, não se conseguiu proporcionar condições para o controle fiscal do país, nem uma situação de suas contas externas que permita um crescimento razoável de uma economia emergente. Levou o artigo a ter o título “Um plano inacabado”. Dois dos que colaboraram para a sua elaboração, Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, expressa a preocupação da volta da inflação, e Pérsio Arida, um dos principais elaboradores do Plano Real, também registra seu ponto de vista sobre a necessidade de uma moeda para a modernização da economia brasileira. E o professor Delfim Netto mostra que ainda o problema reside na questão fiscal, ao mesmo tempo em que o setor exportador foi sucessivamente sacrificado.
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