Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aproveitamento do Subsolo em Tóquio

13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aproveitamento do subsolo em Tóquio, artigo no The Japan Times, ativação da construção pesada

Na maioria das economias no mundo utiliza-se a construção civil para ajudar a recuperar a economia. No Japão, além da constante renovação de edifícios que para o padrão brasileiro ainda seriam considerados relativamente novos, está se planejamento o maior aproveitamento do subsolo na região metropolitana de Tóquio. Eles estão projetando verdadeiras avenidas do tipo de Champs-Elysées em Paris, com arborizações e tudo o mais, no subsolo da Capital, como no túnel que vai de Tsukiji (famoso pelo consagrado mercado de peixe) até Toranomon, próximo ao setor governamental daquela cidade. O que até agora ia até 40 metros de profundidade, com alguns andares subterrâneos visando principalmente o sistema metroviário e todas as lojas que procuram aproveitar o grande fluxo de pessoas, agora estão indo mais abaixo, dentro do que o Escritório de Desenvolvimento Urbano da Região Metropolitana do governo japonês está coordenando.

Estas vias de transporte subterrâneas estão separadas somente por 30 centímetros por onde passam os sistemas elétricos, que estão operando em conjunto com as empresas de gás, água e telecomunicações que correm por galerias. Para os turistas que não conhecem que existe uma verdadeira cidade abaixo da superfície, cheias de lojas, restaurantes e os mais variados estabelecimentos para atender as necessidades de alimentação e bebidas da população. As estações de metrô costumam contar com vias diretas para as grandes lojas de departamento, bem como edifícios de escritórios onde trabalham milhares de pessoas.

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at Tokyo Station in August 2009. | REUTERS

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A Recuperação da Construção Naval Japonesa

13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Nikkei Asian Review, necessidade de mais prazo para atendê-los, surpreendentes volumes de encomendas

Algumas medidas de política econômica que vieram sendo adotadas dentro da chamada Abeconomics estão resultando em mudanças surpreendentes. A construção naval japonesa, que era competitiva no pós-guerra, diante da política cambial imposta aos japoneses pelo chamado G-7 que manteve sua moeda valorizada, ficou estagnada com relação aos seus concorrentes coreanos e chineses por muitas décadas. Agora, com a easing monetary policy que vem sendo adotada pelo Bank of Japan, provocou-se a desvalorização do yen a tal ponto que ela está recebendo encomendas nos últimos anos que não consegue atender no prazo desejado. Estas indústrias pesadas não contam com flexibilidade para aumentar a sua capacidade rapidamente, mas com o tempo, diante da disponibilidade de tecnologia, vai acabar mais competitiva que seus concorrentes internacionais.

O artigo de Yuta Takashima publicado no Nikkei Asian Review informa sobre estas mudanças importantes que estão ocorrendo. É evidente que não se trata somente da situação cambial, mas da disponibilidade de tecnologia da indústria de construção naval do Japão que tem uma longa tradição. Uma parte inicial das encomendas nasceu da capacidade japonesa para a produção de navios destinados à liquidificação do gás e seus transportes às grandes distâncias. Com a mudança cambial, outras encomendas, em nível surpreendente, começaram a chegar a muitas indústrias japonesas do setor, que, além de enxugarem seus custos, vem como provocando fusões que aproveitavam as sinergias possíveis de muitas empresas.

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Mitsui Engineering’s Chiba Woks constante no Nikkei Asian Review

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Japoneses Candidatos ao Fornecimento do Maglev aos EUA

13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: JR Tokai oferece tecnologia do Maglev, ligação de Washington-Baltimore-Boston, noticia no Nikkei Asian Review

Uma notícia publicada pela Nikkei Asian Review informa que JR Tokai, operadora que está construindo no Japão o novo sistema de transporte rápido Maglev, que liga Tóquio a Nagoya, paralelo ao Shinkansen, propõe-se a fornecer sem custo a tecnologia destes trens de levitação magnética quando em velocidade para os Estados Unidos se for escolhida para a sua construção. O projeto norte-americano visa ligar inicialmente Washington a Baltimore, com 60 quilômetros de distância como primeira fase, para chegar a Boston finalmente com 730 quilômetros. O custo de sua construção está estimado em US$ 19,5 bilhões, sendo que metade deste montante seria financiada pelo JBIC – Japan Bank for International Cooperation.

A tecnologia da JR Tokai mantém o trem elevado a cerca de 10 centímetros no ar com a força magnética de imãs supercondutores a bordo dos vagões e bobinas junto aos trilhos. Isto permite uma incrível estabilidade a uma velocidade de 500 quilômetros por hora. O primeiro trem desta natureza foi construído do aeroporto de Xangai à proximidade do centro urbano, com tecnologia dos alemães. Em poucos minutos, o trem está a uma velocidade superior a 200 quilômetros, e como não tem contato com os trilhos não apresenta nenhuma trepidação. Na experiência do seu uso, notamos que mal se sente a sua aceleração.

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Trem Maglev da JR Tokai, que pode correr a 500 quilômetros por hora, correndo numa pista para teste. Foto publicada no Nikkei Asian

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O Mal Que Nos Aflige

12 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Peter Singer no Project Syndicate, discussões somente de interesses políticos partidários, o interesse nacional, o quadro brasileiro de carência de estadistas

Acompanhando a discussão recente do que ocorre na política brasileira, acaba se reconhecendo a importância do que Peter Singer, filósofo e professor da Universidade de Princeton, expressa no seu artigo recente divulgado no site do Project Syndicate, que chama a atenção à lacuna que se forma com a insuficiência de um conhecimento humanístico. Não se deve confundir este problema com a insuficiência da educação formal, pois a sabedoria de um estadista pode ser decorrente da reflexão sobre os problemas existentes que é o campo de onde é possível extrair conhecimentos fundamentais. Certamente, o filósofo Sócrates não poderia dispor de um curso acadêmico, mas acabou sendo acusado de corromper a juventude por ensinar a pensar.

Peter Singer parte da constatação da redução de candidatos para os cursos de bacharelado em humanismo mesmo nas grandes universidades como Harvard. Mas, ele apressa-se em confessar que não tem consciência por que isto vem ocorrendo, humildade que é vital para qualquer intelectual. A ignorância decorrente da pretensão de saber é que parece facilitar afirmações chocantes que existem entre muitos pretensos donos da verdade, que não facilitam as discussões para a procura de medidas que possam sanar alguns graves problemas brasileiros. Claudia Safatle, na sua coluna semanal do Valor Econômico, refere-se à infeliz entrevista de um ex-presidente aos bloguistas, que tanto chocou os que são simpáticos a sua volta ao poder, expressando o entendimento de uma ação nefasta da imprensa tradicional na formação de uma concepção negativa do governo e do Brasil do momento.

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Peter Singer

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Mercosul e a Argentina

11 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: mudança na política argentina, negociações com a União Europeia, prosseguimento das negociações

Quando os demais membros efetivos do Mercosul, Brasil, Uruguai, Paraguai já estavam dispostos a apresentar uma proposta para um acordo de comércio com a União Europeia sem a participação da Argentina houve uma surpreendente mudança. Na reunião realizada em Montevidéu na última quarta-feira, a Argentina, possivelmente temendo o seu isolamento completo, apresentou a sua concordância para a proposta que pode eliminar as tarifas de 87 a 90% dos produtos comercializados com a Europa, como haviam decididos os demais países membros do Mercosul. O assunto está relatado num artigo elaborado por Denise Neumann, Daniel Rittner e Catherine Vieira, publicado no Valor Econômico, baseado nas informações fornecidas pelo ministro brasileiro Mauro Borges, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A Argentina, lamentavelmente, já vinha adotando posições pouco racionais que dificultava o adequado funcionamento do Mercosul, bloqueando as possibilidades dos seus parceiros estabelecerem acordos de livre comércio que estão proliferando em todo o mundo, diante das dificuldades de acordos gerais no âmbito da OMC – Organização Mundial do Comércio. Suas dificuldades políticas internas já chegam à beira da desagregação, preocupando a todos. E a existência do Mercosulinibia os demais países membros efetivos do acordo regional que ficavam constrangidos nas tentativas de criar condições para a continuidade de sua integração na economia mundial globalizada. Se concluído o acordo com a União Europeia, seria um primeiro e importante passo para evitar a sua marginalização.

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Continuidade dos Projetos de Smart Grid

10 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, diversos tipos existentes, prosseguimento dos projetos de smart grid

Se há uma tecnologia já comprovada como eficiente em diversas partes do mundo, ela é a do smart grid que procura gerenciar sistemas que utilizam de forma eficiente o consumo de energia. Como as elevações das tarifas de energia tendem a se elevar no Brasil, com as inúmeras dificuldades que estão sendo enfrentadas pelo setor, nada mais racional e rentável que os investimentos que permitem o seu gerenciamento eletrônico. Isto ocorre numa região que conta com uma rede de distribuição de energia para consumos industriais, comerciais, de serviços bem como em complexos empresariais ou de residências que contam com variadas demandas, onde muita energia continua sendo desperdiçada.

O ex-ministro Dias Leite costumava insistir que a energia mais barata é a economizada, pois, por mais que tenham se aperfeiçoadas determinadas gerações e distribuições, os investimentos que proporcionam a economia na sua demanda acabam sendo mais interessantes. E todos admitem que os desperdícios existentes no Brasil são gritantes, começando na rede de distribuição que se encontra em situação calamitosa. O smart gride permite detectar onde os consumos estão sendo exagerados, permitindo a tomada de medidas para a sua racionalização. Ainda que algumas empresas já estejam procurando a eficiência no uso de energia, ela ainda é pouco significante, condicionado pelos hábitos e pela cultura consolidada ao longo de períodos onde as tarifas eram relativamente baixas.

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Ligação das Bolsas de Xangai e Hong Kong

10 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: importância do mercado chinês no mundo, notícia no site da Bloomberg, tendência inevitável de ligação

Um artigo publicado por Kana Nishizawa no site da Bloomberg informa que a China pretende ligar as operações efetuadas pelas bolsas de Shanghai e de Hong Kong que resultariam em negociações diárias de US$ 3,8 bilhões. Um comunicado da China Securities Regulatory Commission afirma que ações listadas nestas bolsas, 10,5 bilhões de yuans de Hong Kong e 13 bilhões de Xangai, poderiam ser negociadas na outra, o que está estimado em 21% dos negociados em Hong Kong e 14% dos de Xangai, segundo a Bloomberg. Os especialistas entendem que estas operações apresentam tendência de aumento.

Desde a incorporação de Hong Kong na China continental, dentro do conceito de um país e dois sistemas, estas integrações tendem a se elevar. Basta lembrar que o Hong Kong Shanghai Bank já atuava nas duas praças antes da implantação do regime comunista. Com o tempo, pode ser que Taipé também seja integrado, na medida em que avancem os entendimentos políticos entre as autoridades de Taiwan e da China, sendo que esta última já considera aquele arquipélago uma de suas províncias. Na medida em que se encontrou um sistema para a incorporação de Hong Kong, a tendência pode ser neste sentido, ainda que Taiwan já contasse com uma população anterior à chegada dos nacionalistas chineses adeptos de Chang Kai Check, expulsos da China por Mao Tsetung.

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Bolsa de valores de Xangai e de Hong Kong

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Entrevista do Professor Wilson Cano no Valor Econômico

9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: entrevista sobre o projeto nacional, o problema da escolha dos setores privilegiados numa política industrial, observações bem elaboradas

O Valor Econômico publicou uma longa entrevista de Vanessa Jurgenfeld com o professor Wilson Cano, do Instituto de Economia da Unicamp, que critica que o Brasil está sem rumo, havendo necessidade do estabelecimento de um projeto nacional. Ainda que suas observações críticas sejam adequadas, a falta da formulação de maiores detalhes de uma proposta para preencher a lacuna existente, a não ser em termos vagos, mostra a dificuldade para tanto. Sempre é mais fácil criticar, mas sugerir uma política para o país, notadamente no setor industrial, mostra a dificuldade de sua concepção, os instrumentos que seriam utilizados, bem como a escolha dos setores que seriam considerados prioritários.

Certamente, o baixo crescimento da economia brasileira depois da crise do petróleo e da dívida pública somente interrompido pelo curto período da melhoria das condições da economia global, ao lado dos elevados preços dos produtos exportados, é uma realidade incontestável. Diagnosticar o que teria resultado neste comportamento poderia ser mais explorado. Se o Brasil não consegue estabelecer um plano de longo prazo, mesmo nos diversos governos que se sucederam neste longo período, deve haver uma razão para tanto, no que o entrevistado denominou de crise estrutural. Isto teria ocorrido tanto no período do regime militar como no que chama de neoliberal que teria se seguido.

Wilson Cano - economista UNICAMP

Wilson Cano

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Aproveitamento da Experiência dos Veteranos

9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aperfeiçoamentos contínuos, aproveitamento dos veteranos liberados pela robótica, artigo no The Japan Times

A Toyota vem sendo pioneira no estabelecimento de muitos sistemas de trabalho nas suas unidades fabris. Um artigo elaborado por Craig Trudell, Yuki Hagiwara e Ma Jie para a Bloomberg e publicado no The Japan Times informa sobre inovações na utilização da experiência dos operários veteranos da Toyota que estão sendo substituídos por muitos robôs nos trabalhos repetitivos. Os japoneses sempre deram importância para as experiências dos veteranos que ajudaram a gerar as tecnologias hoje utilizadas, com contribuições que vieram sendo acumulados ao longo do tempo. O diretor técnico da Toyota Mitsuro Kawai tem consciência de todas as habilidades manuais que vieram sendo desenvolvidas pelos operários, lembrando que os mestres eram considerados como deuses com suas experiências que eram transmitidas para os jovens.

Hoje, com o largo emprego da robótica, muitas tarefas repetitivas estão sendo efetuadas pelas máquinas, mas sempre ocorrem dificuldades que não conseguem ser superadas por elas que não pensam. O número de recall da indústria automobilística é elevado, resultando em altos custos para as empresas. Os operários sabem que existem tarefas que foram aperfeiçoadas pelos verdadeiros artesãos, com o desenvolvimento contínuo do nível de arte e habilidade, que nem sempre as máquinas conseguem executar. A Toyota, com o seu período de crescimento rápido, também acabou ficando com muitas dificuldades que estão procurando sanar.

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Tendências da Formação de Blocos na Ásia

9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: Bloomberg sobre os entendimentos da Austrália com o Japão e a Coreia, tendências da formação de blocos, Wall Street Journal sobre entendimentos chineses e brasileiros sobre o milho

Diante do crescimento da economia e da defesa chinesa, muitos dos seus vizinhos aliados dos Estados Unidos procuram estabelecer alianças para a possibilidade de tensões na região. O site da Bloomberg informa num artigo de Isabel Reynolds e Sam Kim que, além do fortalecimento das relações da Austrália com o Japão e a Coreia em termos de defesa recíproca, avançam os entendimentos para o estabelecimento de acordos comerciais, que tendem a ajudar o chamado TPP – Transpacif Partnership, inclusive com a participação dos Estados Unidos. A Austrália se tornaria uma forte fornecedora de produtos agropecuários e facilitaria a importação de produtos industrializados, começando com o Japão e a Coreia do Sul, visitada pelo primeiro-ministro Tony Abbott. Isto dificultaria a competitividade do Brasil como fornecedor atual e potencial de importância para aqueles mercados.

De outro lado, a China, segundo o Wall Street Journal num artigo elaborado por Chuin Wei Yap, procura reduzir a sua dependência do fornecimento de milho dos Estados Unidos que é responsável por 90% do importado pelos chineses estabelecendo um acordo com o Brasil. Evidentemente, o Brasil possui interesses nas exportações para a Ásia, o que vem fazendo com muitos produtos, tendo potencial para o seu aumento significativo. Os chineses procuram também o fornecimento da Argentina para produtos agropecuários. As providências começam pelos acordos fitossanitários, mas também empresas especializadas procuram se aparelhar, para superar os elevados custos de transportes a grandes distâncias.

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