20 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: correções indispensáveis, elaborado por José Roberto Mendonça de Barros, necessidades de visões de longo prazo, problemas agravados recentemente, tendências expressas no artigo publicado no O Estado de S.Paulo
José Roberto Mendonça de Barros é um economista competente, que participou do governo no período em que os tucanos tinham um papel relevante na formulação da política econômica. Suas análises sempre foram e continuam sendo ponderadas e, no artigo publicado neste domingo no O Estado de S.Paulo, ele indica sete tendências que estão agravando a percepção negativa da atual situação da economia brasileira. Ele começa por apontar a tendência de piora do regime fiscal, de um lado decorrente dos gastos fiscais correntes que aumentam acima do crescimento do PIB, sem crescimento dos investimentos. De outro, com as receitas infladas por eventos pontuais que menciona, ao lado de artifícios que disseminam a noção de um déficit fiscal acima do pequeno superávit anunciado oficialmente.
Como segunda tendência, aponta a piora no quadro inflacionário brasileiro, mostrando que existem inflações que já ocorreram e não estão registradas, como decorrência de artifícios que não permitiram sua explicitação. Cita os casos concretos em que subsídios estão sendo concedidos para tanto, que fica reconhecido com a necessidade de elevação da taxa Selic pelo Copom. Como terceira tendência, aponta a piora da balança de pagamentos, com as exportações estagnadas enquanto as importações continuam crescendo, denotando a perda de competitividade brasileira.
José Roberto Mendonça de Barros
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20 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: comunicação com crianças da primeira infância, os sucessos como da Galinha Pintadinha, os usos dos meios eletrônicos, Patati e Patatá
Os analistas do mercado brasileiro para produtos voltados para a primeira infância ficam impressionados com o sucesso obtido pelos personagens criados no Brasil, que superam hoje os tradicionais e internacionais como os de Walter Disney. Aqueles que estão em contactos com as crianças, por serem avós, por exemplo, ficam impressionados com o poder de comunicação de personagens como a Galinha Pintadinha, criado e divulgado pela dupla Juliano Prado e Marcos Luporini, que é utilizada para venda de milhares de produtos. O assunto mereceu uma reportagem de Murilo Roncolato de O Estado de S.Paulo. De forma similar, Patati e Patatá estão sendo utilizados pelo jovem empresário Rinaldo Faria, que adquiriu os direitos do conjunto de circenses palhaços Tuti-Fruti e Pirulito, ilusionista Alacazam e a garota Pupy. Estas personagens fascinam até crianças que mal começam a falar.
O que parece existir de comum neste sucesso é a utilização dos meios de comunicação eletrônicos, que vão de canais como o You Tube, além de DVDs, Tablet e todas as redes sociais que são usualmente utilizados pelos jovens pais. Os produtos que são comercializados tirando partido destes personagens, mesmo com preços finais exagerados, esgotam-se nas lojas de brinquedos nas épocas como de Natal.
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17 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: apoio condicionado ao Japão, os interesses dos Estados Unidos com a China, pesquisas de opinião com os norte-americanos
Um artigo escrito por Hiroyuki Akita para o Nikkei Asian Review mostra alguns dados expressivos das pesquisas de opinião efetuados regularmente desde 1960 pelos japoneses com os norte-americanos, que precisam ser devidamente considerados. Uma pesquisa efetuada no último verão informa que 67% dos cidadãos norte-americanos pesquisados e 77% dos considerados intelectuais se mostraram a favor da aliança com os japoneses, o que continua expressivo, mas houve uma queda de, respectivamente 22 e 16 pontos com relação às efetuadas anteriormente, seis meses depois da posse de Shinzo Abe, quando a economia japonesa dava indicações de melhoria, inclusive com a participação nos entendimentos da TPP – TransPacific Partnership. A queda é a maior observada desde o início destas pesquisas.
Segundo o professor Richard Samuels, de ciência política no MIT e um dos maiores especialistas em Japão, os cidadãos norte-americanos apoiam o Japão quando não existe uma disputa entre o Japão e a China. Mas não mantêm a mesma postura quando os conflitos no Mar da China poderiam envolver os Estados Unidos. Sabe-se que os Estados Unidos não manifestaram contrariedade com a China na sua ampliação do espaço aéreo envolvendo ilhas em disputa, ao contrário do Japão. Também os intelectuais aumentaram suas restrições. As autoridades japonesas consideram que o apoio norte-americano continua sólido.
Primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e o presidente norte-americano Barack Obama
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17 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Yuriko Koike no Project Syndicate, disputas entre dois grupos na Ásia, o que está provocando os problemas na Tailândia
Yuriko Koike é uma ex-ministra de defesa do Japão e presidente do Partido Liberal Democrática daquele país e sempre se dedicou à análise de problemas geopolíticos da região. Ninguém mais qualificada do que ela para permitir uma análise dos problemas que estão provocando os distúrbios na Tailândia, pequeno país democrático que passa por uma fase crucial. Ela escreveu um artigo, como faz usualmente, para o Project Syndicate, que não é isenta, pois adota uma posição claramente a favor dos países democráticos, mantendo-se crítica com relação à China que ganha maior importância econômica no mundo, e amplia seus investimentos nas suas posições militares. Mas permite avaliar o que está em jogo nas atuais disputas.
Para quem conhece a Tailândia, além de sua riqueza cultural que atrai muitos turistas de todo o mundo, é um país que veio avançando economicamente e mantém uma tradição democrática, que está atualmente em risco. Sendo um país tropical, apresenta muitas semelhanças com alguns Estados do Norte/Nordeste do Brasil, inclusive nos alimentos de que dispõem, tanto vegetais e frutas, como frutos do mar, contando com um clima quente que é amenizado pelas chuvas intensas, conhecidas como monções. Tem um regime político monárquico parlamentar democrático.
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16 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a exploração no mundo emergente, dificuldades no Oriente Médio, mudança da matriz energética mundial, o êxito nos EUA, os problemas ambientais e de disponibilidade de água, problemas de competitividade no mundo
Daniel Yergin, que é considerado um dos autores mais qualificados sobre energia, publicou no Project Syndicate um artigo sobre o Impacto Global do Xisto dos EUA, falando das mudanças que estão ocorrendo na matriz energética mundial, com as produções baratas naquele país, em que pesem as controvérsias sobre as poluições das águas. O Valor Econômico publicou em português um artigo de Lucy Hornby e Ed Crooks do Financial Times sobre o potencial do xisto na China, país que dispõe de apreciáveis reservas, ainda que tenham dificuldades para o seu aproveitamento. E o Brasil também pretende licitar algumas áreas onde há indícios de xisto exploráveis, e o Financial Times informa que o Brasil como a Rússia podem também ingressar nestas atividades, ainda que não estejam sendo considerados com elevada prioridade. Estão sendo discutidas as limitações de um amplo aproveitamento das iniciativas privadas, bem como existência de infraestrutura para tanto nos diversos países.
O que se espera é que os problemas de poluição das águas, bem como a sua disponibilidade na quantidade necessária, sejam resolvidos com aperfeiçoamentos nas tecnologias hoje utilizadas, considerando as diferenças das reservas que vêm se observando nas diversas áreas de ocorrência do xisto no mundo. Bem como os aproveitamentos da infraestrutura já existentes em diversos países, como de gasodutos, que variam em muitos deles.
Daniel Yergin e mapas de reservas de xisto no Brasil e na China
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14 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: comparações com o Brasil, desafios de grande porte, migração de 100 milhões de chineses, preparo de centros urbanos de médio porte
Todas as cifras chinesas são astronômicas. O jornal japonês de economia Nikkei publica no seu Nikkei Asian Review o plano do presidente Xi Jinping para migrar 100 milhões de chineses que atualmente residem no meio rural para pequenas cidades até o ano de 2020, evitando-se as grandes metrópoles como Xangai e Beijing que continuarão controladas. Isto significa perto de 18 milhões de migrantes por ano, e nada menos que metade da população brasileira. Eles buscam diminuir as diferenças de renda entre o setor urbano e rural, estimular a demanda doméstica via desenvolvimento de toda a infraestrutura destas pequenas cidades. A atual taxa de urbanização que é de 52,6% da população em 2012 pretende atingir 60% em 2020, o que ainda é baixo. Este desafio é imenso, difícil de ser imaginado, pois além de criar os centros urbanos há que se providenciarem as suas interligações com o país já existente, além de criar os empregos para esta população.
Só os investimentos em melhoria dos sistemas de transporte e as mudanças para a urbanização foram estimados em US$ 4,13 trilhões pelo China Development Bank. Mais de 6 milhões de novas residências populares terão que ser providenciadas anualmente. As autoridades chinesas devem relaxar os sistemas de registros da população urbana e rural, pois os considerados moradores das cidades ainda estão em 35%, quando na realidade superam os 50%, havendo 200 milhões de agricultores migrantes que trabalham nas cidades.
Prédios são construídos para receberem os migrantes da área rural
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13 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: ajudará nos entendimentos internacionais, confirmada a indicação de Stanley Fischer para Vice-Presidente do FED, grande gesto de Barack Obama, nome consagrado no mundo
Existem alguns atos surpreendentes do presidente Barack Obama que não está com grande prestígio popular nos Estados Unidos. Entre os mais destacados, está a confirmação da indicação de Stanley Fischer, nome consagrado mundialmente com um currículo invejável, para vice-presidente do FED – Sistema Federal de Reservas, o Banco Central dos Estados Unidos. Ele ainda terá que ser aprovado pelo Congresso, ainda que seja um mero ato exigido pela legislação daquele país. Deve atuar sob o comando de Janet Yellen, que é a presidente, já confirmada formalmente em todos os trâmites, que, apesar de experiente e competente, não possui credenciais tão elevados. Tudo indica que Stanley Fischer deverá desempenhar um papel importante de coordenação mundial, diferente da simples rotina do FED, diante da paulatina redução dos incentivos que visavam à recuperação da economia norte-americana, que terá consequências, notadamente no mundo emergente, inclusive no Brasil. Deve também assessorar o próprio Barack Obama.
Um artigo publicado por Craig Torres, no site da Bloomberg, informa que o resto da equipe do FED deverá contar também com nomes expressivos, demonstrando que o presidente estaria empenhado em utilizar esta instituição para recuperar o prestígio de sua política econômica, salvando a sua administração que não vem sendo considerada brilhante. Todos sabem que os Estados Unidos continuam divididos entre Republicanos e Democratas, mesmo com o entendimento precário para o seu orçamento, principalmente, não conseguindo manter o seu poder internacional que detinham desde o término da Segunda Guerra Mundial. Seu fundamental programa de Seguro de Saúde, que considerou a marca mais forte do seu programa para a política interna, enfrenta grandes dificuldades.
Stanley Fischer
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13 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo na Folha de S.Paulo, distorções na compreensão da economia, Valor Econômico entrevista Alan Greenspan
Dois artigos publicados na imprensa brasileira acabam enfatizando indiretamente as distorções existentes sobre a compreensão do papel da economia e dos economistas no mundo atual. O suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico publicou uma magistral entrevista de Robinson Borges com Alan Greenspan, que comandou o FED – Sistema Federal de Reservas, o Banco Central dos Estados Unidos, num período crucial de expansão e posterior dificuldades, que comenta a política no qual teve papel relevante, falando também da nova presidente Janet Yellen. A Folha de S.Paulo publica artigo de Marina Carneiro e Érica Fraga sobre a nova safra de economistas brasileiros, resumindo o perfil de dez deles que consideram com grande potencial, informando que muitos deles se dedicam a novos campos que não eram abordados pelos economistas mais conhecidos, todos com sólidas formações acadêmicas no exterior.
Na realidade, parece que há hoje um exagero na importância do sistema financeiro em todo o mundo, que, apesar de seu relevante papel, não deveria dominar os avanços tecnológicos que são mais relevantes nos aumento das eficiências na produção. O setor financeiro deveria ser, na nossa modesta forma de pensar, somente um braço para auxiliar esta produção que vai permitir a melhoria do padrão de vida da população, com a eficiente utilização de todos os fatores disponíveis. Dos jovens economistas, hoje mais aparelhados para as análises econômicas, não se destaca nenhum que esteja diretamente ligado com a produção e o aumento da eficiência.
Alan Greenspan
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8 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as ondas gigantes no norte da Europa, calor acentuado no Brasil, o vórtice polar, onda de frio nos Estados Unidos e suas consequências, preços de energia, restrições de água na China
A Folha de S.Paulo informa que na sua ignorância um senador norte-americano conservador de Oklahoma teria perguntado onde está o tal aquecimento global diante da onda de inusitado frio que assola os Estados Unidos. O que se discute é a irregularidade climática bem descrita na matéria elaborada por Brian K. Sullivan e Naureen S. Malik publicada no site da Bloomberg, informando que as temperaturas no Centro Oeste norte-americano estão abaixo do Polo Sul, fenômeno que se repete a cada década ou a cada cinco anos, mas que está mais rigoroso neste ano, como não se observava há mais de um século, provocado por um fenômeno parecido com o de um tufão ártico. Ao mesmo tempo, noticia-se que no norte da Europa o litoral está sendo atingido por incomuns ondas gigantes que estão afetando o Canal da Mancha. Paralelamente, na China, informa-se que a carência de água está elevando as tarifas para os que as mais utilizam numa matéria publicada em português no Valor Econômico reproduzindo uma do Bloomberg, ainda que não tenha um relacionamento com os demais problemas.
As consequências de todas estas irregularidades climáticas e os problemas que criam, mesmo que não seja cientificamente relacionadas com os aquecimentos globais, aparentam uma forte correlação com o aumento do lançamento dos gases estufa. Os dados científicos mostram que os aquecimentos das águas nas correntes marítimas, como El Niño e La Niña, influenciam nas mudanças climáticas em muitas regiões, inclusive no Brasil. Já ficam evidentes que os laranjais norte-americanos estão congelados, os preços dos combustíveis acusam os primeiros aumentos e existem preocupações com as produções de cereais nos Estados Unidos, além dos elevados custos das paralisações das atividades econômicas e prejuízos materiais com as inundações e nevascas.
Neves castigam os Estados Unidos, principalmente Chicago
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7 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: os modelos utilizados em Nova Iorque e Tóquio, os táxis da Nissan para Londres, preservando a tradição de serem pretos, qualidade
Confesso que fiquei um pouco apreensivo quando a Nissan ganhou também a concorrência para fornecimento dos táxis de Londres, depois de Nova Iorque, pois os de lá sempre foram os mais confortáveis para os usuários, mantendo por tradição a cor preta. No entanto, o artigo publicado pela jornalista Marietta Cauchi, do The Wall Street Journal, bem como em outros jornais pelas notícias distribuídas pelas agências Ansa e AFP, mostrando o modelo que será produzido para atender a nova demanda, me tranquilizou, mostrando a competência da Nissan e do seu presidente, o brasileiro Carlos Ghosn. Internamente, são os equivalentes aos usados em Nova Iorque e Tóquio, o modelo NV200 van compacto, mas devidamente ajustado às exigências dos ingleses, com uma cor preta e acomodações tradicionais, mas avançado em termos de eficiência no consumo de combustível, e menos poluente, contando também com a versão totalmente elétrica.
Existem faróis redondos e uma grade remodelada, com iluminação LED melhorando a visibilidade do sinal táxi, e novos painéis adesivos, tendo 7,5 metros de viragem máxima para as estreitas ruas de Londres. Devem ser os mais econômicos operacionalmente e oferecidos a custos mais baixos que seus concorrentes, como o das Daimler AG Mercedes-Benz.
Táxis da Nissan para Londres e para Nova Iorque e Tóquio
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