Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Recuperação do Turismo no Japão em 2013

21 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: ainda modesto comparado com outros que contam com muitos turistas, atingiram 10 milhões antes de completar o ano, recuperação do turismo no Japão

Um artigo publicado no The Japan Times informa que o turismo de estrangeiros no Japão está aumentando, permitindo que antes de completar o ano fosse atingida a meta de 10 milhões destes turistas. Ainda que seja um país que oferece uma boa estrutura para tanto, todos sabem que o terremoto seguido de maremoto no nordeste do Japão, e a continuidade da contaminação radioativa vieram prejudicando a ida de estrangeiros para o país. Os que estão aumentando são os provenientes do Sudeste Asiático que vêm melhorando o seu padrão de vida, e todos procuram conhecer um país que apresenta melhor nível de renda per capita como o Japão.

No entanto, os problemas políticos ainda afetam este fluxo, com os chineses que visitavam muito o Japão e ainda se mantêm retraídos. O Japão possui metas ousadas para o futuro, esperando atingir 20 milhões de turistas estrangeiros em 2020 e triplicar o atual nível até 2030, o que é possível, com as melhorias que estão ocorrendo na Ásia, inclusive dos meios de transporte em massa com o uso de aeronaves de grande porte.

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Monte Fuji, templo em Kyoto e a Torre de Tokyo: locais turísticos do Japãoe

Em 2010, atingiu-se apenas 8,61 milhões de turistas estrangeiros, em 2011 enfrentaram-se as dificuldades naturais por que passou o Japão. As exigências burocráticas para os turistas estrangeiros estão sendo relaxadas, com a eliminação dos vistos para os da região do ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático. No entanto, estas medidas precisam ser recíprocas em ambos os países, fazendo com que os que mantêm a exigência de vistos como o Brasil, também tenham que obter os vistos para visitar o Japão.

No Sudeste Asiático, os provenientes do Vietnã apresentaram em 2013 um crescimento de 53,5%, os da Indonésia em 36% e os da Tailândia em 69%, mostrando tanto a melhoria econômica nestes países como as facilidades com as reduções dos custos para as viagens para o Japão, tanto nos transportes internacionais como as desvalorizações cambiais na economia japonesa.

Ainda assim, o Japão comparando com os países de forte turismo internacional, ainda está em níveis modestos, pois em 2012 mais de 27 países superaram a marca de 10 milhões de visitantes. Tudo isto mostra quanto o Brasil necessita se esforçar, por contar com tantos atrativos naturais, podendo reverter as contas relacionadas ao turismo, que são altamente deficitárias, com os brasileiros gastando muito no exterior, e atraindo poucos estrangeiros para o país.


Previsões Para a Economia Chinesa em 2014

20 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: consultas feitas pelo Nikkei Asian Review, previsões para o crescimento chinês em 2014

A economia chinesa continua muito importante para a Ásia como para o mundo, e todos se interessam em saber como ela deve se comportar em 2014. O jornal japonês Nikkei mantém um site que analisa o que deve acontecer na Ásia, chamado Nikkei Asian Review, que consultou muitos economistas que atuam naquele país, tanto os que estão em Hong Kong como na China Continental, para chegar a uma avaliação média, que não varia muito, conseguindo 21 respostas sobre os questionários enviados. Em 2012, a economia chinesa cresceu 7,7% medida pelo seu PIB. No trimestre de julho a setembro último, chegou a 7,8% ao ano, havendo uma previsão de 7,7% no último trimestre, que resultaria uma desaceleração para 7,6% no ano todo.

A maioria dos consultados entende que em 2014 o crescimento deve se manter estabilizado neste nível. A desaceleração observada deve-se às reformas anunciada por Xi Jinping, mas todos entendem que as exportações chinesas já se recuperaram beneficiadas pela melhoria da economia japonesa, dos Estados Unidos e da Europa, permitindo que desde meados de 2013 a situação permita avaliar a sua continuidade no próximo ano.

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A previsão dos analistas é uma ligeira valorização do yuan, quase a mesma que a atual, em torno de 6,07 por dólar. Estaria relacionada com a ênfase no mercado interno que se propõe nos planos. A inflação também teria um crescimento modesto de 2,7% em 2013 para 3,2% em 2014 como 2015, não havendo um grande temor com a bolha imobiliária.

Sobre as reforma programadas, as respostas recebidas foram menores, mas são favoráveis, havendo indicações que as autoridades chinesas conseguirão executá-las, com maior liberalização sobre a taxa de juros e redução dos controles sobre os preços dos alimentos como da energia.

Há certo ceticismo sobre a probabilidade das reestruturações das estatais chinesas e melhoria das finanças das autoridades locais. Também existe reservas sobre as possibilidades de avanços no Estado de Direito na China.

Como em todos os países, os analistas dispostos a responder as questões formuladas estão trabalhando, na maioria, nas instituições financeiras nacionais como estrangeiras.


Manipulações de Câmbio em Londres

19 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: citação de nomes e instituições bancárias, fatos já conhecidos, mas não de forma tão explícita, termos pesados utilizados pela Bloomberg

Poucas vezes na história dos meios sociais de comunicação um artigo como o escrito por Liam Vaughan, Gavin Finch e Bob Ivry, que se encontra no site da Bloomberg, utilizou termos tão pesados como Cartel, Clube de Bandidos, Máfia, mencionando nomes dos operadores envolvidos e dos bancos a que pertencem na manipulação do trilhonário mercado de câmbio. Envolve todo o mercado mundial e continuam sendo investigados, inclusive por instituições como o BIS – Banco Internacional de Compensações, o Banco Central dos Bancos Centrais. Já se sabia há tempos destas irregularidades envolvendo taxas como a Libor – London Interbank Rate, como câmbios entre muitas moedas operadas em Londres, mas nada tinha sido apresentado de forma tão didática e explícita.

Citam-se as principais denúncias feitas em muitos países por variadas autoridades, como instituições envolvidas do nível da UBS – Union de Banques Suisses, RBS – Royal Bank of Scotland, Citigroup, Deutsche Bank, JPMorgan Chase, Barclays e sênior dealers como Richard Usher, Rohan Ramchandani e Matt Gardiner. Informa-se que 20 minutos antes do fechamento do mercado, às 4:00 PM de Londres, alguns operadores se reuniam, definindo as taxas de referência para mais de US$ 3,6 trilhões de fundos de pensões, poupanças e gestores de fundos de todo o mundo que seriam utilizadas em poucos segundos. Maximizavam os lucros das instituições e as bonificações recebidas pelos operadores, o que é confirmado por muitos depoimentos. Tenta-se regulamentar estas operações de Berna até Washington, mas elas acabavam sendo dificultadas por estes e outros bancos que comandam o mercado.

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Ainda as Tensões Militares no Extremo Oriente

19 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: as tensões militares no extremo oriente, Project Syndicate, visão de um analista internacional sem envolvimento com as partes envolvidas

Todas as tensões militares em qualquer região do mundo são difíceis de serem avaliadas com isenção, pois é natural que os analistas tenham uma tendência a ser simpáticos a algumas das partes envolvidas. Ian Buruna é um conhecido analista que tem diversos livros publicados sobre variados assuntos, e escreve para entidades de prestígio como o Project Syndicate colocando os pontos de observação na questão que vem merecendo as atenções de muitos no mundo. Ele coloca que a China vem elevando o seu poder político na região, o Japão luta para superar sua dificuldade econômica fortalecendo sua aliança militar com os Estados Unidos e a Coreia do Sul está espremida neste meio, como sempre esteve.

Segundo a sua visão, os japoneses que perderam catastroficamente a Segunda Guerra Mundial ficando subservente ao poder dos Estados Unidos, e sua maioria pode viver com esta situação, mas se submeter à China seria intolerável. Ele faz um apanhado histórico, informando que o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe é neto do primeiro-ministro Nobusuke Kishi, que era um burocrata de elite da indústria do tempo da guerra, foi preso como criminoso de guerra em 1945, mas foi liberado sem julgamento durante o início da Guerra Fria, sendo eleito primeiro-ministro conservador em 1957. Kishi teria sido um nacionalista com tendência fascista durante a década de 1930 a 1940 com profunda aversão ao comunismo.

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Ian Buruna

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Uma Avaliação Duvidosa do Salão de Automóveis de Tóquio

19 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: algumas adaptações necessárias, salão de automóveis de Tóquio inadequado para estrangeiros, um artigo do Wall Street Journal publicado no Valor Econômico | 1 Comentário »

Um artigo elaborado por Yoshio Takahashi, originalmente do Wall Street Journal, foi publicado em português no Valor Econômico, informando que o gosto peculiar dos japoneses para muitos produtos, inclusive automóveis, está dentro do que chamam de cultura de Galápagos. Ou seja, são específicos para os japoneses, o que inibiu as participações da General Motors, Ford e Chrysler no Salão de Automóveis deste ano em Tóquio. Os japoneses criaram carros pequenos e econômicos no pós-guerra e estes não estariam contando com demanda no mundo, inclusive os híbridos que combinam a utilização da gasolina com energia elétrica. Ainda que isto possa ser uma avaliação parcialmente correta, parece que há outras razões que poderiam ser acrescentadas numa apreciação mais isenta.

O mundo parece que caminha no sentido da sustentabilidade, o que faz com que os automóveis estejam se tornando mais compactos, consumindo menos combustível. Os híbridos, ainda caros, estão se disseminando em todo o mundo, pois as baterias de lítio estão ficando cada vez mais eficientes, fazendo com que os automóveis possam circular cerca de 50 quilômetros com o auxílio da energia elétrica que está sendo recarregada nas baterias nos momentos em que os veículos não estão sendo acelerados, acabando por ficar mais eficiente nos centros urbanos do que nas estradas. Os carros minúsculos estão voltando para os mercados internacionais, pois todos entendem que são mais fáceis de serem manobrados nos trânsitos caóticos que prevalecem na maioria dos países.

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Novos modelos compactos da Honda e da Toyota

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Evolução da Carga Tributária no Brasil

19 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo da Folha de S.Paulo, dados elaborados pela IBPT, evolução da carga tributária no Brasil

Ainda que a Folha de S.Paulo tenha publicado um artigo elaborado por Claudia Rulli, com base nos levantamentos efetuados pela IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação com a evidente intenção de criticar a carga tributária que vem se elevando no país recentemente, mesmo com as desonerações tributárias efetuadas, os dados apresentados acabam tendo um impacto diferente. Ressalta as elevações que foram mais acentuadas nas administrações anteriores de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, que foram de 3,23% e 4,03%, quando Fernando Collor tinha reduzido em 3,22%, ainda que forma não sustentável. Nas administrações de Lula da Silva e de Dilma Rousseff, ela continuou se elevando sobre um patamar já elevado, mas num ritmo menor de 1,58% e 2,20%, ainda que as gestões tenham períodos diferentes.

Mais do que as tributações efetuadas, as análises exigem o que foi oferecido pelos governos como contrapartidas. Os gastos públicos que vieram se elevando, aumentando também as dívidas públicas diante dos elevados juros, necessitam considerar que os investimentos, cujos conceitos estão se alterando, estão limitados e os custeios estão se elevando. Estes precisariam ser divididos também nos das máquinas públicas e os que são destinados para os fins desejados, como educação e saúde pública. Sem este quadro mais completo, torna-se difícil simplesmente condenar as elevações das cargas tributárias, que são elevadas em países como os escandinavos, desenvolvidos e de eficiência elevada.

Editoria de Arte/Folhapress

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Presidente do Bank of Japan entrevistado pelo FT

17 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: exagero de precisão, Haruhiko Kuroda para o Financial Times, parecendo um assunto acadêmico

Os jornalistas Martin Wolf, David Pilling e Jonathan Sobie, do Financial Times, que sempre escrevem sobre assuntos asiáticos, entrevistaram o presidente do Bank of Japan, Haruhiko Kuroda, sobre a atual política daquele banco central para o Japão nos próximos anos. A esperança de precisão é tamanha que parecem informações irritantes de acadêmicos, em que alguns têm a pretensão que a economia seja uma ciência exata. O governo japonês junto com o BOJ anunciou que perseguem uma inflação de 2% ao ano, ainda que num prazo incerto, adotando uma política que denominam “quantitative and qualitative easing”, que difere pouco da norte-americana e da inglesa, onde aquele banco central se compromete a dobrar a compra de títulos do governo japonês, ampliando o crédito a baixos juros, chegando a um prazo de vencimento médio em sete anos. Isto está provocando a desvalorização do seu câmbio e melhorando substancialmente as cotações de sua bolsa de valores.

O entrevistado informa que metade da chamada primeira flecha do Abeconomics estaria atingida, com a inflação mostrando uma inflação de 0,9% quando tinham deflação, mas que teria um longo caminho para chegar a 2% estável, a partir da qual pretende reduzir para 1% ao ano. Para quem está acostumado com inflações bem mais elevadas como os brasileiros, com grandes intervalos, tudo isto parece um sonho. Eles esperam que com isto os juros que o mercado projeta para o futuro estejam caindo, alterando também o reequilíbrio do portfólio dos bancos e outros que os mantêm, com uma moeda desvalorizada. A inflação atual, excluída a de energia e de alimentos, estaria em 0,3% de aumento. Os nove membros do Comitê de Política Monetária esperam que esta inflação esteja em 1,9% no ano fiscal de 2015, que vai de abril a março naquele país. Eles esperam que o excesso de capacidade sobre o produto potencial esteja entre 1 a 1,5%, ao mesmo tempo em que o crescimento da economia esteja em 1,5 anual, todas estimativas difíceis de serem feitas para prazos mais longos.

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Haruhiko Kuroda

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A China e os Produtos Geneticamente Modificados

17 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: mistura com oposições políticas, protestos sobre os produtos geneticamente modificados, repetição do que se observa no resto do mundo

Também na China, como no resto do mundo, os que combatem os produtos geneticamente modificados aproveitam para contestar o governo, misturando o assunto com as oposições às orientações governamentais. Alegam que os Estados Unidos estão mais avançados nestas pesquisas e procuram boicotar a China, algo como quando ocorreu a Guerra do Ópio, visando à dominação do país. Os protestos se repetem na frente do Ministério da Agricultura, envolvendo muitos descontentes com as autoridades, desde cientistas até militares, que são tratados de forma política pelo governo, que procura informar a população com o apoio de muitos acadêmicos. Isto acontece em muitos países, inclusive no Brasil, ainda que as pesquisas estejam avançando, mostrando que os receios parecem infundados.

Na realidade, muitos que contestam o governo, mesmo na China, acabam provocando manifestações, sendo que as menos expressivas acabam sendo toleradas. Somente os que ganham muita projeção acabam sendo coibidas pelas autoridades, e os relacionados com estes produtos geneticamente modificados são considerados de forma suave. Na realidade, mesmo com os avanços nas pesquisas, sempre existe um espaço para a controvérsia, ainda que a prioridade pelo aumento da produção para o abastecimento da população acabe prevalecendo.

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Surpreendentes Medidas da Abeconomics

17 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: despesas da vida noturna das grandes empresas, formas de elevação dos salários, medidas surpreendentes para ativar a economia

Ainda que se possa concordar com a política japonesa para ativar a sua economia, algumas medidas heterodoxas que estão sendo tomadas surpreendem os analistas estrangeiros. De um lado, tomou-se a política chamada de easing monetary policy, que veio sendo adotada pelos Estados Unidos que acabou provocando a desvalorização do dólar, que entre outras contrapartidas resultava na valorização do yen. Mas, para estimular às exportações japonesas, as autoridades daquele país tinham que conseguir uma desvalorização do seu câmbio, ao mesmo tempo em que se perseguia uma inflação de 2% ao ano, para sair de um longo período de deflação que tinha efeitos mais deletérios.

Tentaram que suas empresas elevassem os salários para provocar um aumento da demanda, mas os resultados ainda continuam duvidosos. Agora, as autoridades econômicas, estimuladas pelo ministro Taro Aso, que sempre abusou destas despesas, autorizaram que as grandes empresas japonesas tenham parte de suas despesas com as noitadas de seus dirigentes e funcionários, inclusive em bares, parcialmente deduzidas das tributações, também visando o aumento de suas atividades destinadas ao relaxamento. O assunto mereceu uma nota no The Economist dando a impressão que o governo japonês está exagerando na sua criatividade.

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Belo Monte e Outros Assuntos de Envergadura na Imprensa

15 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a exigência de análises históricas e comparativas, as dificuldades dos jornais e rádios com matérias mais trabalhosas, os problemas emocionais envolvidos, série de artigos sobre Belo Monte no suplemento Ilustríssima da Folha de S.Paulo

Uma importante matéria sobre Belo Monte elaborado por uma equipe composta por Marcelo Leite, Dimmi Amora, Morris Kachani, Lalo de Almeida e Rodrigo Machado envolvendo cinco partes, a primeira com duas páginas do suplemento Ilustríssima da Folha de S.Paulo, começou a ser publicada neste fim de semana. Informa-se que a reportagem consumiu dez meses de trabalho de muitos jornalistas. Constata-se que a imprensa diária impressa está encontrando dificuldades para coberturas desta natureza, dado o seu elevado custo e a concorrência com as publicidades voltadas para notícias mais rápidas, como as veiculadas nos meios eletrônicos. Os trabalhos investigativos que exigem mais tempo e dedicação acabam procurando outras formas de patrocínio, inclusive financiamentos até de instituição que não visam o lucro.

Ainda que estes trabalhos sejam cuidadosos e demorados, exigindo o empenho de bons jornalistas, que não sejam envolvidos por posições radicais de alguns ambientalistas bem como de outros interesses políticos, há que se constatar que os grandes projetos de infraestrutura exigem planejamentos e visões de prazo de muitas décadas. Nem sempre os jornalistas contam com os meios para estabelecer paralelos com outras obras semelhantes a Belo Monte, como Itaipu e o complexo de Jupiá e Ilha Solteira até porque suas histórias são anteriores ao nascimento de muitos jovens e competentes profissionais.

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Hidroelétrica de Itaipu                                           Belo Monte. Foto: Lalo de Almeida/Folhapress

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