28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: ausências notadas, dificuldades nas suas definições, levantamentos da Fundação Dom Cabral, suplemento multinacionais brasileiras do Valor Econômico
Não há dúvidas que muitas empresas brasileiras estão se tornando importantes no mundo, com suas atuações além das fronteiras, assunto que está sendo abordado pelo suplemento especial Multinacionais Brasileiras do Valor Econômico. Três indicações teriam sido utilizadas, com base nos dados elaborados pela Fundação Dom Cabral, fornecendo um ranking por índice de transnacionalidade, ganhos externos e mais atuações em países estrangeiros. Comentários de estudiosos relacionados com o assunto foram coletados, como da SOBREET – Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.
No entanto, acaba se ficando com algumas dúvidas sobre os critérios utilizados, em decorrência da ausência de nomes conhecidos. Entre as que causam estranheza pela ausência estão a Embraer, a Ambev/Imbev, as de sucos de laranja como a Cutrale e a Citrosuco, as que atuam com frangos como a Brazil Foods, entre as mais evidentes.
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28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: Guilherme Estrella, posição ideológica, pragmatismo, reservas da Libra com a Petrobras
Guilherme Estrella é um conhecido geólogo que chegou a diretor de Exploração da Petrobras, sendo lhe creditado e à sua equipe a descoberta do pré-sal. Na entrevista concedida a Eleonora de Lucena, publicada na Folha de S.Paulo, expressa sua opinião que a reserva de Libra deveria ser exclusiva do Estado, contando com o monopólio da Petrobras, pois a sua magnitude seria estratégica para aumentar a importância do Brasil no mundo, como afirma que é feito também pelos outros países detentores deste tipo de reserva petrolífera e de gás natural. É, portanto, contrário ao que foi decidido no recente leilão que permitiu a participação de 20% da Shell anglo-holandesa, 20% da Total francesa e 10% cada das duas estatais chinesas, ficando a Petrobras com 40% da empresa que será criada para esta finalidade, que será a responsável pela sua exploração, além dos 41,65% da produção que ficaria com o governo brasileiro. O total acaba acima de 60% para o Brasil.
Em que pese a sua abalizada opinião, há que se considerar também outros fatos que exigem um pragmatismo que ele não leva em conta como técnico. A Petrobras encontra-se fragilizada do ponto de vista financeiro, não dispondo de todos os recursos indispensáveis para a sua exploração como monopolista, que não costuma proporcionar a eficiência desejada. Não se pode assegurar que o petróleo continuará a ter a importância atual como fonte de energia, pois a matriz energética mundial está se alterando, não somente com a economia de energia poluente, como outras fontes como a solar e a eólica que são pequenas, além do famigerado petróleo e gás do xisto que vem aumentando sua participação no curto prazo.
Guilherme Estrella
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28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: aperto das autoridades, artifícios usados, artigos no Nikkei e no Financial Times sobre envolvimento do Mizuho Bank, problemas existentes por décadas
São antigas as notícias sobre empresas e bancos japoneses acusados de serem chantageados por elementos do crime organizado, o que vem sendo combatido pelas autoridades japonesas. Era tradicional criminosos adquirirem poucas ações destes estabelecimentos, comparecerem nas suas assembleias de acionistas e apresentarem longos pronunciamentos incômodos para todos, com indícios de irregularidades. Para se defenderem destas ações, as assembleias da maioria das empresas passaram a ser convocadas todas para as mesmas datas e horários. Agora, as fiscalizações sobre o Mizuho Bank indicam que uma de suas subsidiárias que atuava no financiamento de automóveis, entre outras vendas, estava financiando suspeitos de crimes já há muito tempo, desde antes das fusões que resultaram no atual banco. As notícias divulgadas sobre o assunto aparecem no Financial Times como no jornal econômico japonês Nikkei, informando que seus dirigentes estão se autopunindo, com a redução de seus honorários, incluindo também demissões de alguns diretores e punições equivalentes aos dirigentes já aposentados.
A comprovação destas irregularidades é difícil, pois muitos destes financiamentos são de veículos normais que eram utilizados pelos acusados de crime, não havendo necessidade de plenas garantias dos financiados e das empresas de fachada que os empregam na legislação japonesa. Os japoneses, quando sob investigações, ainda que não tenham confirmadas as irregularidades, costumam assumir suas responsabilidades perante o público, utilizando-se das autopunições.
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27 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: apoio da imprensa, elevação de impostos, outras informações, redução de tarifas de importação
O jornal econômico japonês Nikkei publicou um levantamento de opinião efetuado neste fim de semana pelo telefone com 1.747 famílias sobre alguns pontos cruciais da política chamada Abeconomics, que vem sendo implementada pelo atual governo japonês. Informa-se que a maioria das famílias japonesas aprova a redução ou eliminação das tarifas de importação sobre o arroz e outros produtos agrícolas, como cogitado nas negociações efetuadas no âmbito do chamado TPP – Transpacific Partnership. É preciso entender que hoje mais de 70% dos produtos alimentícios que se encontram nos supermercados japoneses já são importados, inclusive verduras e legumes.
Informa-se que nas pesquisas anteriores esta aprovação era de somente 29% e que se elevou para 53%, mostrando que a campanha que vem sendo promovida pelas autoridades, empresários e com a ajuda da mídia japonesa está provocando uma mudança significativa de opinião. Mas, segundo a pesquisa, os agricultores japoneses a consideram intragáveis, ultrapassando os que o consideram apropriado.
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27 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: conversações com os japoneses, duas notícias publicadas no China Daily, entendimentos com o ASEAN, problemas enfrentados pelos chineses
São muitos os artigos publicados nos meios de comunicação social relevantes no mundo referindo-se às desacelerações do crescimento econômico que se observa na China. Mesmo os dirigentes chineses como seus acadêmicos também se referem às dificuldades que precisam enfrentar com reformas substanciais, passando de uma economia que dependia muito da sua exportação para manter o seu elevado ritmo de crescimento das últimas décadas. Agora terão que depender da ampliação do seu mercado interno, que ainda conta com um nível de renda per capita relativamente baixo comparado com os países considerados desenvolvidos, bem com uma distribuição regional e pessoal de renda que se agravou com a disseminação dos mecanismos de mercado. Também enfrentam deficiências no seu sistema público, tanto com as estatais como com a existência de um mercado financeiro paralelo.
O China Daily, órgão oficial do governo chinês, na sua edição eletrônica voltada para os Estados Unidos, publica dois artigos merecem atenção. Um escrito por Zhao Huanxin refere-se aos entendimentos que autoridades chinesas estão efetuando com os japoneses, utilizando uma manifestação do chefe do escritório de Informações do Conselho de Estado da China, Cai Mingzhao, que apesar dos 41 anos da normalização das relações diplomáticas os avanços não foram significativos, na presença do embaixador japonês na China, Masato Kitera. Outro artigo escrito por Li Jiabao, afirmando que o primeiro-ministro chinês Li Keqiang prometeu atualizar o Acordo de Livre Comércio da China com o ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático.
Primeiro-ministro chinês Li Keqiang e Cai Mingzhao, do Conselho de Estado da China
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27 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: crescimento chinês que ameaça ultrapassar os Estado Unidos, exemplos históricos dos términos dos milagres, pragmatismo que se observa na China, resumo de um livro de Josef Jofre publicado no The Wall Street Journal
Josef Joffe, da Universidade de Stanford, publica um resumo do seu livro que deverá ser lançado no próximo mês no The Wall Street Journal para leitura deste fim de semana, que aparenta uma defasagem com o que vem acontecendo recentemente. Ele faz um apanhado geral das histórias de um crescimento rápido no século XX e que se prolonga neste, colocando-se contrário aos sistemas despóticos como de Hitler e Stalin, analisando que a China continua no mesmo caminho, não conseguindo os resultados das democracias liberais. Na realidade, ele se mostra fortemente apegado às considerações ideológicas, imaginando que não se observam mudanças substanciais no mundo atual, que parece mais pragmático, provocando ou sendo obrigado a mudanças políticas diante dos problemas que vão enfrentando.
Este autor continua escrevendo dentro de um quadro que parece estar se alterando no mundo, não mantendo mais a rigidez ideológica do passado. Imaginar que a China atual continua mantendo os sistemas do tempo de Mao Tsé-tung, com a Revolução Cultural e o massacre da Praça Tiananmen, parece não corresponder exatamente à realidade, mesmo que não chegue ao ponto que muitos ocidentais desejariam. Tudo indica que os chineses estão conscientes que precisam evoluir politicamente, como estão conseguindo na economia que pouco tem hoje de socialista, mas até abusa dos sistemas de mercado, sofrendo a piora na sua distribuição de renda e dos efeitos cíclicos. Vamos postar neste site alguns artigos que mostram que, apesar de suas dificuldades políticas, inclusive externas, os chineses procuram entendimentos com o Japão e o ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático, aumentando suas possibilidades de ampliação do comércio com sistemas de redução das barreiras alfandegárias, que acabam determinando descentralização políticas.
Joseph Joffe
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26 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: diferença com os Estados Unidos, examinando os empréstimos dos bancos europeus, problemas nos países emergentes
A revista The Economist publicou um artigo mostrando que as dívidas das empresas europeias podem ser tão complexas como os débitos soberanos dos seus países, e que o rigoroso presidente do BCE – Banco Central Europeu, Mario Draghi, já colocou na agenda para procurar resolvê-los em 2014. Como todos sabem, a crise financeira mundial começou em 2007 pelos créditos imobiliários incobráveis dos bancos norte-americanos. Eles acabaram recebendo volumosos recursos do governo daquele país para não falirem e provocaram um problema sistêmico. Os devedores familiares podiam entregar seus imóveis deixando de honrar os seus compromissos com os bancos. A legislação europeia é mais rígida e as empresas que contraíram estes empréstimos continuam com débitos que os bancos não podem cobrar e que continuam constando dos seus balanços.
Depois de conseguir estancar os débitos públicos dos países que não podem honrar os seus compromissos, a partir do próximo ano os bancos sofrerão um exame mais profundo dos seus ativos, estimando-se que em alguns países eles são elevados. O FMI – Fundo Monetário Internacional estima grosseiramente que em Portugal, Espanha e Itália eles podem chegar a 50, 40 ou 30% dos creditos dos bancos, que são incobráveis. Não se poderão adotar medidas como as que foram tomadas nos Estados Unidos, ainda que Angela Merkel já venha adotando atitudes menos rígidas no que se refere à solução dos problemas fiscais.
Mário Draghi
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26 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: apoio ao Abeconomics, aumento dos impostos, desafios para manter o rumo da economia, propostas para flexibilização monetária adicional
Koichi Hamada é professor emérito da Universidade de Tokyo, professor de Economia na Universidade de Yale e assessor especial do primeiro-ministro Shinzo Abe. Nada mais natural que ele se posicione a favor das medidas tomadas pelo governo do seu país, que aprovou o aumento dos impostos sobre as vendas de 5 para 8% numa primeira fase, devendo alcançar 10% nos próximos 18 meses, que muitos acreditam seja ainda insuficiente para manter o seu nível de dívida pública de 200% do PIB. Ele recomenda que o Bank of Japan flexibilize a sua política monetária para evitar que esta medida prejudique a recuperação da economia japonesa, que ainda se encontra nos seus estágios iniciais. O seu artigo publicado no Project Syndicate indica que esta campanha para convencer os líderes de opinião é necessária, pois existem muitas dúvidas ainda sobre o sucesso do chamado Abeconomics.
Ele informa que o Ministério de Finanças do Japão está engajado na disseminação de um cenário mais positivo, e que o Gabinete do primeiro-ministro convocou 60 líderes empresariais, acadêmicos e economistas, quando 70% dos participantes expressaram ao seu apoio à estratégia que vem sendo adotada. Quando se dissemina que a dívida pública japonesa supera em 200% o PIB, ele considera que não está se retirando os ativos que os japoneses possuem o que reduziria a dívida líquida para algo em torno de 100% do PIB, que equivaleria a dos Estados Unidos.
Koichi Hamada
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25 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: limitações das pesquisas, objetividade nas análises destes indicadores, perigo das conclusões de jornalistas
Todos sabem que os levantamentos efetuados por entidades especializadas em opinião pública têm muitas limitações, e seus resultados que refletem somente uma situação de momento podem ser alterados tanto no tempo como dependem de fatos que influenciam estas opiniões. A cada eleição levantam-se críticas sobre estas pesquisas, pois muitos resultados acabam diferindo daqueles que se imaginavam corretos. Ainda que as amostras sejam determinadas com critérios técnicos, costumam ser pesquisados alguns milhares de eleitores espalhados por muitos municípios, classificados por sexo, idade, nível de renda etc. Nem todos são rigorosos em suas amostragens, mas fornecem informações que precisam ser consideradas com grandes intervalos de confiança.
Todos os analistas políticos costumam ter suas preferências e os realmente profissionais respeitáveis deveriam se ater somente às informações com as suas limitações. O último levantamento divulgado pelo Ibope, contratado pelo O Globo, referiu-se a um período que foi de 17 a 21 de outubro, sendo que num comentário em uma rádio, um jornalista já veterano citou influências de três fatos relevantes que já devem ter alterado os resultados que foram obtidos, mas que foram posteriores a estas datas, não podendo ter determinado os resultados obtidos.
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24 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Notícias, Política | Tags: casos como a Embraer e a Embrapa, desafios para a Petrobras, estudos no exterior, Nordeste Brasileiro, pesquisas e desenvolvimento tecnológico, uso da rede social, vacinas
O Financial Times publicou uma série de artigos sobre o Brasil, referindo-se às pesquisas que estão sendo efetuadas no país para enfrentar os desafios da exploração do pré-sal, citando o caso da Petrobras. Mas também lembrou casos considerados de sucesso como o da Embraer, que aprendeu a combinar tecnologias de empresas consagradas no mundo. Ou a Embrapa, que veio apoiando o desenvolvimento da agricultura brasileira, disseminando a produção como da soja. A publicação lembrou a disseminação do uso dos meios eletrônicos recentes, citando até o caso da presidente Dilma Rousseff utilizando a rede social para se comunicar com a população. Também citou o que acontece em Recife como um símbolo do desenvolvimento que não se concentra somente no Centro Sul. Bem como a prioridade brasileira para o aumento dos seus estudantes no exterior, referindo-se também às vacinas que estão sendo produzidas no país.
Tudo indica que o Brasil voltou a despertar o interesse dos países estrangeiros, sendo que a mídia de alcance internacional reflete esta situação. O Financial Times, refletindo a sua posição ideológica liberal, vem criticando muitos países que intensificaram a ação governamental, principalmente depois da crise de 2007/2008 que continua afetando o mundo. No entanto, parece pragmático ao admitir que países emergentes como o Brasil, com todos os seus muitos problemas, lutam para superar os desafios que se apresentam, procurando melhorar a sua eficiência, utilizando conhecimentos ajustados à sua realidade, que nem sempre é idêntica ao dos países industrializados e desenvolvidos.
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