Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mercado Internacional de Peixes e Frutos do Mar

20 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Financial Times, demandas chinesas, os preços dos peixes e frutos do mar no mercado internacional

Todos sabem que os peixes e os frutos do mar estão com seus consumos em alta em todo o mundo, e que cerca de metade deles já são criados com o uso de diversos tipos de tecnologia. Como os chineses entraram no mercado, consumindo até sushi e sashimi, eles, que evitavam produtos não cozidos diante, possivelmente, dos problemas higiênicos, acabaram seguindo as tendências mundiais. Como estes produtos também são considerados saudáveis, com o seu conteúdo de Omega 3, as demandas mundiais aumentaram significativamente, fazendo com que a produção natural nos rios, lagos e mares não sejam suficientes para atender a demanda. Mesmo os frutos do mar que são evitados no Ocidente, os asiáticos combinam o seu preparo com o uso de produtos derivados da soja, considerando que não existem restrições até mesmo para os cardíacos. Evidentemente, camarões fritos com gorduras saturadas devem ser evitados pelo seu alto teor de colesterol.

Um artigo publicado no Financial Times, de autoria de Emiko Terazono, de Londres, informa que os produtos do mar saltaram para o máximo histórico, com as demandas de atum e ostras. A FAO – Organização das Nações Unidas para a alimentação informa que as produções de capturas naturais como as criações artificiais também atingiram um recorde, com aumento de 15% ao ano, sobre o já recorde de 2011. Existem hoje restrições sobre a pesca de espécies consideradas em risco de extinção, evitando-se os períodos de sua reprodução. Também as rações para a criação estão em alta. Estes dados são estimulantes para o Brasil que conta tanto com a produção de rações como de muitas espécies que podem ser produzidas artificialmente nas suas mais variadas regiões, desde peixes de rios como os amazônicos como camarões, mexilhões, ostras e muitas espécies marinhas.

ecopeixe11Piscicultura-comunidades-projeto-Embrapa-AM_ACRIMA20120924_0103_5

Leia o restante desse texto »


Os Movimentos com Manifestações Sociais no Brasil

20 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política | Tags: amplas manifestações populares, necessidades de organização de caráter político, o Movimento Passe Livre, outros exemplos

Os analistas mais experientes veem com alguma apreensão o futuro das manifestações que começaram a ser realizadas no Brasil a partir do Movimento Passe Livre surgido em São Paulo. Aproveitando o aumento das tarifas de ônibus, provocou-se uma explosão de entusiasmos envolvendo a participação de grupos heterogêneos insatisfeitos com a situação presente.

Lamentavelmente, como pode se ver nas manchetes dos principais jornais e televisões, os fatos mais dramáticos provocados pelos segmentos radicais ganharam destaque, apesar dos esforços para a sua contenção pelos mais moderados. Parece haver uma tendência para divisão entre moderados e radicais nas diversas manifestações que possam surgir, pois os temas já abordados são demasiadamente amplos.

Estes tipos de manifestações e entusiasmos já foram observados anteriormente, por exemplo, na Polônia com o chamado Solidariedad, que despertou a admiração mundial e esperança de grandes mudanças não só naquele país. Lech Walesa era o seu líder e começou a atuar a partir dos Estaleiros de Gdansk, tendo chegado à Presidência da Polônia com elevadas expectativas nacionais e internacionais. Mas ele não conseguiu consolidar o seu prestígio por muito tempo.

Algo parecido ocorreu com o movimento “Diretas Já”, que pretensamente diz ter provocado a derrubada do regime autoritário e o retorno da democracia no Brasil. Depois de diversas tentativas de conquistar o poder, os operários brasileiros a partir do ABC chegaram com Lula da Silva até a Presidência da República, apesar da oposição da classe média alta brasileira, de alguns segmentos empresariais, e dos receios do sistema financeiro. O PT – Partido dos Trabalhadores e os sindicalistas são considerados por muitos os responsáveis pela precária situação atual.

O fato marcante e incontestável é que na base do sucesso eleitoral de Lula está a forte redistribuição de renda. Utilizaram-se mecanismos de elevação dos salários a partir do mínimo e medidas assistenciais, que resultaram numa nova classe média. O sucesso permitiu até a eleição de Dilma Rousseff, ainda que ela fosse considerada uma tecnocrata. Portanto, parece necessário respeitar-se a democracia e os resultados eleitorais, utilizando-se do sistema político para a conquista do poder.

O Brasil não é o único país onde está ocorrendo manifestações populares. Hoje, em decorrência da crise mundial desencadeada a partir dos problemas do sistema bancário nos Estados Unidos a partir de 2007/2008, multiplicam-se as insatisfações e as manifestações populares em muitos países. Os movimentos populares se confundem com as dificuldades políticas, começando pela primavera árabe, e chegando até a Turquia, passando por crises repetidas no Egito.

No Brasil, os jovens, entre eles universitários e de famílias da elite, não vinham participando de forma marcante de qualquer atividade política por décadas. Agora, com o uso das redes sociais, conseguiu-se uma mobilização ampla, a partir do gatilho provocado pelo aumento das tarifas dos transportes coletivos. Conseguiram também o envolvimento e a simpatia de variados segmentos da sociedade gerando elevadas expectativas.

Para que o movimento aplaudido pela imprensa, por diversas classes da sociedade brasileira, e até por alguns setores do governo não se perca parece necessário que algumas medidas sejam tomadas para aproveitar o seu sucesso inicial.

Anuncia-se que muitas cidades estão provocando pequenas reduções das tarifas de transporte de massa, e outros se mostram dispostos a fazer esforços para tanto. Mas as reivindicações já se ampliaram para outros setores. Deve-se estabelecer mecanismos políticos para aproveitamento das aberturas conseguidas para as negociações. Primeiro, com os Poderes Executivos Federais, Estaduais e Municipais, através da consolidação de alguns diálogos iniciais. É necessário ter consciência que o atendimento de algumas demandas implicará na redução de recursos para outras. Existem as lamentáveis limitações econômicas insuperáveis, mas parece que existem alguns espaços para mudanças de participações nos recursos.

Em segundo lugar, parece recomendável que os políticos mais simpáticos a estas reivindicações sociais sejam contatados para a formação de um bloco como os já existentes na saúde, entre os evangélicos, os ruralistas e outros. Estes blocos, que são suprapartidários, possuem elevada eficácia, mais do que os partidos políticos tradicionais, que são exagerados em número e sem definições programáticas ou disciplinas internas.

Terceiro, apesar de as redes sociais (Facebook, Twiter etc.) serem relevantes, os meios de comunicação tradicionais como os jornais, as televisões, as rádios e as revistas devem ser incorporados no movimento. Deve-se aproveitar alguns participantes que estão se destacando pela sua elevada capacidade comunicativa.

Ninguém tem a capacidade de prever como tudo evoluirá no futuro, mas sem que as forças desencadeadas sejam canalizadas em sistemas politicamente organizados, as dificuldades serão maiores, pois nunca se conseguirá um consenso razoável entre todos os atuais participantes destas manifestações.

Existem riscos previsíveis para algumas tendências anárquicas que acabarão sendo esvaziadas com o tempo, pois qualquer sociedade necessita de organização. Os que provocam danos materiais, públicos ou privados, necessitam ser punidos. As manifestações parecem ser contra as impunidades, corrupções e gastos exagerados em investimentos que não são considerados prioritários.

As autoridades parecem atônitas. Nota-se pelas mudanças diárias de posição, como no uso das forças policiais necessárias, e na intensidade adequada. Elas não parecem treinadas para eventos amplos desta natureza. É preciso ser realista e pragmático, ainda que os sonhos sejam necessários. Vamos continuar acompanhando com elevado interesse a evolução destes acontecimentos que já contam com repercussões externas, que ampliam as cautelas com o Brasil, incluindo no radar os riscos políticos, lamentavelmente.


Wall Street Journal Aponta Problemas nos Bancos Chineses

18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comparações com o Brasil, necessidade de controle monetário mais rígido, o setor bancário chinês e suas dificuldades, queda dos influxos de recursos

Muitos analistas criticam os problemas da economia brasileira de baixo crescimento, pressões inflacionárias e dificuldades nas contas externas, apontando para o crescimento que continuaria ocorrendo na economia chinesa. Um artigo de Lingling Wei, instalado em Beijing, publicado no The Wall Street Journal, informa sobre o agudo problema que está sendo enfrentado pelo sistema bancário chinês, que pressiona as autoridades monetárias daquele país. Algo semelhante também está divulgado pelo Financial Times, num artigo escrito por Simon Rabinovitch, que se encontra em Xangai.

Na realidade, um agudo problema está sendo enfrentado pela queda do influxo de recursos externos para a China, tanto diante do problema de desaquecimento da economia local como dos riscos envolvidos com os seus bancos. Como as autoridade monetárias chinesas estão procurando controlar a expansão monetária, os juros interbancários acusou um elevado crescimento, enquanto o seu Banco de Desenvolvimento Agrícola, uma estatal, teve dificuldade para colocar seus papéis no mercado.

image

Leia o restante desse texto »


Problemas no Setor Industrial Chinês

18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do Financial Times, capacidade ociosa na indústria chinesa, projetos sem uma avaliação adequada, subsídios do governo e problemas com autoridades locais

Num longo artigo de Jamil Anderlini, publicado no Financial Times, trata-se detalhadamente dos problemas que estão sendo enfrentados pela China em alguns setores industriais, que sofrem com grandes capacidades ociosas. O exemplo mais marcante foi da Suntech, empresa produtora de painéis de energia solar que colocava os seus produtos nos Estados Unidos e na Alemanha, com fortes subsídios governamentais. A empresa que chegou a ser cotada pelo valor de mercado de US$ 16 bilhões consegue hoje somente US$ 180 milhões, tendo o seu presidente Shi Zhengrong destituído, ele que era considerado o “rei sol”. Hoje, metade do setor de energia solar precisa ser fechada, o que constitui um grande problema para a China que procura manter um crescimento de cerca de 7,5% ao ano.

Segundo o artigo, diversos setores industriais chineses enfrentam problemas semelhantes após o desaquecimento global depois de 2008, e a redução do crescimento interno da economia chinesa. Muitas destas indústrias foram montadas diante dos subsídios que eram oferecidos pelas autoridades chinesas, quando as autoridades locais tinham interesse nestas instalações, oferecendo terrenos para tanto. O sucesso dos dirigentes chineses era medido pelos crescimentos que conseguiam localmente, o que se esgotou determinando atualmente uma descomunal capacidade ociosa.

image

Leia o restante desse texto »


O Duro Aprendizado e Conservação da Democracia

17 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a conservação dos seus fundamentos, aprendizado da democracia, esperanças no Irã, os problemas brasileiros, problemas nos Estados Unidos

Sempre é bom falar sobre as esperanças, ainda que tenhamos que enfrentar também as duras realidades. A secular Pérsia, atual Irã, passa por mais uma esperançosa transformação utilizando os sistemas democráticos, ainda que muitos entendam que ainda é prematuro falar na sua consolidação. O fato concreto é que o moderado Hassan Rohani, utilizando a televisão para apresentar suas ideias claras e seus programas sobre o que o seu país está necessitando, conseguiu ganhar as eleições no primeiro turno, obtendo a maioria de forma surpreendente para muitos. Seu corajoso comportamento criticou antes até o governo que está saindo, considerado autoritário, mostra que existem esperanças fundadas. Levando em conta a os acontecimentos recentes de algumas décadas, muitos se esquecem da longa cultura persa que possui uma invejável história de muitos milênios. Quando minha filha disse que viajaria sozinha pelo interior do Irã, recentemente, confesso que fiquei com alguma apreensão, mas seus relatos são de um povo de grande hospitalidade, que acolhe até os desconhecidos em suas modestas casas dividindo seus alimentos e, ainda na partida para outras jornadas, oferecem o necessário para estas viagens, sem nada pedir em retorno. Com isto, quero tentar ressaltar que as imagens que muitos fazem sem conhecer a realidade, ainda que parcialmente captada, pode se enganosa.

Todos estão expressando suas esperanças, inclusive revistas internacionais críticas como The Economist. Os profissionais que acompanham o que acontece no Irã, onde o seu petróleo é relevante no mundo, também revelam grandes esperanças, inclusive com diálogos com os Estados Unidos e seus aliados. Os que convivem com iranianos refugiados em Paris, por exemplo, aguardam que dias melhores chegarão à pátria dos seus amigos. Neste site, procuramos divulgar a gigantesca Ásia que poucos conhecem, a não ser pelos seus aspectos exóticos. Assim como o Brasil é só conhecido por alguns aspectos que chamam a atenção, como sua Amazônia, o carnaval, o futebol que todos esperam que melhore tornando-se competitivo com os mais respeitados no mundo. Apesar de todos os pessimistas que existem em todos os lugares, os brasileiros são reconhecidos como duros trabalhadores que sabem também viver com alegria.

bandeira-brasilbandeirabandeira%20dos%20estados%20unidos%202

Leia o restante desse texto »


Aprendendo dos Japoneses Sobre os Idosos

16 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: o caso do Brasil, o exemplo dos japoneses, populações cada vez mais idosas, tendências dos outros países

Como é sabido, o Japão antecipa os problemas demográficos que já estão começando a ocorrer em outros países e que chegarão ao Brasil num futuro não muito distante. Um artigo de grande interesse publicado no Yomiuri Shimbun informa sobre os estudos que estão sendo feitos para enfrentar os desafios de um aumento relativo da população idosa, fazendo algumas reflexões importantes. Existiriam alguns conceitos expressivos como “choji”, que é a alegria de viver muito tempo, mas que está se transformando em “roka shakai”, ou uma sociedade que se enfraquece com o envelhecimento, inclusive com o isolamento de muitos. Eles procuram evoluir para “kyosei”, que seria aprender a viver juntos, com sistemas de assistência mútua, complementando os laços comunitários e familiares, um caminho para uma sociedade de vida longa, com qualidade.

As mudanças demográficas são as mais previsíveis entre as que envolvem as sociedades hoje desenvolvidas, e outras que ainda estão tendendo a atingir estes estados como as dos países asiáticos, compreendendo também os emergentes como o Brasil. As mudanças que estão sendo provocadas exigem que todos pensem no futuro com o ciclo dos cuidados, como expressa o professor Toshihiko Hasegawa, da Nippon Medical University. Isto está sendo feito no chamado projeto Tama, que visa explorar sistemas que permitam aos moradores receberem assistência médica, cuidados de enfermagem e serviços de bem-estar de uma maneira contínua e integrada. Os participantes destes estudos são multidisciplinares, envolvendo também os próprios idosos, com a previsão que muitos serão únicos indivíduos, sem familiares.

clip_image001

Yomiuri Shimbun

Leia o restante desse texto »


Carência do Espírito Animal dos Empresários Brasileiros

16 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apesar da melhoria dos recursos humanos, dificuldade de preparação para estas atividades, falta de agressividade no exterior

Ninguém pode duvidar que os recursos humanos disponíveis no Brasil melhoraram substancialmente nos últimos anos, tanto pela educação que conseguiram no país como educações continuadas, como foi colocado pelo último Suplemento Especial do jornal Valor Econômico. Infelizmente, parte do pessoal que recebeu complementações de educação no exterior, que parece muito importante na economia globalizada, acaba se transferindo para empresas estrangeiras e multinacionais. Com as dificuldades encontradas no Brasil com a baixa prioridade concedida para a expansão das atividades externas por décadas, o natural parece que muitas delas deveriam procurar a expansão de suas atividades no exterior, como algumas fizeram. Com isto, conseguiriam menores cargas tributárias, juros mais baixos, evitariam as naturais flutuações que ocorrem no câmbio, superariam os alegados elevados custos que denominaram Brasil, como as deficiências da infraestrutura, as muitas regulamentações e burocracias e tudo que afeta os seus resultados.

Apesar de contar com treinados recursos humanos para auxiliarem nestas tarefas, o fato concreto é que as empresas brasileiras ainda parecem tímidas nas suas atividades no exterior, com filiais, subsidiárias. Estudos efetuados no exterior, como no Japão, indicam que estas atividades acabam resultando no incremento das relações com o exterior, mesmo que o câmbio e outros fatores não ajudem, pois muitos acabam sendo compensados, constituindo-se em hedge automáticos. Mas, além da insuficiência do conhecimento do amplo interior brasileiro, parece que perderam o espírito de mascate, que com produtos brasileiros na bagagem, iam procurar oportunidades onde elas estivessem. Parece difícil proporcionar pelo ensino este espírito animal dos empresários que saem à caça dos resultados, onde elas fossem possíveis.

16

Leia o restante desse texto »


Exageros Japoneses Nos Novos Empreendimentos

16 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: estímulos para a ativação da economia, exageros que dão a impressão de uma bolha, importância mundial, novos empreendimentos no Japão

Já postamos neste site artigos que mostram a completa remodelação do centro de Tóquio, tanto na região conhecida como Marunouchi, que dá frente ao Palácio Imperial, como no outro da principal linha férrea do Japão, inclusive todas as áreas próximas à famosa Ginza. O mesmo acontece com a região do agitado bairro de Akasaka, onde o famoso edifício construído pelo consagrado arquiteto japonês Kenzo Tange, que era ocupado pelo Hotel Akasaka Prince, onde morei algum tempo, e que para o padrão mundial era considerado uma recente obra de arquitetura, foi destruído com uma nova técnica, para dar lugar para um novo complexo de maior magnitude.

clip_image001

Famoso projeto do arquiteto japonês Kenzo Tange, onde se situava o Hotel Akasaka Prince, destruído para dar lugar a um novo complexo comercial

Agora, o jornal econômico Nikkei anuncia que em Osaka, a grande cidade econômica do Japão, inaugura-se parte do complexo que está sendo ocupado pelo Kintetsu Department Store, considerado o maior do mundo, no complexo de nome Abeno Harukas, com 300 metros de altura, num país que sofre de grandes terremotos, que não afetam estes elevados edifícios.

clip_image003

The 300-meter-tall Abeno Harukas, to open next spring, houses the new main Kintetsu Department Store, which opened for business on Thursday.

Todos os economistas sabem que Investimentos imobiliários costumam ser um dos instrumentos mais importantes para ativar as economias como a japonesa, que passa por um longo período de baixo crescimento. O governo japonês, pelo que passou a se chamar Abeconomics, estimula estes empreendimentos, mas fica-se com a impressão que está havendo uma nova e perigosa bolha imobiliária naquele país.

Quando se inaugura lojas de departamento no Japão, costuma ocorre um verdadeiro happening, com a formação de filas enormes por muitos dias. Uma campanha promove vendas especiais de inauguração, com grandes descontos e oferecimentos de brindes expressivos. Fica uma verdadeira loucura, exigindo que o forte fluxo de consumidores seja organizado por uma grande equipe de funcionários para orientar os que ainda não conhecem a visita que devem fazer.

Estes complexos no Japão contam, além das muitas lojas, com áreas para lazer e importantes atividades culturais. Restaurantes e hotéis costumam ganhar espaços fazendo com que haja um verdadeiro local de importante convivência da população.

São famosos complexos como de Roppongi Hills e MidTown em Tóquio, que estão entre os maiores e mais frequentados no mundo, onde a visita costuma tomar no mínimo um dia, para se conhecer somente suas dependências mais importantes, que costumam contar com locais para a vista geral da cidade no seu topo.

Turistas internacionais de todo o mundo acabam frequentando estes complexos que contam com o que de melhor pode ser oferecido pelo Japão. A ativação da economia japonesa é muito importante para ajudar a estimular toda a economia mundial, que não pode depender somente do crescimento da China, uma modesta recuperação da economia norte-americana, e de parte do sudeste asiático.

Mas, que não seja uma bolha, que traga novos problemas no futuro, com flutuações exageradas na economia, que acabam sempre prejudicando a todos. Os que desejarem conhecer um pouco mais sobre o assunto podem acessar o artigo que está em inglês no http://e.nikkei.com/e/ac/tnks/Nni20130614D14HH708.htm


Constantes Aperfeiçoamentos nas Transmissões Televisivas

16 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: custos de adaptação, NHK testa TV 8k, no Japão atual já se trabalha com 4K, resoluções mais elevadas proporcionando cores reais e imagens em terceira dimensão

A NHK, rede oficial de televisão do Japão, investe em muitas pesquisas para constantes aperfeiçoamentos em diversos setores, e parte de sua tecnologia está sendo aplicada no Brasil, que optou pelo seu sistema digital de alta definição. Em 1985, quando morava na cidade científica de Tsukuba, como parte da EXPO 85 TSUKUBA, já a minha televisão experimental permitia a interação pelo simples toque na tela, para fazer compras no supermercado ou numa loja de departamento de forma interativa. Isto já faz mais de 28 anos, e venho acompanhando as pesquisas que permitiram aos japoneses atingirem o estado de arte em matéria televisiva, que ainda não está disponível no Brasil. A NHK também tem objetivo ajudar a população em eventuais desastres naturais como terremotos, já contando com uma câmera que pode projetar imagens de soterrados, mesmo sem contar com nenhuma luz, utilizando somente o calor do corpo humano.

O jornal japonês Asahi Shimbun publicou um artigo mostrando os testes que foram efetuados com a TV 8K pela NHK. Existe uma controvérsia se o público deve arcar com os custos de melhoria do atual 4K utilizado no Japão, ainda que existam vantagens como a melhoria sensível da resolução atual que usa um sistema horizontal que passaria a ser vertical, com uma contagem de 4.000 pixels, ou seja, dobro dos pontos que determinam a qualidade da imagem. As atuais cores ainda apresentam distorções da realidade, que passariam as ser as reais. A terceira dimensão também seria perfeita. O artigo informa que isto beneficia muito atividades específicas como o seu uso na medicina.

Visitors examine an 8K TV screen at the Science & Technology Research Laboratories of Japan Broadcasting Corp. (NHK) in Tokyo on May 28. (Natsuki Edogawa)

Visitors examine an 8K TV screen at the Science & Technology Research Laboratories of Japan Broadcasting Corp. (NHK) in Tokyo on May 28. (Natsuki Edogawa)

Leia o restante desse texto »


O Problema do Estádio do Pacaembu

15 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: assunto mereceu um editorial do Estadão, evolução inevitável, o sistemático descumprimento, os problemas das áreas tombadas, situações de fato

O prefeito Fernando Haddad anunciou que frente aos investimentos que seriam necessários para a preservação e o bom aproveitamento do Estádio Municipal do Pacaembu, hoje denominado Paulo Machado de Carvalho, optaria pela sua concessão ao setor privado por um longo prazo. Mas observam-se reações como a que está expressa no editorial do Estadão do dia 14 de junho, cujos controladores residem no bairro, que lutam pela sua manutenção como no passado. Na realidade, quando ele foi construído como parte do projeto urbanístico da região, São Paulo era bem diferente do que é atualmente. O tombamento de todo o bairro não está sendo obedecido, e praças como Charles Miller sofreram profundas modificações nos seus imóveis, com muitas agências bancárias operando no que antes eram residências. A FAAP – Fundação Armando Penteado também fez alterações e pretendia estender suas construções por toda uma quadra de forma organizada, no que foi impedida por movimentos que pretendem ser conservacionistas do antigo bairro, na forma que foi projetada pela Companhia City.

Isto não acontece somente no Pacaembu, mas em muitas outras áreas que foram construídas por empresários brasileiros com a ativa colaboração inglesa. Os famosos Jardins, onde São Paulo conta com boas áreas verdes e residências que não deram espaço para um exagero de edificações de prédios, deveriam ser preservados. Mas os tombamentos foram efetuados, em grande parte, somente por alguns, sem uma ampla consulta à comunidade, que não se sente solidária com algumas preservações que nem fazem sentido, diante da dura realidade que já se impôs à cidade por muito tempo.

tumblr_l6l3h4P8uk1qba44io1_500pacaembu

Estádio Municipal do Pacaembu em 1939 e em foto recente

Leia o restante desse texto »