29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Martin Feldstein de Harvard comenta no Project Syndicate sobre os responsáveis pela política econômica chinesa, novo Ministro das Finanças Lou Jiwei, recondução de Zhou Xiaochuan no PBOC
Dada a atual importância da economia chinesa para o mundo, efetua-se um esforço para conhecer os dirigentes da sua política econômica. Depois da posse do presidente Xi Jinpíng e do premiê Li Keqiang, o mandato do governador do Banco Popular da China (PBOC), o Banco Central daquele país, Zhou Xiaochuan, que tinha chegado à idade de sua aposentadoria, foi prorrogado por mais dois anos, indicando a cautela com relação à política monetária. Ele se consagrou pelo aumento da internacionalização da moeda chinesa e veio se empenhando para conter as pressões inflacionárias.
O novo ministro das Finanças é Lou Jiwei, que veio do China Investment Corporation, o fundo soberano da China, também um economista treinado, que já foi vice-ministro das Finanças, uma forte voz pelas reformas pró-mercado. Ainda que não seja um favorável pela contenção fiscal e elevação dos impostos, mas vem evitando elevados déficits fiscais. São duas demonstrações de cautela com que os novos líderes estão cuidando da política econômica.
Zhou Xiaochuan Lou Jiwei
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29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: anúncios das novas autoridades do país, muitos artigos mostrando-se surpreendidos com a desaceleração do crescimento chinês, reformas e mudanças de estratégia
Verificando-se o noticiário recente nos principais meios de comunicação social internacional, constata-se que predomina uma surpresa com a sensível desaceleração do crescimento da economia chinesa neste começo de 2013. Ao mesmo tempo, tanto o novo primeiro-ministro Li Keqiang como o presidente Xi Jinping não mostram nenhuma preocupação com o que está acontecendo, que está dentro das decisões dos dirigentes do Partido Comunista Chinês, como já anunciado desde no final do ano passado. Parece que o mundo não acreditava que a meta de crescimento do próximo quinquênio que se situa entre 7 a 8% ao ano, com reformas estruturais e mudança da estratégia para ampliação do mercado interno, reduzindo a dependência das exportações era para valer, tratando-se somente de retórica, como costuma ocorrer com muitos políticos. Se existe alguma surpresa é com este noticiário, pois estas cifras continuam sendo elevadas, mesmo admitindo que já se manifestem pressões inflacionárias.
Todos sabem que as decisões na China não dependem somente de poucas pessoas, mas existe um razoável consenso dentro do Partido, onde estão representados os mais variados segmentos da sociedade chinesa. Todos sabiam que era impossível manter o crescimento que vinha se observando nos últimos anos, principalmente depois da crise que afetou o mundo após 2007/2008. A desaceleração é mundial, e mesmo os esforços dos Estados Unidos, da Europa, do Japão e dos países emergentes não indicam que haja resultados mais otimistas. A China está efetuando o que é possível, pois não haveria como manter o crescimento anterior, porque as necessidades de reformas tornaram-se importantes, e há uma forte pressão para a melhoria do mercado interno.
Presidente Xi Jinping e primeiro-ministro Li Keqiang
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29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Yuriko Koike, dificuldades adicionais, política japonesa com capacidade de análise
Yuriko Koike escreve regularmente para o Project Syndicate. Ela é uma influente parlamentar japonesa, de origem acadêmica, que já foi ministra da defesa do Japão e continua desempenhando um papel importante na formulação da política externa do seu país como uma das líderes do seu partido, que está atualmente no comando do governo. Ela comenta a recusa da China em participar dos entendimentos anuais de cúpula com o Japão e a Coreia do Sul visando resolver os problemas existentes, ainda que seja a região mais dinâmica do mundo no momento, o que não é nada bom. Segundo ela, seria uma oportunidade para a criação de um mecanismo trilateral para diálogo institucionalizado entre os três grandes da região.
Estas reuniões de cúpula costumam ser aproveitadas para assinar acordos e não para iniciar as difíceis negociações entre os três países no momento de elevada tensão. A oportunidade poderia ser aproveitada para aumentar a estabilidade estratégica na região, mas parece que as tensões vão continuar. Seria uma sinalização para as suas populações da crescente interdependência econômica entre as três economias, no comércio, nos investimentos e nas cadeias de produção, como não poderia ser imaginado há 20 anos, como ocorreu na Europa depois da Segunda Guerra Mundial.
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25 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as tensões políticas no Extremo Oriente, as visitas de políticos japoneses ao templo Yasukuni, reações da Coreia e da China
Os resquícios da Segunda Guerra Mundial e de conflitos anteriores permanecem dificultando as relações entre o Japão, a China e a Coreia. Os jornais da região registram as costumeiras visitas dos políticos japoneses ao templo Yasukuni, que guarda os restos mortais de heróis japoneses, inclusive de alguns que foram considerados criminosos do último conflito mundial. Na atual situação onde as disputas sobre ilhas entre o Japão e a China e o Japão e a Coreia, estes problemas que já deveriam ser considerados corriqueiros acabam ganhando uma expressão mais forte, acirrando os sentimentos nacionalistas, principalmente entre as três nações do Extremo Oriente.
As notícias informam que o primeiro-ministro Shinzo Abe e o ex-primeiro-ministro Taro Abe, atualmente encarregado da política econômica japonesa, acabaram sendo acompanhados por visitas ao templo por mais 160 parlamentares, fazendo com que o ministro das relações exteriores da Coreia chamasse o embaixador japonês para explicações. Os jornais japoneses informam que o atual governo endurece a política externa, notadamente com seus vizinhos chineses e coreanos. Tudo isto está ligado à próxima eleição prevista para agosto, quando a maioria na Camara Alta está em disputa.
O polêmico Templo Yasukuni localizado em Tóquio
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25 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: alguns casos concretos, artigo no MK Business News da Coreia, Seul disputando com Tóquio
O jornal econômico coreano MK Business News informa que a GE – General Eletric norte-americana decidiu sediar mundialmente seus negócios offshore e naval na Coreia do Sul. Isto é importante, pois Tóquio tornou-se uma Zona Especial para a localização de escritórios de empresas multinacionais para as operações na Ásia. A notícia informa que ainda neste primeiro semestre deste ano será nomeado o seu responsável, que detalhará a estrutura com que deverá contar na Coreia.
Também a BASF anunciou que seus negócios com eletrônicos na região do Pacífico asiático ficarão sediados na Coreia do Sul, apesar das ameaças da Coreia do Norte. Também a Volvo Construção de Equipamentos resolveu reforçar os seus negócios de escavadeiras na Coreia do Sul.
Estas notícias demonstram que os coreanos do sul estão preocupados sobre eventuais notícias de potenciais conflitos que possam prejudicar as atividades internacionais. No contato direto com o nosso embaixador Edmundo Fujita, que exerce suas funções em Seul, ele informou que as bravatas do jovem líder norte-coreano destinam-se a consolidar seu comando sobre as forças militares do seu país, sem apresentar riscos concretos para os que trabalham na parte sul da península coreana.
23 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apesar das dificuldades existentes, aumento expressivo do consumo de veículos e imóveis, efeito da boa safra agrícola
Este site vem registrando há algum tempo que o impacto de uma boa safra agrícola no Brasil repercute sobre outros setores. Os serviços de transportes, processamento da produção bem como o aumento da demanda de bens industrializados, e os que se destinam para as próximas safras, como equipamentos agrícolas, fertilizantes, sementes e defensivos. Também produtos que não são diretamente relacionados com a produção agrícola, mas com a melhoria do padrão de consumo das regiões agrícolas, como automóveis, eletrodomésticos, inclusive imóveis. Mesmo que existam problemas para o escoamento da produção, perdas decorrentes dos transportes, e redução de alguns ganhos, o fato concreto é que o conjunto do impacto ajuda na recuperação da economia brasileira ainda neste ano.
Um artigo publicado pelo Valor Econômico, elaborado por Flavia Lima, informa que a renda agrícola está ajudando o varejo nas regiões Centro-Oeste e Sul principalmente. Mas estes estímulos acabam se propagando por toda a economia brasileira, inclusive nos produtores industriais da região Sudeste. Somente as áreas que foram atingidas por uma forte estiagem neste ano, como no Nordeste, os impactos são menores.
Grandes produções agrícolas, como de soja, milho e algodão, ajudam a alavancar a enconomia
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23 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dados censitários de 2000 e 2010, fatores que podem estar influenciando | 6 Comentários »
Uma notícia publicada no site de O Globo pelos jornalistas Cleide Carvalho e Thiago Herdy, utilizando os dados censitários de 2000 e 2010, informa que a verticalização altera paisagens de cidades do Norte e do Nordeste. Mas,parece que o fenômeno se multiplica pelas cidades brasileiras, pois segundo dados do mercado de imóveis, 2.769 edifícios residenciais foram construídos somente em 2012. Os viajantes que percorrem muitas cidades brasileiras notam que as paisagens destas cidades estão mudando nos últimos anos de forma acentuada, ainda que o país disponha de áreas para ampliações de bairros residenciais.
Muitos fatores podem ser apontados para estes fenômenos, que acabam diferindo do que acontece no resto do mundo, principalmente em países que dispõem de amplos territórios. Muitos brasileiros se sentem mais seguros morando em edifícios de apartamento, diante das deficiências dos sistemas de transportes coletivos de massa, como os metropolitanos. A disponibilidade dos equipamentos urbanos também está concentrada, não havendo também planos diretores para a maioria das cidades que vão crescendo de forma desordenada.
Concentração de prédios em Fortaleza (CE) e em Belém (PA)
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19 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: argumentos de analistas opositores ao governo, desaparecimento do Banco Central clássico, easing monetary policy de muitos países, objetivos além das metas inflacionárias
Apesar das amplas constatações que os bancos centrais de muitos países deixaram de se concentrar nos seus papéis clássicos de visarem unicamente às perseguições das metas inflacionárias que lhes foram propostas, sempre fica conveniente para os mais conservadores fingirem que o mundo não mudou. Somente os cínicos ou irônicos podem imaginar que as autoridades monetárias não interferem nos câmbios cujos mercados sempre foram “sujos”, e que as autoridades monetárias fazem parte do governo, onde se procura coordenar o conjunto da política econômica, operando tanto os aspectos monetários como os fiscais, cambiais, salariais, de defesa, de comércio internacional, do emprego, de medidas sociais e tantos outros que influem no comportamento da economia, que nem mesmo nos regimes mais autoritários os governos possuem o seu controle total, mesmo que os desejem.
Muitos imaginam que a “independência” do Banco Central seria uma garantia fundamental. Mas, para quem? Qualquer governo deve considerar prioritária a preservação ou melhoria da qualidade de vida de sua população, ainda que interesses do sistema financeiro internacional ou dos oligopólios em muitos setores acabem sendo afetados. Parece evidente que não havendo nenhuma distorção nos mercados mundiais poderia se alcançar maior eficiência com os mercados “livres”, que continuam sendo uma abstração que só existem nos livros textos neoliberais. Todos sabem que os que possuem o poder econômico e militar continuam influenciando estes mercados mundiais, evidentemente com maiores interesses para os seus do que para o resto do mundo. O artigo publicado pelo The Economist da próxima semana, deste ponto de vista, deve ser tomado como uma ironia dos quais os ingleses são mestres.
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17 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: agressividade do empresário nipo-coreano Masayoshi Son, artigo no jornal japonês Nikkei, negócios de dezenas de bilhões de dólares, Softbank sofre disputa da Dish Network | 2 Comentários »
Poucos empresários no mundo são tão ousados e agressivos como o jovem nipo-coreano Masayoshi Son, controlador do Grupo Softbank, importante operador de celulares no Japão, que tivemos o privilégio de conhecer quando visitou o Brasil há alguns anos. Ele já tinha assombrado o mercado mundial adquirindo parte importante da Yahoo, e agora tem uma oferta firme sobre 70% da Sprint Nextel nos Estados Unidos, uma operação que representa uma aquisição de US$ 20,1 bilhões, sobre a qual tem um acordo a ser efetivado em 1º de julho próximo. Mas noticia-se que o grupo norte-americano Dish Network está disposto a oferecer US$ 25,5 bilhões aos mesmos acionistas, segundo noticia publicado no site do jornal econômico japonês Nikkei.
O artigo aventa duas hipóteses: ou a Softbank acabará sendo obrigada a cobrir a oferta da Dish ou Masayoshi Son terá que convencer os acionistas envolvidos que a longo prazo a associação com o seu grupo proporcionará maiores vantagens no futuro, como parece ter destacado na declaração divulgada ao mercado após a notícia da nova oferta. Os valores envolvidos são astronômicos, mostrando as potencialidades que só podem ser avaliadas pelos especialistas, pois estão acima das atuais cotações.
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17 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a AGC e a Takeda, agressividade das empresas japonesas no exterior parece associada às influências de executivos de origem estrangeira, caso da Softbank, Nissan e Hitachi
Alguns grandes grupos japoneses tiveram origem em executivos ousados de origem estrangeira, como o caso da Softbank que parece inclinada a tentar o controle da Nextel, sob comando de Masayuki Son, de origem nipo-coreana. Também a Nissan, diante das suas dificuldades financeiras de anos atrás, foi obrigada a contar com a participação do Carlos Ghosn, de origem franco-brasileira, que também a recuperou e atua intimamente associada com a Renault. A Hitachi também se mostra ousada no Brasil, contando com executivo de origem nipo-brasileira, envolvendo-se agora em pesquisas na área das telecomunicações. Outras cogitações parecem em andamento, com pequenos e médios projetos.
Os grupos japoneses já foram mais agressivos no passado, e parecem voltar agora a ter as mesmas atitudes com a forte desvalorização do yen, que os tornam mais competitivos internacionalmente, apesar de algumas reações com a sua guerra fiscal, que as autoridades informam que não é o objetivo principal. Mas decorre da nova easing monetary policy, dentro do chamado Abeconomics. A sua prioridade ainda parece ser a Ásia, mas alguns primeiros passos também começam a ser esboçados no resto do mundo, ainda de forma cautelosa. Parece que não existe alternativa diante da redução da população japonesa e mesmo com alguma recuperação a sua economia continuará crescendo menos que nos mercados emergentes.
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