Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Desvalorização do Câmbio e Seus Efeitos Sobre a Inflação

23 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: discussões com Emerson Fernandes Marçal, estudos de Veridicana Andrade Nogueira, lições para a política econômica brasileira, Rogério Mori

Discutindo a chamada guerra cambial que vem ocorrendo no mundo, a uma possível desvalorização mais substancial no Brasil para estimular suas exportações com uma economista, ela me recomendou o recente e substancial estudo efetuado pela Veridiana de Andrade Nogueira em conjunto com Rogério Mori e Emerson Fernandes Marçal, todos da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas. O trabalho parece cuidadoso academicamente, tendo como o título “Transmissão da variação cambial para as taxas de inflação no Brasil: estimação do pass-through através de modelos de vetores autoregressivos estruturais com correção de erros”, utilizando uma ampla bibliografia, principalmente o trabalho de Belaisch, A. “Exchange rate pass-through in Brazil”, FMI, Working Papers, nº 141, 2003. Com sofisticadas técnicas de econometrias, procura estudar os dados de junho de 1999, quando foi adotada a política de meta inflacionária, a setembro de 2011, eliminando eventuais efeitos que podem provocar distorções, com alguns usos de proxis e dammies quando não se dispõe de dados diretos da realidade.

Como consta do seu resumo, “os resultados reforçam a avaliação de que houve amadurecimento da política monetária nos últimos anos, concomitantemente a uma melhora no ambiente macroeconômico. Na comparação dos nossos resultados com estudos anteriores, encontramos significativa redução no pass-through da taxa de câmbio para os índices de inflação”. Da discussão verbal com economistas, resultou a conclusão que os resultados das manipulações da política cambial proporcionam efeitos limitados, pois eles dependem de um amplo conjunto de medidas que estão inter-relacionados na política econômica, inclusive os fatores psicológicos que influem nas formações das expectativas dos agentes econômicos, proporcionando-lhes problemas de confiança nas ações governamentais como o que acontecerá no futuro na economia mundial.

Vamos tentar retirar lições mais pedestres destes estudos acadêmicos numa linguagem que seja acessível para os leigos. Eu tinha a impressão que as autoridades monetárias brasileiras resistiam uma maior desvalorização cambial como está sendo provocada em muitos países para ativar suas economias, diante da restrição dos seus efeitos sobre a inflação, que se mostram baixos pelos estudos mencionados. Elas poderiam ampliar as exportações brasileiras, restringir as importações e reduzir o déficit das contas de turismo, aqueles itens que parecem mais substanciais. Como consequência, teríamos uma competitividade maior, o que depende de muitos outros fatores, como as deficiências de infraestrutura, elevação dos custos dos recursos humanos no Brasil, custos de energia como o gás, impostos elevados e pouco claros etc, além da confiança adequada dos empresários nas autoridades brasileiras que depende muito da estabilidade das regras e uma gestão eficiente, não somente dos planos anunciados.

Os estudos acima mencionados mostram que tais temores inflacionários seriam menores que os determinados pelos preços dos produtos importados, dos tradebles (aqueles que dependem dos preços dos produtos exportáveis) e suas participações no PIB brasileiro, havendo que acrescentar as contas relacionadas com os serviços como os turismos.

No período estudado, informa-se que o câmbio serviu como uma âncora para ajuda o Plano Real conseguir maior estabilidade inflacionária. E realmente ele desempenhou este papel, mas também acabou provocando um forte desestímulo para a ampliação do esforço de exportação, que ficou disfarçado por um longo período de forte expansão da economia mundial e dos preços dos produtos exportados, principalmente commodities como os minérios.

A recente pressão inflacionária, tudo indica, é passageira, mas deve-se constatar que as empresas procuram utilizam as desvalorizações cambiais para ajustarem suas margens mesmo sobre os itens que não sofrem seus impactos. Mas, se não existe uma forte demanda interna, a tendência é eles proporcionarem somente um pico, e o relevante no processo inflacionário são as altas persistentes de aumentos de preços. Deste ponto de vista, as indexações que ainda existem em elevado número na economia brasileira acabam tendo efeitos deletérios e o papel da política monetária passa a ser mais relevante, mas com efeitos colaterais.

Estas e outras discussões acabam mostrando que a política econômica acaba sendo muito mais uma arte para alcançar os seus objetivos, onde fatores econômicos e outros, como os políticos, psicológicos, antropológicos, sociológicos também tendo a sua parcela de participação, inclusive limitações dos recursos humanos para execução de importantes programas.

Se tudo isto fica mais complicado dentro de uma conjuntura de fortes conotações eleitorais, com muitas incertezas pairando em todo o mundo, e não seriam somente as desvalorizações cambiais que estão sendo provocadas pelas chamadas “easing monetary policy” que proporcionariam a tão desejada competitividade da economia brasileira.

O desejável seria que tudo estivesse interligado, no mínimo esquematicamente, dentro de um plano razoável para que não se fique com a impressão de medidas pontuais para resolver problemas que se tornam mais agudos, e que conjunto não apresente problemas de outros agravamentos, como o aumento do déficit fiscal ou elevações substanciais da dívida pública, que acabam anulando tentativas como a da redução de juros.

É preciso entender também que as imperfeições não existem somente no setor público, mas o sistema bancário internacional resiste ao aumento de regulamentações que evitem os exageros dos fluxos financeiros especulativos, que provocam flutuações e instabilidades exageradas, que em nada contribuem para o setor real da economia.


The Economist Escreve Sobre Aécio Neves e a Sucessão

22 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a evolução nos próximos 18 meses, gestão e efeitos eleitorais, sucessão brasileira na imprensa internacional, The Economist escreve sobre Aécio Neves

A sucessão federal do Brasil está tomando espaço na imprensa internacional. A prestigiosa The Economist na sua edição da próxima semana enfoca a performance de Aécio Neves em Minas Gerais, mas admite que ainda não conseguiu conquistar o Brasil com sua fórmula aplicada como governador. O artigo informa que ele conseguiu enxugar a máquina estadual, ao mesmo tempo em que o Estado de Minas Gerais conseguiu resultados mais expressivos que o Brasil como um todo, emplacando seu auxiliar Antonio Anastasia como seu sucessor no governo estadual de forma expressiva, tornando-se senador do seu Estado.

Candidato pela oposição, o Partido da Social Democracia Brasileira procura concorrer com a candidata à reeleição, presidente Dilma Roussef, ainda que ele tenha como outros pré-candidatos Eduardo Campos, governador de Pernambuco, e Marina Silva, que tenta se viabilizar com um novo partido, tendo obtido 20 milhões de votos na última eleição para a Presidência da República.

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Aécio Neves foi indicado como candidato à Presidência pelo ex-presidente Fernando Henrique

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Investimentos Estrangeiros no Brasil e a Atual Crise

22 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Ana Fernandes no Valor Econômico, chineses e coreanos, exemplos de adiamento dos projetos, quedas na construção civil

Uma extensa matéria da jornalista Ana Fernandes publicada no Valor Econômico dá uma noção dos efeitos da atual crise nos projetos asiáticos relacionados com o Brasil. Indústrias chinesas voltadas à construção civil pesada como a Sany e a XCMG dão sinais ou já tomaram a decisão de adiar os seus inícios de produção no Brasil afetados pelas quedas de vendas no mundo como no Brasil. O mesmo parece acontecer com as coreanas Hyundai Heavy Industries que está associada à brasileira BMC – Brasil Máquinas de Construção e a Doosan, também produtora de equipamentos para a construção civil.

A Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos como a Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração apontam queda de 3% das vendas no Brasil em 2012, o que pode ter contribuído para a decisão daqueles grupos asiáticos, que iniciaram seus investimentos num mercado que já encontravam outras empresas já consolidadas, principalmente grandes multinacionais.

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David Cui  presi8dente da Sany Brasil

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O Imperdível Suplemento Paladar do Estadão

22 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: chocolates prontos, desde a produção do cacau, edição especial sobre chocolate, evolução

Existem alguns trabalhos jornalísticos que se destacam e que se constituem em importantes arquivos que devem ser estudados e consultados. É o caso da Edição Especial sobre Chocolate do suplemento Paladar do jornal O Estado de S.Paulo de nº 392 da semana 21 a 17 de março de 2013. Para quem teve a oportunidade de colaborar com a Ceplac – Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Canavieira desde a década dos sessenta do século passado, na qualidade do diretor do Banco Central do Brasil, encarregado do setor rural, é uma alegria recompensadora constatar a evolução de um trabalho sério e sistemático para a superação da famosa praga chamada “vassoura de bruxa” que determinou a sua decadência no Brasil, notadamente na região de Ilhéus na Bahia.

Hoje, o suplemento informa que se chegam às produções finas que aproveitam o terroir próprio da Mata Atlântica. Só para se conseguir a ideia geral de sua importância, pode-se reproduzir a declaração de Henrique Almeida, proprietário da Fazenda Sagarana: “Se depender do preço do cacau na bolsa, não sustento meus funcionários”. “Da última vez que vendi cacau comum, o preço da arroba (15 kg) foi de R$ 70, enquanto o cacau fino foi vendido a R$ 250, mais de três vezes o valor”, ou seja, cerca de R$ 0,0167 por grama. Quando, utilizando este cacau, o chocolate classificado por um júri do suplemento como o primeiro colocado entre os industrializados encontrados nos supermercados chegou a R$ 117 em 300 gramas, ou seja, aproximadamente R$ 0,39 por grama, produzido não somente utilizando aquele cacau, mas todos os demais ingredientes, embalagens, custos de comercialização etc. Grosseiramente, chegou a ser vendido por 23 vezes mais para o consumidor final, do que recebeu um bom produtor de cacau, considerando que um ótimo chocolate amargo chega a conter de 70 a 90% de cacau.

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Artigo Crítico a Política Brasileira no Foreign Affairs

21 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as pesquisas de opinião pública, efeitos eleitorais, problemas da economia brasileira, repetição de críticas oposicionistas

Um artigo publicado no Foreign Affairs reproduz as críticas que os oposicionistas ao atual governo fazem internamente. Informa que Dilma Rousseff está em campanha para a reeleição, aumentando as assistências para acabar com a miséria com a Bolsa Família, estimulando que os alunos sejam mantidos nas escolas. Ela descobriu mais 700 mil famílias que necessitam destas assistências, informando que o governo espera que votem nela na reeleição, num raciocínio bem simples. Cortou as tarifas de energia elétrica, eliminou os tributos sobre a cesta básica e reduziu as taxas de juros para estimular o consumo.

Segundo o artigo, ainda que estas políticas sejam populares, a economia brasileira continua pouco competitiva, fazendo com que o seu crescimento esteja abaixo de outros vizinhos latino-americanos ou concorrentes emergentes. A exportação de minérios vem aumentando, mas também a importação de produtos siderúrgicos, inclusive da China. Entendem que os trabalhadores estão sendo beneficiados, mas os sindicatos ligados ao PT entram em greve. O setor de petróleo captou volumosos recursos, mas as ações da Petrobras estão em forte baixa, diante da incapacidade de produção do petróleo do pré-sal, na região offshore.

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Ofensiva Chinesa na Comunicação Social Internacional

20 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: entrevista à imprensa internacional, ofensiva externa chinesa na comunicação social, prioridade para os Brics, representante do Brasil

O presidente chinês Xi Jinping concedeu a primeira entrevista à imprensa internacional, para a qual foi convidada uma jornalista brasileira, Claudia Safatle, chefe da sucursal de Brasília do Valor Econômico. Constata-se a clara prioridade que a China vai dar ao mundo emergente nos seus reacionamentos internacionais, começando com a primeira visita à Rússia, país com que tem uma grande fronteira internacional, potencialidades de intercâmbio, mas também problemas políticos passados. A próxima visita internacional está prevista para a reunião dos BRICS na África do Sul, tendo revelado na entrevista que deseja entrevistar-se com a presidente Dilma Rousseff para aprofundar os intercâmbios que já começaram com sua visita a Lula da Silva, e deste à China. Não se trata somente do comércio de matérias-primas e produtos primários, mas avançar para setores de intercâmbio tecnológico e produções industriais complementares.

Segundo o artigo públicado pela Claudia Safatle no Valor Econômico, além das perguntas que foram programadas e as respostas na sua íntegra, existem apreciações do seu comportamento que se mostrou objetivo, pragmático e confiante, revelando o domínio que ele conseguiu nos assuntos do país. Ficou claro que a China não tem pretensões hegemônicas, mas é possível concluir que procura se livrar da pinça que os Estados Unidos e seus aliados armam pelo sul, via Oceano Índico e Pacífico, e ao norte pela Aliança Atlântica com a Comunidade Europeia.

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Xi Jinping durante entrevista coletiva para diversos órgãos de imprensa internacional

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Zona de Processamento de Exportação de Pecém

20 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Companhia Siderúrgica de Pecém, joint venture da Vale com as coreanas Dongkuk e Posco, Pecém no Ceará, Zona de Processamento de Exportação

Até que enfim. Apesar da legislação para a instalação de ZPE – Zonas de Processamento de Exportação estar aprovada há muitos anos, a sua efetivação tem demandado longas negociações no Brasil. A primeira foi a Zona Franca de Manaus há décadas, com o objetivo de iniciar a produção industrial na Amazônia, depois foi criada e instalada recentemente outra no Acre, na proximidade da capital Rio Branco. Agora, anuncia-se a efetivação da de Pecém no Ceará junto ao atual porto, começando com a instalação da Siderúrgica de Pecém, uma joint venture entre a Vale e as coreanas Dongkuk e Posco, esta última que ocupa a terceira posição no mundo atual depois da indiana AcelorMittal e a chinesa Baosteel, segundo os dados de 2010 e 2011. Há dados como da World Steel Association de 2011 informando que outra siderúrgica chinesa do Hubei Group que já teria superado mesmo a Baosteel. Deve-se seguir a instalação de uma refinaria da Petrobrás nesta ZPE, segundo notícias publicadas por Renata Veríssimo no jornal O Estado de São Paulo.

Informa-se que somente na siderurgia deverão ser investidos cerca de US$ 8 bilhões, para uma capacidade de produção de 3 milhões de toneladas de placas de aço, com início da operação em 2015, criando 4 mil empregos diretos. A Vale vai instalar também a Vale Pecém para processar 5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Nesta ZPE, deverá produzir 80% para a exportação, sendo 20% para o mercado interno, que ficará sujeito à tributação.

Em 2011, o Porto do Pecém deve fechar o ano com a movimentação de 3,8 milhões de toneladas de mercadorias. Os portos de Paranaguá e Antonina, até hoje, já movimentaram 37 milhões de toneladas de mercadorias, devendo ultrapassar o volume registrado em 2010, que foi de 38 milhões de toneladas. 
Foto: Arquivo APPA                               PORTO_~1

Porto de Pecém no Ceará

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Leitíssimo Com Tecnologia da Nova Zelândia

19 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: encontro das condições ideais, planos de expansão, produtividade impressionante, tecnologia adaptada

A produção de leite no Brasil e no mundo sempre passa por ciclos difíceis de serem corrigidos. Um empreendimento de um grupo de neozelandeses encontrou no interior da Bahia, na fronteira de Minas Gerais com Goiás, as condições ideais para o seu novo gado leiteiro que chamam de “kiwicross”, que suporta o calor do cerrado, tornando-se vitoriosos na produção de leite que encontra uma boa aceitação no mercado brasileiro, conforme artigo publicado por Bettina Barros no jornal Valor Econômico. Conseguem em Jaborandi, na Fazenda Leite Verde, produzir mais que nos Estados Unidos, os maiores produtores mundiais por hectare, e contam com dez vacas por hectare, quando na Nova Zelândia conseguem somente três.

Os neozelandeses David Broad e Simon Wallace conseguiram este milagre tirando partido da água, sol e pasto farto, adaptando a tecnologia que adquiriram na Nova Zelândia. Pensam passar para a produção de produtos de maior valor agregado, com foco no leite desnatado e creme de leite aproveitados a partir da nata descartada. A Nova Zelândia é um pequeno país próximo à Austrália, e o Brasil já aproveitou a sua tecnologia para a produção intensiva de gado, com a ajuda do Banco Mundial no fim da década dos setenta do século passado, quando tive o privilégio de comandar o Conselho Nacional da Pecuária.

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Cruzamento de holandesas com jerseys, as vacas produzem leite de alta qualidade

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O Novo Governo Chinês

18 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do China Daily, entrevista do Premier Li Keqiang, estratégia a ser adotada, reconhecimento das dificuldades

Depois da posse do presidente Xi Jinping, a figura executiva mais importante da China é do primeiro-ministro Li Keqiang, que foi escolhido pelo Partido Comunista Chinês para compor dois importantes segmentos da política chinesa. Com uma vivência no exterior, os dois são líderes preparados e procuram ganhar a batalha da comunicação, concedendo uma entrevista à imprensa, dentro dos parâmetros chineses, mas denotando desejos de avanços claros, ao mesmo tempo em que conscientes das dificuldades que devem enfrentar.

Desde o tempo em que foram designados até a aprovação formal pelo PCC, os dois principais líderes tiveram um tempo para consolidar os seus discursos, ao mesmo tempo em que compunham a equipe governamental que mostra um esforço para atendimento das diversas tendências políticas, inclusive dos que não foram devidamente contemplados nas etapas anteriores. Como já postamos neste site, não existe mais o fácil consenso na China e as reformas que deverão ser implementadas gerarão reações que precisam ser neutralizadas. No fundo, trata-se de um desenvolvimento sustentável, com a perseguição da diminuição dos seus problemas como a poluição e as desigualdades.

O primeiro-ministro chinês Li Keqiang durante a sua entrevista à. Foto: Wu Zhiyi / China Daily

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Avanços na Incipiente Democracia Chinesa

17 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de especialista no Project Syndicate, sinais de pequenos avanços na democracia chinesa, tendências esperadas, válvulas para evitar uma explosão

As informações disponíveis sobre todos os regimes politicamente fechados são precárias e muitos no exterior possuem conceitos distorcidos sobre China. Ignoram que mesmo antes de Deng Xiaping já havia um incipiente mercado, mesmo no período mais duro do período de Mao Tsetung, quando os pequenos produtores rurais entregavam ao Estado metade de sua produção e havia pequenas feiras locais onde eles comercializavam a outra metade de sua produção, fora das fazendas coletivas. As liberdades econômicas ganharam impulso com as reformas introduzidas por Deng Xiaping, e com ela as incipientes medidas que tinham que se ajustar à nova realidade, tanto para atender as necessidades dos mercados como até algumas manifestações políticas que fugiam a possibilidade do controle central.

Num artigo conjunto de Jun Zhang, professor de Economia e diretor do Centro Chinês de Estudos Econômicos da Fudan University de Shanghai e Gary H.Jefferson, professor de Economia e Escola de Negócios Internacionais e chair de estudos do Leste Asiático da Brandeis University de Boston, USA, publicado no insuspeito Project Syndicate, trata com muita ponderação o assunto. Eles colocaram com ponderação que esperam a aceleração da descentralização na China com os novos líderes.

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Zhang Jun                                            Gary H.Jefferson

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