15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo até no China Daily, impossível que não haja reação, medidas de emergência, notícias sobre a poluição na China
Todos sabem que os dois países que mais poluem no mundo são os Estados Unidos e a China, que continuam resistindo na fixação de metas quantitativas mesmo com as sucessivas reuniões internacionais, com o patrocínio das Nações Unidas, como a última realizada em Doha. As calamidades provocadas pelo aquecimento global estão à vista de todos. Além das matérias distribuídas pelas agências internacionais de notícias, até o China Daily, que é o órgão oficial do governo chinês, admite que Beijing chegou ao limite máximo tolerável, exigindo a paralisação ou a redução de muitas atividades, inclusive a suspensão das aulas nas escolas.
Aquele jornal oficial informa que o Índice de Qualidade do Ar na maior parte de Beijing chegou a 500, o máximo de poluição, pelo terceiro dia, exigindo a tomada de medidas de emergência, inclusive com as informações fornecidas pelas autoridades municipais sobre o assunto, a chamada Beijing Municipal Environmental Protection Bureau. Atividades esportivas ao ar livre foram suspensas, assim como as aulas nas escolas primárias e secundárias. As construções foram suspensas em 28 lugares, e 54 empresas reduziram em 30% suas atividades.
Foto publicada no China Daily mostra a poluição que atingiu a chamada Third Ring Road no sábado
A foto publicada no China Daily é assustadora, e mostra a chamada Third Ring Road, ou seja, algo como a Estrada do Terceiro Anel de Beijing. O artigo informa que Beijing possui uma população fixa de cerca de 20 milhões de habitantes, com cerca de 5,2 milhões de veículos. E admitem que a poluição decorre dos combustíveis usados, inclusive com os carvões minerais utilizados no inverno rigoroso, sem que haja ventos que os transportem para outras áreas.
Também muitos cientistas norte-americanos admitem que as irregularidades climáticas, como o desastre provocado pelo furação Sandy, decorrem do aquecimento das águas dos oceanos, que está acelerando os degelos, ao mesmo tempo que ocorrem nevascas pouco observáveis no Hemisfério Norte. Inclusive em Israel, provocando também inundações na Palestina, regiões onde estes fenômenos são pouco frequentes, na intensidade observada.
As inundações que estão ocorrendo em muitas regiões dos trópicos são decorrentes de precipitações concentradas e elevadas, mostrando que o clima caminha de forma irregular, mais que o esperado. Ainda que as provas científicas não permitam diferenciar dos longos ciclos climáticos que afetam todo o globo, certamente a coincidência é chocante, com a perda de muitas vidas e grandes prejuízos materiais.
Não é possível que as autoridades dos dois maiores países poluidores do mundo continuem indiferentes. Medidas emergenciais pouco resolvem se não forem adotadas políticas claras, com metas definidas, procurando uma solução a prazo médio e longo. Ou os desastres continuarão se repetindo, possivelmente em maiores intensidades.
É evidente que todos têm que contribuir também os países emergentes como os em desenvolvimento, fazendo sua parte no esforço global. Mas os maiores responsáveis que estão sendo punidos com as consequências precisam ser os primeiros a adotarem uma política consistente.
15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Nature sobre o aumento das patentes chinesas, disputas legais na própria China, vantagens colaterais
O boom de requerimentos de patentes por parte dos chineses no World Intellectual Property Organization em Geneve, na Suíça, além de ser um dado impressionante, superando os Estados Unidos, provoca um efeito colateral importante, segundo um artigo publicado por David Cyranosk na consagrada revista semanal Nature, que trata de assuntos científicos. As autoridades chinesas efetuam esforços para construir o que chamam de economia da inovação, levando suas companhias a requerem patentes para proteger suas propriedades intelectuais, quando antes eram acusadas de copiar muitos de outros.
Entre 2008 a 2011, o crescimento dos requerimentos de patentes vêm aumentando ao impressionante percentual de 20% ao ano, e em 2011 solicitaram 526.412 superando os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, as disputas legais chegaram, segundo a Suprema Corte do Povo da China, a 7.819 casos, o dobro do que ocorre entre os norte-americanos. A tendência é que estas disputas continuem crescendo com mais patentes que são requeridas.
Gráfico publicado na Nature
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12 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: belezas naturais e patrimônios culturais, iniciativas do Vietnã, promoção do turismo internacional para o Brasil, recomendação do New York Times | 2 Comentários »
Apesar da importância econômica do turismo internacional, o Brasil ainda está numa situação deficitária, quando conta com importantes recursos naturais, culturais e humanos que permitiriam a inversão da situação com um mínimo de promoção. Os brasileiros continuam sendo considerados boas fontes de receitas até pelos Estados Unidos, que procuram facilitar a concessão de vistos para nossos turistas. Apesar do Brasil contar com interesses dos estrangeiros, ainda não promovemos suficientemente para atraí-los, o que aumentaria significantemente o emprego, além de gerar importantes divisas para a nossa economia.
O site do jornal O Globo faz referência que o The New York Times citou o Rio de Janeiro como o primeiro lugar a ser visitado pelos turistas em 2013. Como o Brasil sediará a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, o Rio de Janeiro está citado como o primeiro lugar a ser visitado este ano pelo influente jornal norte-americano.
Baía da Guanabara é um dos cartões postais do Rio de Janeiro
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12 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo sobre plágios na arquitetura chinesa, cópias de projetos brasileiros, reproduções de trabalhos chineses no mundo
Um artigo publicado por Silas Marti na Folha de S.Paulo informa que muitos trabalhos arquitetônicos de todo o mundo foram copiados pelos chineses. A torre Eiffel tem uma cópia idêntica na China, como outros trabalhos de arquitetos conhecidos, inclusive de projetos executados no próprio país. Alguns estão provocando processos legais sobre os direitos de autorias, mas outros, como a reprodução de um vilarejo austríaco de Hallstatt em Guangdong na China, geraram a simpatia da original, cujo prefeito firmou uma parceria com os chineses, estimulando o turismo para a Áustria.
Segundo o artigo, este costume de copiar os projetos é considerado uma habilidade na China, desde a antiguidade, informando que alguns imperadores reproduziram palácios que foram conquistados, mostrando que são capazes de construí-los até melhores. No caso da Eiffel, torres semelhantes também existem em Tóquio, que serviam para as transmissões de telecomunicações, que está sendo substituído pelo atual novo Skytree.
Torre Eiffel de Paris, Tower de Tóquio e réplica da Eiffel em Beijing
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11 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: informação do BBC, metade dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados, relatório de uma organização britânica
Existe uma expressão em japonês, “motainai”, que fez parte da cultura do Japão há muito tempo, hoje menos utilizado. Referia-se ao desperdício, quando as crianças aprendiam que nem um simples grão de arroz deveria ser deixado no prato, pois era produto do trabalho de muitos, começando do agricultor. Este tipo de cultura não era somente dos japoneses, mas de todos os povos que passaram pela fome, notadamente em decorrência das guerras. No site da BBC Brasil, consta uma matéria que atualmente metade da produção de alimentos no mundo é desperdiçada, pelas mais variadas razões.
Os consumidores, atualmente, dão muita importância para a boa aparência dos produtos sem se preocupar tanto com o seu conteúdo, e muitos que apresentam mesmo algumas desigualdades nos seus formatos acabam sendo descartados. Os consumidores mais conscientes evitam produtos que exageram no conteúdo de fertilizantes e defensivos químicos, por exemplo, preferindo os “naturais”, e sabem que mesmo aqueles que não apresentam as melhores aparências podem ser mais saudáveis, utilizando-os para o seu consumo.
Retratos dos alimentos desperdiçados no Brasil
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11 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: caso das licitações dos portos, críticas agudas mesmo sobre tentativas de correção, falta das críticas locais, os problemas tributários, posição ideológica do The Economist
Todos conhecem as posições ideológicas do The Economist e seus artigos, mesmo quando tratam de assuntos que os governos procuram corrigir como no caso dos portos brasileiros. Acabam soando como extremamente severos quando se trata de países que possuem governos com tendências que denominam esquerdistas. E até quando as autoridades fiscais impõem multas pesadas, não somente sobre empresas privadas como estatais como a Petrobras. No número do The Economist da próxima semana, estes dois assuntos estão abordados com um tom crítico que supera as dos veículos de comunicação social do Brasil que fazem oposição ao governo atual, ainda que tenham algumas razões para apontar muitas irregularidades. Como também atingem, muitas vezes, o próprio Reino Unido, deve-se concluir que faz parte da ironia inglesa, que chega a ponto de cansar os seus leitores, que não possuem o mesmo fair play.
Usando como gancho a iniciativa do governo brasileiro de ampliar a concorrência nos portos, concedendo novos terminais privados, além dos que já existe tradicionalmente no Brasil, o artigo tem o título de “a Pirataria à luz do dia”, referindo-se às taxas cobradas para atracamento dos navios e descargas, que seriam o dobro da média observada na OECD, segundo observações do Banco Mundial para os contêineres. Além dos subornos e outras taxas para intermediários, assunto que não é tratado em profundidade pela imprensa local. É preciso lembrar que a irregularidade só existe quando existem no mínimo o corruptor e o corrupto, sendo que uma parte costuma ser privada.
Vista aérea do porto de Santos, o principal do País
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9 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: jovens criando starups, notadamente na área das tecnologias eletrônicas, pequenas e médias empresas, redução da importância das grandes organizações | 2 Comentários »
A longa crise pela qual passa a economia japonesa, que já dura décadas, vai obrigando a introdução de mudanças que não se observaram no passado. O conceito de um emprego para toda a vida parece não mais prevalecer, aumentando a mudança de muitos profissionais para outras empresas. As grandes organizações que eram o forte do Japão já partilham sua importância com pequenas e médias, que antes eram as que terceirizavam alguns serviços. A força criativa da economia japonesa parece residir agora nestas que possuem maior agilidade e criatividade, inclusive na geração de novas tecnologias.
Um artigo publicado originalmente no Financial Times, elaborado por Michiyo Nakamoto, está hoje publicado no Valor Econômico em português, informando que jovens japoneses criam starups, como tem acontecido em muitos lugares, principalmente nos Estados Unidos. Com suas iniciativas, criam novos produtos que recebem suporte de financiadores especializados, e algumas delas conseguem resultados expressivos, ainda que muitas não noticiadas não tenham obtido sucessos.
Takuma Iwasa
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9 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: acostumados a trabalhar com regras estáveis, artigo no Nikkei sobre as dificuldades de adaptação, mudanças no Sudeste Asiático, problemas em todo o mundo | 6 Comentários »
Diante da falta de crescimento da demanda interna do Japão, muitas empresas japonesas estão ampliando suas atividades no exterior, principalmente nos países asiáticos. Com as atuais dificuldades na China e na Coreia do Sul, decorrentes das disputas de ilhas, procuram-se mais os países do Sudeste Asiático, mas as condições que encontram diferem muito das japonesas, com as quais estão acostumadas. Um artigo publicado no jornal econômico Nikkei informa as dificuldades que encontram com as mudanças nas regulamentações, as diferenças culturais e religiosas, que aumentam seus riscos.
No Vietnã, por exemplo, a partir deste ano, os aparelhos eletrodomésticos passaram a exigir a anexação da informação sobre o seu consumo de energia, e como isto é um dos pontos fortes do Japão, os empresários ficaram satisfeitos. Mas as faltas dos detalhes desta regulamentação estão deixando-os nervosos, diante das constantes alterações que são introduzidas. Na Indonésia, os empregados de uma indústria automobilística japonesa estão protestando diante da embaixada japonesa. Na China, ainda que parte da produção japonesa seja voltada para a exportação para outros países, as dificuldades políticas estão ampliando as dificuldades.
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9 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do Financial Times, esforço norte-americano para a independência energética, importação de petróleo mais baixo nos últimos 25 anos
Se há um grande esforço que vem sendo desenvolvido pelos Estados Unidos, este é atingir a sua independência energética. Um artigo publicado no Financial Times informa que no próximo ano a sua importação de petróleo deve ser a mais baixa dos últimos 25 anos, ao mesmo tempo em que a demanda cresce lentamente, de acordo com a previsão do governo daquele país. As autoridades norte-americanas preveem que em 2014 a importação de petróleo bruto como seus derivados devam chegar a cerca de 6 milhões de barris/dia, que seria o nível mais baixo desde 1987. Seria a metade do pico de 12 milhões de barris do período 2004-2007.
Isto decorre, em grande parte, da intensa exploração do xisto que está proporcionando óleo e gás a baixos custos, ainda que existam críticas que está se poluindo o subsolo com produtos químicos. O artigo informa que algo semelhante também está ocorrendo na proximidade do Iraque e na Nova Zelândia, além da exploração dos poços de petróleo que estavam se esgotando na Dakota do Norte e no Texas. Além de diminuir a dependência dos Estados Unidos da importação do petróleo, os seus preços estão baixando, prevendo-se que devem ser mais baixos que no ano passado.
Superpetroleiros utilizados para transporte entre o Golfo e os Estados Unidos,
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9 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apesar dos Estados Unidos e da Europa, artigo de Jim O’Neill no Project Syndicate, o BRIC ampliado
Jim O’Neill, do Goldman Sachs, foi quem primeiro utilizou a expressão BRIC – agregando países emergentes de grandes dimensões como o Brasil, Rússia, Índia e China. Num seu artigo publicado no Project Syndicate, ele informa agora que o mundo emergente, ao qual poderiam ser acrescentados outros países como a Coreia do Sul, a Indonésia, o México e a Turquia, que somados equivaleria a um Reino Unido, já atingiram em 2011 US$ 3 trilhões em oito países, ou seja, cerca de um quarto da economia norte-americana, estimada em torno de US$ 15 a 16 trilhões.
Os 15 países que incluiriam, além do que ele chama de Next 11, Filipinas, Bangladesh e a Nigéria teriam dois terços da população mundial, que continua crescendo do ponto de vista econômico em 2013, mesmo com o desaquecimento dos últimos anos. Os crescimentos nestes emergentes compensam as quedas observadas na Europa, segundo o autor. No fundo, só o crescimento dos BRIC equivale a uma Itália.
Jim O’Neill. Foto: Thomas Lee/Bloomberg
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