30 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: as irregularidades climáticas, as negociações internacionais, entendimentos mínimos nos momentos extremos, extremos de calor e frio
Todos estão sendo informados dos fenômenos climáticos que estão ocorrendo em todo o mundo. Aqui no Brasil, a população vem enfrentando um calor inusitado, e em muitas localidades no Hemisfério Norte são divulgadas notícias de um frio raramente sentido, com elevadas ocorrências de mortes além de apreciáveis problemas econômicos. Ao mesmo tempo, tempestades como o Sandy na região de Nova Iorque e muitos na Ásia e no Pacífico causam devastações catastróficas. Ainda que não possam ser relacionadas cientificamente com o aquecimento global, estas tragédias devem sensibilizar as autoridades, mesmo que existam restrições econômicas.
O professor Michael Jacobs, que é visitante no Granhtam Research Institute on Climate Change and the Environment na London School of Economics, publicou no Project Syndicate um artigo que merece atenção. Com base no que resultou da última reunião de Doha, onde 200 países concordaram somente em estender o Protocolo de Kyoto até 2015, esperando-se que até lá seja alcançado um novo acordo mais avançado e detalhado, inclusive com a adesão dos Estados Unidos e da China. Na realidade, isto foi obtido para não se registrar um fracasso completo.
Secretário Geral da UN Ban Ki-moon discursa durante reunião de Doha 2012
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30 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: desafios para o governo Shinzo Abe, dificuldades externas, necessidade de superação do ceticismo, política monetária e fiscal, pragmatismo com as promessas feitas, problema cambial
Nunca um partido, tanto do PLD – Partido Liberal Democrata como do DPJ – Partido Democrata do Japão, assumiu o governo com tão baixo prestígio popular, segundo o jornal Nikkei, baseado nas pesquisas de opinião. Pode ser que isto acabe sendo uma ajuda, pois todos que começaram com expectativas elevadas acabaram colhendo fracassos. Na última eleição, o PLD colheu um resultado arrasador, mas decorreu dos eleitores votantes que foram menores que nas eleições anteriores, pois no Japão o voto não é obrigatório. E os eleitores optaram pelo menos ruim, contra o governo do DPJ. O programa que vem sendo apresentado pelo novo governo, constituído de muitos veteranos, é conservador e nacionalista no discurso, mas com possibilidades ainda duvidosas de execução.
Apesar da pretensão nacionalista, o novo governo precisa ser pragmático nos seus relacionamentos com a China e a Coreia, bem como com os Estados Unidos, que, mesmo sendo o principal aliado, não conta com condições de proporcionar um apoio maciço aos japoneses, pois luta com suas próprias dificuldades internas. A maior expansão na sua política monetária não pode ser o instrumento suficiente para ativar sua economia, perseguindo um aumento da inflação que vem se comportando deflacionariamente, e uma desvalorização do yen não depende somente do Japão. O aumento da competitividade japonesa no atual cenário internacional não é uma tarefa fácil, e o elevado nível da dívida pública japonesa já é uma limitação substantiva.
Primeiro-ministro Shinzo Abe posa com membros de seu novo gabinete
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30 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo no Nikkei, surpreendente transformação de Mianmar, ultima fronteira no Sudeste Asiático
Mesmo no mundo que enfrenta os mais variados problemas, observa-se que Mianmar, antiga Burma, está chamando a atenção mundial pela sua surpreendente transformação. Este país do Sudeste Asiático está sendo considerada a última fronteira do desenvolvimento, contando com uma população de 60 milhões de habitantes. Faz fronteira com a Tailândia, China, Laos, Índia e Bangladesh. Como passou por uma das mais terríveis guerras civis, com a participação de um dos mais violentos regimes autoritários, tornou a sua principal dissidente Aung San Suu Kyi merecedora do Prêmio Nobel da Paz, mas ela foi mantida em prisão domiciliar por longo tempo. Hoje, ela que é uma parlamentar eleita em 2010, primeira eleição livre depois de 20 anos, ajuda a atrair a atenção do mundo para apoiar o seu desenvolvimento e na consolidação de sua frágil democracia.
Um artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa que o Japão está ajudando na instalação de sua infraestrutura, enquanto os seus ruralistas criam o búfalo e a população começa a receber as primeiras assistências para a melhoria de sua condição de vida. Instalam-se zonas econômicas especiais como em outros países asiáticos, notadamente a China. Como os salários locais são baixos, atraem hoje a indústria de confecções do exterior, e a população procura habilitar-se no uso da informática. Tudo está ajudando a transformar o país num alvo de interesse internacional, tendo merecido a visita do presidente Barack Obama recentemente.
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28 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo sobre o custo da retirada no The Washington Post, parte das dificuldades dos Estados Unidos, reproduzido em português no O Estado de S.Paulo
Um artigo de Walter Pincus, do The Washington Post, foi republicado em português no O Estado de S.Paulo, tratando do alto custo da retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, estimado em mais de US$ 5,7 bilhões, quando a economia dos Estados Unidos enfrentam problemas. Não se trata de um caso isolado, mas uma sequência que vem do Iraque e outras intervenções que sempre resultaram em poucos resultados positivos do ponto de vista militar e político. Estima-se que os Estados Unidos gastaram US$ 1 trilhão ou mais no Afeganistão, que, por não ser um país marítimo, exigirá elevadas despesas para a retirada.
Todas estas intervenções militares, desde a Guerra do Vietnã, apresentaram custos fabulosos, sem que os resultados fossem satisfatórios. Espera-se que os Estados Unidos já tenham aprendido estas lições, mas continuam cogitando delas envolvendo parceiros que não parecem dispostos a arcar com parte dos seus custos. Mesmo no atual caso da Síria, todos procuram, no máximo, um bloqueio do fornecimento de armamentos e outros suprimentos vitais para o governo sírio que insiste em se manter no comando, ainda que tendo com uma oposição generalizada, interna e externa.
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27 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: muitos novos capitalistas chineses descendem dos líderes companheiros de Mao Tsetung, os relacionamentos com as estatais chinesas, toda a sorte de irregularidades e privilégios
Um grande grupo de jornalistas da Bloomberg publicou um longo artigo denunciando que descendentes dos chamados “Oito Imortais”, que apoiaram Deng Xiaoping após a morte de Mao Tsetung na abertura da China para a economia de mercado, contaram com inúmeros privilégios que lhes permitiram acumular grandes fortunas. A íntegra do artigo pode ser acessada, em inglês, no: http://www.bloomberg.com/news/2012-12-26/immortals-beget-china-capitalism-from-citic-to-godfather-of-golf.html. A Bloomberg alega que muitos dos mencionados não responderam as questões que lhes foram formuladas por e-mail, mas deve-se levar em conta que esta instituição está proibida de operar em toda a China, só o fazendo em Hong Kong.
Estas acusações são bastante comuns em diversos países que passaram por períodos autoritários, com destaque para a Rússia, e seria conveniente entender que a China na sua milenar histórica somente contou com cerca de 50 anos de comunismo, ainda que o problema de corrupção seja antigo. Tendo trabalhado em torno de 1985 na China, foi possível constatar que a maioria dos chineses persegue os lucros milenarmente, desde a época da Rota da Seda, sendo bons comerciantes, tendo um forte espírito que poderia ser chamado de capitalista de aproveitamento das oportunidades que se apresentavam. Não há duvidas que as conexões dos grupos estrangeiros com as autoridades eram importantes, num país em que o governo chinês controlava tudo o que poderia ser relevante. A própria formação dos grandes grupos econômicos nos Estados Unidos, ou no Reino Unido, passaram por períodos que hoje poderiam ser considerados de privilégios, se não do exercício de poderes monopolísticos, que procuram ser coibidos agora. O próprio sistema financeiro internacional, mesmo atualmente depois de 2008, recebeu uma assistência governamental em volume inusitado, ação criticada por outros segmentos da economia.
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26 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: legenda em português, produzido pelo FT, robótica na ajuda aos seres humanos, vídeo no site do Valor Econômico
Um interessante vídeo está sendo divulgado no site do Valor Econômico mostrando que a Toyota está se empenhando na produção de robôs para atividades que vão além das linhas de montagens de automóveis. O vídeo produzido pela FT em Nagoya, no Japão, mostra que os mesmos ajudam pacientes que têm dificuldades motoras a efetuar seus movimentos. Com o aumento de idosos com problemas entre os japoneses, a Toyota está caminhando no sentido de ajudar nos tratamentos médicos, além de exercer atividades que seriam dos chamados helpers, mas que tendo suas próprias personalidades teriam dificuldades de atender permanentemente as vontades dos pacientes.
Estes vídeos podem ser acessados diretamente entrando no site do Valor Econômico que é http://www.valor.com.br/ , e poderá ser localizado facilmente no setor que trata dos mesmos. Como algumas falas estão em japonês, há legendas em inglês, e o jornal tornou disponível também o conjunto todo em português, dando o devido crédito para FT.
Outras informações de variadas fontes informam que muitos robôs já estão sendo utilizados em cirurgias, com grande precisão e cuidado, mas o seu emprego necessita de aprovação das autoridades de cada país, como os medicamentos.
Tudo indica que os robôs não terão necessidade de possuírem formas humanoides, como costuma aparecer em diversos meios de comunicação, mas podem ser apresentados nestas formas para se tornarem mais amigáveis para os pacientes que possuem poucos contatos humanos.
Evidentemente, além dos problemas meramente físicos, muitos pacientes necessitam de calor humano, e como a carência de recursos humanos para tanto estão ficando cruciais, o Japão vem autorizando estrangeiros que tenham capacidade de se comunicar no idioma japonês, com destaque para filipinos e indonésios.
Os diversos desafios que estão sendo apresentados por um número cada vez maior de idosos em todo o mundo que, infelizmente, demandam mais serviços médicos e correlatos, acabam estimulando outros setores da atividade econômica a produzirem equipamentos adequados para tanto, utilizando o que já se conhece nos setores industriais.
26 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Hubert Védrine no Foreign Policy, dificuldades na percepção das mudanças, reprodução em português no O Estado de S.Paulo, resquícios do colonialismo | 1 Comentário »
Ainda que as mudanças que estão se processando no mundo sejam lentas é difícil compreender como Hubert Védrine, que foi nada menos que chanceler na França, que publicou um artigo no Foreign Policy reproduzido em português no O Estado de S.Paulo, tenha tamanha dificuldade no seu entendimento. Ele parece continuar a viver num mundo centrado na Europa, aliada com os Estados Unidos, que continuaria comandando o mundo, cabendo aos demais somente um papel secundário. O título do artigo resume o seu pensamento: “Ocidente não tem nada a temer, além do próprio medo”.
Ninguém pode negar que os Estados Unidos ainda possuem um papel fundamental no mundo, e que herdou esta posição da Europa, como ficou comprovado na Segunda Guerra Mundial. A Europa ainda que tenha acumulado um patrimônio importante, principalmente do ponto de vista cultural, parece arrogar-se em continuar como a metrópole do resto do mundo colonial. Ainda que tenham conseguido a sua posição ao longo de alguns séculos, parece que não seria tão difícil admitir que o mundo conte também com a Ásia, a América Latina, a África e todo o Pacífico, que vai recuperando e impondo a sua importância econômica e política.
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26 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a história da Tríplice Aliança, as tendências nacionalistas, dificuldades que enfrentam no Mercosul, o que motivou o artigo histórico do The Economist sobre o Paraguai
Para tentar entender um pouco o artigo publicado no The Economist sobre a guerra sem fim do Paraguai, seria interessante se colocar no ponto de vista dos dirigentes daquele país, que faz parte do Mercosul. Os outros países da América do Sul entenderam que a deposição recente do presidente Fernando Lugo, um bispo católico que chegou a poder eleitoralmente derrotando o forte Partido Colorado que domina o país por muito tempo, foi efetuado num processo rápido e foi considerado na realidade um golpe sobre quem ficou conhecido como o “pai dos pobres”. Ainda que Lugo tenha reconhecido dois filhos das quatro mulheres que alegavam ter relações quando ainda deveria ser celibatário, a acusação final sobre ele foi de corrupção.
Um dos diplomatas paraguaios que discutia com os demais representantes dos outros países sobre a suspensão do Paraguai do Mercosul, que se estendia para a OEA – Organização dos Estados Americanos, referiu-se à Tríplice Aliança. Ela foi formada pelo Brasil, Argentina e Uruguai no século XIX para sufocar Solano Lopes e seus soldados, no que é considerado até hoje um dos maiores massacres da história. Thomas Whigham, da Universidade de Geórgia, estima que foram mortos 60% da população do Paraguai e 90% dos seus homens. Também do lado brasileiro, que era a principal força da Tríplice Aliança, os custos foram elevados, ainda que lembrados como grandes marcos militares do Brasil, consagrando Duque de Caxias e o Almirante Visconde de Tamandaré, diante das poucas guerras externas das quais participaram forças brasileiras.
Ilustrações da Guerra do Paraguai e da Batalha do Riachuelo
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23 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo na Folha de S.Paulo, o que vem acontecendo no cerrado brasileiro, olhos para ver, superação contínua das dificuldades
Como sempre, no mar do pessimismo cultivado atualmente por muitos analistas com o que acontece no mundo de negativo, fica-se com a impressão que estamos dominados lamentavelmente por uma cultura da “fossa”, que considera um sinal de elevada manifestação de inteligência se aprofundar na depressão, como prevaleceu em alguns períodos que se seguiu à Segunda Guerra Mundial. Ainda que sempre hajam desafios a serem vencidos, como ao longo da história da Humanidade que acabaram sendo superados, parecem que insistem em não ver o que também acontece de positivo.
Um artigo publicado neste domingo pela Folha de S.Paulo, pela jornalista Tatiana Freitas, enviada especial para Balsas no Maranhão, Araguaína e Pedro Afonso no Tocantins, “Cerrado vira terra fértil e se torna nova fronteira agrícola”, na região que passou a ser conhecida como Mapitoba, compreendendo áreas do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, antes considerada das mais pobres do país. Minha experiência longa e pessoal é da época em que o Cerrado passava a ser cultivado intensamente em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, chegando à Bahia. Antes, porém, também o Estado de São Paulo contava com cerrados extensivamente ocupados pela pecuária, que viraram ricas terras de cultura agrícola. E assim vai continuar ocorrendo ainda por muitos anos.
Editoria de Arte/Folhapress
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22 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aquisição da Bolsa de Nova Iorque pela ICE, avanço das atividades eletrônicas, indicações da profundidade da crise financeira mundial
Para quem não é do setor, a venda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, a famosa The New York Stock Exchange, para a sua concorrente ICE – Intercontinental Exchange, baseada em Atlanta, por um valor de US$ 8,2 bilhões é extremamente surpreendente, pois chegou a ser cotado em US$ 108,26 bilhões em 2006. O assunto está explicado num artigo do The Economist, que informa ainda que o atual valor da transação oferece um bom prêmio sobre o seu real valor. Isto mostra o quando as bolsas de valores perderam nas suas rentabilidades nos últimos anos, notadamente depois da crise financeira de 2008.
A ICE é uma bolsa que trabalha mais com produtos, como energia, no mercado futuro e em todo o mundo, algo parecido com a antiga BMF – Bolsa de Mercadorias e Futuro, que já tinha se fundido no Brasil com a Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo. Na realidade, as transações, mesmo em bolsas, ocorrem mais eletronicamente, não havendo mais aqueles famosos gritos nos pregões. Parece que estas mercadorias continuam mais firmes, mas também trabalham com diversos tipos de papéis derivativos, que se multiplicam no mercado, exigindo algumas especializações para a avaliação corretas dos riscos envolvidos, bem como as formas mais sofisticadas para as suas coberturas.
Bolsa de Valores de Nova Iorque
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