21 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: desdobramentos, o caso do Mensalão no Brasil, o destaque na China, problemas no Japão | 4 Comentários »
A principal resolução do Partido Comunista Chinês – depois do caso em que Bo Xilai acabou expurgado da agremiação, ele que tinha a pretensão de tornar-se membro do grupo restrito de comando – foi dar uma forte ênfase no combate à corrupção. Os novos dirigentes escolhidos, começando por Xi Jinping, o novo secretário-geral e comandante máximo das forças militares, que deverá assumir a Presidência da China nos primeiros meses de 2013, destacam que a praga que pode comprometer o desenvolvimento daquele país é a corrupção. No Japão, ainda que o poderoso Ichiro Ozawa tenha sido livrado da Justiça, não teve condições de continuar no PDJ – Partido Democrata do Japão, e seus auxiliares diretos acabaram condenados, mostrando que algo de podre havia no seu grupo. No Brasil, o processo que ficou conhecido como Mensalão acabou condenando importantes ex-dirigentes do PT – Partido dos Trabalhadores, inclusive o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e seu ex-presidente da agremiação, José Genoino.
Bo Xilai Ichiro Ozaki José Dirceu e José Genoino
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21 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do The Economist no seu site, cuidados sobre o comando de Shinzo Abe, eleição de Park Geun-Hye na Coreia do Sul
Depois da agradável surpresa com os resultados arrasadores conseguidos pelo PLD – Partido Liberal Democrata, comandado por Shinzo Abe, nas eleições do último domingo e das eleições coreanas de quarta-feira, com a vitória apertada de Park Geun-Hye e seu partido Saeniri, o artigo do The Economist no seu site já reflete uma posição mais cautelosa. Ambos são descendentes de controvertidos líderes políticos locais. Os problemas que precisam ser resolvidos no Extremo Oriente são complexos, acabando por confrontar o Japão com a China do ponto de vista político, obrigando a convivência de países que precisam acelerar o crescimento de suas economias, tendo ainda como pano de fundo os resquícios deixados pelas guerras passadas entre seus povos.
Shinzo Abe retornou ao poder mais pela objeção dos eleitores ao atual PDJ – Partido Democrata do Japão que ocupa o governo até o próximo dia 26 de dezembro, como já postamos neste site. Ele está prometendo ativar a economia japonesa provocando uma inflação de 2% ao ano e desvalorização do yen, interferindo na atual política do Banco do Japão que tem um objetivo vago de uma inflação de 1%, quando o país vem sofrendo problemas de deflação. A independência das autoridades monetárias acaba restrita. Recebe o apoio do empresariado, que também não conta com expressivos líderes, enquanto o elevado montante da dívida pública não permite muitas manobras.
Shinzo Abe Park Gean-Hye
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20 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: analistas financeiros e acadêmicos mais críticos, autoridades mais otimistas, depoimentos como os esperados, empresários mais realistas e cautelosos
No panorama geral que se pretendeu, ousadamente, descrever o que pode acontecer em 2013, os depoimentos refletem o que seria de se esperar: autoridades sempre mais otimistas, empresários mais realistas, mas cautelosos, analistas financeiros e acadêmicos mais críticos. Constam do suplemento especial sobre os cenários para 2013, publicado pelo Valor Econômico, com depoimentos de brasileiros e estrangeiros. Ainda que o futuro seja sempre incerto e depender do que vai ser feito, todos desejam traçar um cenário que poderiam orientar suas atividades, o que seria sempre uma ousadia.
Por mais pragmáticos que os depoimentos sejam, basta olhar o que aconteceu neste 2012, que surpreendeu a todos com mais dificuldades que seriam previsíveis. A recuperação europeia está sendo mais problemática, os Estados Unidos conseguem alguns resultados prejudicando outros parceiros, a Ásia sofre uma ligeira desaceleração, e o resto do mundo, inclusive o Brasil, sofre com o cenário internacional que ocorreu.
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19 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a explicação sobre a pizza, a Ficha Limpa, artigo do The Economist sobre corrupção no Brasil, o caso do Carlinhos Cachoeira, o julgamento do Mensalão | 2 Comentários »
Com bastante destaque, a prestigiada revista The Economist publica na sua edição da próxima semana uma esclarecedora matéria sobre a corrupção no Brasil. Afirma que raramente a corrupção política levou a tantas condenações de figuras de destaque como o chamado Mensalão. No longo julgamento no Supremo Tribunal Federal dos 38 acusados, 26 foram condenados a penas pesadas, com destaque para figuras de proa como José Dirceu, que foi o Chefe da Casa Civil do presidente Lula da Silva. O artigo relata os aspectos importantes deste processo, informando que ainda será necessária a publicação da decisão, que permite alguns recursos que não acreditam que terão efeitos, para se chegar ao acórdão final em meados do próximo ano.
A revista informa que Lula da Silva não foi acusado e as alegações de Marcos Valério são tidas como do maior condenado, podendo haver um processo adicional dependendo da promotoria. A revista destaca a capacidade dos policiais e dos promotores, informando que o caso representa uma marca importante da Justiça, pois muitos acreditavam que tudo terminaria em pizza, expressão que é explicada pelo artigo.
A revista menciona a opinião do cientista político Carlos Melo, do Insper, uma escola de negócios de São Paulo, que o processo começou em 2005, e que ele faz parte do esforço que vem sendo desenvolvido pela Transparência Internacional, que tem sede na Alemanha. O Brasil já utiliza uma legislação chamada Ficha Limpa, que na última eleição impediu muitos fossem barrados de participar da campanha eleitoral, pelas condenações em processos anteriores.
Destaca que a presidente Dilma Rousseff vem afirmando sua determinação em combater a corrupção, mesmo que cometidas pelos seus colegionários. A revista informa que está havendo novas investigações sobre 24 pessoas, incluindo Rosemary de Noronha que era próxima a Lula da Silva.
Registra também que, em 1992, o Congresso Brasileiro promoveu o impeachment do presidente Collor de Mello. Mas que, recentemente, um inquérito parlamentar envolvendo Carlinhos Cachoeira e outras importantes figuras políticas acabou sem indiciar culpados. Não informam que o processo continua no Judiciário, que depois de uma longa tramitação pode resultar em condenações semelhantes ao do Mensalão. Há comentários de políticos informando que a pizza, no caso, acabou sendo maior que o forno.
Lamentavelmente, o artigo não se recorda de outros processos que podem condenar principalmente oposicionistas ao atual governo, como no caso de Minas Gerais e do processo de mudança constitucional que acabou permitindo um segundo mandato ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
19 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: dificuldades, insistências que provocam mudanças, intenções dos eleitos no Japão, vendas de armas nos EUA
Existe um famoso ditado que diz: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. A resistência da National Riffle Association of America para qualquer restrição às vendas de armas, que vem da cultura do velho oeste e está na Constituição dos Estados Unidos, diante da repetição de tantas calamidades insanas nas escolas como agora em Sandy Hook, parece que começar a ceder, no mínimo quanto aos rifles de repetição. A esperança é que acabe se estendendo para o controle de vendas de armas para a sua população, pois, como afirma o presidente Barack Obama, é preciso que as autoridades tomem medidas objetivas para tentar reverter este quadro de paranoia.
Nas eleições japonesas, o PLD – Partido Liberal Democrata hoje comandada pelo ex-premiê Shinzo Abe, teve uma vitória arrasadora. Este partido esteve no comando do Japão pela maioria dos períodos depois da Segunda Guerra Mundial, e acabou sendo derrotado pelo DPJ – Partido Democrático do Japão e outros oposicionistas, inclusive o Partido Socialista, diante da sua incapacidade de oferecer um programa que mantivesse a sua economia, acabando por passar o Japão por duas décadas perdidas. As esperanças se renovam, com a desvalorização do yen, o apoio do Japan Keidanren – cúpula empresarial do Japão e da poderosa burocracia governamental, ainda que as dificuldades sejam muitas, e nem tudo que foi prometido durante a campanha eleitoral tenha viabilidade, como a adoção de uma linha nacionalista para resolver as disputas de ilhas com a China e a Coreia.
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18 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: crises estimulam economias, efeitos das atuais crises, magnitude dos desperdícios, povos que foram pobres
Os brasileiros desenvolveram uma cultura própria vivendo num país tropical, abençoado por Deus, que propicia desperdícios diante da abundância que os cercam, sem grandes desastres naturais. Os lixos dos brasileiros estão entre os mais ricos do mundo, com as sobras de contêm, como de alimentos. Os povos que passaram por dificuldades, como guerras, contando com poucos recursos naturais e sofrendo invernos rigorosos tendem a providenciar reservas para os períodos de falta. E os economistas consagrados informam que evitar os desperdícios acaba sendo a forma mais econômica para contar com alguns fornecimentos adicionais, como por exemplo, o suprimento de energia elétrica.
Muitos filhos de imigrantes que são numerosos no Brasil receberam na sua infância lições dos seus pais afirmando que nada deveriam deixar nos seus pratos nas refeições. Entre os japoneses, utiliza-se a expressão “motainai”, que seria indicar que está se desperdiçando o que se produziu com muito sacrifício. Explicaria em parte porque a poupança é elevada no Japão como em diversos países asiáticos, enquanto entre os brasileiros costuma ser baixa, porque a natureza favorece a disponibilidade para a alimentação de amanhã.
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18 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a Barilla italiana visa a China, ajustando se às mudanças do mercado, fundada em 1877, produto ajustado ao wok
Um artigo publicado no Financial Times foi republicado no Valor Econômico, em português, informando que a conhecida produtora de massas Barilla está se ajustando às mudanças ocorridas no mundo. Informa-se que suas 42 fábricas que vendem seus produtos em cem países, 85% nos países da Europa e Estados Unidos, que estão com um crescimento econômico modesto, preparam-se, com as pesquisas que está efetuando, para introduzir seus produtos na China que sejam utilizáveis nos woks. Certamente seria um produto semelhante ao lamen utilizado pelos chineses que possa ser utilizado nas frigideiras tipo wok, apreciados em todo o mundo, notadamente na Ásia.
O grupo dispõe de um centro de pesquisas no norte da Itália, e continua fazendo investimentos, pois se trata de uma organização familiar, apesar da crise que abala aquele país e toda a Europa. Ele tinha ingressado no mercado de panificação, biscoitos e tortas, adquirindo uma empresa alemã, onde sofreu prejuízos e agora se concentra novamente nas massas. Entende que, com a atual crise econômica, os consumidores procuram produtos de baixo custo, fáceis de serem preparados, como é o caso das massas.
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17 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: ampliação da disponibilidade, aperfeiçoamentos constantes, Ceagesp de São Paulo, diversidade da produção
Para se obter uma visão geral do desenvolvimento que continua ocorrendo na agricultura brasileira, basta fazer uma visita ao que é apresentado semanalmente na Ceagesp, principal centro de abastecimento da metrópole paulistana. O que está exposto para a venda direta aos consumidores, além do atacado que abastece os principais estabelecimentos que servem a população local, apresenta uma rica diversidade e mostra a melhoria da produção que vem ocorrendo no país, ao que se soma o que vem sendo importado de muitos países vizinhos. Não se trata somente de verduras e legumes, como frutas, pescados, todos os temperos e ingredientes que são utilizados na alimentação da população. Além das flores que ajudam a alegrar a vida dos paulistanos.
Uma visita à Ceagesp renova o otimismo daqueles que são bombardeados por notícias alarmantes dos meios de comunicação social, que parecem viesados para o negativismo e pessimismo. O incessante trabalho de milhares de agricultores que procuram diversificar a sua produção, além de eles estarem à disposição dos consumidores o ano todo, cada vez com melhor qualidade. Sempre se encontram novidades mostrando que os produtores estão atentos para o que está acontecendo no mundo, verificando o que pode ser produzido no Brasil, com adaptações e muitos aperfeiçoamentos.
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17 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: cuidados a serem tomados, significado segundo editorial do Nikkei, vitória arrasadora do PLD | 2 Comentários »
À primeira vista, a vitória do PLD – Partido Liberal Democrata do Japão na eleição para a Câmara Baixa do último domingo foi arrasadora e com a sua tradicional coligação com o Komeito, partido de cunho religioso, teriam a maioria absoluta de dois terços, permitindo reformas significativas com um governo com forte suporte eleitoral. Anuncia-se que o novo governo a ser formalizado no próximo dia 26 de dezembro, que deverá ser comandado pelo presidente do PLD, Shinzo Abe, que já foi primeiro-ministro por um curto período, perseguiria a ativação da economia japonesa, promovendo uma desvalorização do yen, entre as medidas prioritárias, além de procurar adotar uma posição mais nacionalista. No entanto, o editorial do equilibrado jornal econômico japonês Nikkei, que deveria ser simpático ao PLD, adverte sobre o real significado do resultado eleitoral.
De um lado, como o voto no Japão é voluntário e compareceram 10% de eleitores menos que na eleição geral anterior de agosto de 2009, apesar da criação de novos partidos, deve-se compreender que a população não está satisfeita com a sua classe política. A leitura dos resultados deve ser que os eleitores votaram contra o atual governo do DPJ – Partido Democrata do Japão, que não conseguiu cumprir sua plataforma eleitoral apresentado nas eleições anteriores e organizar um governo razoável em coligação com outros partidos, e sofreu uma sensível diminuição dos seus representantes nestas eleições.
Shinzo Abe
O atual governo não conseguiu melhorar a situação das famílias japonesas, apesar das suas promessas, sofrendo com a falta de recursos, em parte diante das dificuldades econômicas mundiais. Muitas disputas internas do partido prejudicaram seus resultados. A reforma fiscal não foi apoiada por muitos dos seus representantes que preferiram deixar o DPJ. Não conseguiram administrar a presença das tropas norte-americanas no Japão, e teve atritos com os burocratas, sendo atingido pelas consequências das catástrofes naturais no nordeste do Japão. Muitos dos seus líderes não foram reeleitos, e perderam mais de 80% de suas cadeiras, que eram de 308 representantes.
Segundo o editorial do Nikkei, o verdadeiro teste para o PLD deverá ocorrer nas eleições da Câmara Alta, em agosto do próximo ano. O PLD, mesmo coligado com o Komeito, não possui maioria atualmente no que corresponde em outros países ao Senado Federal. Entende que os eleitores não votaram no último domingo no PLD, mas na opção que achavam menos ruins.
Os atritos com a China e a Coreia, pelas disputas de ilhas, fizeram com que muitos eleitores conservadores votassem no PLD. O seu presidente necessita formar um gabinete com nomes expressivos que possam resolver os problemas japoneses internos e externos.
Segundo o editorial, o Japão precisa romper com a política que não pode decidir sobre assuntos fundamentais, mantendo-se iludido por muitos anos. Se os representantes eleitos no último domingo não tiverem a consciência da importância política dos assuntos a serem decididos, o destino do Japão pode estar em perigo.
São muitos os analistas no exterior que imaginam que o Japão precisa estabelecer uma política clara, tanto para cuidar de sua economia e assuntos internos como também definir o seu posicionamento externo, reduzindo a sua dependência da aliança com outros países, notadamente os Estados Unidos que não têm mais condições de manter a segurança de todo o Pacífico.
14 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a melhoria da expectativa de vida no Brasil, aumento percentual de idosos na população, indicadores do desenvolvimento, problemas a serem superados
As informações sobre a evolução demográfica estão entre os indicadores mais estáveis e seguros sobre o desenvolvimento econômico e social que se processa num país. Os dados censitários e as demais informações estatísticas disponíveis no Brasil surpreendem pelas melhorias sensíveis que estão ocorrendo recentemente, fazendo com que em 2011 a expectativa de vida ao nascer dos homens brasileiros ao nascer fosse de 70,6 anos e das mulheres de 77,7 anos, aproximando-se rapidamente dos mais elevados no mundo. Estes dados foram divulgados num artigo do UOL em fins de novembro último, com base nos dados do IBGE, órgão oficial de estatísticas no Brasil. No Japão, para este ano de 2012, estima-se a mesma expectativa ao nascer em 80,57 anos para os homens e 87,84 anos para as mulheres, mostrando que ainda há uma grande distância entre os dois países.
Um dos fatores que vem melhorando sensivelmente é a taxa de mortalidade infantil, que é calculada com as mortes até um ano de vida, que era de 19,4 óbitos em 2010 e já baixou para 16,1 em 2011, segundo um artigo publicado pela UOL com base nos dados fornecidos pelo IBGE. Entre os fatores que influenciam nestas melhoras estão os relacionados com os avanços nos serviços sanitários, principalmente no fornecimento de água potável, além dos serviços de saúde que se tornam disponíveis nas áreas menos desenvolvidas do país.
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