1 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: acordo sobre tecnologia para o pré-sal, entrevista ao Nikkei, ministro Fernando Pimentel no Japão
Algumas empresas japonesas que estão com dúvidas sobre o futuro da economia brasileira depositavam grandes esperanças de esclarecimentos com a visita do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. O ministério só divulgou sucintamente que foi assinado um acordo entre o Brasil, representado pelo ministro e o Japão, representado pelo ministro Takeshi Maeda, da Terra, Infraestrutura, Transportes e Turismo, com duração de cinco anos, que parece pouco, como parte do esforço brasileiro para importar e desenvolver tecnologia para o setor da construção naval, visando à exploração do pré-sal.
Um acordo foi assinado entre a empresa brasileira SOG Óleo e Gás e a japonesa Toyo Engineering para formar duas outras que atuarão na área da construção e integração de plataformas marítimas no Brasil. A brasileira foi criada em 2005 e a japonesa conta com 50 anos, sendo conhecida pela sua atuação no Brasil, notadamente junto à Petrobrás.
Fernando Pimentel e Takeshi Maeda
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1 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aquisições no exterior, artigo do Wall Street Journal, reprodução no Valor Econômico | 11 Comentários »
Na falta de uma perspectiva brilhante no Japão, muitas empresas japonesas estão ampliando suas atividades no exterior, como ressalta o artigo elaborado por Kana Inagaki e Atsuko Fukase, publicado originalmente no The Wall Street Journal, e reproduzido no Valor Econômico. Como muitas empresas no mundo, elas estão com grandes ativos financeiros, e se lançam no processo de aquisições de ativos fixos no exterior, aproveitando o valorizado iene. O artigo cita os casos das aquisições feitas pela trading Marubeni e pela farmacêutica Takeda, já comentadas neste site.
Os jornalistas informam que estas empresas japonesas estão mais cuidadosas que no passado, quando efetuaram péssimos negócios como a aquisição do Rockfeller Center em Nova Iorque e a Universal Studios nos Estados Unidos. Pode ser que seja verdade em muitos casos, mas a aquisição da Schincariol brasileira pela Kirin, segundo o mercado, está sendo considerada que foi efetuado por um valor exagerado, sem o devido cuidado no exame dos complexos problemas fiscais e legais que cercam esta empresa de cervejas.
O que se observa é que os japoneses são afetados pelas condições vigentes no Japão, onde, por falta de espaços, os imóveis sempre tiveram preços mais elevados que no exterior. Não possuem o hábito de utilizarem consultores externos e seus funcionários e dirigentes acabam considerando que os ativos imobiliários em outros países são relativamente baratos.
As empresas japonesas utilizam pouco dos serviços de consultoria jurídica, que só comparecem no final das negociações, quando já existe um consenso dos demais setores da empresa sobre a aquisição. Nos Estados Unidos e em outros países, as negociações começam com a ativa participação dos advogados.
Muitas das condições para um bom processo de aquisição ou fusão não são adequadamente avaliadas pelas suas equipes que possuem maiores experiências dentro das condições japonesas. Tradicionalmente, os japoneses não são bons conhecedores das culturas estrangeiras e tendem a ter um comportamento de manada. Quando outras empresas japonesas consideram que determinado mercado é promissor, existe uma tendência para acompanharem estas avaliações, pois eventuais erros são considerados coletivos.
As informações constantes do artigo mostram que os japoneses estão se aperfeiçoando nestas técnicas, contando com estudos mais aprofundados. No entanto, examinando-se alguns casos concretos, nota-se que ainda continuam presas fáceis de aconselhamentos inadequados, não sendo bons avaliadores das condições objetivas.
No passado, muitas destas operações contavam com a participação de empresas de trading ou bancos, mas agora muitas operam diretamente em países estrangeiros e procuram manter um exagero de segredo nas negociações, que podem conduzir a situações de insuficiência de outras informações que devem subsidiar estas operações de alta complexidade.
Não se pode subavaliar as diferenças das culturas empresariais, e todas as complexidades das condições vigentes em diferentes países. Evoluir de uma economia peninsular para o mercado global pode ser mais complexo do que parece.
31 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: discussões sobre os juros, entraves, os consultores econômicos, suplemento do Valor Econômico
Todos os economistas aprenderam que existem alguns preços que são fundamentais na economia, com os juros que representam a remuneração do capital e os salários que expressam as contrapartidas dos recursos humanos. Existem muitos mitos relacionados com os juros no Brasil, alimentados por verdadeiros lobistas travestidos em consultores econômicos informando que eles não podem ser equivalentes com os praticados no exterior, até por economias que apresentam semelhanças com as brasileiras. Um histórico de elevados processos inflacionários, a necessidade de poupanças externas para financiar os investimentos públicos e privados indispensáveis etc. estão entre os motivos mais alegados.
O fato concreto é que o setor financeiro da economia brasileira se acostumou a manter uma elevada rentabilidade até nos momentos mais recessivos da sua história, deixando de ser o braço auxiliar da produção como é a comercialização. Deveria ajudar a lubrificar o processo que atende aos produtores e aos consumidores com os seus relacionamentos, transferindo os recursos poupados por muitos para os que promovem os investimentos físicos, inclusive o setor público. O setor financeiro passou a gozar no Brasil de uma posição de comando, como pudesse liderar e controlar toda a economia. Infelizmente, as economias dependem no seu desenvolvimento de avanços tecnológicos que aumentam a sua eficiência, e estas estão relacionados com os setores mais pesados da economia voltados à produção.
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30 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: exemplos de desarticulação, o do Brasil não honra suas tradições, ocorrem também na Comunidade Européia, seus relacionamentos com a China | 2 Comentários »
Lamentavelmente, são inúmeros os exemplos das desarticulações que estão ocorrendo recentemente no mundo. Tudo indica que no surto do desenvolvimento que ocorreu até 2008 no mundo globalizado, muitos entenderam que sua continuidade seria uma tendência natural e, devido ao acaso, nada poderia interromper estas tendências. Os fatos estão mostrando que há necessidade de uma melhor articulação das principais forças que sustentam este crescimento, que dependem de um mínimo de entendimento de suas lideranças, pois não são obras do acaso.
No caso brasileiro, o desenvolvimento recente foi beneficiado pelo que ocorreu no resto do mundo, mas também se deve ao mérito de sua consolidação democrática e melhoria sensível da distribuição de renda, que antecipou a expansão do seu mercado interno. Há que se lamentar a falta de uma compreensão adequada de muitos que deveriam ser estadistas para liderar o seu desenvolvimento, que ocorre simultaneamente em diversos setores, que não se resumem aos seus aspectos econômicos.
No caso Europeu, vamos utilizar o exemplo decorrente dos relacionamentos da Comunidade Europeia com a China, que vêm ajudando o resto do mundo, apesar de contar com inúmeros problemas internos. O Financial Times reporta um lamentável caso de desarticulação de suas lideranças nos seus entendimentos com as autoridades chinesas.
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30 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: atuação globalizada, Nikkei confirma que a Marubeni adquiriu a Gavilon Group, publicado em diversos jornais | 2 Comentários »
Ainda que a Ásia, envolvendo principalmente a China e o Japão, seja a maior importadora de cereais do mundo, suas empresas não conseguiam competir com as grandes organizações e tradicionais como a Cargill, ADM, Dreyfus e a Bunge. Agora a Marubeni lança-se num projeto ousado, investindo mais de US$ 5,3 bilhões, adquirindo a norte-americana Gavilon, pela qual pagou US$ 3,6 bilhões e assumiu todo o seu passivo. Visa operar em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde já adquiriu a Terlogs que opera nos portos e participa da Amaggi, uma supridora de cereais. A notícia foi divulgada por muitos jornais importantes como o Nikkei, Financial Times e reproduzida pela Folha de S.Paulo.
Mesmo que os japoneses tenham colaborado decisivamente na transformação do cerrado brasileiro em produtor de cereais, ampliando a sua produção de soja, não haviam conseguido uma expressiva participação na sua comercialização, apesar de serem seus importadores. Isto só seria possível se tivessem uma atuação globalizada, começando no chamado “Green Belt” norte-americano que sempre foi uma tradicional região fornecedora de cereais. Agora, as futuras expansões das produções como as que devem ocorrer nas savanas africanas podem ser comercializadas para continuar a abastecer a China, que continuará aumentando suas importações. É uma aposta ousada, transformando a Marubeni numa trading globalizada.
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29 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a difícil arte da política econômica, notícia no Nikkei, uso de dados isolados e de curto prazo
Mesmo os jornais especializados em economia e finanças como o japonês Nikkei apresentam algumas notícias com uma interpretação limitada. Um artigo proveniente de Nova Iorque informa que o real brasileiro foi dos mais afetados entre algumas moedas com os problemas enfrentados pelos países europeus. Apresenta um gráfico onde, do dia 1º de março até 28 de maio, o real teria desvalorizado em 13,7% diante da fuga de recursos do Brasil para o segurança do dólar norte-americano. Ao mesmo tempo, relaciona-se com o que estaria ocorrendo com a rupia indiana, o rand sul-africano e o dólar australiano.
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29 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: desperdícios, Rio + 20, suplemento do Valor Econômico
Todos sabem que a forma mais eficiente e econômica de se fazer algo relevante é pela eliminação dos desperdícios. Um artigo elaborado por Sergio Adeodato para o suplemento especial Negócios Sustentáveis do Valor Econômico informa que o Brasil perde R$ 83 bilhões anualmente, segundo estimativas com base em dados setoriais e de organismos internacionais. São alimentos, energia, água, madeira e resíduos que poderiam ser reciclados. Estima-se que em produtos químicos, minerais e outros insumos básicos, estes desperdícios atingem outros R$ 70 bilhões gastos em educação.
A FAO estima que o mundo desperdice 1,3 bilhão de toneladas de alimentos. Dos peixes e frutos do mar, 30% são jogados fora, sendo que nos Estados Unidos chega a 50%. No leite das regiões desenvolvidas, as perdas chegam a 65%, como indicam os relatórios assinados pelo Swedish Institute for Food and Biotechnology, que recomendam investimentos na eficiência da cadeia produtiva. Todos estes dados estão sendo divulgado em função da conferência das Nações Unidas Rio + 20, que deverá se realizar entre os dias 20 a 22 de junho próximo no Rio de Janeiro.
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29 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: 5 trilhão, boa visão dos projetos brasileiros de infraestrutura, públicos e privados, R$ 1
Todos sabem que existem inúmeros projetos brasileiros de infraestrutura, públicos e privados, em estágios diferentes de preparação. O suplemento Infraestrutura do jornal Valor Econômico publicado hoje faz um balanço bastante completo do assunto, informando que os mesmos chegam à cifra recorde de R$ 1,5 trilhão, sendo liderados pelos de petróleo e gás, existindo uma firme demanda por aluguel de máquinas e uma contagem regressiva para a Copa do Mundo.
O suplemento cobre uma ampla gama de tópicos, como os relacionados com o PAC, o problema do financiamento concentrado no BNDES, as necessidades de equipamentos com significativo avanço dos chineses, os problemas das peças e manutenção dos equipamentos, o aumento da demanda por locação dos equipamentos, o problema dos insumos e matérias-primas, problemas de mão-de-obra e tecnologia. Destacam-se os projetos relacionados com o petróleo e o gás, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, hidrovias, mobilidade urbana, energia, saneamento, telecomunicações, eventos esportivos, shoppings centers, moradias, além de problemas de sustentabilidade e seguros.
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28 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comunicação social, contatos do Banco Central do Brasil com analistas estrangeiros, conveniências do setor real
O jornal Valor Econômico, segundo um artigo elaborado por Lucinda Pinto, informa que o Banco Central promoveu algumas reuniões com analistas estrangeiros, pois havia um sentimento no exterior que estava faltando explicações mais claras das autoridades sobre a situação real do Brasil e a política monetária e cambial perseguida por elas. Ainda que se admita que os diagnósticos das autoridades monetárias tenham sido mais corretos do que os dos chamados analistas do mercado privado, fortemente influenciados pelo sistema bancário, nem todos no exterior estão satisfeitos com as informações disponíveis sobre as estratégias perseguidas.
Estas tendências não se observam somente no Brasil, a ponto de entidades norte-americanas, como a American Economic Association, exigirem a explicitação dos que estão financiando as pesquisas para que elas sejam publicadas. Lamentavelmente, existem interesses que estão sendo defendidos por elaboradores destes estudos, notadamente relacionado com o sistema financeiro.
Presidente do Banco Central do Brasil Alexandre Tombini
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28 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do prêmio Nobel Michael Spence, distribuído pelo Projetc Syndicate, síntese respeitável
Quando um Prêmio Nobel em Economia como Michael Spence escreve um artigo distribuído pelo respeitável Project Syndicate, ainda que possa parecer uma generalização teórica, deve ser estudado com respeito, até por causa dos diversos cargos acadêmicos ou não que foram ocupados por ele. São lições decorrentes de sua longa e atualizada experiência, acompanhando o que vem sendo publicado em livros e vem se observando em muitas economias desenvolvidas, emergentes como o do Brasil e em desenvolvimento.
É evidente que num simples artigo nem tudo não pode ser resumido, mas a essência destes problemas acaba sendo detectado, e se torna importante para analisar o que acontece nas recentes crises e desacelerações em muitas economias. As nuances que são colocadas na análise recomendam a leitura intergral do artigo, que pode ser encontrado no: http://www.project-syndicate.org/commentary/why-do-economies-stop-growing.
Michael Spence, Prêmio Nobel de Economia
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