19 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do ministro Fernando Pimentel, evolução na última década, Folha de S.Paulo, perspectivas futuras
O ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, publicou na Folha de S.Paulo no último domingo artigo com informações interessantes sobre o comércio exterior brasileiro, apresentando as profundas mudanças que vêm se observando nos últimos anos. Os dados apresentados são expressivos, mostrando que houve uma forte expansão das exportações brasileiras de 329%, num percentual que quase dobrou o que aconteceu no mundo entre 2002 a 2011, que cresceu em 176%, segundo os dados da OMC – Organização Mundial do Comércio.
Houve uma forte mudança nas regiões de destino destas exportações, com a Ásia passando a representar 30% em 2011, quando em 2002 contava com a sua metade. O aumento da participação da América Latina e da União Europeia também foi expressivo, sendo que os Estados Unidos que eram o mais importante destino em 2002, com pouco mais de 25%, passou a contar somente com 10%.
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19 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no suplemento São Paulo da Folha de s.Paulo, busca de trabalho no Brasil, mudança dos fluxos, tendências que podem ocorrer
Sempre se entendeu que no processo de globalização, que ocorre no mundo nas últimas décadas, os deslocamentos das tecnologias e do fator de produção conhecido genericamente como capital eram mais rápidos que os dos recursos humanos. Mas eles começaram a ocorrer dos países classificados como em desenvolvimento para os industrializados nas últimas décadas, na procura de melhores oportunidades, na faixa considerada de preparo mais simples, de forma legal ou ilegal. Hoje, com os elevados níveis de desemprego nas economias desenvolvidas, muitos recursos humanos mais qualificados do ponto de vista educacional procuram condições de sobrevivência nos países emergentes, entre eles o Brasil. O suplemento dominical da Folha de S.Paulo, denominado São Paulo, entrevistou muitos que se deslocaram, principalmente da Europa para cá, no seu artigo de capa elaborado por Ana Paula Boni e Guilherme Genestreti, com situações bem diferenciadas entre cada indivíduo.
O número de estrangeiros que teriam recebido autorizações em 2008 seria de cerca de 44 mil, elevando-se para mais de 56.000 em 2010 e mais de 70.000 em 2011, com aumento de 60% em três anos. Há que se considerar que além destes existem os ilegais, predominantemente provenientes dos países vizinhos e um forte fluxo de retorno dos brasileiros que trabalhavam nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, também legais e ilegalmente. Somam-se ainda os chamados “expatriados” das empresas estrangeiras instaladas no Brasil que, mesmo se aposentando, preferem permanecer no país, mantendo pequenos negócios de iniciativa própria.
O italiano Jacopo Carandini na ctapa da revista e o arquiteto espanhol Alejandro García, 30, em bar da Vila Madalena. Fotos de Isadora Brant/Folhapress
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19 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: a democracia chinesa, artigo de A.McLaren do Foreign Policy, interpretações da destituição de Bo Xilai, outros partidos inexpressivos
A destituição do radical, conservador e populista secretário do Partido Comunista Chinês de Chongqing, Bo Xilai, que pretendia um dos cargos do poderoso Politburo, permite a A.McLaren, do Foreign Policy, esclarecer aspectos pouco conhecidos da China, onde a liberdade de comunicação social ainda não é plena. Bo Xilai foi acusado de dar guarida à sua equipe de polícia, perseguindo empresários acusados de formarem uma máfia, ao mesmo tempo em que procurava liderar uma linha conservadora maoísta que propunha algo como a volta aos métodos da calamitosa Revolução Cultural, visando atender algumas correntes atuais insatisfeitas da população chinesa. Ele foi fortemente criticado pelo premiê Wen Jiabao na longa entrevista concedida à imprensa ao término do Congresso Nacional do Povo, mas existem os que atribuem o fato a intrigas e disputas políticas naquele país.
Dos 3.000 participantes do recente Congresso, cerca de 800 são provenientes dos “partidos democráticos”, oito pequenas agremiações com 2.000 a 200.000 membros, quando o Partido Comunista Chinês conta com 80 milhões. Isto permite os líderes chineses afirmarem que lá impera uma democracia, mas na realidade estes pequenos partidos não possuem poder de fato, alguns controlados por um departamento do Partido Comunista. Alguns são antigos, como a Liga Democrática da China (CDL), que é a maior deles, criada em 1941, ainda na época em que os partidários de Mao Tsetung tentavam se entender com os nacionalistas de Chiang Kai-shek na luta contra os japoneses. Outros são constituídos por membros cientistas ou taiwaneses a favor da unificação.
Bo Xilai
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15 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: dificuldades de interpretação, entrevista no final do NPC – Congresso Nacional do Povo, necessidade da reforma política, resumo da agência Kyodo
Dentro da tradição asiática, o que uma personalidade importante como o primeiro-ministro Wen Jiabao expressa numa entrevista costuma ser aspectos gerais, não muito específicos, que exige um esforço para ser totalmente compreendido. A agência japonesa Kyodo enviou o seu entendimento que foi publicado no jornal japonês Nikkei, a partir das questões formuladas e suas respostas. O jornal China Daily dividiu seu noticiário em diversos tópicos, fornecendo as questões formuladas e suas respostas. Estas técnicas para generalizações fazem parte da cultura asiática, que necessita salvar a face destas personalidades, pois eventuais erros podem ser atribuídos a entendimentos errados feitos pelos que ouviram a entrevista. Mas, nesta última entrevista no término do Congresso Nacional do Povo, que foi de três horas, ele procurou fazer um balanço dos seus dez anos de liderança, abordando os mais variados assuntos formulados.
A Kyodo destacou que ele expressou de forma enfática que na reforma política seria indispensável executar a reforma econômica, sem que tenha esclarecido os seus conteúdos em detalhes. O China Daily interpreta que um insucesso na reforma política poderia gerar uma tragédia como a Revolução Cultural, ou seja, as conquista das três últimas décadas seriam perdidas com novos problemas de distribuição de renda, falta de credibilidade e corrupção que ainda não estão totalmente resolvidos e que dependem das mudanças que estão se processando.
Premiê da China, Wen Jiabao, nesta quarta-feira, dia 14 de março, durante entrevista. Foto: AP
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14 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Sergio Lanucci, crescimento mais acentuado, grupo do BRICS, Planos Quinquenais, problemas similares, Valor Econômico
Muitos analistas brasileiros entendem que a Índia apresenta mais problemas que o Brasil, mas a performance daquele país vem sendo superior à brasileira. Cresce a uma taxa média anual de 6,6% nos últimos 15 anos. Sergio Lanucci visitou aquele país a convite do governo indiano, e publicou uma matéria importante no Valor Econômico que pode dar indicações preciosas para os brasileiros. De início, eles estão no 12º Plano Quinquenal para o período 2012 a 2017, e contam com uma população de 1,2 bilhão de habitantes, cresceram 8,4% no seu PIB em 2010/2011 e estimam ficar em 7% em 2011/2012, bem acima do crescimento brasileiro. E possuem uma política democrática consolidada.
Segundo o conselheiro econômico do Ministério das Finanças da Índia, Kaushik Basu, é preciso que sua economia cresça pelo menos 12%, o que é uma meta muito ambiciosa. A indústria deverá crescer 12 a 14% ao ano, pois até agora veio expandindo o seu setor de serviço, mas necessita criar mais empregos. Três são, segundo os especialistas indianos, os gargalos daquela economia: os problemas de infraestrutura, as mudanças na legislação trabalhista e a melhoria do ambiente de negócios, que pouco difere dos problemas brasileiros de longo prazo.
Montek Singh Ahluwalia
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13 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: apreciadores de cafés finos, diversos tipos de consumo, nas redes internacionais
O empresário Horácio Sabino Coimbra, fundador da Cacique de Café Solúvel, foi o pioneiro brasileiro que visitou a China antes do restabelecimento das relações diplomáticas do Brasil com aquele país em 1976. Impressionado com a China, ele afirmava que se cada chinês tomasse uma xícara de café por dia o Brasil estaria salvo. Num artigo publicado pelo China Daily, o jornalista Gan Tian informa que, entre 1950 a 1970, a bebida era considerada um “produto capitalista”, e informa que hoje está mais popular que nunca.
O artigo informa que até 1970, o café só era encontrado no Beijing Diaoyutai State Guest House e Shanghai Peace Hotel utilizados pelos diplomatas estrangeiros. Foi na década de 1980 que o café solúvel se tornou conhecido, rompendo o mito que os consumidores de chá tivessem dificuldade com o consumo do café. E na década de 1990 que a Starbuck chegou à China, começando a popularizar o seu consumo, tendo os estudantes chineses adquiridos o hábito no exterior.
Bolan Coffee Academy. Foto: China Daily
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12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: faixas preferenciais, japoneses investindo na China, tecnologias avançadas em alimentos
Muitos são os que reclamam da China, mas continuam efetuando investimentos naquele país visando atender uma parte do seu mercado que continua crescendo, mesmo num ritmo menos acelerado que nas últimas décadas. Muitas empresas japonesas não possuem alternativas, pois o mercado nipônico continua crescendo modestamente, e precisam ampliar suas atividades no exterior, com preferência nos seus vizinhos asiáticos. O jornal Nikkei publicou um artigo a respeito.
Segundo a informação, as empresas japonesas que possuem alta tecnologia neste setor de alimentos visam preferencialmente os consumidores de padrão mais elevado da China. Existe uma demanda por alimentos mais seguros e mais saborosos entre os segmentos de consumidores de média e alta renda. Uma pesquisa mostrou que esta demanda é grande, e os japoneses já estão atendendo via exportações.
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12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: análise profunda sobre a China, dificuldades acima das notícias, Michael Pettis do Financial Times
Michael Pettis é considerado um dos mais credenciados analistas da China onde reside e seus artigos são publicados em diversos meios de comunicação, principalmente pelo Financial Times, pois ele é muito experiente e tem acesso a muitas informações. No seu currículo aparece como professor nos Estados Unidos e na China, em universidades de alto padrão. Ao contrário de artigos superficiais, ele entende que a China não está mudando a sua política para o mercado interno, até porque sempre esteve nesta posição. E os empréstimos feitos naquele país vão acabar sendo rolados, pois muitos tomadores não possuem capacidade para liquidá-los. O que pode ser considerado inadequado, mas é o que acaba acontecendo.
O problema na China é diferente dos Estados Unidos ou da Europa, segundo o autor, mas parece que isto também está acontecendo em muitos países europeus, com os prejuízos transferidos para os bancos e seus acionistas. Muitos dos empréstimos efetuados não serão honrados, transformando-se em transferências do governo central para o local, o que vai desacelerar o seu ritmo de crescimento, como já vem ocorrendo. Mesmo com a ajuda do relatório do Banco Mundial, como já postado neste site, há dúvidas sobre a eficácia de suas recomendações no sentido de maior privatização, e reformas de variados tipos.
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11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: efeitos da democratização, estudos de um grupo de acadêmicos, evidências chinesas, publicação recente e preliminar
O professor Antonio Delfim Netto insiste que é da natureza humana o desejo de ampliação da sua liberdade quando as necessidades básicas de sobrevivência começam a ser atendidas, mesmo nos estágios iniciais da melhoria do padrão de vida de qualquer sociedade. Como paralelo, assisti à soberba apresentação da Sinfonia nº 5, de Dmitri Shostakovich (1906-1975), na Sala São Paulo, pela Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, regida pela maestrina Marin Alsop, peça que foi apresentada pela primeira vez na então Leningrado, em 1937, hoje novamente São Petersburgo. Verifica-se que a genialidade do compositor superou algumas limitações duramente impostas pelas restrições da época de Stalin na Rússia, voltadas exclusivamente para o monumental e triunfalismo realista do Estado. Ainda que suas marcas medonhas tenham ficado gravadas na personalidade deste fenomenal compositor russo, como relatado por Isaiah Berlin sobre sua visita à Oxford, quando recebeu o título de doutor honoris causa daquela Universidade, em 1958. Como consta da Revista da Osesp, de março de 2012.
Este é o pano de fundo para a apreciação de um inédito e profundo trabalho de um grupo de acadêmicos sobre o efeito das eleições democráticas na China atual em suas vilas. Chegou-me por intermédio de Claudio Mendes, ainda numa redação preliminar, o fabuloso trabalho conjunto de Monica Martínez-Bravo, da Johns Hopkins; Gerard Pedró i Miguel, da London School of Economics; Nancy Qian, da Yale University; e Yang Yao, da Peking University. Receberam suportes de instituições como Brown University, Stanford, Harvard e National Foundation Grant. Ele se denomina “The Effects of Democratization on Economic Policy: Evidence from China”. E trabalharam com dados colecionados pelo Chinese Ministry of Agriculture. Ainda que muitos possam duvidar, as instituições envolvidas merecem créditos. Mostram que, mesmo em regimes considerados autoritários, de partido único, os primeiros indícios da aspiração por sistemas mais democráticos estão germinando, por meios criativos, superando as restrições como as que foram sofridas por Dmitri Shostakovich.
Dmitri Shostakovich e eleição na pequena vila chinesa de Wukan
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11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: materiais para serem experimentados, Tokyu Hands, uma inovação na lanchonete
Uma das lojas mais criativas no mundo encontra-se em Tóquio, no bairro elegante de Shibuya, e se chama Tokyu Hands, que é de uma rede e conta com outras unidades. É um prédio todo, de muitos andares, onde se encontram materiais para todos os tipos de trabalhos que podem ser executados pelos clientes, interessados em criatividade. Algumas lojas mais simples e similares no Brasil são do tipo “pegue e faça”, onde se vendem produtos que podem ser utilizados pelos consumidores para trabalhos manuais com madeiras e outros materiais. Agora, o Tokyu Hands inaugurou uma lanchonete onde muitos materiais ficam à disposição dos clientes para serem manipulados lá mesmo.
Desde jovens estudantes até idosos utilizam estes tipos de lojas, que contam com materiais para serem manipulados com criatividade. Desde sofisticados equipamentos eletrônicos até simples materiais como tecidos, madeiras, papéis e tudo que se possa imaginar, com amplas variedades para a feitura de criativos produtos, normalmente manuais. Encontram-se muitos que estimulam os clientes, e nas viagens à Tóquio sempre eu faço visitas a esta loja, que frequento há décadas, desde quando lá morei, e sempre encontro novos produtos que servem de bons presentes para serem usados pelos que me são gratos, com muita originalidade.
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