4 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: Nikkei com informações da agência Kyodo, plano de crescimento japonês | 2 Comentários »
O jornal econômico Nikkei anunciou que o Japão está revendo o seu plano de crescimento estratégico, considerando uma drástica mudança na sua política energética, como consequência dos desastres naturais e a crise nuclear, segundo fontes do governo. Os projetos de exportação das usinas nucleares serão revisados, estabelecendo um prazo para participar das negociações do acordo de livre comércio da bacia do Pacífico.
Nos próximos dias, as diretrizes básicas serão decididas para revisão do plano. O ministro Koichiro Gemba, da política nacional, afirmou que a estratégia do crescimento, notadamente o contexto da política energética, precisa ser transformada em qualidade. Em função das dificuldades que enfrentam, o ponto principal será o objetivo para 2020 de expandir a dimensão do mercado da energia renovável para 10 trilhões de ienes japoneses.
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4 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: Agrishow de Ribeirão Preto, matérias no suplemento agrícola do O Estado de S.Paulo, negócios de tecnologia em alta | 5 Comentários »
O suplemento agrícola do jornal O Estado de S.Paulo de hoje dá um bom retrato de como se encontra a agricultura brasileira no momento. A exposição que se repete pela décima oitava vez na região mais desenvolvida da agricultura brasileira, Ribeirão Preto, dando sequência ao que vem ocorrendo em outras “capitais” agrícolas de todo o Brasil, reflete bem a euforia que toma conta do setor. A safra agrícola em andamento é recorde, bem como os preços das principais commodities agropecuárias no mercado internacional estão em patamares elevados. A marca mais expressiva é a intensa apresentação e demonstrações de equipamentos de alta tecnologia que estão sendo oferecidos e negociados, nacionais como importados, com o suporte dos financiamentos do sistema bancário que chega ao número de 800 exibições.
Pulverizadores e colhedeiras incorporando os mais recentes avanços tecnológicos estão sendo oferecidos, onde os operadores destes equipamentos trabalham com todo o conforto possível, com toda sorte de parafernálias eletrônicas embarcadas que lhes proporcionam condições para trabalhos eficientes. Ar condicionado e GPS já é coisa comum, mas computadores fornecem informações imediatas sobre as produções que estão sendo alcançadas, e todos os sistemas hidráulicos permitem manobras mais sofisticadas com o mínimo esforço, tirando o máximo proveito da maneabilidade dos novos equipamentos.
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3 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: ampliação dos serviços, elevação dos salários, estratégia das inovações industriais, mudanças demográficas | 2 Comentários »
O jornal mais importante da China, o China Daily, registra em seus artigos as mudanças que começam a se processar na sua economia. Li Xiang escreve as alterações que estão ocorrendo com o envelhecimento relativo da população chinesa, com base no último censo. Já em 2013, segundo algumas análises, haveria um decréscimo da população em idade ativa, e isto pode contribuir para desacelerar o seu crescimento econômico e elevar as pressões inflacionárias.
A mudança demográfica, com a transferência do excedente de população rural para as atividades urbanas, deve acelerar a mudança do modelo econômico, atualmente liderado pelas exportações e investimentos para as ampliações dos serviços e do consumo. A redução dos jovens indica o claro envelhecimento relativo da população com os mais de 60 anos, chegando a 33% em 2050, ao nível da Dinamarca e acima dos Estados Unidos. O dividendo demográfico que vinha beneficiando a China com mão-de-obra barata se inverteu, e os salários estão subindo, como em 2010, quando o mínimo subiu 20% em média. O aumento da produtividade terá dificuldade de acompanhar este ritmo, pressionando a inflação. O próprio governo espera dobrar os pagamentos aos trabalhadores nos próximos cinco anos.
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3 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no Financial Times, cursos de MBAs, no Brasil e no exterior | 2 Comentários »
Um interessante artigo da Samantha Pearson foi publicado no Financial Times discutindo a multiplicação de cursos, principalmente de MBAs, no Brasil, tanto para atender estudantes brasileiros como os provenientes do exterior, bem como noticiando sobre os estudantes brasileiros que vão fazer estes cursos no exterior. Tudo indica que o interesse pela economia brasileira e suas empresas está aumentando no exterior, considerando as potencialidades do Brasil como país emergente, que exige recursos humanos de qualidade de forma crescente, treinados em seus ambientes culturais, que diferem de país para país. Uma grande diferença apontada é a quantidade de cursos de tempo parcial no Brasil, com menor duração e carga horária.
No exterior, notadamente nos Estados Unidos e na Europa, estes cursos são o mínimo exigido para os candidatos aos cargos executivos nas empresas, e o artigo observa que os graduados nos cursos superiores do Brasil (chamados pelos norte-americanos de undergratuated) já começam suas carreiras, utilizando os MBAs como um aperfeiçoamento, feitos fora dos experientes normais dos seus empregos. Na realidade, no Brasil existem diversos tipos de MBAs, dos mais complexos, inclusive os ministrados em inglês e com convênios com consagradas universidades no exterior, até os mais simples.
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29 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: aumento da capacidade dos atuais aeroportos, novas cogitações com o setor privado | 8 Comentários »
No último dia 27 de abril, o governo brasileiro, por intermédio do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, na presença da presidente Dilma Rousseff, anunciou que está preparando editais para a ampliação da capacidade dos aeroportos de Cumbica, Brasília e Viracopos, inclusive com a participação do setor privado. A ideia seria incorporar novos terminais aos existentes com a máxima urgência possível, para atender as demandas adicionais decorrentes da Copa do Mundo e da Olimpíada, dadas as limitações atuais da Infraero. Outros aeroportos estariam sendo cogitados para também serem ampliados no futuro, como o Galeão e Confins, além da possibilidade de se autorizar aeroportos privados.
A Infraero foi criada para a finalidade de ampliar e operar os aeroportos brasileiros, mas parece que sua baixa eficiência ficou comprovada pelas inúmeras crises, entre outras razões pelas burocracias naturais dos serviços públicos, além das dificuldades de coordenação com outros órgãos envolvidos como a ANAC com o assunto, para citar os mais importantes.
(Aeroportos de Cumbica, Brasília e Viracopos: ampliações à vista
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26 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: outros exemplos, problemas com grandes projetos, retornos dos trens rápidos | 12 Comentários »
Por: Paulo Yokota Seção: Economia e Política Tags:
São muitas as notícias, inclusive da China, informando que existem problemas na execução do grande programa de trens rápidos por todo o país. The Washington Post informa que Liu Zhuijun, que era o ministro das ferrovias e está sendo investigado, tinha um projeto de US$ 300 bilhões que está sendo revisto, tanto em termos de velocidade que está sendo reduzida, como pelos elevados prejuízos por falta de passageiros dispostos a pagar as tarifas necessárias. O ambicioso projeto chinês visava demonstrar a tecnologia alcançada pelos chineses para competir nos mercados internacionais, inclusive nos Estados Unidos. Ainda que seus custos sejam menores que os de outros fornecedores, muitas desapropriações foram necessárias, que costumam custar mais em outros países.
Os trens rápidos são projetos capital intensivos e há necessidade de uma demanda substancial, atendendo massas concentradas de passageiros de alto poder aquisitivo, que utilizam tais sistemas de forma frequente.
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25 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: entrevista publicada na Folha de S.Paulo, estudo sobre fluxos financeiros, riscos para os países emergentes
Uma interessante entrevista foi concedida ao jornalista Álvaro Fagundes, da Folha de S.Paulo, pela economista Carmen Reinhart, autora do estudo “This Time is Different: A Panoramic View of Eight Centures of Financial Crises” (“Oito Séculos de Delírios Financeiros – Desta Vez é Diferente – uma visão panorâmica de oito séculos sobre crises financeiras”, elaborado junto com Kenneth S. Rogoff, ex-economista chefe do FMI, ambos do NBER – National Bureau of Economic Research.
Resumidamente, ela afirma que os dramas mais agudos que começaram em 2008 acabaram, mas as economias avançadas como os Estados Unidos e o Japão ficaram com dívidas pesadas, alguns países europeus passam por dificuldades antes difíceis de serem imaginadas e alguns países emergentes sofreram um forte influxo de recursos externos, como o Brasil. A recuperação completa vai demandar muito tempo, e agora existem dificuldades inflacionárias, como no Brasil e na China, em decorrência da expansão monetária que foi provocada para superar o período mais agudo da crise. Segundo ela, os efeitos mundiais da crise e as medidas monetárias estimuladoras tomadas para fazer frente a ela demoram a ser neutralizadas.
Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart e a capa do livro
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25 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: mudanças nos consumos, nova classe média, produtos descartáveis
Observam-se mudanças nos padrões de consumo em todo o mundo, inclusive no Brasil. Os consumidores, tanto dos países industrializados como emergentes, parecem acompanhar os rápidos desenvolvimentos tecnológicos, que lançam novos produtos com frequência cada vez maior. Assim, tudo indica que, em vez da preferência por produtos de elevada qualidade e durabilidade, normalmente mais custosos, há fortes tendências por aqueles que incorporam novos aperfeiçoamentos tecnológicos, cujos preços baixam com grande rapidez e constância. Os eletrônicos, por exemplo, como os telefones celulares ou computadores, estão sendo lançados com inovações mais de uma vez por ano, induzindo os consumidores a considerarem-nos quase descartáveis. Muitos alimentos estão se tornando práticos, como os fast foods, havendo aqueles que são semipreparados para uso quase instantâneo, com evidente queda de qualidade e preços. As roupas passam a ser utilizadas por pouco tempo, não se importando mais com a sua qualidade, mas com a sua aparência. Os designs ganham importância cada vez maior.
Novos consumidores estão sendo incorporados nos mercados, tanto por pertencerem às economias emergentes que vêm crescendo rapidamente mesmo com uma piora da distribuição de renda, como está melhorando em alguns países como o Brasil, com o surgimento de uma nova classe média, cada vez mais importante para o mercado local.
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24 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: artigo da Folha de S.Paulo, aumento de produtividade, dificuldades de escoamento, mecanização | 4 Comentários »
Um artigo do jornalista Rodrigo Vargas publicado hoje na Folha de S.Paulo dá um retrato de corpo inteiro do que vem acontecendo na agricultura brasileira: a expressiva melhoria da produtividade com o emprego da alta tecnologia. Com dados coletados no IBGE e na Conab, principalmente, o artigo mostra a evolução da soja e do algodão da safra de 2000/2001 até a atual de 2010/2011. Na soja, que utilizava 13,9 milhões de hectares, passou a 24,1 milhões, ou seja, um aumento de pouco mais de 70%, mas a produção aumentou de 38,4 milhões de toneladas para 72,3 milhões, ou seja, um aumento próximo a 90%, beneficiada pelos bons preços externos. Algo semelhante ocorreu com o algodão que cresceu cerca de 50% na área cultivada, mas a produção aumentou cerca de 110%.
Hoje, a agricultura brasileira, além das sementes melhoradas pelas pesquisas como da Embrapa, com as crescentes preocupações ecológicas que impedem o avanço sobre áreas novas, empregam-se equipamentos para plantar e colher com piloto automático, guiados por GPS e capazes de gerar relatórios em tempo real da produção, que chega a custar R$ 1,1 milhão por unidade. Os ganhos de eficiência dentro das fazendas são brutais, mas as limitações se encontram na infraestrutura para o seu escoamento até os portos, que também estão sobrecarregados, além da forte valorização do câmbio.
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22 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: Ásia continua crescendo mesmo com os momentâneos problemas japoneses, futuros problemas energéticos, mudanças que já vinham se processando | 2 Comentários »
Uma série de estudos efetuados mais profundamente mostra que a Ásia continuará crescendo, apesar dos recentes problemas japoneses, com transformações que já vinham ocorrendo na última década. Uma entrevista concedida pelo presidente do ADB – Asian Development Bank, Haruhiko Kuroda, ao jornal econômico japonês Nikkei foi publicado no dia 21 de abril do Japão. Também o Financial Times publicou no último dia 20 um interessante artigo da jornalista Valentina Romei mostrando que profundas transformações vêm ocorrendo na cadeia de suprimento asiático entre os anos 2000 e 2009, fazendo com que os emergentes asiáticos já venham substituindo os fornecimentos japonês de componentes industriais, que pode se acelerar agora.
O ADB estima que os países emergentes da Ásia devam crescer 7,8% neste ano, e 7,7% em 2012, que são números elevados, e até o Japão desenvolvido voltará a recuperar-se a partir de julho ou depois, certamente entre julho e setembro, devido a demanda decorrente da reconstrução, segundo Haruhiko Kuroda.
Haruhiko Kuroda, presidente da ADB
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