10 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: cálculos contestados, cobrança de royalties sobre a mineração, dificuldades desde a privatização
Muitos jornais noticiaram estes problemas entre o governo e a Vale, mas a Folha de S.Paulo dedicou uma página para tratar do assunto com ênfase, utilizando fotos e gráficos. O DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão do Ministério de Minas e Energia cobra da Vale uma dívida de R$ 3,9 bilhões relacionados com as diferenças de cálculos dos royalties, que no Brasil é chamado de CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, sobre as extrações feitas no Estado do Pará e em Minas Gerais.
A Vale era uma empresa estatal que foi privatizada, mas conta com importantes participações de órgãos vinculados ao governo, como fundos de pensões, além de financiamentos de entidades oficiais. O seu atual presidente, Roger Agnelli, foi indicado pelo Bradesco, um dos seus principais acionistas. Já se noticiou que ele seria substituído, pois o governo entende que os minérios brasileiros devem ser processados mais no país, adicionando valor, o que está sendo programado para o futuro com a instalação de usinas siderurgias comandadas pela Vale.
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10 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: Estado indutor, restrições do Banco Mundial, substancial aumento dos empréstimos do BNDES
O jornal O Estado de S.Paulo deu hoje um grande destaque à notícia também veiculada pelos outros jornais informando que o BNDES continua elevando o seu volume de empréstimos, tendo superado o Banco Mundial. Nos últimos cinco anos, o banco brasileiro de fomento aumentou mais de 350% seus empréstimos, dentro do conceito de ser a principal agência do Estado indutor. Na crise de 2008, com a restrição sofrida pelos bancos privados, o governo Lula da Silva resolveu acelerar os empréstimos do banco oficial.
Em 2010, o BNDES concedeu empréstimos de US$ 96,32 bilhões, enquanto o Banco Mundial de US$ 28,85 bilhões, superando em mais de três vezes esta instituição internacional. Uma parte deveu-se à política de Estado indutor, mas outra de limitação de recursos do Banco Mundial que está sendo substituído por muitos bancos oficiais de países que estão dando suporte aos projetos de infraestrutura dentro do seu próprio pais, como no exterior.
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9 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: atividades na Ásia, mudanças na Mori Building, notícia do Nikkei, sensível renovação
O importante jornal econômico japonês Nikkei noticia mudanças importantes na Mori Building, o símbolo dos empreendimentos imobiliários do Japão. Empresa de cunho familiar, o atual presidente Minoru Mori, 76, convocou a imprensa para anunciar que o próximo presidente será Shingo Tsuji, 50, o primeiro fora da família que veio administrando esta grande empresa. Minoru Mori recomendou Shingo Tsuji, atual vice-presidente executivo, afirmando que nenhum membro da sua família é mais capaz que ele. Trata-se de um importante ponte de inflexão.
Muitas dezenas de prédios comerciais de Tóquio, principalmente no valorizado bairro de Toranomon, chamam-se Mori Building, seguido de um número. Mais recentemente, os grandes empreendimentos de desenvolvimento urbano na capital japonesa com o conceito de “Vertical Garden City”, envolvendo complexos como o conhecido Ark Hills and Roppongi Hills, são de iniciativa desta empresa. No exterior, Shangai World Financial Center também é de sua iniciativa.
Minoru Mori, Ark Hills e Roppongi Hills
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8 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: aperfeiçoamentos, disposições legais já existentes, preocupações brasileiras | 2 Comentários »
Os recursos naturais de um país, incluindo entre eles as terras cultiváveis, constituem um patrimônio de uma nação, e é natural que o seu uso pelas empresas estrangeiras seja controladas, ficando impedido de governos de outros países ou suas agências possuam a sua propriedade. A questão volta a se tornar sensível no Brasil diante de informações que a China teria interesse na sua aquisição para garantir o seu abastecimento, como tem ocorrido na África. Aos governos estrangeiros e suas agências só se limitam as propriedades de embaixadas e consulados, onde existe uma convenção internacional de extraterritoriedade, e a legislação destes países vigora plenamente naquela área limitada.
O assunto volta a ser noticiado, inclusive na imprensa internacional, pois o ministro da Agricultura Wagner Rossi concedeu uma entrevista sobre o assunto ao Financial Times que publicou dois artigos sobre o assunto, tanto de terras rurais como de empresas estrangeiras atuando em atividades agropecuárias no Brasil.
Ministro da Agriocultura Wagner Rossi
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8 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: analises do The Economist, novas multinacionais de países emergentes, outras considerações | 2 Comentários »
A revista The Economist publica um artigo sobre as novas empresas multinacionais que aparecem no mundo com origem nos países emergentes, mostrando que elas já chamam atenção, tendo características próprias. Segundo o artigo, muitas destas empresas, inclusive brasileiras, reproduzem o que as tradicionais faziam pelo mundo, outras apresentam novidades, mas parece que não cabe uma divisão tão simples, pois elas se expandem por variadas razões, próprias de cada uma delas e suas circunstâncias.
O artigo cita explicitamente algumas da Índia, como a Infosys Technologies e Tata Group, do Brasil, como a Embraer e a Votorantim, da África do Sul, como a MTN de telefones celulares, como o Grupo Slim e Alfa do México, como outras de Hong Kong, Migros da antiga União Sovietica, Koe da Turquia, mas a lista real é interminável. A revista informa que elas estão sendo estudadas pela Harvard Business School assim como a Boston Consulting. The Economist comete o equivoco de supor que elas decorrem, predominantemente, de estímulos oficiais, estando condenadas ao desaparecimento.
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8 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: artigos do The Economist, diferenças em todo o mundo, preocupações mundiais
Todos se mostram preocupados sobre os impactos que podem ser causados na economia mundial pelos problemas no mundo árabe que, infelizmente, ainda parece estar no seu começo. A revista The Economist como sempre, traz uma série de artigos ponderados e profundos, procurando esboçar o quadro das principais dificuldades. As crises passadas mostram que os impactos podem ser decorrentes das dificuldades geradas com o suprimento de energia e do medo que se espalha pelo mundo econômico. Mas não se sabe qual a sua extensão, que em qualquer hipótese, prenuncia-se de grande monta.
A revista pergunta se a crise corresponderá a um novo choque petrolífero, e responde preliminarmente que poderá ser, mas a um custo menor. Como sempre, o mundo desenvolvido parece mais aparelhado para sofrer menor impacto, pois já vem reduzindo o consumo de petróleo, ainda que o processo de sua recuperação possa sofrer uma redução. Segundo suas análises, o mundo emergente pode sofrer maiores efeitos inflacionários, estando menos preparado para efetuar substituições de energia, dependendo ainda do petróleo nas próximas décadas, notadamente na Ásia.
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4 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: nióbio no intercâmbio do Brasil com a Ásia, novas tecnologias, perspectivas para o pré-sal
O nióbio, produto pouco conhecido pelos leigos, tem sido um dos mais importantes no intercâmbio bilateral do Brasil com o Japão por muitos anos, e agora ele expande a sua influência pela Ásia. O Valor Econômico e muitos importantes jornais no mundo anunciam que um importante consórcio asiático de japoneses e coreanos adquiriu 15% do capital da CBMM – Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, produtora e exportadora de nióbio, pertencente ao grupo Moreira Salles.
Este produto vem sendo explorado em Araxá, Minas Gerais, e é utilizado pela indústria siderúrgica para aumentar a resistência, tenacidade e leveza do aço. Por décadas, os japoneses são os clientes tradicionais, tendo sido suplantados em volume pelos chineses recentemente. Esta participação do consórcio nipo-coreano é justificado pelos aperfeiçoamentos tecnológicos que podem acelerar, o que pode beneficiar até o pré-sal que, dada a sua profundidade, vai exigir aços de grande leveza.
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2 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: empresas japonesas na China procuram alternativas, o custo da mão-de-obra no Vietnã | 4 Comentários »
Os economistas mais treinados informam que entre os preços mais significativos numa economia está o dos salários, dado o peso de sua influência no conjunto das atividades. Segundo o jornal econômico japonês Nikkei, muitas empresas japonesas procuram alternativas de localização na Ásia, pois os custos da mão-de-obra na China se elevaram, refletindo a sua escassez, como um indicador de sua saturação. Não somente em setores de mão-de-obra intensiva, como no setor têxtil, principalmente produtor de confecções. Também o fornecimento de matérias-primas como o nylon, o poliéster (70% produzido na China) como materiais acrílicos já encontram dificuldades de suprimento, segundo a notícia.
Também as matérias-primas petroquímicas, como o PTA (purified terephthalic acid) e o PET (polyethylene terephthalate), afetaram as operações de indústrias têxteis, mostrando que se trata de problemas mais generalizados. Na China, o índice de preços ao consumidor subiu 4,9% em janeiro deste ano refletindo uma pressão que se transfere para os demais setores.
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1 de março de 2011
Por: Samuel Kinoshita | Seção: Economia e Política | Tags: aeroportos chineses; concorrência dos trens rápidos | 2 Comentários »
O próximo plano quinquenal chinês (2011-2015) deverá apresentar uma meta de crescimento de 7% ao ano, ante os 7,5% do plano anterior. A idéia é redirecionar suavemente a economia chinesa, aumentando a participação do consumo das famílias e reduzindo o peso das exportações e do investimento pesado. Este processo deveria diminuir o ímpeto por projetos apenas marginalmente desejáveis. Mas não é exatamente isso que parece estar ocorrendo.
Diversas fontes apontam a existência de deficiências na coordenação entre o governo central e as autoridades locais. Um exemplo, mencionado por Jamil Anderlini, do Financial Times, pode ser evidenciado na frenética construção de aeroportos. Dos atuais 175 aeroportos chineses, três quartos são deficitários e alguns sequer recebem voos. Mesmo assim, o plano é adicionar 45 novos aeroportos nos próximos cinco anos. Vários desses novos projetos ficarão a alguns minutos de carro de outros aeroportos já instalados. Com a concorrência dos trens de alta velocidade (que também andam vazios), fica difícil imaginar que exista a necessidade de todo esse investimento. O fato é que Beijing enfrenta enorme dificuldade em abortar os projetos encaminhados pelos influentes líderes locais.
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28 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: Crescimento chinês, crescimento da agricultura, crescimento hindu, problemas inflacionários
Ainda que todo o impacto da crise nos países árabes não tenha sido avaliado, muitos já preveem que os preços do petróleo vão continuar elevados, afetando o crescimento de todas as economias. No entanto, o primeiro-ministro chinês Wen Jinbao concedeu uma entrevista que foi destacada pelo China Daily, informando que o crescimento previsto para o próximo plano quinquenal (2011-2015) é de 7% ao ano, diante da necessidade de manter um crescimento sustentável, com maior respeito ao meio ambiente e os problemas relacionados com a inflação, principalmente dos custos dos alimentos.
De forma similar, o ministro de finanças da Índia Pranab Mukherjee referiu-se ao orçamento de 2011 no Parlamento daquele país e forneceu as informações que o crescimento hindu será de 9% no próximo ano fiscal (estimado em 8,6% no atual), com grande preocupação com a inflação dos alimentos que está declinando de 20,2% no último ano para 9,3% em janeiro deste ano. A agricultura receberá crescimento de empréstimos de 4%. Tudo isto foi noticiado, com detalhes pelo The Times of Índia.
Premiê chinês Wen Jiabao e o ministro das finanças da Índia Pranab Wukherjee
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