28 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: comparando a China atual com o Japão de algumas décadas passadas, desafios atuais
Um artigo do jornalista Tadanori Yoshida foi publicado no jornal econômico japonês Nikkei apresentando alguns paralelos entre a China atual e o Japão da época que ultrapassou a Alemanha, em torno de 1968, tornando-se a segunda economia no mundo. A questão fundamental continua sendo a liberdade política, que apesar de admitida e crescente na China atual, ainda não consegue absorver um Prêmio Nobel concedido a um seu dissidente. Ao mesmo tempo em que se mantém um regime de partido político único.
O autor apresenta como desafio para a atual China a criação de uma sociedade justa que pode ser vista sob diversos ângulos. Alguns entendem que a disparidade de renda, sem uma adequada defesa de um padrão mínimo para seus cidadãos mais desfavorecidos, é um problema acentuado nas sociedades entendidas como capitalistas, ainda que as acelerações dos crescimentos provoquem fenômenos semelhantes nos países emergentes. Parece ser da natureza humana a aspiração por mais liberdade, na medida em que o mínimo econômico está atendido.
Prêmio Nobel chinês dissidente Liu Xiaobo
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27 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: agências de rating, artigos no Wall Street Journal e no Financial Times, endividamento público japonês
Agências de rating que foram criadas para auxiliar na compreensão dos fenômenos financeiros que estejam afetando países e empresas continuam prestando desserviços, aumentando as confusões. Anunciaram a redução do grau de avaliação da dívida pública japonesa, apesar do quadro japonês ser totalmente diferente dos usuais. Que o crescimento da dívida pública do Japão é preocupante, não resta a menor dúvida, mas fazer paralelo ao que está acontecendo na Grécia e outros países europeus não faz nenhum sentido.
Dois artigos publicados nos respeitados Wall Street Journal e no Financial Times chamam a atenção para esta insensatez. Todos sabem que a dívida pública japonesa é sustentada pelas poupanças locais que estão entre as mais elevadas do mundo, e que são aplicadas com prazos longos e custos extremamente baixos. O Japão difere totalmente dos países que dependem dos financiamentos externos que, quando não são suficientes, podem provocar o chamado default, ou seja, a incapacidade de honrar os compromissos externos assumidos.
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27 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: estudo imperdível de grande importância, Índia e a globalização, relatório especial da Financial Times | 2 Comentários »
Se existe um país que está merecendo as atenções mundiais, ele é a Índia, mais que a China ou o Brasil. Acabou de ser visitado pelo presidente norte-americano Barack Obama, que não considera a Índia mais um país emergente, mas “emerged”, que já emergiu. Considera o grande parceiro tecnológico dos Estados Unidos nesta década e aprova a sua presença permanente no Conselho de Segurança da ONU. Manmohan Singh está previsto receber nos próximos seis meses David Cameron, primeiro-ministro inglês, Nicolas Sarkozi, presidente da França, Dmitry Medvedev, presidente da Rússia, Hu Jintao, presidente da China, entre os mais credenciados.
O relatório especial sobre a Índia e a Globalização hoje divulgado pelo Financial Times é um documento imperdível, que além de sua potencialidade descreve os problemas que enfrenta. A matéria principal, do jornalista James Lamont, fala do crescimento forte para melhorar a vida dos seus pobres, estampando uma foto do Barack Obama abraçado ao Manmohan Singh. Como lide, aparece que os líderes mundiais reconhecem o sucesso da potência em crescimento, mas para muitos hindus o quadro não é tão róseo.
Barack Obama e Manmohan Singh
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26 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: dados da Sobeet, investimentos estrangeiros no Brasil, os chineses em primeiro lugar | 4 Comentários »
Os principais jornais brasileiros destacam que em 2010 os fluxos dos investimentos de capitais estrangeiros no Brasil ultrapassaram US$ 52,6 bilhões, superando as expectativas, segundo os estimados pela Sobeet – Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização, sendo liderados pelos das empresas chinesas pela primeira vez, que chegaram a mais de US$ 17 bilhões.
Estes investimentos chineses se concentram nas commodities, principalmente de empresas estatais que operam com minerais, mostrando que estão procurando assegurar o abastecimento de matérias primas que necessitam para o seu processo de desenvolvimento. Procuram participar de empresas mineradoras que contam com jazidas em exploração.
Campo de minério da Vale
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24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: análises fundamentais, fatores que podem explicar a sua performance, tentando entender a economia da Índia | 2 Comentários »
Muitos estudiosos, inclusive brasileiros, tendem a considerar a Índia um país pobre, complicado, cheio de limitações. Ficam surpresos quando informados que a performance daquele país democrático com mais de um bilhão de habitantes, nos últimos 30 anos, supera a do Brasil, que mesmo tendo melhorado nos anos recentes, continua colhendo resultados inferiores a daquele gigante emergente asiático, que segundo alguns devem ultrapassar a China nas próximas décadas.
Entender por que isto acontece parece ser importante, e um livro publicado pela Oxford University Press em 2010, “India’s Economy: Performance and Challanges – Essays in Honour of Montek Singh Ahluwalia, edited by Shankar Acharya – Rakesh Mohan” pode ser um dos que oferecerem subsídios importantes para tanto.
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24 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: demonstrações da ação coordenada, imprensa internacional, sempre os benefícios chineses considerados como prioritários
Toda a imprensa mundial tem sido profícua na divulgação de matérias relacionadas com os intercâmbios sino-americanos, procurando não se destacar os entrechoques que estão nos seus bastidores. Os chineses procuram fazer o seu public relations mostrando que estão incrementando as importações de produtos norte-americanos em dezenas de bilhões de dólares, mas elas estão concentradas naquelas que necessitam para manter a sua estabilidade, principalmente assegurando o seu abastecimento de alimentos. Ao lado da visita do presidente Hu Jintao a Chicago, as corporações estatais chinesas adquiriram volumes espantosos de soja norte-americana para entregas em 2011 e 2012, cuja Bolsa daquela cidade é a principal na cotação deste produto.
Todos sabem que a China enfrenta problemas de pressões inflacionárias com aumento dos preços dos alimentos e de algumas matérias primas, em parte como decorrência das irregularidades climáticas. Isto favorece não só os Estados Unidos como outros fornecedores destes produtos, como o Brasil. Não se trata de nenhum favorecimento aos norte-americanos, mas o estrito atendimento da necessidade dos chineses, que no máximo, está sendo antecipado aproveitando a viagem de Hu Jintao.
Colheita de soja no cerrado brasileiro
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19 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: artigo do The New York Times, não atendimento das aspirações norte-americanas, pode ser uma linha política | 4 Comentários »
Inicialmente tenho que retificar o cargo do presidente Hu Jintao, que postei duas vezes como premiê neste site. Hoje, desejo discutir o importante artigo de David E. Sanger & Michael Wines, do The New York Times, certamente qualificados jornalistas, que foi reproduzido no O Estado de S.Paulo. Começa com um título provocativo: “Um líder chinês fraco e à mercê de um partido difuso”. Não seria o caso de indagar se ele não está desempenhando um papel que não agrada totalmente os norte-americanos junto com o seu Partido Comunista Chinês?
Na avaliação destes jornalistas, Hu Jintao teria menos liderança que seus antecessores. Segundo eles, os funcionários norte-americanos pressionaram os chineses para provocar a valorização do seu câmbio, o que foi feito de forma infinitesimal, como tinham se comprometido. Eles sempre alegaram que um câmbio desvalorizado era fundamental para continuar dando emprego à sua população.
Devid E. Sanger e Michael Wines, do The New York Times
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18 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: empresários e assalariados, insatisfação generalizada, pressão da imprensa japonesa
Deve-se reconhecer que a economia japonesa dá ligeiros sinais de recuperação, mas ainda não satisfazem os principais analistas, tanto de fora do governo como mesmo de dentro. O editorial do influente jornal econômico Nikkei expressa que ela passa por um período crucial, necessitando de medidas que estimulem os empresários e as famílias. A recuperação, segundo o editorial, usa a expressão do presidente do Bank of Japan, Masaaki Shirakawa, “que existe sinal de respiração”.
O Banco Central japonês expressa a sua esperança que as economias emergentes consigam dar uma perspectiva de melhoria para um prazo mais longo, mas que não pode ser exagerado. A economia chinesa acusou em 2010 um crescimento real de 10%, e suas importações do Japão continuam em alta.
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17 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: artigo no Valor Econômico, limitações dos mecanismos de mercado, remuneração do setor financeiro
Mesmo com todas as imperfeições que os economistas conseguem apontar nos mecanismos de mercado, há um razoável consenso que se trata dos menos deficientes para conciliar duas aspirações básicas dos seres humanos: uma eficiência razoável no sistema econômico com a possibilidade da liberdade política. O professor Delfim Netto vem insistindo neste tema ao longo de sua carreira. No jornal Valor Econômico de hoje, um extenso artigo identifica que, mesmo depois da crise de 2008, os executivos do setor financeiro encontram-se entre os mais bem pagos em todo o mundo.
O mercado, que nunca é perfeito, deveria expressar mesmo em parte a escassez relativa desta mão de obra especializada e a eficiência dela no processo produtivo. No entanto, mesmo com a transferência de muitos engenheiros, advogados e outros profissionais para o setor financeiro, há que se constatar que suas remunerações se mantêm relativamente elevadas. E mesmo que sua criatividade tenha gerado uma série de inconveniências em todos os setores produtivos das variadas economias do mundo. O artigo mostra que eles obtêm melhores remunerações que profissionais de cirurgia ou cientistas que trabalham em pesquisas estratégicas, com o mesmo tempo de atividade profissional.
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14 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: na China e no mundo, no Brasil, preços dos alimentos, pressões inflacionárias
O jornalista David Pilling, do Financial Times, publicou uma matéria importante tratando dos efeitos inflacionários mundiais decorrentes do rápido desenvolvimento econômico mundial dos países emergentes, principalmente da China e da Índia. Destaca dois grupos de produtos importantes no mundo, os alimentos e os combustíveis, fazendo citação das irregularidades climáticas que se observam recentemente em diversas partes do globo.
Na realidade, os efeitos inflacionários dos alimentos estão sendo sentidos no final do ano passado e começo deste, principalmente no que se refere aos alimentos, inclusive no Brasil, pois estas commodities são cotadas internacionalmente. Como o crescimento dos dois gigantes asiáticos vem ocorrendo há mais tempo, é possível supor-se que a oferta dos produtos agropecuários vem se comportando de forma a atender a evolução da demanda, com substancial aumento da produtividade. Os desequilíbrios recentes são da natureza dos produtos agropecuários.
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