Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Adoçante Natural Estévia com Consumo Crescente

14 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: adoçantes naturais, demanda asiática, largo consumo industrial, pesquisas avançadas | 10 Comentários »

Todos sabem que os brasileiros herdaram dos portugueses e dos árabes os costumes de consumir produtos extremamente doces, com o uso abundante do açúcar e do mel. Quando os seres humanos não enfrentavam graves problemas de diabetes e efetuavam grandes esforços físicos, os consumos destes produtos podiam ser exagerados, ainda que muito calóricos. Agora, muito deste açúcar foi substituído por produtos químicos, quando se dispõe de uma boa alternativa natural, que é a estévia, mais conhecida pela denominação tradicional stévia.

Um extenso artigo publicado no Valor Econômico, de autoria de Fabiana Batista, dá conta de pesquisas adicionais para melhorar a qualidade deste produto, deixando o certo gosto amargo do qual alguns consumidores se queixam. O fato concreto é que este produto é largamente consumido na Ásia, principalmente nos produtos industriais como sorvetes, pois são de transporte fácil, e são muito mais poderosos que o açúcar na sua capacidade de adocicar o que quer se deseje.

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O pesquisador Airton Goto mostra como extrair o doce da estévia

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Etanol Para a Indústria Química

14 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: Cosan, deslanche, etanol para a indústria química, Expo Tsukuba 85 | 2 Comentários »

Já em 1985, na Expo Tsukuba 85, o Pavilhão Brasileiro apresentava como tema o uso do hoje conhecido como etanol, que na ocasião ainda era simplesmente álcool. O Brasil começava a utilizar automóveis movidos por álcool e já se esperava que a petroquímica, baseada numa matéria-prima finita, seria ainda que em parte substituída pela alcoolquímica, utilizando matérias-primas renováveis e menos poluentes.

Num entrevista publicada pelo Valor Econômico, o presidente Pedro Mizutani, da Cosan Açúcar, Álcool e Energia, explica que o álcool para a indústria química está cada vez mais competitivo com o destinado como combustível de veículos. Tudo começou em escala industrial com a Braskem, depois das pesquisas iniciadas pela Coopersucar, voltado para a produção de polietileno, que está sendo abastecido pela Cosan que conta com 23 usinas em operação.

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O presidente da Cosan Açúcar e Álcool (CAA), Pedro Mizutani

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Comparações das Performances do Brasil, da Índia e da China

13 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: as diferenças que determinam performances discrepantes, comparações econômicas do Brasil, hipóteses que podem ser levantadas, Índia e China

Num espaço como deste site não cabe uma discussão profunda sobre as causas das diferenças atuais de crescimento econômico registrados em três grandes países emergentes como o Brasil, a Índia e a China. Mas parece que interessam a muitos mesmo as pinceladas que podem ser levantadas como hipóteses para tentar explicar as possíveis diferenças. O senso comum para os brasileiros é que a economia chinesa e a hindu apresentam maiores dificuldades para o crescimento, mas eles estão conseguindo resultados superiores ao do Brasil nas últimas décadas.

Examinando superficialmente dois livros recentemente publicados em 2010 pela Oxford Economic Press, “Emerging Giants – China and India in the World Economiy”, editado por Barry Eichengreen, Pooman Gupta e Rajiv Kumar, e “India’s Economy – Performance and Challanges Essays in Honour of Montek Singh Ahluwalia”, editados por Shankar Acharya e Rakesh Mohan, colhe-se a impressão que os acadêmicos daqueles países estudaram mais aspectos relacionados com o desenvolvimento econômico que os brasileiros. Muitos que são os responsáveis atuais pelo destino da China e da Índia, ou formam as equipes que orientam suas políticas econômicas, estavam mais preocupados com reformas e problemas relacionados com o desenvolvimento. No Brasil, diante dos problemas inflacionários por muitos anos, os acadêmicos concentraram-se na atenção dos aspectos monetários, com a manutenção de taxas de juros extremamente elevados, relevando outros aspectos relacionados com a produção.

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Brasil Selvagem Segundo o Japan Times

13 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Intercâmbios | Tags: biodiversidade, dificuldade para uma visão equilibrada, locais turísticos, reportagem sobre o Brasil

Uma longa reportagem sobre o Brasil foi publicada no The Japan Times por Mark Brazil (o nome é mera coincidência), como ele mesmo se denomina, um “naturalista viajante”. Ele tem visitado o Brasil com frequência, pois se interessa pela biodiversidade e sua preservação. Concentra-se nos aspectos turísticos e exóticos do país, com a melhor boa vontade procurando um equilíbrio na sua avaliação. Mas acaba disseminando um quadro que pode acabar dando uma imagem distorcida do Brasil, mal conhecida pela sua própria população.

A reportagem está recheada de fotos da Catarata do Iguaçu, dos animais como onças, jacarés, macacos, capivaras e araras, como se isto fosse parte do cotidiano dos brasileiros. Chegaram a me perguntar no exterior se corremos o risco de tropeçar em alguns destes animais pela rua. De tanto se repetir as imprecisões, elas acabam ganhando tons de verdades categóricas, pois até os livros didáticos brasileiros cometem alguns pecadilhos, como se trata de um país católico onde se comunica somente em português.

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Cataratas do Iguaçu, onça pintada e araras: exemplos de nossa rica diversidade

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Adaptação das Empresas Japonesas no Mundo Globalizado

9 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Empresas | Tags: comportamento no mundo globalizado, empresas japonesas no exterior, estrangeiros nas empresas japonesas

Mostrando o quanto as empresas japonesas e o Japão não estavam preparados para o processo de globalização das economias, apesar de atuarem há décadas no exterior, um artigo do Financial Times, escrito pela Michiyo Nakamoto, acaba de ser publicado no jornal econômico japonês Nikkei noticiando sobre contratação de empregados estrangeiros. Em condições normais, o assunto não merecia ser pautado, mas como o processo ainda é uma novidade tardia naquele país, que ainda se mantém bastante isolado como um arquipélago, ele acaba sendo notícia. Certamente, o mesmo problema não acontece nas economias desenvolvidas com o mesmo grau, como na dos Estados Unidos, Inglaterra ou França, ainda que qualquer crise aprofunde os sentimentos nacionais, de forma lamentável.

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O artigo informa que empresas japonesas, com critérios variados, procuram incorporar funcionários estrangeiros. Espera-se que comecem com os já residentes no Japão, que trabalham como temporários, pois já passaram por um período de adaptação, possuindo experiências internacionais, ainda que mais idosos em média, acabando com alguns preconceitos injustificáveis. Mesmos os funcionários estrangeiros nas subsidiárias das empresas japonesas continuam com a impressão que não recebem as mesmas oportunidades de ascensão dentro das mesmas, quando comparados com os japoneses.

Algumas empresas desejam funcionários estrangeiros qualificados que tenham o domínio do idioma japonês. Outros se satisfazem com o inglês, que vem sendo mais utilizado nas operações internacionais. Muitas desejam executivos treinados em mercados externos, principalmente emergentes, onde pretendem ampliar suas operações. Mas a grande pergunta que deveriam formular é: “por que muitos estrangeiros adequados receiam trabalhar ou não se sentem atraídas pelas empresas japonesas, ainda que elas possuam boas imagens internacionalmente?”

Parece que existem diversas respostas, todas complexas: 1) muitos dos sistemas e processos, inclusive administrativos das empresas japonesas, não são os mesmos de outras empresas estrangeiras; 2) muitos sentem que não possuem as mesmas oportunidades de ascensão dos colegas japoneses; 3) sentem que existem grupos japoneses que os marginalizam, considerando-os inferiores; 4) existem grandes barreiras linguísticas e culturais; 5) os critérios de remuneração ao longo da carreira são inadequados para os estrangeiros; 6) dão exagerada importância à performance coletiva, não reconhecendo talentos individuais etc.

As empresas japonesas estão reconhecendo que precisam das contribuições dos funcionários e técnicos estrangeiros que tenham experiências onde os japoneses são carentes, sendo que preparam alguns para atuar no exterior, por um curto espaço de tempo. Para estabelecerem conexões locais relevantes, eles necessitam de maior tempo, além do completo domínio do idioma local, ou precisam da colaboração de pessoal local, sem nenhum resquício de preconceito. Se elas necessitam de tais habilidades, precisam estar dispostas a proporcionar as remunerações adequadas, com as mesmas oportunidades de ascensão nas suas carreiras no nível mundial, sem nenhuma sombra de desconsideração que acumularam ao longo do tempo, e que se tornaram culturais de um arquipélago. É difícil, mas precisam absorver que “gaijin” e japoneses são iguais, e em alguns casos superiores as suas atuais qualificações, para as tarefas que hoje necessitam executar.

Muitas empresas japonesas, tanto as que atuam no exterior como as que trabalham voltadas ao mercado interno do Japão, estão atingidas pela globalização, e não conseguem se isolar dela sem contraírem suas atividades. As cifras de empregados estrangeiros mencionados no artigo são insignificantes ainda, e muitas empresas se tornarão mais importantes no exterior que no Japão. Nada mais natural que contar com maior número de dirigentes e empregados estrangeiros, se desejarem continuar competitivas.

Existem muitas qualidades dos japoneses e atrativos no Japão, mas é preciso reconhecer também os dos estrangeiros no mundo globalizado, senão o Japão não continuaria estagnado como há décadas. É preciso que os japoneses reconheçam que algumas economias nasceram e se desenvolveram voltadas para o exterior, até porque não contavam com o mercado interno, que não é o caso do Japão.

Assim, nada mais lógico, se pretendem expandir no mundo, que absorvem mais estrangeiros, ao mesmo tempo em que os recursos humanos japoneses possam competir em empregos nas empresas estrangeiras. Como tenderá a acontecer se possível com menor fricção, e se resistirem com maiores dificuldades.


Interesses Chineses em Informações Sobre o Brasil

8 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Intercâmbios | Tags: informações sobre o Brasil no China Daily, reciprocidade de informações | 2 Comentários »

Ainda que existam muitas informações errôneas sobre a China no Brasil, também os chineses não possuem muitas informações sobre os países da América do Sul. Muitos acreditam que o jornal China Daily só divulga informações parciais sobre os problemas chineses, e podem ficar surpresos quando examinam alguns artigos críticos sobre o que lá ocorre como a poluição. Ou quando se noticia sobre a concessão do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente Liu Xiaobo, e o comparecimento de muitos países à cerimônia, apesar do apelo em contrário da China.

Não é preciso concordar com tudo que afirmam, mas que existem muitas informações interessantes sobre a China ninguém pode contestar. Como o que os leitores podem encontrar no que se refere a multimídia, Eye on China, Brazil no www.chinadaily.com.cn/, que relata a viagem de um seu repórter ao Estado de Tocantins, que estabeleceu um contacto com aquele país, que também consta de um vídeo em inglês.

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Fotos de Palmas, capital de Tocatins

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Pesquisa Científica no Brasil Chama Atenção

6 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: a revista Science, pesquisas científicas no Brasil, pré-sal, produção agropecuária

A Science, uma das mais respeitadas revistas internacionais sobre pesquisas científicas efetuadas mundo afora, publicou um artigo do brasileiro Antonio Regalado mostrando que o Brasil vem aumentando os seus esforços nestes trabalhos. As publicações dos papers brasileiros estão aumentando, como indica a entidade especializada Thomson Reuters, que faz tais levantamentos, tendo ultrapassado alguns países como a Holanda, Israel e a Suíça.

Os gastos em pesquisas são maiores no Japão, nos Estados Unidos, na China e na Rússia, mas o Brasil já figurava em 5º lugar em 2007, e as patentes norte-americanas continuam extremamente elevadas demonstrando sua eficiência, como ilustram alguns gráficos abaixo.

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Segundo Artigo de Carlos Gohsn Para o Nikkei

6 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: investimentos japoneses em inovações, kaizen, segundo artigo de Carlos Gohsn

Acaba de ser publicado no Nikkei, o mais importante jornal econômico do Japão, o segundo artigo do brasileiro Carlos Gohsn, que é o presidente da Renault/Nissan que está lançando o inovador modelo Leaf, um automóvel elétrico com zero de emissão de poluentes, projetado para grande expansão no futuro próximo no mercado mundial. Numa postura elogiável, ele expõe que as dificuldades atuais de um yen japonês extremamente valorizado, como o real brasileiro, bem como outros problemas japoneses devem ser resolvidos pelo desenvolvimento tecnológico.

Um artigo publicado pela prestigiosa revista Science, por outro brasileiro, Antonio Regalado, confirma que o Japão, em 2007, foi o país que mais investiu no mundo em pesquisa e desenvolvimento, chegando a 3,44% do PIB, contra 2,68% dos Estados Unidos e 1,11% do Brasil. Este ano de 2010 está sendo chamado por Carlos Ghosn como o que reconquistaram a reputação de Nissan da tecnologia.

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Carlos Gohsn emsua mesa de trabalho e o ideograma japonês de Kaizen

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Ainda o Outono do Hemisfério Norte

6 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias, Tecnologia | Tags: as alegrias outonais, fotos emocionantes, técnicas profissionais, trabalho dos amadores

O outono no hemisfério norte, com seus coloridos indescritíveis, emocionam os orientais que acham que coadunam melhor com o seu espírito, mas também impressionam outros treinados profissionais de todo o mundo. Num artigo de Christopher Johnson, publicado no The Japan Times, algumas recomendações são dadas para os fotógrafos melhor aproveitar tudo que a natureza oferece nesta época do ano. Não se trata somente das belezas coloridas das montanhas, que tocam os japoneses, mas de detalhes das árvores, das folhas, dos instantes que ficam gravados, mas também da paciência para conseguir a melhor iluminação natural, os detalhes de uma folha caindo, coisas que para uma só foto exigem o empenho de toda uma tarde.

O Japão e os parques de Tóquio oferecem os materiais indispensáveis para todos, desde os amadores que utilizam as atuais máquinas digitais que comportam milhares de fotos nos seus chips até os treinados profissionais como David Guttenfelder, fotógrafo chefe da Ásia da AP – Associated Press, nos intervalos de suas missões.

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Algumas fotos de Christopher Johnson do outono japonês

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Toshiba Inicia Estudos Para a Produção de Semicondutores

3 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: anúncio do Nikkei, início dos estudos modestos, participação da VBC, produção de semicondutores no Brasil

De forma muito cautelosa, quase arrastada pelas pressões, finalmente a Toshiba anunciou a assinatura de um memorando de entendimento para início dos estudos para a modesta produção de semicondutores no Brasil, que foi anunciado pelo jornal japonês Nikkei. Quando o governo brasileiro optou pelo uso da tecnologia digital de alta definição dos japoneses na televisão brasileira, o ministro de Comunicações local pressionou no sentido da instalação de uma fábrica de semicondutores dos japoneses no Brasil, uma velha aspiração. No entanto, as empresas japonesas sempre resistiram às estas pressões, alegando que o mercado internacional está com capacidade ociosa. No máximo, se comprometiam a estudar o assunto, o que vem sendo arrastado por um longo período.

Isto revela uma incapacidade japonesa de aproveitar as oportunidades políticas que lhes são oferecidas, prendendo-se somente aos aspectos da viabilidade econômica com estudos técnicos de escalões modestos. É mais que evidente que esta tecnologia já adotada em alguns países sul-americanos pela ação diplomática brasileira, e é uma questão de prestígio, pois venceu as pretensões norte-americanas e europeias. O fato concreto é que isto não parece se transformar em vantagens para os produtores japoneses, que não estão sendo capazes de oferecer equipamentos em condições competitivas, sendo superados por outros produtores asiáticos.

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