8 de janeiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: impossível que isto seja considerado um fato num país democrático, inacreditável que o prédio Congresso norte-americano seja invadido por partidários de Donald Trump, péssimo exemplo para o mundo
Quem vê pela televisão o que houve no prédio do Congresso dos Estados Unidos não acredita que isto possa acontecer num país que era considerado como um dos marcos da democracia no mundo até o passado recente. Por mais graves que fossem as divergências políticas, nem os chamados bárbaros poderiam provocar um evento desta natureza, mesmo num passado mais distante.
Partidários de Donald Trump invadem o prédio do Congresso norte-americano. Cenas apresentadas pelos órgãos da imprensa dos Estados Unidos
O Congresso realizava uma sessão para homologar os resultados das últimas eleições, que teve ser suspensa. Não há como justificar atos desta natureza, por mais profundas que sejam as diferenças políticas. Quando as manifestações eram verbais, poderia se entender que pequenas minorias estivessem insatisfeitas, mas quando se chega a atos violentos como os atuais, há que se expressar a contrariedade de todos no mundo sobre eventos desta natureza.
A magnitude da invasão é de porte para se supor que ela estava planejada e organizada, com portadores de bandeiras e até alguns armados. Isto não honra nenhum país que pretenda ser uma democracia.
Cenas de invasão do prédio do Congresso norte-americano pelos partidários do Donald Trump constantes de diversos órgãos da imprensa dos Estados Unidos
É da natureza das democracias que possa haver demonstrações pacíficas sobre divergências, mas a invasão violenta do prédio do Congresso dos Estados Unidos, com alguns integrantes armados, obrigando a suspensão de uma sessão, chega a ser revoltante, não honrando a tradição democrática do povo norte-americano.
Isto choca o mundo, pois muitos entendiam que aquele país era um dos mais fortes símbolos da democracia. Este tipo de retrocesso pode estimular outros povos que estejam com dúvidas que o poder seja originário da população.
O presidente eleito Joe Biden, num pronunciamento, deixou claro que a invasão não é um protesto, mas uma insurreição. O presidente Donald Trump distribuiu uma nota afirmando que isto decorreu da falta decisão de algumas autoridades sobre alegadas irregularidades, que não conta com nenhuma comprovação.
30 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: eles existem?, os programas na televisão, posições de partidos políticos, possibilidades de avaliações incorretas, situações precárias
Um canal de televisão no Brasil expressou a opinião que o PT – Partido dos Trabalhadores estivesse numa situação precária, pois no segundo turno das eleições de prefeitos este partido não obteve vitória em nenhuma capital, mas somente em municípios relevantes na periferia das grandes metrópoles como São Paulo. O que pode ser questionado é se tais partidos existem no Brasil atual? Fica-se com a impressão que existem somente aglomerados de candidatos que nem têm programas comuns.
Todos estes políticos seriam realmente do PSDB? Foto constante do artigo no site da Folha de S.Paulo, depois da vitória em segundo turno, que vale a pena ser lido na sua íntegra
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16 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política, Tecnologia | Tags: artigo no China Daily da agência noticiosa Xinhua, exposição em Shenzhen, novos produtos e novas tecnologias, os avanços tecnológicos indispensáveis para o desenvolvimento
Enquanto a maioria dos países do mundo está se recuperando da redução do PIB ocorrido neste ano com a pandemia da Covid-19, a China já está com sua economia acima do nível em que estava no começo deste ano. Isto vem ocorrendo principalmente com os lançamentos de novos produtos e tecnologias, como o que ocorreu na semana passada na 22ª Feira de Alta Tecnologia da China, em Shenzhen, quando 1.790 novos produtos foram lançados, ao lado de 767 novas tecnologias.
Um novo trator, utilizado na agricultura, onde a produção de arroz, por exemplo, é feita num polder
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4 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: artigo de Marcelo Coelho apontando o que foi observado por Antonio Gramsci, as eleições norte-americanas e experiências do passado, é sempre mais fácil prever a deterioração do velho, mas difícil prever o que o substituirá, riscos nas transições
Muitos artigos publicados em todo o mundo sobre as eleições norte-americanas previam a possibilidade que o resultado final poderia ser decidido na Corte Suprema daquele país. Mas a situação parece ter se agravado com a incompetência dos democratas que conseguiram resultados piores onde esperavam, por diagnósticos incorretos dos eleitores com o atual governo republicano, uma vantagem mais expressiva. Todos sabiam que a economia sempre teve importância nas eleições e mesmos resultados dramáticos na pandemia da Covid-19 não motivavam os eleitores a votarem massivamente contra a reeleição. Os resultados provisórios indicam que os democratas contam atualmente com 238 grandes eleitores, contra 212 dos republicanos, necessitando chegar, no mínimo, a 271 destes votos. Se as diferenças fossem mais expressivas, mesmo na Corte Suprema alguns votos dados pelo correio mereceriam considerações menos rigorosas.
Parece claro que o velho sistema eleitoral dos Estados Unidos necessita ser atualizado com todos os novos sistemas que hoje existem no mundo. Um artigo de Marcelo Coelho publicado na Folha de S.Paulo tem o título “Velho morrendo, o novo não nascerá”, usando as observações de Antonio Gramsci feita em torno de 1930, que, lamentavelmente, expressou as condições de surgimento do nazismo e do fascismo, o que só acabou sendo superado pela Segunda Guerra Mundial. Espera-se que os aperfeiçoamentos indispensáveis não tenham custos tão elevados. Até mesmo porque os norte-americanos já não possuem esta importância no mundo, mesmo que ainda seja considerado o país mais relevante no globo.
Donald Trump fez um pronunciamento na Casa Branca antes mesmo do término das contagens dos votos, afirmando que, com os resultados parciais, ele era o vencedor da eleição e que os norte-americanos deveriam conhecer os resultados antes da contagem dos votos dados pelo correio, que em alguns Estados terão o prazo de alguns dias.
Donald Trump expressou que era o vencedor com os resultados parciais e contestará alguns votos dados pelo correio, que tem um prazo para a sua contagem, o que foi feito de madrugada
Todos sabem que o sistema eleitoral norte-americano é muito complexo com regras que variam por estados. Depois do que vem ocorrendo atualmente, alguns aperfeiçoamentos devem ser admitidos, pois os sistemas de apuração são arcaicos, mas alterar as regras atuais no momento parece uma violência pouco aceitável.
Mas, dentro da longa tradição que já vigora há mais de um século, estas mudanças não são fáceis de serem implementadas, fazendo que as diferenças regionais e os números dos grandes eleitores tenham algum relacionamento com a população ou habilitados a votar, mesmo que os votos sejam voluntários e não obrigatórios. Os números são elevados e não se conta com estruturas para a sua apuração. que pode incluir outros assuntos estaduais.
1 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: artigo no Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, entrevista com a cientista política Wendy Brrown, obstáculos do complexo e arcaico sistema eleitoral dos Estados Unidos
Se existe um problema difícil de chegar a um consenso é quem vencerá no final o próximo pleito presidencial nos Estados Unidos, mesmo com análises acuradas. Postamos um resumo de uma análise feita pela revista The Economist. Outra entrevista de Ricardo Lessa, publicada no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, foi feita com a cientista política Wendy Brown, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que publicou o livro “Nas Ruínas do Neoliberalismo: A Ascensão da Política Antidemocrática no Ocidente”. Ela considera o sistema eleitoral norte-americano antiquado, regionalizado, cambaleante e as eleições não são transparentes e justas.
Professora Wendy Brown, da Universidade da Califórnia, Berkeley, em foto no artigo no site do Eu & Fim de Semana, do Valor Econômico, que vale a pena ser lido na sua íntegra
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1 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: a edição deste fim de semana, a favor da vitória de Joe Biden, avaliação do governo Donald Trump, opções dos órgãos de imprensa
Ainda que nos Estados Unidos e em muitos outros países os órgãos da imprensa tomem partidos nos pleitos eleitorais, o último número do The Economist surpreende com a clareza da posição com que se coloca contra o governo de Donald Trump, apontando suas principais falhas, e a favor do candidato democrata Joe Biden. Na avaliação do possível resultado, o atual presidente é apontado como tendo as mínimas chances de vitória e o candidato democrata praticamente eleito, mesmo admitindo que o assunto possa ser decidido finalmente na Suprema Corte daquele país.
Ilustração usada pela revista The Economist no seu último número, que vale a pena ser lido na sua íntegra
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16 de outubro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: contraste com os republicanos atuais, Fernanda Montenegro e a liberdade, indicação de novo membro do Supremo Tribunal Federal, o sonho dos peregrinos que formaram os Estados Unidos
Quando se observa que Donald Trump estimula alguns radicais republicanos a colocarem falsas dependências para receberem votos de eleitores para serem enviados pelo correio, lembra o contraste com os velhos peregrinos ingleses que se transferiram para o Novo Mundo. Entre eles, os que ficaram conhecidos como os “pais da Pátria” e elaboraram a base da Constituição dos Estados Unidos. Quando senadores brasileiros que examinam o novo candidato a membro do Supremo Tribunal Federal acham que falsificar o currículo é um mal menor, irrelevante, lembramo-nos da Fernanda Montenegro, com mais de 90 anos, que considera fundamental lutar pela liberdade por toda a sua vida.
Algumas urnas para votação pelo correio foram falsificadas na Califórnia pelos republicanos
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2 de outubro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: comunicação social, econômicos, o baixíssimo nível dos debates, o debate entre os candidatos à Presidência da República dos Estados Unidos, o lamentável comportamento do presidente Donald Trump, políticos, problemas sanitários
Os debates frente a frente de dois candidatos à Presidência da República dos Estados Unidos eram aguardados com grande ansiedade não somente naquele país como no resto do mundo. O objetivo principal seria convencer os eleitores ainda indecisos, mas o que se viu foi um dos piores eventos da espécie, sendo que os promotores não estavam preparados para coibir comportamentos difíceis de serem considerados civilizados, sem que o moderador fosse capaz de controlar os excessos. O atual presidente Donald Trump, que está em ligeira desvantagem nas pesquisas de opinião, parecia disposto a tumultuar o debate, na esperança que isto levaria o adversário ao descontrole emocional. Mas o que se viu foram agressões do mesmo nível que não dignificam a ninguém. Entre os pontos relevantes, apareciam as infecções e mortes nos Estados Unidos, atualmente os mais altos no mundo, com todas as condições agravantes, econômicas, políticas e sociais.
Telespectadores norte-americanos acompanham o debate dos candidatos à Presidência da República
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30 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: Donald Trump conseguiu parte do seu intento que era evitar o debate, o objetivo deveria ser o esclarecimento dos eleitores indecisos, organização lamentável, perda de uma grande oportunidade no debate dos candidatos à Presidência dos Estados Unidos
Poucas vezes se viu um tumulto a que foi transformado a grande oportunidade de dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos, num debate frente a frente. Desde o começo do evento, ficou claro que Donald Trump estava lá para evitar um debate proveitoso e o moderador, apesar das suas tentativas, não conseguiu o seu intento de um acontecimento que fosse útil para os eleitores norte-americanos que ainda têm dúvidas sobre o seu voto. O atual presidente dos Estados Unidos intervia a toda hora, mesmo quando não estava com a palavra programada, evitando que seu adversário colocasse suas ideias e as questões que estão cercando atualmente o comportamento do atual mandatário. A organização do evento não formulou algo que pudesse ser útil para todos, eleitores como representantes da imprensa, como a possibilidade de desligar o seu microfone ou reduzir o tempo a que ele tinha direito.
Debate dos dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos em foto constante do artigo publicado no site do Estadão, que vale a pena ser lido na sua íntegra
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12 de setembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: a forte influência da economia nas eleições norte-americanas, importância da verdade na cultura norte-americana, o novo livro de Bob Woodward que provocou a queda de Richard Nixon nos EUA, similaridade com o discurso de Jair Bolsonaro, tendência de minimizar o problema da Covid-19 apesar do conhecimento de sua gravidade
A entrevista do presidente Donald Trump, que as pesquisas de opinião indicam estar pouco abaixo do candidato democrata Joe Biden, pode precipitar os resultados na próxima eleição, mesmo que existam ainda os analistas que continuam dando importância à situação da economia norte-americana em recuperação. Na cultura norte-americana, esconder a verdade da avaliação da relevância da covid-19 pode ser algo fatal, mesmo do ponto de vista eleitoral. Os meios de comunicação social dos Estados Unidos estão indicando que as entrevistas concedidas por Donald Trump a Bob Woodward, cujo livro será lançado nos próximos dias, ele que ficou famoso por ter provocado a queda do presidente Richard Nixon no caso conhecido como Watergate. Muitos estão criticando Woodward por não ter antecipado esta informação, reservando-a para o aumento de venda do seu livro.
Bob Woodward com Carl Berstein, que acabaram provocando a renúncia do presidente Richard Nixon com o famoso caso que ficou conhecido como Watergate
Donald Trump, nas muitas entrevistas concedidas a Bob Woodward, que serão lançadas como um livro nos próximos dias com o título “Rage” (raiva), revela que mesmo sabendo dos riscos da covid-19 preferiu não provocar um pânico na população. O assunto foi apresentado na rede de televisão CNN.
Como já divulgado, esta pandemia provocou somente nos Estados Unidos mais de 180 mil mortes e 6.400 mil afetados, números mais elevados do mundo. Estão seguidos dos brasileiros com mais de 130 mil mortos e 4.200 mil afetados, que podem ser superados com os dados mais recentes da Índia. Os números norte-americanos poderiam ser mais baixos se todos eles tivessem sido alertados no início da pandemia e as autoridades tomadas as providências preventivas adequadas.
Como os Estados Unidos ainda possuem grande importância na comunicação social no mundo, se o presidente Donald Trump tivesse adotado uma atitude não eleitoreira os dados mundiais poderiam ser diferentes, ainda que não se saiba quanto. No caso brasileiro, sabe-se que o presidente Jair Bolsonaro respeita demasiadamente o que os norte-americanos fazem, principalmente o seu presidente, ainda que eles pensem mais nos seus interesses, e o Brasil tenha perdido espaço nos últimos anos na importância no cenário internacional.
Mesmo com todas as ponderações possíveis, inclusive do baixo conhecimento seguro sobre esta atual pandemia, tudo indica que mais informações, mesmo chocantes, poderiam antecipar alguns esforços preventivos da covid-19. Mesmo não havendo um consenso sobre todos eles, como se evitando aglomerações, inclusive sobre o reinício das aulas para os estudantes.
Lamentavelmente, não somente no Brasil, existem muitos que continuam subestimando os riscos das contaminações, com retomadas parciais de muitas atividades, não utilização de máscaras, além das dificuldades de higiene, principalmente das populações menos favorecidas.