Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

As Mulheres e os Problemas do Setor Financeiro no Mundo

8 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo sobre ascensão feminina no setor financeiro, dificuldade das generalizações, vergonha do trabalho neste setor

Dois artigos distintos sobre o setor financeiro mundial estão sendo publicados na Folha de S.Paulo. Uma de autoria de Isabel Fleck sobre a ascensão de altas executivas no setor financeiro, com o título não muito recomendável de “As Lobas de Wall Street”, apesar da igualdade de gênero seja uma tendência que deva ser aplaudida. Outra da mesma autora leva o título “Jovens estão com vergonha de trabalhar na Wall Street”, referindo à publicação do livro de Kevin Roose, “Young Money – Inside The Hidden World of Wall Street’s Post-Crash Recruits”, que informa que alguns jovens estão evitando serem conhecidos como executivos, mesmo de importantes organizações do sistema financeiro internacional. Ainda que estes casos estejam se observando, parece que se deve evitar a generalização para todos os que atuam no setor.

Este site tem insistindo nos abusos de muitas instituições financeiras que, apesar de serem as principais responsáveis pela crise mundial de 2007/2008, continuaram a exagerar nas suas atuações espúrias, conseguindo lucros fabulosos com a assistência de recursos públicos, além de manipularem as taxas de juros como do Libor – London Interbank Rate ou as taxas de câmbio nas astronômicas operações cambiais relacionados com a liberdade dos fluxos financeiros. Em qualquer atividade humana deve existir um mínimo de ética, não se podendo considerar como sucesso a simples maximização dos resultados, principalmente de caráter individual.

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Kathy Matsui do Goldman Sachs                         Kevin Roose

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Problema da Poluição na China e os Problemas Étnicos

8 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no Bloomberg, juntando notícias fragmentadas da China, os problemas étnicos e de poluição

Alguns problemas que vêm ocorrendo na China são noticiados em separado, quando os mesmos estão relacionados. Com os esforços de continuidade do seu crescimento, continuam sendo utilizadas fontes de energia extremamente poluentes naquele país que estão sendo transferidas para as regiões mais distantes do oeste chinês. Segundo artigo publicado no Bloomberg, as áreas mais prejudicadas são de predominância de populações da etnia uigur, onde predominam muçulmanos, e muitos estão sendo prejudicados por problemas de saúde, diante do elevado nível de poluição das usinas que produzem energia elétrica a partir do carvão mineral, principalmente as crianças. Estes problemas acabaram provocando movimentos desesperados, considerados separatistas e terroristas pelo presidente Xi Jinping que resultaram em 29 mortos e centenas de feridos. Os projetos de ampliação destas usinas poluentes continuam em ampliação, apesar destes elevados custos colaterais, ainda que estudados por qualificados professores como da Universidade de Tsinghua.

As energias geradas nestas remotas regiões do oeste chinês acabam sendo transferidas com o uso de redes de transmissões de ultra-alta tensão mais longas do mundo para as regiões costeiras e a leste, mais industrializadas e desenvolvidas. Eles trazem benefícios de curto prazo, mas geram problemas ecológicos de longo prazo que estão estudados por professores da Universidade de Duke, da Carolina do Norte, expressando críticas à atual política energética da China. Em algumas fábricas de produtos químicos do oeste, os operários chegam a ser de 90% de uigures e cazaques, diferentes do leste onde os chineses han contam com predominância. Os chineses alegam que os problemas de aquecimento global são de responsabilidade dos norte-americanos e europeus, seus principais provocadores, mas a China já figura como a segunda mais responsável pelos lançamentos de poluentes.

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Além dos problemas industriais, observam-se também dificuldades nas produções agrícolas do oeste chinês. Os melões Hami produzidos na região eram considerados os mais doces da China e hoje não contam praticamente com sabor. Também se registra o desaparecimento dos coelhos que eram abundantes na região.

As tensões étnicas estão se elevando, o que ainda contido pela força policial. Mas se repetem incidentes graves com os uigures, bem como cazaques, lembrando que o Cazaquistão faz fronteira com a China nesta parte central da Ásia. Muitos casos individuais estão citados no artigo.

O problema se agrava, pois os melhores empregos são concedidos para os que migram do leste, sendo que para os locais são só oferecidos os de menor qualificação. Na realidade, um conjunto de fatores contribui para o aumento das tensões nestas regiões oeste longínquas da China.


Preocupante Evolução das Tensões no Extremo Oriente

8 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: consequências no aumento dos dispêndios militares, os debates sobre os problemas no Extremo Oriente, quadro de restrições de recursos

Dois artigos publicados nos meios de comunicação social de influência mundial mostram a importância que as tensões no Extremo Oriente continuam ganhando, provocando consequências como o aumento dos dispêndios militares. Ian Buruna, conhecido pelos seus livros sobre a Segunda Guerra Mundial, publicou no Project Syndicate sua leitura das recentes atitudes japonesas que aumentam as reações de alguns dos seus vizinhos asiáticos. Financial Times publica artigo elaborado por Demetri Sevastopulo e Charles Clover sobre as reações chinesas expressas pelo premiê Li Keqing no atual Congresso Nacional do Povo em Beijing. Os orçamentos militares da China acabam por se elevar em 12,2%, ainda que seja inferior a um quarto dos Estados Unidos.

O premiê Shinzo Abe solicitou a um grupo de historiadores reverem as desculpas oficiais efetuadas em 1993 pelos japoneses sobre o uso de escravas sexuais durante a Segunda Guerra Mundial, por entenderem que se tratava de atividade privada sem o respaldo das autoridades. A atitude faz parte do contexto em que se nega que o Massacre de Nanking de 1937 teria ocorrido bem como outras declarações de dirigentes da rede oficial de televisão NHK que mostram que o atual governo pretende estimular a aguerrida direita japonesa, com foco na política interna recuperando o orgulho nacional no momento em que tenta a recuperação do crescimento de sua economia.

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Ian Buruma e                                                   Li Keqing

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Gigantesca Campanha na China Contra a Corrupção

4 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: atingido Zhou Yongkang aposentado do Politburo, envolve empresas estrangeiras, pretensão de reduzir este mal na China, Xi Jinping anuncia uma gigantesca campanha contra a corrupção

O que já vinha sendo anunciado pelos sites em chinês consta agora de um longo artigo divulgado pela Bloomberg, informando que o presidente Xi Jinping desencadeou uma gigantesca campanha contra a corrupção, um dos males que atinge a China de forma visceral. Uma figura de proa, Zhou Yongkang, aposentado do Comitê Permanente do Politburo chinês, que liderava a Companhia Nacional de Petróleo e a agência doméstica de segurança da China estaria em foco. Esta campanha está sendo considerada a mais ambiciosa por especialistas nestes assuntos chineses, como o professor Anthony Saich, da Universidade de Harvard, pesquisador William Overholt, presidente do Instituto Global de Fung de Hong Kong, e o professor Andrew Wederman, da Georgia State University entre outros.

Haverá uma reunião do Congresso Nacional do Povo e benefícios generosos serão proibidos. Os delegados serão servidos em bufê e experimentarão a nova austeridade do governo. A Comissão de Inspeção da Disciplina começou uma auditoria de dois meses sobre grandes projetos como a Usina de Três Gargantas, hoje considerada a maior do mundo, mudando seus escritórios para instalações modestas, como rebaixando os automóveis que estão sendo utilizados. Mais de 50 oficiais chineses estão sob investigações, notadamente na província de Guangdong. Eles já puniram no ano passado 182 mil oficiais por corrupção, 13% mais que no ano anterior. Policiais estão sendo acusados por não combater a prostituição.

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Xi Jinping

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Incapacidade Operacional do Ocidente na Ucrânia

3 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no International New York Times, dificuldades de Barack Obama, incapacidade operacional do Ocidente

Um artigo publicado por Peter Baker no International New York Times apresenta um claro quadro da lamentável incapacidade do Ocidente atuar em favor da Ucrânia, cuja população se manifestou a favor da sua maior integração com a Comunidade Europeia afastando-se da influência da Rússia. Todos sabem que a Ucrânia é uma das mais avançadas regiões da antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas do ponto de vista econômico e mesmo depois da sua dissolução continua disputada pela Rússia com a qual faz fronteira, tendo na região da Crimeia sessenta por cento de população de origem russa, onde também está estacionada a parte relevante da marinha da Rússia que tem acesso ao Mar Negro.

As informações disponíveis é que tropas russas já ocupam pontos estratégicos da Ucrânia, concentrada na região da Crimeia, com a alegação que defendem os cidadãos de origem russa bem como as instalações militares que mantém nesta região. Vladimir Putin conseguiu do senado russo a autorização para o envio de tropas para a Ucrânia, sabendo-se que o poder militar russo é muito superior ao ucraniano, que ainda conta com um governo provisório, depois da destituição do antigo presidente que fugiu da capital Kiev. O artigo mencionado informa que está se repetindo o que aconteceu na Geórgia em 2008, onde parte deste país acabou sendo incorporado à Rússia.

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Ensaio do The Economist Sobre a Democracia no Mundo

28 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: avanços no século XX, danos provocados pela crise de 2008, efeito da China, longo ensaio do The Economist sobre a democracia, retrocessos recentes

A revista inglesa de prestígio internacional The Economist publica na sua edição eletrônica um monumental ensaio sobre a evolução da democracia, informando que houve avanços no século XX, mas nos últimos anos acusam-se retrocessos. Muitos países contam com eleições que estão permitindo a longa permanência no poder de grupos que tendem ao aumento da corrupção. Muitos movimentos de rua que estão se multiplicando acabam desiludidos com as dificuldades de administração dos anseios populares que tendem a elevar seus endividamentos públicos. A crise de 2008 com o apoio ao sistema bancário com recursos públicos aumenta as desilusões. A falta de descentralização do poder em escala internacional resulta em descrédito. Os chineses alegam que estão conseguindo melhores resultados econômicos com grupos que ficam no topo do poder por uma década.

Ainda que a democracia seja entendida como o regime que permite a obtenção do progresso material com a liberdade política, a desilusão é captada por pesquisas de opinião como a redução do número de militantes dos partidos políticos. Algumas tentativas e experiências efetuadas em diversos países, em variadas partes do mundo, resultaram em situações calamitosas que não proporcionaram resultados políticos e econômicos. Muitos povos tentam regimes autocráticos na esperança de resultados.

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Como o ensaio é longo, envolvendo cerca de 16 páginas nesta versão eletrônica, ele foi dividido em partes. Começa por tratar dos dramáticos acontecimentos em Kiev, relatando a aspiração popular da Ucrânia em estreitar as relações com a Comunidade Europeia, onde houve uma forte resistência da cleptocracia de Viktor Yanukovich. O movimento é contra governos corruptos, abusivos e autocráticos, mesmo depois da Revolução Laranja daquele país em 2004, com líderes mantidos por volumosas assistências dos russos.

Procura-se demonstrar que de 1980 a 2000 houve alguns retrocessos, mas depois de 2000 tem havido muitos, indicando que a democracia passa por um momento difícil. Mesmo regimes considerados democráticos e estabelecidos enfrentam suas dificuldades com seus problemas. Citam os exemplos da Grécia (1974), Espanha (1975), Argentina (1983), Brasil (1985) e Chile (1989). A think-tank norte americana, a Freedom House, classifica como democracias 120 países, 63% do mundial, tendo atingido o pico em 2000, sendo 2013 o oitavo ano consecutivo que ela diminui.

Dois motivos principais são apontados como causas destes retrocessos. A crise financeira de 2007-2008 e a ascensão da China. Muitos políticos pensavam que os ciclos econômicos e os riscos tinham sido domesticados, mas muitos ficaram desiludidos quando os governos salvaram os banqueiros com dinheiro dos contribuintes, acabando por enterrar o Consenso de Washington.

Quando os Estados Unidos dobravam o padrão de vida a cada 30 anos, a China dobrou a cada década, nas últimas três, procurando mostrar que o seu modelo funcionava melhor, escolhendo pessoas talentosas na sua elite. A opinião pública estava sendo controlada. Uma pesquisa efetuada pela Pew Global Attitudes Survey mostrou que 85% dos chineses estavam muito satisfeitos, enquanto os norte-americanos estavam com 31%. Alguns países como a Ruanda, Dubai e Vietnã estão levando a sério o exemplo chinês.

Um grande revés ocorreu no Iraque, onde os norte-americanos fracassaram na sua assistência. No Egito, também os problemas se repetem. Tudo demonstrou que a construção de instituições necessárias para sustentar a democracia é um trabalho muito lento.

O ensaio reconhece que os modelos para as novas democracias tendem a parecer disfuncionais e ultrapassados. Os Estados Unidos enfrentam suas dificuldades, com a multiplicação dos seus lobbies, e os europeus enfrentam variados problemas diferenciados por países.

A globalização mudou as políticas nacionais profundamente e os organismos internacionais procuram ajudar no processo, mas deve-se reconhecer que a democracia mundial não tem sido o ponto alto de suas atuações.

No pós-crise houve um crescimento momentâneo alimentado pelo crédito fácil, que na sua reversão criam problemas, e as insatisfações acabam sendo manifestas pelos mais jovens. O número de membros dos partidos acusam decréscimos, e a credibilidade dos políticos está baixa, e até os países líderes apresentam seus problemas internos. Revelou-se a insustentabilidade da democracia financiados pelas dívidas.

Muitos países emergentes estão repetindo os problemas dos já desenvolvidos, como no Brasil, tendendo a se repetir na Índia e até na China, que esconde problemas mais profundos mesmo com um crescimento acentuado.

A democracia tende a apresentar alternativas políticas, acabando por ser mais criativa para os problemas que surgem como os desafios que se apresentam, mas resultam em flutuações e movimentos de avanços e retrocessos. James Madison e John Stuart Mill consideravam que eram instrumentos poderosos mas imperfeitos, exigindo constantes aperfeiçoamentos, para aproveitar a criatividade humana, como a sua perversidade.

Tudo indica que existe uma ênfase exagerada na eleição, mas com pouca sobre as demais característica da democracia como os direitos individuais, liberdade de expressão e liberdade de organização. Vencer as eleições não permite fazer o que agrada, com a necessidade de convivência com as minorias.

O que parece possível de se acrescentar é que os frutos do desenvolvimento material necessitam também contar com uma distribuição adequada, pois agravando as desigualdades sempre haverá uma disseminação das insatisfações, principalmente se decorrentes de corrupções ou privilégios.

O ensaio merece uma atenção profunda e meditação sobre os aspectos que estão sendo destacados e outros que possam ser acrescentados.


Desconfortos no Extremo Oriente

26 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: análises de Nakayama Toshihiro da Aoyama Gakuin University, artigo de Yuriko Koike no Project Syndicate, interpretações dos japoneses sobre as posições dos Estados Unidos

Yuriko Koike, ex-ministra da Defesa do Japão, foi presidente do Partido Liberal Democrata e continua como uma importante política como membro da Dieta Nacional daquele país. Ela apresentou um paper no Project Syndicate questionando se o relacionamento do Japão com os Estados Unidos, notadamente nas questões relacionadas com a China, seria de igualdade ou estaria havendo um estranhamento. O professor Nakayama Toshihiro, da Aoyama Gakuin Unviersity, apresentou a sua contribuição sobre o mesmo assunto no AJISS – Association of Japanese Institutes of Strategic Studies, mostrando que existem dúvidas sobre as posições dos Estados Unidos, que ora se posicionam como aliados dos japoneses, mas procuram manter relacionamentos de acomodação com os chineses.

Tudo indica que está se radicalizando a situação de conflito no Extremo Oriente, com a China reagindo de forma explícita com relação às posições adotadas pelo governo de Shinzo Abe, e os Estados Unidos procuram se equilibrar, por ora, de forma a não caracterizar uma nova guerra fria, como a que já manteve com a União Soviética no passado. Esta posição dos Estados Unidos, que pode ser considerada cautelosa, é interpretada por muitos japoneses como dúbia. Alguns analistas internacionais interpretam que os Estados Unidos estão provocando os chineses para uma corrida armamentista como a que causou a dissolução da antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, diante das maciças inversões necessárias. Os chineses aumentam suas pressões, com as comemorações relacionadas ao massacre de Nanking.

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O Problema da Comunicação do Governo

25 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Lula da Silva, oportunidades de investimentos, problema da confiança, quadro em que se encontra, situação atual depois de cinco anos da crise de 2008

Há que se admitir que Lula da Silva tenha qualidades para a comunicação, principalmente com o grosso do eleitorado brasileiro, e seus textos escritos acabam recebendo subsídios técnicos, não possuindo as qualidades carismáticas dos seus discursos. E a presidente Dilma Rousseff revela pouca disposição para discussões francas, quer seja com empresários como os políticos, acabando por criar climas de desconfiança que dificultam os investimentos privados, hoje estratégicos. Ainda que se possa concordar que existe um exagero de pessimismo sobre a economia brasileira, em parte disseminada pelos contrariados interesses do setor financeiro que já usufruíram no passado de lucros elevados em moeda estrangeira, sem que houvesse riscos como os cambiais. Na realidade, a percepção da situação acaba contando com uma forte dose de subjetivismo, na medida em que existem incertezas que são comuns a todos os países neste momento, onde alguns equívocos governamentais acabam sendo agigantados.

Lula da Silva publicou o seu artigo no Valor Econômico arrolando as razões pelas quais entende que a situação da economia brasileira é boa, apresentando grandes oportunidades de investimentos, assunto que vem apresentando inclusive em fóruns internacionais. Mas os que tiveram seus interesses contrariados, no mínimo nas suas perspectivas de ganho, acabam ressaltando os aspectos negativos, até diante de alternativas que veem em outros países, também com horizontes carregados de dúvidas. Sem uma garantia, difícil de ser proporcionada, de uma perspectiva robusta de desenvolvimento no futuro próximo, a tendência acaba sendo a preferência pela inércia, ainda que algumas oportunidades sejam perdidas.

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Luiz Inácio Lula da Silva

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Difícil Aprendizado Que Não Existe Lanche Grátis

19 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: impossibilidade de usar o que não foi produzido, para atender algumas aspirações é preciso sacrificar outros, reivindicações em todo o mundo

Multiplica-se por diversas partes do mundo reivindicações de toda ordem, algumas pacíficas, mas infelizmente muitas violentas, bastando abrir os jornais ou assistir aos noticiários pelos meios eletrônicos para constatar esta realidade. O que parece haver em comum é certo sentimento que basta pressionar com manifestações públicas, pois seus atendimentos dependeriam somente das vontades das autoridades e de suas discutíveis gestões, como se elas tivessem o poder de criar os recursos necessários. Os governos só transferem recursos de uns para outros segmentos da população, consumindo ainda parte para o seu custeio. Milton Friedman, o famoso economista, já tinha ensinado que não existe lanche grátis, e todas as soluções que parecem mágicas acabam impondo a alguém que não tem o mesmo poder custos pelas decisões tomadas. No site do The Economist, aparece um debate sobre o imperialismo do dólar, com a política monetária do FED – Sistema Federal de Reservas, que, se beneficia a recuperação da economia norte-americana, provoca distúrbios, principalmente nas economias emergentes.

Com a ampliação da disponibilidade de recursos em todo o mundo, uma parte dos aplicadores foi procurar aplicações rentáveis no mundo emergente, provocando a valorização dos seus câmbios, pois a maioria adota o câmbio flexível. Impor restrições para estes influxos de recursos prejudicariam estes países. Desencadeou-se uma guerra cambial, com a Europa e o Japão, que tinham condições também ampliar as disponibilidades de suas moedas, procurando desvalorizar também o euro e o yen. Mas na medida em que o FED inicia uma política de redução destes estímulos monetários, acaba provocando bruscos refluxos, valorizando rapidamente os câmbios de alguns países emergentes, que entre outros efeitos tendem a provocar pressões inflacionárias locais. As grandes flutuações também agem no sentido prejudicial para estas economias. Tornou-se um processo em que cada um cuida do seu interesse, e os que não podem se defender por falta de poder acabam sendo prejudicados.

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Os Problemas das Vítimas da Bomba Atômica no Japão

16 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política | Tags: as divulgações das notícias dramáticas sobre o hibakusha, depoimento da jovem Masaki Koyanagi, explicações necessárias

Muitas foram as vítimas das bombas atômicas lançadas pelos norte-americanos sobre Hiroshima e Nagasaki, tanto as que morreram nas destruições destas cidades como pelos efeitos das radiações que sofreram. Estas vítimas são chamadas pelo nome de hibakusha e não se divulga muito sobre elas, pois existe um preconceito sobre seus descendentes que seriam portadores de algumas vulnerabilidades para algumas doenças. Um artigo publicado pelo jornal de gigantesca circulação no Japão, Asahi Shimbun, informa sobre uma jovem neta de um casal de vítimas, Masaki Koyanagi, 16 anos, que depois de visitar seus túmulos comprometeu-se a divulgar seus horrores onde for possível, o que fez no México numa conferencia que cuida do assunto, para uma audiência de mais de 700 participantes. Ela que sabia pouco sobre o assunto, não tratado pela sua família ou nas escolas.

Vivem no Brasil ainda mais de 100 destes hibakusha que são submetidos a exames médicos regulares, bem como seus descendentes. Graças a Deus, não se tem observado que eles estejam mais fragilizados, depois de quase 70 anos daqueles trágicos bombardeios de 1945, que aceleraram o término da Segunda Guerra Mundial. São controvertidas as razões que levaram a decisão destes bombardeios, havendo uma avaliação feita por uma ala norte-americana que eles teriam evitado um sacrifico de muitos soldados aliados, que teriam morrido no desembarque sobre a principal ilha do arquipélago japonês. Os militares japoneses prefeririam a morte a se renderem.

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Bomba atômica que destruiu vidas em Hiroshima, no Japão

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