Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Problema Inusitado em Cingapura

13 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: aglomeração de imigrantes indianos, choque de imigrantes com a polícia, problemas raros em Cingapura, restrições ao uso de mão de obra barata do exterior

Cingapura é um país/cidade singular no mundo, a mais importante no Sudeste Asiático do qual é considerado uma espécie de Capital Regional, com privilegiada localização estratégica, inclusive portuária numa rota crucial para aquela parte da Ásia. Conta atualmente com o aeroporto considerado o melhor do mundo. Com somente cerca de 710 km² é hoje considerada uma das mais desenvolvidas, com uma renda per capita superior a US$ 50 mil. Conta com uma população em torno de 5 milhões de habitantes, atualmente com forte predominância de descendentes de chineses, com cerca de 75% de sua população, contando também com malaios e hindus. Quando os ingleses deixaram esta antiga colônia, a distribuição era de cerca de 1/3 de cada etnia. Foi ocupada durante a Segunda Guerra Mundial pelos japoneses.

A partir do entorno de 1965, Cingapura passou a contar com uma espécie de ditadura esclarecida comandada por Lee Kuan Yew, que modernizou o país, impondo uma disciplina rigorosa. Qualquer pessoa que atirasse uma ponta de cigarro ou um papel na rua poderia ser presa, o que a tornou uma das cidades mais limpas do mundo. Foram estimuladas em Cingapura as instalações de empresas internacionais que tinham atividades no Sudeste Asiático, notadamente os bancos e as tradings. Foram estimulados os empreendedorismos, proporcionando estímulos para a instalação de pequenas empresas locais, ao mesmo tempo em que os estudantes contavam com bolsas para estudar inclusive no exterior, o que só beneficiava o primeiro filho, pois os demais teriam que ser arcados pela família com todos os seus custos. O país tornou-se famoso como um dos mais destacados dos Tigres Asiáticos.

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Preocupantes Problemas na Índia

13 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no The Economist, comparações com o Brasil, problemas econômicos e políticos da Índia, suas complexidades

A Índia, como é sabida por todos, é o segundo país do mundo em termos populacionais, perdendo somente para a China, e vem desenvolvendo um sistema político democrático, lutando com suas dificuldades diante de muitas diferenças internas, para obter um padrão de vida mais razoável para a sua grande população. Vinha conseguindo manter o poder político com o Partido Congresso, onde a família Gandhi sempre foi influente. O atual primeiro-ministro Manmohan Singh, que foi mais reformista, hoje com 81 anos está terminando o seu mandato, com as eleições marcadas para maio do próximo ano. Rahaul Gandhi deveria ser o candidato, mas não aparenta apetite para tanto.

Narendra Modi é o favorito para se tornar o próximo primeiro-ministro da Índia, ele que vem administrando a localidade de Gujarat, que possui 5% da população do país, contando com um núcleo apaixonado de adeptos, com um misto de eficiência econômica e nacionalismo hindu de linha dura. Ele é visto como alguém capaz de tirar a Índia de suas dificuldades atuais, que está com baixo crescimento, incapaz de criar os empregos necessários. Mas ele tem uma terrível mancha de violência em 2002, que deixou mais de mil mortos, a maioria de muçulmanos.

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Narendra Modi

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Trancos e Barrancos no Caminho Para Liberalizar o Comércio

12 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: avanço atribuído à ação de Roberto Azevêdo, o ideal de acordos multilaterais e globais, versão impressa do The Economist

O que a importante revista internacional The Economist já tinha adiantado em linhas gerais no seu site, como já postado neste, e agora aparece de forma completa e mais veemente na sua próxima edição impressa, em dois artigos importantes. Nos últimos doze anos, muitas vezes a chamada Rodada Doha já parecia condenada. Mas na reunião de Bali um esforço especial foi desenvolvido, para se chegar a um primeiro acordo mais modesto, com a revista expressando que se trata de uma vitória pessoal do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, que se tornou direitor geral da OMC – Organização Mundial do Comércio em setembro último. Uma afirmação desta magnitude acaba tendo repercussão internacional. O mesmo tipo de reconhecimento está ocorrendo em muitos meios de comunicação social do mundo, como no Correio da Rússia que colocou o título Roberto Azevêdo “É o Cara”.

A revista The Economist expressa que todos os chamados acordos bilaterais ou plurilaterais podem ser mais fáceis e representam avanços para a liberalização do comércio internacional. Mas todos apresentam as desvantagens de marginalizar os que não estão incluídos, podendo transferir o comércio que era feito entre alguns países para outros. O entendimento de Bali, envolvendo 159 países, encontrou os obstáculos usuais como os relacionados com os subsídios agrícolas dos países desenvolvidos, e os problemas mais difíceis foram postergados nas suas soluções definitivas, onde se destacava a posição da Índia no seu estoque estratégico de alimentos. Também Cuba apresentou o problema do boicote dos Estados Unidos, mas todos foram mantidos nas mesas de negociações por Roberto Azevêdo, mesmo com o tempo esgotado. Atingiu-se o acordo no dia seguinte, sábado, dia 7 de dezembro, deixando uma pauta intensa para ser negociada no futuro próximo.

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Roberto Azevêdo

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Generalizações que nem Sempre se Ajustam Para o Brasil

12 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Stefano Scarpetta para o Project Syndicate, desemprego dos jovens, manifestações populares

O Project Syndicate que costuma selecionar bem os artigos que divulgam distribuiu um elaborado por Stefano Scarpetta, diretor de emprego, trabalho e assuntos sociais da OECD – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Parece que nem tudo se ajustar adequadamente para o Brasil e alguns outros países, apesar de estarem explicitamente citados. Ele informa, com razão, que os benefícios do desenvolvimento costumam ser mal distribuído e os jovens que estão pouco empregados tendem a manifestar as suas insatisfações nas demonstrações populares, o que teria começado na Primavera Árabe e estaria se repetindo nos protestos como do Chile, do Brasil, de Israel, da Turquia e da Índia.

Para informar sobre sua posição utiliza um gráfico que está sendo apresentado abaixo, em que seleciona alguns países, mostrando o desemprego dos jovens no quarto trimestre de 2007, o pico que atingiu em alguns países e o que se observa no terceiro trimestre de 2013, onde os piores resultados ficam registrados na Espanha, na África do Sul, na Itália e na Arábia Saudita, sendo que nos dois primeiros supera a 50%.

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Dificuldades Que se Somam no Brasil

6 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: algumas compensações, atrapalhadas do governo, dificuldades econômicas, presença marcante da imprensa internacional

Existem vantagens e desvantagens com a atual presença maciça da imprensa internacional no Brasil. Com o período passado que parecia promissor para o país, destacando-se como dos maiores potenciais entre os países emergentes, democráticos e de grandes dimensões geográficas, importantes organismos da imprensa internacional instalaram seus profissionais no Brasil, que, além de cobrir os assuntos locais, também seriam bases para informar sobre outros países da América do Sul. Os eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas ajudaram a acrescentar a presença destes jornalistas, que aproveitam a oportunidade para destacar potenciais notícias como protestos populares que possam ocorrer durante os mesmos. No fundo, não faltam notícias do Brasil, num período de entressafra de notícias marcantes no mundo, quando a imprensa mundial passa por duros ajustes com reduções de suas receitas publicitárias e sofre a concorrência dos meios eletrônicos on time de informações.

E de bandeja, o governo brasileiro, com algumas de suas recentes atrapalhadas, acrescenta uma farta pauta para revistas ávidas para criticarem as exageradas presenças governamentais em assuntos econômicos. O The Economist registra no número desta próxima semana uma ampla matéria com destaque sobre o crescimento lento da economia brasileira, a inflação teimosa e os déficits crescentes. Um lamentável equívoco fez com que a presidente Dilma Rousseff fornecesse numa entrevista para o jornal espanhol El País uma incorreta informação de que, com a revisão das contas nacionais elaboradas pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2012 o crescimento econômico passaria de 0,9% para um fraco 1,5%. Quando houve o anúncio oficial da nova estimativa, só tinha chegado a 1,0%, constrangendo a presidente, ao mesmo tempo em que no terceiro trimestre deste ano, o PIB encolheu 0,5%.

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Disputa Entre Empresas Aéreas Japonesas

6 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no site digital Asia Review do Nikkei, o problema da JAL e da ANA, relacionamentos políticos

Um artigo preparado por Soichi Inai, Yutaka Saito e o estafe do Nikkei, que unificou suas edições em inglês no Nikkei Asian Review, informa sobre as disputas entre a JAL – Japan Airlines e a ANA – All Nippon Airlines, que, segundo a matéria, acaba tendo uma conotação político partidária. Quando a JAL, como muitas empresas aéreas estatais em diversos países, encontrou-se em situação falimentar, teve que receber um forte suporte do governo, que naquele momento era controlado pelo DPJ – Partido Democrático do Japão, com grandes injeções de recursos públicos para o seu soerguimento. Agora, com o governo do LDP – Partido Liberal Democrata, ela está recebendo o troco na forma de preferência da ANA para ser beneficiada com os voos utilizando o antigo aeroporto de Haneda, mais próximo da Capital Tóquio.

Todas as empresas aéreas do mundo passam novamente por fortes disputas pelos passageiros, e a intensificação do uso do aeroporto de Haneda, tanto para voos internos ou regionais da Ásia, acaba sendo importante. Os dirigentes e funcionários da JAL se sentem prejudicados, o que costuma ser difícil num país como o Japão que costuma acomodar estes assuntos para permitir a coexistência das grandes empresas, notadamente na recuperação de uma que foi estatal e certamente tinha custos operacionais mais elevados.

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Foto: Getty Images

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Visita do Imperador e Imperatriz do Japão à Índia

27 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: Brahma Chellancy no Project Syndicate, interpretação correta, visita à Índia

Um artigo escrito pelo professor Brahma Chellancy divulgado pelo Project Syndicate parece necessitar de alguns ajustamentos mínimos na sua interpretação. O autor é professor de Estudos Estratégico no Centro de Pesquisa de Política baseado em Nova Delhi e refere-se à próxima visita do Imperador Akihito e Imperatriz Michiko à Índia como marco antecipatório das relações de economia e segurança entre as duas maiores democracia da Ásia. Não há dúvida que o Casal Imperial é o símbolo do Estado Japonês, da dinastia mais antiga do mundo, e suas ações não interferem diretamente nas ações de governo do Japão. Na realidade, o que o governo japonês vem estabelecendo com a Índia pode estar sendo sancionado pela sua visita, não sendo adequado interpretar que a visita se antecipa ao que o Japão estará efetuando.

A estabilidade política recomenda o fortalecimento das relações entre os dois países, e o governo de ambos os países já estabeleceram fortes laços de intercâmbio, começando pela implantação do importante corredor de exportação entre Nova Delhi e Mumbai, onde as grandes empresas japonesas estão construindo um sistema com financiamentos de longo prazo a custos privilegiados bem como expressivos investimentos. Também o governo japonês vem prestando sua colaboração ao Corredor Oeste da Índia e ao projeto do Metrô de Bengala. A visita pode ser a consolidação do que o Estado japonês está entrosando com o Estado indiano, o que foi estabelecidos por ambos os governos. Parece um detalhe semântico, mas não parece adequado interferir que a Casa Imperial esteja inspirando a ação governamental do Japão.

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Imperador Akihito e da Imperatriz Michiko. Foto: Reuters

O artigo refere-se à visita feita pelo Casal Imperial em 1992 à China, como um apoio ao governo de Deng Xiaoping e a sua política externa. Na realidade, se algo foi efetuado neste sentido, também foi pelo governo japonês da época, sem que sua diretriz fosse dada pelo Imperador, que não interfere nestes assuntos depois da Segunda Guerra Mundial, como está na Constituição japonesa.

O autor ainda faz considerações inadequadas sobre futuras viagens do Imperador Akihito, bem como possíveis contrastes com as do primeiro-ministro Manmohan Singh, quando este é Chefe de Governo, não se confundindo com o de Chefe de Estado.

Ainda que o artigo faça uma série de outras considerações sobre assuntos estratégicos da Ásia, notadamente no seu relacionamento com a China, estas interpretações preliminares que não correspondem às formalidades políticas não atribuem às colocações uma validade que seria desejável, ainda que certamente estejam perseguindo a importância da viagem.

Fica difícil compreender como o Project Syndicate distribuiu um artigo que contém interpretações controvertidas como as que estão apresentados nesta matéria.


Aumento de Tensões no Extremo Oriente

25 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: anúncio chinês da nova Air Defense Indentification Zone – ADIZ, áreas disputadas por diversos países, coreanos e norte-americanos, reações dos japoneses | 4 Comentários »

No ultimo fim de semana, o Ministério de Defesa da China anunciou uma nova ADIZ – Air Defense Indentification Zone, no Mar Leste da China, incluindo áreas críticas que abrangem as ilhas disputadas internacionalmente chamadas de Diaoyus pelos chineses e Senkakus pelos japoneses, como estão registrados em todos os órgãos relevantes da imprensa mundial. Já protestaram, ainda em termos diplomáticos, os japoneses, os norte-americanos e seus aliados, bem como os coreanos, todos que possuem interesses nas áreas, alertando sobre os elevados riscos da decisão chinesa.

Todos esperavam que os problemas das áreas em disputa, ainda que motivações internacionais tendessem a acomodar-se em algum tipo de entendimento, fossem resolvidos diante dos volumes dos interesses comerciais envolvidos entre os principais países envolvidos. Ainda que as reações diplomáticas tentem preservar os entendimentos, procurando minimizar a importância do anúncio chinês, todos ressaltam a possibilidade de um incidente com aeronaves que estejam cruzando estes espaços, procurando estabelecer alguns mecanismos de emergências para tanto.

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Quando as dificuldades são marítimas, envolvendo embarcações, ainda tenham se tornados velozes mais recentemente, não são como as aeronaves e foguetes militares, muitos de velocidades supersônicas. Como as distâncias são pequenas nesta região do Mar Leste da China, os tempos disponíveis para alertas são mínimos. Qualquer disparo acidental antes do início das negociações pode desencadear uma crise de proporções monumentais.

Ainda que todos esperem que as devidas cautelas sejam tomadas, já havia tensões que envolvem questões de soberania entre países que possuem cargas históricas lamentáveis, que não conseguem ser absorvidas pelo tempo.

Outros países de comportamento pouco previsível, como a Coreia do Norte, já têm lançado foguetes que provocaram protestos de muitos outros países, bem como acumulação de preocupações. Agora, tanto a China como seus vizinhos contam com muitos armamentos pesados na região, inclusive atômicos. Qualquer acidente pode gerar uma situação de difícil controle.


Esboços da Atual Geopolítica Mundial

24 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: colocações do The Economist, experiências militares, os problemas em ambos os países, teóricas disputas entre os Estados Unidos e a China na hegemonia das próximas décadas

Ainda que sejam estudos de futurologia que dependem muito do que continuará acontecendo nas próximas décadas em todo o mundo, as hipóteses de geopolítica costumam especular sobre o futuro mais longínquo e as possibilidades da China superar os Estados Unidos na hegemonia mundial nas próximas décadas. A revista inglesa The Economist é uma das que insistem neste assunto, ainda que a China sempre afirme que deseja somente a melhoria do padrão de vida de sua gigantesca população que ainda é muito baixa, não tendo pretensões imperialistas. Ela é feita na análise da atual situação dos Estados Unidos, onde visivelmente o presidente Barack Obama perde importância mundial, num país que depende mais do que acontece no seu setor privado, principalmente na economia. A China também se dispõe a efetuar reformas importantes para superar as suas dificuldades de manutenção de um ritmo de crescimento razoável na próxima década, tentando ampliar suas alianças internacionais.

O que parece evidente é que os Estados Unidos se desgastaram muito com as intervenções que promoveram no Iraque e no Afeganistão, inclusive ameaças na Síria que consumiram muitos recursos e prestígios, exigindo que suas presenças como nos mares que cercam a China contem com colaborações dos seus aliados na região, principalmente nos seus financiamentos. A revista entende que os norte-americanos colheram experiências com suas atuações utilizando suas forças militares em conjunto com os drones, o que os chineses não têm, mesmo contando com o apoio da Rússia, que não aprecia a hegemonia dos Estados Unidos. Mas estas contestações só ocorrem no campo diplomático, onde no Conselho de Segurança das Nações Unidas veta em conjunto as pretensões dos norte-americanos como no caso da Síria e do Irã.

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Os Estados Unidos estão melhorando do ponto de vista econômico com o aumento significativo de sua produção interna de petróleo e gás, notadamente do fraqueamento das rochas do xisto que permite combustíveis baratos, ainda que isto continue poluindo suas águas. Eles afirmam que principalmente o gás é menos poluente que o carvão mineral e continuam dando pequena importância ao lançamento do CO2, mesmo que as irregularidades climáticas estejam aumentando, impondo pesados custos sociais em diversas partes do mundo, inclusive no seu próprio país. Estes e outros posicionamentos determinaram o fracasso das reuniões promovidas em Varsóvia, reunido praticamente todos os países do mundo.

Na China, o presidente Xi Jinping parece ter consolidado de forma impressionante o seu comando político, econômico, tanto interno como o de política externa, impressionando o mundo. Deve esmagar as resistências internas como relacionados com a corrupção, poder das estatais como das autoridades locais, ao mesmo tempo em que promove uma forte distensão política interna, ampliando a participação das massas populares. O primeiro-ministro Li Keqiang tende a se tornar somente a sua sombra, para executar o que ficar sobre a sua responsabilidade. Profissionais preparados como com Liu He, com aperfeiçoamentos em Harvard, com um pequeno grupo de liderança deve ajudar Xi Jinping nas difíceis tarefas de reformar radicalmente a China, adquirindo uma importância política que nem Deng Xiaping, reconhecido como o grande reformador, não teve naquele país.

A China vai depender do fornecimento de energia e matérias primas, ampliando suas influências como na África e em outros países emergentes como o Brasil, consolidando também suas alianças com a Rússia. Sua agilidade e pragmatismo são impressionantes, fazendo uso pleno das reservas de moedas estrangeiras que acumulou os últimos anos. Ainda que esteja aumentando o seu poder militar, ele é insignificante diante dos estoques de armamentos, experiências e tropas de que dispõem os Estados Unidos e seus aliados.

Parece que os chineses possuem a plena consciência desta situação, não se dispondo a correr os riscos como os que levaram a antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas à sua dissolução. A corrida armamentista não parece estar nos seus planos, o que leva a entendimentos para uma convivência com os Estados Unidos, como estão sendo promovidos em diversas reuniões e intercâmbios.

Os Estados Unidos, de sua parte, parecem tentar encurralar estrategicamente a China como movimentos de pinças, tanto com os europeus como com seus aliados na região do Pacífico. Mas conflitos militares entre ambos os blocos não são imaginais pelos custos para todos. Do ponto de vista de relacionamento comercial, todos tentam intensificar com acordos de todos os tipos, mas a experiência passada indica que não suficientes para superar os problemas de hegemonia do poder, segundo a revista.

O quadro atual aparenta contar com dirigentes que se tornaram mais pragmáticos que ideológicos, apesar de sempre se contar com radicais por todos os lados. De outro lado, o poder parece estar mais distribuído, não se concentrando somente nas lideranças de dois blocos, havendo um grande grupo de países intermediários que também aumentaram suas participações nas influências internacionais.


Formas de Ver a Aliança Militar dos EUA com o Japão

21 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: evolução do problema da segurança na Ásia, novas revisões entre os Estados Unidos e o Japão, uma visão japonesa

O professor de política internacional da Universidade de Kanagawa Ryo Sahashi, expressa num artigo distribuído pela AJISS – Associação dos Institutos Japoneses de Estudos Estratégicos seu ponto de vista sobre as atuais tendências do entendimento militar entre os Estados Unidos e o Japão. Como todos sabem, depois da Segunda Guerra Mundial, o Japão renunciou a contar com força militar para a sua defesa externa, dispondo somente de meios para a chamada sua autodefesa, passando a contar com o suporte dos Estados Unidos para o que venha a necessitar. Com as despesas militares norte-americanas em diversas regiões do mundo, os Estados Unidos passam a esperar a colaboração dos países aliados para neutralizar o aumento da capacidade militar dos chineses nos mares que cercam a China, com a alegação de proteção de suas rotas de suprimento.

Os dois países mantêm um CCS – Comitê Consultivo de Segurança USA-JAPÃO ao nível dos ministros de Defesa e Relações Externas de ambos os países que se reúnem regularmente, o último no início de outubro último. O Secretário de Estado John Kerry vem afirmando que os Estados Unidos reconhecem que as ilhas Senkaku disputada com a China pertencem ao Japão. Também existem disputas com a Coreia do Sul, e a Coreia do Norte com seus foguetes com armamentos atômicos são preocupações constantes dos japoneses, como do resto do mundo, notadamente dos asiáticos.

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