1 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: ameaças militares, artigo no The Washington Post, dificuldades econômicas, dificuldades gerais de compreensão do que acontece, repercussões no Extremo Oriente
Todos sabem que a Coreia do Norte passa por um período de grandes dificuldades econômicas e fica difícil de compreender-se as descabidas ameaças militares feitas pelo jovem líder Kim Jong Um. Elas se dirigem à Coreia do Sul e aos Estados Unidos, e envolvem diretamente o Japão pela proximidade, desobedecendo às orientações emanadas das Nações Unidas, que recomendam a cessação de lançamentos de foguetes e testes nucleares.
A guerra entre a Coreia do Norte e Sul, que os nortistas consideram não terminada, acabou dividindo a pequena península em duas partes, pela zona desmilitarizada junto ao paralelo 38. Ainda que a parte mais rica em minérios e recursos naturais tenha ficado ao norte, a Coreia do Sul, com a ajuda dos aliados, principalmente dos Estados Unidos, acabou se desenvolvendo aceleradamente como um dos “tigres asiáticos” conquistando com seus produtos importantes mercados externos, desenvolvendo tecnologias que são intensamente utilizadas tanto pelas gigantescas chaebol como as pequenas e médias empresas.
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31 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo originário do The Washington Post reproduzido no The Japan Times, as guerras do Iraque e do Afeganistão custam aos contribuintes norte-americanos entre US$ 4 a 6 trilhões, envolvem as contas com os feridos, estudo de um pesquisador da Universidade de Harvard
Além dos custos diretos das intervenções militares norte-americanas nas guerras fracassadas do Iraque e do Afeganistão, somam-se as pensões e os cuidados médicos aos veteranos feridos que terão que ser reparados numa guerra de mais de uma década, segundo estudos realizados por uma pesquisadora da Universidade de Harvard, Linda Bilmes, professora de políticas públicas. Estes custos limitarão as atividades diplomáticas externas dos Estados Unidos, bem como novas iniciativas militares, que terão que ser custeadas pelos seus aliados, como na Ásia, onde os confrontos com os chineses parecem inevitáveis.
Os Estados Unidos aumentaram os benefícios aos militares em 2001 procurando reforçar os talentos e ampliar as suas fileiras envolvidas no Iraque e em outras localidades no exterior, onde sofriam as pressões de guerrilhas, como os dos radicais mulçumanos reais ou imaginários, alguns que nunca foram claramente identificados. Muitos estoques de armamentos de elevado potencial que eram considerados nunca foram localizados, servindo para tentar assegurar as fontes de suprimento energético do Oriente Médio para os norte-americanos. Muitas vidas foram sacrificadas, tanto dos seus militares como até de civis estrangeiros, e os esforços de reconstrução procuram beneficiar a indústria de construção pesada dos Estados Unidos.
Desembarque de militares falecidos na Guerra do Iraque nos Estados Unidos
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29 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: acirramento com a antecipação da campanha eleitoral, dificuldades nas análises que pretendem ser isentas, exagero na biopolarização, informações superficiais, o Brasil real e o que está na imprensa
Parece evidente que a campanha eleitoral foi antecipada no Brasil, fazendo com que, antes de 18 meses da eleição, haja uma tendência forte no sentido da bipolarização: dos que são contra o atual governo e os esforços de marketing que ressaltam os aspectos positivos da atual administração, mas eles todos ainda são voltados a um pequeno segmento da população. As pesquisas de opinião pública mostram, até agora, que isto não vem afetando a posição da população mais interessada nas medidas que os afetam diretamente no seu cotidiano, proporcionado índices recordes de prestígio para a Dilma Rousseff. Os meios de comunicação ainda são limitados no Brasil, e os principais jornais possuem baixas tiragens, sendo lido somente por uma elite limitada, enquanto as rádios e televisões são mais efetivas nos assuntos que afetam as tendências políticas e econômicas do país.
Comparativamente ao que acontece em outros países, os jornais brasileiros destacam os noticiários internacionais, com menores espaços dedicados aos assuntos que interessam diretamente a população, que são diferenciados por regiões, segmentos, nível de renda, locais onde habitam e uma série de fatores que os distinguem. Um artigo constante do suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico chega ter o título “O rural verdadeiro”, procurando informar sobre uma nova metodologia para desvendar a realidade do Brasil rural, de forma a permitir uma política pública mais eficiente para alcançar este importante segmento da população brasileira. Mas, o mesmo pode ser dito com relação à população da periferia das grandes cidades, ou os diversos bairros que os constituem, com evidente diversidade difícil de ser classificada em grupos. As amostras destas pesquisas, mesmo limitadas, acabam surpreendendo os analistas que são mais influenciados pelos grandes órgãos de comunicação social.
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28 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: antes dos principais jornais brasileiros e internacionais, avanços conseguidos, o elevado interesse de Xi Jinping, velocidade das notícias no China Daily
É incrível que as notícias provenientes de Durban, na África do Sul, foram publicadas antes pelo China Daily do que nos sites dos jornais brasileiros ou os mais importantes internacionalmente. É possível que os chineses estejam dando grande importância à ofensiva da China na África, com a visita do presidente Xi Jinping à África do Sul, para participar da reunião de cúpula do BRICS, ao mesmo tempo em que efetuada uma visita oficial de um Chefe de Estado. Os jornais brasileiros deram antecipadamente a notícia dos primeiros entendimentos com os chineses, bem como as iniciativas iniciais para a criação de um Banco de Desenvolvimento específico para atender as necessidades destes países emergentes, o que poderá beneficias as necessidades de acelerar os projetos de infraestrutura no Brasil.
A imprensa brasileira acabou dando ênfase a detalhes protocolares como o atraso no encontro bilateral de Dilma Rousseff com o presidente sul-africano Jacob Zuma que se demorou na entrevista com Vladimir Putin, provocando o retorno da brasileira para o hotel e não participação do jantar de abertura da reunião de cúpula. Mas, isto é um problema menor, e, apesar de desconfortável, os interesses brasileiros de intensificação dos intercâmbios com os países membros do BRICS devem ser prioritários.
Primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, presidente chinês Xi Jinping, presidente sul-africano Jacob Zuma, presidente brasileira Dilma Rousseff e o presidente russo Vladimir Putin
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28 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: compressão adequada do momento, entrevista de Lula da Silva para o Valor Econômico, qualificações políticas de Lula, reeleição de Dilma Russeff
Existem pessoas que sempre subestimam os que não possuem educação de nível universitário, ainda que muitos exemplos concretos demonstrem que suas capacidades não dependem destes diplomas, havendo muitos que possuem uma inteligência inata com elevada capacidade política. É o caso de Lula da Silva com o qual muitos não concordam e que acaba de conceder uma longa entrevista exclusiva ao Valor Econômico, o primeiro desde que deixou a Presidência da República. Ela foi efetuada pela Vera Brandimarte, nada menos que a diretora de redação, junto com Cristiane Agostine e Maria Cristina Fernandez. Sua leitura seria útil até para os seus adversários políticos, pois os chineses sempre ensinaram que para disputar com seus adversários, uma das condições indispensáveis seria o bom conhecimento deles.
Lula da Silva, que começou a sua vida profissional como um simples metalúrgico, demonstrou a sua capacidade de liderança como sindicalista e montou uma equipe de admiradores que sempre reconheceram a sua qualidade, pois os que conviveram com ele desde aquela época admitiam que acertava em diversas orientações muito mais que os outros que se tornaram os seus liderados, possuindo uma capacidade inata. Descoberto pelos que entendiam que o sindicalismo brasileiro não poderia ser monopólio dos que adotavam ideologias marxistas, medidas foram tomadas para a sua promoção, pois ele era de origem católica, que teve tanto sucesso que chegou à Presidência da República, e continua sendo um influente político que consegue selecionar candidatos que possuem a habilidade de atender as aspirações populares, ainda que combatido por muitos da elite econômica brasileira e os que vivem dos privilégios proporcionados pelo sistema financeiro nacional. Muitos que admitem estas qualidades de Lula da Silva, compreendendo também seus defeitos, são confundidos como lulistas, ainda que sejam analistas independentes. Infelizmente, a disputa política nem sempre se realiza com a racionalidade desejada.
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo
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25 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a entrevista de Xi Jinping para o Valor Econômico, desconhecimentos recíprocos, intensificação das intenções de intercâmbio sino-brasileiro, reunião do BRICS na África do Sul
Tudo indica que existem oportunidades para uma substancial elevação do nível de intercâmbio do Brasil com a China, deixando o Brasil de ser um mero fornecedor de minério de ferro, soja, petróleo, celulose e açúcar, e a China exportadora de uma ampla gama de produtos industrializados. A coluna de Sergio Leo no jornal Valor Econômico cita com moderação a lista de algumas das promessas e problemas, com base na privilegiada entrevista concedida por Xi Jinping à Claudia Safatle do mesmo jornal na companhia de somente outros quatro veículos. Como na próxima reunião do BRICS na África do Sul, quando Xi Jinping deverá ser a estrela de destaque, encontrando-se com a Dilma Rousseff.
Os que acompanham a evolução das relações bilaterais entre os dois países, ainda que seu volume e valor tenham crescido nos últimos anos, mais pelo acelerado crescimento da economia chinesa, notam as grandes lacunas existentes. Basicamente, os brasileiros não conhecem a complexa e gigantesca China com longa história, cultura e extensão geográfica predominantemente na região temperada. Como os chineses desconhecem o igualmente complexo e continental Brasil, também emergente, mas muito jovem historicamente, com uma forte miscigenação não só étnica, cultural, como de tecnologias e investimentos estrangeiros, ocupando uma região tropical.
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24 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: dois exemplos lamentáveis, mesmo com as declarações oficiais em contrário, produção de gás do xisto nos Estados Unidos, tráfego de vida selvagem no Oriente
Mesmo aqueles que não são conservacionistas radicais ficam assustados com a acelerada continuidade dos danos ao meio ambiente praticado em nome da necessidade do desenvolvimento ou outras dificuldades como dos seus controles e punições. Os Estados Unidos e a China continuam apontados como os principais poluidores, além de outros fatos que sacrificam a sustentabilidade, apesar dos discursos oficiais pelas suas reduções. Os asiáticos figuram entre os que mais fazem estragos aos animais e plantas que se encontram com risco de extinção.
Um dos casos alarmantes é a exploração do gás do xisto que se tornou a base da política para os Estados Unidos atingirem a sua independência energética e conseguirem a ativação de sua economia como perseguida pelo governo Barack Obama. O site do Bloomberg publica um artigo de Mark Dragem informando que o atual indicado para a Secretaria de Energia, Ernest Moniz, que deverá se examinado pelo Senado no dia 9 de abril próximo, está em situação desconfortável, mas deve ser aprovado. Ele que é atualmente chefe do Instituto de Energia do Massachusetts Institute of Technology – MIT. Esta organização publicou um relatório de 2011 afirmando que os riscos ambientais desta exploração “são desafiantes, mas gerenciável”. Descobriu-se que o relatório foi escrito por representantes da indústria de petróleo e gás daquele país, que possuem interesses profundos nesta discutível posição, que deveria ser independente.
Ernest Moniz
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23 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: CFR – Conselho de Relações Exteriores, segurança ambiental tornou-se preocupação fundamental, simpósio com a Conservação Internacional, think tank da maior importância
Uma das mais importantes organizações dos Estados Unidos, a poderosa think tank CFR – Council on Foreign Relations juntou-se à CI – Conservation International, uma das mais relevantes no mundo para a sustentabilidade para promover um Simpósio conjunto sobre “Recursos globais, a economia dos EUA e a segurança nacional”, consagrando que a segurança ambiental tornou-se a preocupação fundamental (mainstream) dos Estados Unidos. O evento reuniu a nata dos responsáveis pela inteligência do país, economistas de desenvolvimento, especialistas em defesa, biólogos da conservação e executivos de empresas para discutirem a rápida degradação dos recursos naturais do globo e suas terríveis implicações para a estabilidade e a prosperidade à longo prazo.
As discussões provocativas foram além do aquecimento global para avaliar as implicações do desmatamento e desertificação, o colapso da pesca, a destruição dos meios ambientes e a escassez de água. A CFR é conhecida pelas suas preocupações com temas como a paz no Oriente Médio, proliferação do poder nuclear e o aumento do poderio chinês, mostra que a sustentabilidade tornou-se a preocupação fundamental dos responsáveis pela política externa dos Estados Unidos.
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22 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a evolução nos próximos 18 meses, gestão e efeitos eleitorais, sucessão brasileira na imprensa internacional, The Economist escreve sobre Aécio Neves
A sucessão federal do Brasil está tomando espaço na imprensa internacional. A prestigiosa The Economist na sua edição da próxima semana enfoca a performance de Aécio Neves em Minas Gerais, mas admite que ainda não conseguiu conquistar o Brasil com sua fórmula aplicada como governador. O artigo informa que ele conseguiu enxugar a máquina estadual, ao mesmo tempo em que o Estado de Minas Gerais conseguiu resultados mais expressivos que o Brasil como um todo, emplacando seu auxiliar Antonio Anastasia como seu sucessor no governo estadual de forma expressiva, tornando-se senador do seu Estado.
Candidato pela oposição, o Partido da Social Democracia Brasileira procura concorrer com a candidata à reeleição, presidente Dilma Roussef, ainda que ele tenha como outros pré-candidatos Eduardo Campos, governador de Pernambuco, e Marina Silva, que tenta se viabilizar com um novo partido, tendo obtido 20 milhões de votos na última eleição para a Presidência da República.
Aécio Neves foi indicado como candidato à Presidência pelo ex-presidente Fernando Henrique
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21 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as pesquisas de opinião pública, efeitos eleitorais, problemas da economia brasileira, repetição de críticas oposicionistas
Um artigo publicado no Foreign Affairs reproduz as críticas que os oposicionistas ao atual governo fazem internamente. Informa que Dilma Rousseff está em campanha para a reeleição, aumentando as assistências para acabar com a miséria com a Bolsa Família, estimulando que os alunos sejam mantidos nas escolas. Ela descobriu mais 700 mil famílias que necessitam destas assistências, informando que o governo espera que votem nela na reeleição, num raciocínio bem simples. Cortou as tarifas de energia elétrica, eliminou os tributos sobre a cesta básica e reduziu as taxas de juros para estimular o consumo.
Segundo o artigo, ainda que estas políticas sejam populares, a economia brasileira continua pouco competitiva, fazendo com que o seu crescimento esteja abaixo de outros vizinhos latino-americanos ou concorrentes emergentes. A exportação de minérios vem aumentando, mas também a importação de produtos siderúrgicos, inclusive da China. Entendem que os trabalhadores estão sendo beneficiados, mas os sindicatos ligados ao PT entram em greve. O setor de petróleo captou volumosos recursos, mas as ações da Petrobras estão em forte baixa, diante da incapacidade de produção do petróleo do pré-sal, na região offshore.
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