20 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: entrevista à imprensa internacional, ofensiva externa chinesa na comunicação social, prioridade para os Brics, representante do Brasil
O presidente chinês Xi Jinping concedeu a primeira entrevista à imprensa internacional, para a qual foi convidada uma jornalista brasileira, Claudia Safatle, chefe da sucursal de Brasília do Valor Econômico. Constata-se a clara prioridade que a China vai dar ao mundo emergente nos seus reacionamentos internacionais, começando com a primeira visita à Rússia, país com que tem uma grande fronteira internacional, potencialidades de intercâmbio, mas também problemas políticos passados. A próxima visita internacional está prevista para a reunião dos BRICS na África do Sul, tendo revelado na entrevista que deseja entrevistar-se com a presidente Dilma Rousseff para aprofundar os intercâmbios que já começaram com sua visita a Lula da Silva, e deste à China. Não se trata somente do comércio de matérias-primas e produtos primários, mas avançar para setores de intercâmbio tecnológico e produções industriais complementares.
Segundo o artigo públicado pela Claudia Safatle no Valor Econômico, além das perguntas que foram programadas e as respostas na sua íntegra, existem apreciações do seu comportamento que se mostrou objetivo, pragmático e confiante, revelando o domínio que ele conseguiu nos assuntos do país. Ficou claro que a China não tem pretensões hegemônicas, mas é possível concluir que procura se livrar da pinça que os Estados Unidos e seus aliados armam pelo sul, via Oceano Índico e Pacífico, e ao norte pela Aliança Atlântica com a Comunidade Europeia.
Xi Jinping durante entrevista coletiva para diversos órgãos de imprensa internacional
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18 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do China Daily, entrevista do Premier Li Keqiang, estratégia a ser adotada, reconhecimento das dificuldades
Depois da posse do presidente Xi Jinping, a figura executiva mais importante da China é do primeiro-ministro Li Keqiang, que foi escolhido pelo Partido Comunista Chinês para compor dois importantes segmentos da política chinesa. Com uma vivência no exterior, os dois são líderes preparados e procuram ganhar a batalha da comunicação, concedendo uma entrevista à imprensa, dentro dos parâmetros chineses, mas denotando desejos de avanços claros, ao mesmo tempo em que conscientes das dificuldades que devem enfrentar.
Desde o tempo em que foram designados até a aprovação formal pelo PCC, os dois principais líderes tiveram um tempo para consolidar os seus discursos, ao mesmo tempo em que compunham a equipe governamental que mostra um esforço para atendimento das diversas tendências políticas, inclusive dos que não foram devidamente contemplados nas etapas anteriores. Como já postamos neste site, não existe mais o fácil consenso na China e as reformas que deverão ser implementadas gerarão reações que precisam ser neutralizadas. No fundo, trata-se de um desenvolvimento sustentável, com a perseguição da diminuição dos seus problemas como a poluição e as desigualdades.
O primeiro-ministro chinês Li Keqiang durante a sua entrevista à. Foto: Wu Zhiyi / China Daily
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17 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de especialista no Project Syndicate, sinais de pequenos avanços na democracia chinesa, tendências esperadas, válvulas para evitar uma explosão
As informações disponíveis sobre todos os regimes politicamente fechados são precárias e muitos no exterior possuem conceitos distorcidos sobre China. Ignoram que mesmo antes de Deng Xiaping já havia um incipiente mercado, mesmo no período mais duro do período de Mao Tsetung, quando os pequenos produtores rurais entregavam ao Estado metade de sua produção e havia pequenas feiras locais onde eles comercializavam a outra metade de sua produção, fora das fazendas coletivas. As liberdades econômicas ganharam impulso com as reformas introduzidas por Deng Xiaping, e com ela as incipientes medidas que tinham que se ajustar à nova realidade, tanto para atender as necessidades dos mercados como até algumas manifestações políticas que fugiam a possibilidade do controle central.
Num artigo conjunto de Jun Zhang, professor de Economia e diretor do Centro Chinês de Estudos Econômicos da Fudan University de Shanghai e Gary H.Jefferson, professor de Economia e Escola de Negócios Internacionais e chair de estudos do Leste Asiático da Brandeis University de Boston, USA, publicado no insuspeito Project Syndicate, trata com muita ponderação o assunto. Eles colocaram com ponderação que esperam a aceleração da descentralização na China com os novos líderes.
Zhang Jun Gary H.Jefferson
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17 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: Abeconomics no Japão, os problemas de qualquer política econômica, problemas colaterais
Qualquer política econômica nos mais variados países provocam benefícios para alguns, mas também dificuldades para outros. No Japão atual, está se procurando adotar uma política visando à recuperação de sua economia, com uma política monetária mais flexível, que acaba desvalorizando o câmbio, perseguindo-se uma inflação de cerca de 2% ao ano, havendo possibilidade dos juros das poupanças populares contarem com juros negativos. Como as poupanças populares sempre foram altas no Japão, permitindo que seus recursos financiassem muitos programas, inclusive a pesada dívida pública do país, vai se mexer em algo importante, quando comparado com outras economias.
Um artigo no Japan Today, escrita pelos jornalistas Stanley White e Lisa Twronite, chama a atenção que os idosos japoneses chamados Silver Savers acabarão arcando com os custos da atual política que chamam na imprensa como Abeconomics. Cita o caso concreto de um casal, ela Kiyoko Kunigasa, de 74 anos, e o seu marido, de 76 anos, que continuam trabalhando produzindo um doce denominado doriyaki, que tem um recheio de feijão azuki doce. Eles se sustentaram nos últimos 49 anos com este pequeno negócio, poupando para quando não pudessem mais trabalhar, como um grande número de japoneses. Como as aposentadorias no Japão são de valores baixos, os japoneses poupam para poderem sobreviver na velhice condignamente, com os juros e recursos que acumularam que agora acabam reduzidas pela inflação.
Abeconomics põe em xeque os idosos japoneses
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16 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: decisão de participação nos estudos, negociações difíceis, vantagens e desvantagens
Até recentemente, eram membros que estavam estudando a organização da TPP – Trans-Pacific Partnership onze países: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã. Agora, o Japão, por intermédio do seu primeiro-ministro Shinzo Abe, expressou oficialmente a solicitação de sua adesão, como noticiado nos principais jornais do mundo, o que se espera seja aceito até meados do ano. Até o momento, todas as conversas são preliminares, pois existem grandes obstáculos a serem superados. Segundo o jornal japonês Nikkei, os Estados Unidos teriam dificuldades na área automobilística, enquanto o Japão continua sendo pressionado para eliminar as tarifas sobre produtos agrícolas.
Ainda que a produção agrícola japonesa seja de pouca importância, o seu poder político ainda é grande, pois o sistema de eleição distrital faz com que nos distritos que contam com áreas rurais necessitem de menos eleitores para elegerem os seus parlamentares, do que os grandes centros urbanos, onde os votos necessários chegam a ser 100 vezes maior. Procura-se balancear as diferenças de importâncias econômicas com equilíbrios no poder político, como em muitos países. O ministro da Agricultura do Japão, Yoshimasa Hayashi, prometeu fazer os esforços possíveis para evitar a redução das tarifas sobre o arroz, o açúcar (que é de beterraba na maioria, mas de cana no sul do país), trigo, produtos lácteos, carnes bovinas e suínas.
O Japão solicitou adesão ao TransPacific Partnership, formado atualmente por onze países
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14 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no Wall Street Journal, China Dream do Poder Militar, posicionamento de Xi Jinping, riscos | 4 Comentários »
Jeremy Page é um jornalista do Wall Street Journal especializado em China, e no seu artigo mais recente aborda o papel que o Xi Jiping já desempenha no comando efetivo da área militar chinesa. Com os seus pronunciamentos relacionados com o seu China Dream, já vem exercendo o papel de supremo comandante militar, como nunca se viu antes naquele país. Ele afirma que seus antecessores não tiveram uma posição tão determinada, como revelado na visita ao destróier Haikou de mísseis guiados que patrulham as águas disputadas no Mar da China Meridional. Tudo indica que quer comunicar ao mundo que aquele país vai desempenhar um papel fundamental na área, mesmo sem querer um confronto com os Estados Unidos e seus aliados. Os países envolvidos em disputas como o Japão sentirão o peso militar que a China está dando para esta área, que corresponde ao econômico.
Este China Dream significa uma nação forte, e para os militares um poder militar poderoso. Ele também fez uma visita ao programa espacial da força aérea com seus mísseis, o que é uma novidade entre os líderes chineses no exercício do seu poder nos primeiros 100 dias. Eles esperam igualar o poder militar dos Estados Unidos até meados do século. E os militares voltam a recuperar o seu poder na elite política chinesa. Existem alguns que interpretam que ele está tentando consolidar o apoio dos militares para as reformas que a China necessita para continuar com o seu desenvolvimento, e até reduzir o impacto das notícias de corrupção.
Xi Jinping a bordo do destróier Haikou e primeiro porta-aviões chinês Lioning
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8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: livro publicado em 1971 pela Cambridge University Press, Nicholas Georgescu-Roegen, professor visitante na FEA-USP, versão em português
Houve um período na história da FEA-USP – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo que o intercâmbio com o exterior e a vinda de importantes professores já consagrados mundialmente eram mais intensivos. O reconhecido professor Nicholas Georgescu-Roegen esteve por alguns anos como visitante dando suas lições e ajudou a ampliar as possibilidades de formados na Faculdade poderem obter mestrados e doutorados em consagradas universidades no exterior. No próximo dia 20 de março, haverá um lançamento do seu livro, em português, com a participação do professor Delfim Netto que foi diversas vezes ministro e conviveu com ele, e Ibrahim Eris, que foi presidente do Banco Central do Brasil, que foi orientado pelo professor na Universidade de Vanderbilt, conforme nota postada no site da Amália Safatle.
Além do seu profundo conhecimento de ciência econômica, raro no Brasil da época, Georgescu-Roegen publicou o seu livro “The Entropy Law and the Economic Process” pela prestigiosa Cambridge University Press, em 1971, possivelmente um dos primeiros dos economistas de primeira linha que se preocupavam com o meio ambiente, como destaca José Eli da Veiga, ex-professor na FEA-USP no prefácio do livro na versão brasileira. Ele cruzava o conhecimento econômico com o da Física e da Biologia, bem como História e outras ciências sociais, demonstrando uma formação universal, como era mais frequente na Europa daquele período, prejudicado pela excessiva departamentalização do conhecimento que ocorreu nos Estados Unidos.
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4 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: ampla cobertura sobre a África, as relações com o Brasil e a Ásia, limitações e potencialidades
O The Economist é uma revista que está atenta ao que acontece de relevante no mundo, e no número desta semana publica um relatório especial, com diversos artigos. Isto tem uma importância grande para o Brasil que está presente também, notadamente na África de língua portuguesa, onde somos considerados com simpatia como uma espécie de irmão mais velho da mesma origem na metrópole portuguesa. E porque os brasileiros estão presentes na exploração dos seus recursos minerais como potencialidades agropecuárias, principalmente nas savanas africanas que apresentam semelhanças com o nosso cerrado, transferindo tecnologias. Suas produções visam os mercados asiáticos, com economias nos custos de transporte para os grandes mercados compradores da Ásia. Precisamos consolidar as nossas parcerias, antes que eles se tornem importantes concorrentes.
Todos que viajam pelo continente africano constatam que a África de hoje não se resume na imagem estereotipada que ainda muitos possuem sobre este continente. Mas ainda é um continente de contrastes e flutuações, e, segundo o artigo do The Economist, nos últimos dez anos a sua renda real per capita aumentou mais de 30%, enquanto nos últimos 20 anos diminuiu 10%, mesmo que suas estatísticas não sejam totalmente confiáveis. Os investimentos diretos estrangeiros na África de US$ 15 bilhões em 2002 passaram para US$ 37 bilhões em 2006 e US$ 40 bilhões em 2012, ainda que suas estatísticas sejam precárias, com destaque para os efetuados pelos chineses.
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1 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a revista Inovação Brasileiros, artigos interessantes, diversos setores onde eles ocorrem
Muitos esforços de inovações estão ocorrendo em todo o Brasil, apesar de sua intensificação ser indispensável. A revista Inovações Brasileiros, bimestral, acaba informando iniciativas variadas, que vão deste a melhoria na educação, na instalação de um parque tecnológico, produção de bicicletas com o uso do bambu, o parque dos falcões, pesquisas de neurociências em conjunto com os norte-americanos, a produção artesanal de cervejas, a carreira de um executivo, esforços para assistências às aves, veículos de entretenimentos e outros pequenos assuntos.
Acompanhando os seus diversos números, nota-se que esforços estão sendo efetuados, ainda que insuficientes. Mas já é um começo e aumenta a consciência da população que estes esforços necessitam ser apoiados e multiplicados, como já vem ocorrendo em diversos países que estão se desenvolvendo, sejam já avançados ou mesmo emergentes e concorrentes com o Brasil.
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28 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Simon Johnson do MIT Sloan, mudanças no Senado norte-americano, o papel da senadora Elizabeth Warren
Segundo o artigo publicado por Simon Johnson, que é professor da MIT Sloan no Project Syndicate, acende uma luz no fim do túnel, ele que é ex-economista chefe do FMI – Fundo Monetário Internacional e que deve saber o que acontece no mundo financeiro. Segundo ele, as reformas financeiras nos Estados Unidos e no mundo estão na balança. Os problemas que geraram as dificuldades de 2007 não foram corrigidos, sendo que alguns pioraram, dentro da visão que os megabancos globais são “grandes demais para falirem”. E ele ocupou posições que o permitem avaliar o que vem acontecendo no mundo, melhor que a grande maioria dos analistas. E este assunto é de importância capital para o mundo.
Segundo este autor, a Europa está recuando em questões de reformas financeiras. E os Estados Unidos, sob o atual Congresso, não teria uma nova legislação sobre as instituições financeiras. O chamado Dodd-Frank Act de 2010 pode se tornar o esquema para a efetiva regulação, ou poderá se tornar outra promessa vazia. Na realidade, as autoridades de todo o mundo vieram somente socorrendo as instituições financeiras que estavam falidas, premiando seus administradores, com o receio de uma descontrolada reação em cadeia, que poderia colocar em risco todo o sistema. Não resolveram as causas dos problemas, sempre com a argumentação que eram instituições demasiadamente grandes para falirem. O autor deposita as esperanças na nova senadora Elizabeth Warren de Massachusetts.
Simon Johnson Elizabeth Warren
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