25 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: importância do intercâmbio econômico, tentativa de superar as disputas de ilhas, Xi Jinping aproveitou a visita do líder do New Komeito
Aproveitando a visita do líder do New Komeito, Natsuo Yamaguchi, a Beijing, coligado com o LDP – Partido Liberal Democrático que comanda atualmente o governo japonês, o secretário-geral do PCC – Partido Comunista da China, Xi Jinping, transmitiu que deseja preservar as relações bilaterais, apesar das disputas sobre as ilhas denominadas Senkaku pelos japoneses e Diaoyu pelos chineses. A notícia consta tanto do jornal econômico japonês Nikkei, baseado numa nota distribuída pela agência Kyodo, como do jornal oficial da china China Daily, que é a versão inglesa do Xinhua da China, que inclui uma foto da entrevista.
Todos sabem que a China vem utilizando muito das tecnologias das empresas japonesas instaladas naquele país, bem como os produtos chineses abastecem muito do mercado varejista do Japão, inclusive os supermercados. O intercâmbio de bilateral vinha sendo prejudicado pela disputa das ilhas Senkaku/Diaoyu, criando um clima hostil, que a revista inglesa The Economist aventava até chegar a um conflito armado. Muitas empresas japonesas instaladas na China, como as automobilísticas, estavam sofrendo quedas nas suas vendas para os chineses, e o número de turistas chineses para o Japão tinha se reduzido de forma sensível.
Encontro de Natsuo Yamaguchi com Xi Jinping teve um clima amigável
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22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: difícil execução dos projetos, discursos das autoridades, execução dos planos, formulação da política
Ainda que muitas autoridades elaborem bons planos de governo, e seus discursos sejam bem formulados, verificam que existem mais dificuldades para a sua execução do que estimavam. Há um dito em política que diz que o papel aceita tudo, mas a execução dos projetos e programas exigem mais suor e paciência, além de outras habilidades indispensáveis, para se tornarem realidade, principalmente num cenário interno e externo pouco favorável. Quando existe um entusiasmo geral, tudo parece mais fácil de ser executado, ainda que sempre haja exageros e desperdícios nestes movimentos emocionais. Quando se trata de reerguer a economia, com o pessimismo sendo alimentado pelos adversários políticos, tudo parece ficar mais complicado.
Isto não acontece somente no Brasil, mas na maior parte do mundo, tanto desenvolvido como emergente. Ainda que muitos críticos aleguem que o governo brasileiro só se preocupa com o aumento da demanda, parece que ele também se torna indispensável, pois quando a economia mundial ainda está contida, fica difícil alavancar a economia com os estímulos das exportações. E sem demanda ou suas expectativas, infelizmente, não se efetuam investimentos, pois os públicos encontram tanto a barreira dos recursos disponíveis, como de executores eficientes, havendo grandes riscos de desvios.
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22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: comportamento raro, depois de eleito continuou como antes, José Mujica manteve seus hábitos
Um artigo originalmente publicado por Simon Romero no The New York Times foi republicado no suplemento da Folha de S.Paulo em português, descrevendo o comportamento do novo presidente José Mujica do Uruguai, depois de eleito. Ele mantém os hábitos de um modesto oposicionista, continuando a viver com sua esposa, senadora naquele país, também uma ex-guerrilheira, numa simples residência, sem empregados, preparando ele mesmo as suas refeições, segundo o artigo, contando somente com dois policiais que ficam no outro lado da rua onde mora.
Ex-guerrilheiro como Dilma Rousseff, mora na periferia de Montevidéu, dispensando as honrarias de presidente, bem como as mordomias usuais. Seu patrimônio era equivalente a US$ 1.800 antes de ser eleito, e continua com o Fusca 1987 estacionado na sua garagem.
O presidente do Uruguai José Mujica com seu fusca
Ele não usa gravata e doa 90% do seu salário, principalmente para projetos de habitação popular. Não é mais um radical como no passado, mas se mostra aberto para novas ideias.
Ele não fala do período em que esteve preso, pois acha que tudo deve começar de novo. O Uruguai vem crescendo 3,6% ao ano, e o presidente parece convencido que nem tudo deve se resumir na perseguição da melhoria econômica, admirando a vida simples dos pastores de cabra.
Certamente, ele se diferencia de outros mandatários, até na América do Sul. Muitos políticos brasileiros, principalmente os prefeitos e deputados, poderiam aprender um pouco com ele.
22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: brasileiros contam com dificuldades para algumas análises, economias com redução da população, o caso da Rússia, o caso do Japão
Um interessante artigo de Andrew E. Kramer, publicado originalmente no The New York Times, foi republicado no suplemento da Folha de S.Paulo em português. Refere-se a recente multiplicação de shoppings na Rússia para atender a classe média local, ainda que sua população venha se reduzindo recentemente. Este tipo de redução populacional observa-se também no Japão, que provocam fenômenos pouco conhecidos em países como o Brasil, que continua aumentando a sua população, ainda que na faixa dos mais idosos.
Naturalmente, quando a taxa de crescimento populacional passa a ser negativa, muitas das demandas que eram fortes no passado passam a deixar espaços para outras. Por exemplo, o número de habitações necessárias diminui ainda que haja espaços para as suas melhorias, os investimentos em ensino primário diminuem, maternidades ficam menos necessárias e outros gastos indispensáveis para as crianças ficam reduzidas, tanto para o governo como para as famílias. É interessante observar que demandas de produtos de melhor qualidade tendem a subir, inclusive muitos de luxo, com as poupanças realizadas.
Alguns shoppings de Moscou
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17 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo sobre o Brasil no The Economist, gráfico atribuído ao IBGE e Nomura, quando a posição crítica leva à irracionalidade, texto reproduzindo críticas de analistas brasileiros | 2 Comentários »
A revista The Economist está atualmente muito crítica ao governo brasileiro, tendo razões em algumas observações, mas cometendo erros incompreensíveis para a sua qualidade, num gráfico que está utilizando, citando como fonte o IBGE e a Nomura, possivelmente pelo seu escritório local. Está no número que deverá circular no próximo dia 19, mas que já está disponível no seu site. Apresenta o crescimento do GDP (PIB em português) e deduz a inflação, como se este dado fosse nominal, quando na realidade é real, ou seja, já está sem a inflação. Mesmo com a contrariedade de sua equipe com a presidente Dilma Rousseff e seus ministros, e a favor do sistema bancário e investidores no mercado de capitais, este tipo de desinformação acaba comprometendo a sua credibilidade, como vem procurando fazer com a do governo.
O artigo do The Economist afirma que os brasileiros estão desapontados com os resultados no final do ano, com a previsão de somente 1% de crescimento em 2012, o que em grande parte é verdade. Fala dos artifícios utilizados para a redução do déficit fiscal primário, o que também é correto. Bem como uma inflação mantida abaixo do máximo da meta do Banco Central, manipulando preços da gasolina e dos transportes públicos, informando que estas pressões ocorrerão neste ano, o que deve ser verdade em grande parte.
Gráfico publicado no The Economist
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15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: interpretação dos pronunciamentos dos novos líderes chineses, muitas reformas a serem implementadas, um crescimento mais modesto perseguindo a sustentabilidade
Todos reconhecem que o professor Michael Pettis, da Universidade de Peking entre outros importantes cargos, está entre os mais qualificados para compreender o que está se passando na China. Ele vem sustentando que a economia chinesa só pode manter o seu crescimento promovendo reformas profundas, nos diversos artigos publicados no seu site. E lista uma série de pronunciamentos das novas autoridades no mesmo sentido, mas ainda não ficam claro exatamente quais são as reformas e como serão efetuadas.
Todos sabem que o recente desenvolvimento acelerado por que veio passando a economia chinesa aprofundou as desigualdades, notadamente entre o setor urbano industrial situado na costa leste e o interior rural, bem como entre as pessoas. Que o nível de poluição atingiu um ponto de comprometimento deste desenvolvimento, e que a economia chinesa precisa passar a depender mais fortemente do seu mercado interno, pois o resto do mundo não oferece os estímulos suficientes.
Michael Pettis Xi Jinping Li Keqiang
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15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Peter Singer no Project Syndicate, generalizações sempre perigosas, inclusão dos brasileiros, o problema da ética na agricultura
Peter Singer é um australiano, professor de ética na conhecida Universidade de Princeton dos Estados Unidos e Laureado Professor da Universidade de Melbourne na Austrália, e escreveu um importante artigo sobre a maciça aquisição de terras africanas pelos estrangeiros que merece uma adequada atenção. Parece que ele, ao generalizar o problema, pode levar a conclusões algumas vezes injustas, que deveriam ser ressalvadas. Ele informa que desde 2000 até hoje, mais de 83 milhões de hectares de terras agrícolas foram adquiridas pelos estrangeiros, nos países mais pobres, na África, principalmente, cifra que corresponderia a um país como Quênia.
Ele agrupa os investidores públicos e privados em três grupos diferentes: as economias emergentes como a China, a Índia, o Brasil, a África do Sul, a Malásia e a Coreia do Sul; os ricos países produtores de petróleo, como os do Golfo; e os desenvolvidos, como os Estados Unidos e os europeus. Em média, a renda per capita dos investidores seria quatro vezes maiores do que os que estão vendendo. Ele não inclui os australianos, devendo-se lembrar de que naquele país as terras agrícolas são concedidas por prazos longos, sem serem vendidas, como acontece em alguns países que foram influenciados pelos ingleses.
Professor Peter Singer
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15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo até no China Daily, impossível que não haja reação, medidas de emergência, notícias sobre a poluição na China
Todos sabem que os dois países que mais poluem no mundo são os Estados Unidos e a China, que continuam resistindo na fixação de metas quantitativas mesmo com as sucessivas reuniões internacionais, com o patrocínio das Nações Unidas, como a última realizada em Doha. As calamidades provocadas pelo aquecimento global estão à vista de todos. Além das matérias distribuídas pelas agências internacionais de notícias, até o China Daily, que é o órgão oficial do governo chinês, admite que Beijing chegou ao limite máximo tolerável, exigindo a paralisação ou a redução de muitas atividades, inclusive a suspensão das aulas nas escolas.
Aquele jornal oficial informa que o Índice de Qualidade do Ar na maior parte de Beijing chegou a 500, o máximo de poluição, pelo terceiro dia, exigindo a tomada de medidas de emergência, inclusive com as informações fornecidas pelas autoridades municipais sobre o assunto, a chamada Beijing Municipal Environmental Protection Bureau. Atividades esportivas ao ar livre foram suspensas, assim como as aulas nas escolas primárias e secundárias. As construções foram suspensas em 28 lugares, e 54 empresas reduziram em 30% suas atividades.
Foto publicada no China Daily mostra a poluição que atingiu a chamada Third Ring Road no sábado
A foto publicada no China Daily é assustadora, e mostra a chamada Third Ring Road, ou seja, algo como a Estrada do Terceiro Anel de Beijing. O artigo informa que Beijing possui uma população fixa de cerca de 20 milhões de habitantes, com cerca de 5,2 milhões de veículos. E admitem que a poluição decorre dos combustíveis usados, inclusive com os carvões minerais utilizados no inverno rigoroso, sem que haja ventos que os transportem para outras áreas.
Também muitos cientistas norte-americanos admitem que as irregularidades climáticas, como o desastre provocado pelo furação Sandy, decorrem do aquecimento das águas dos oceanos, que está acelerando os degelos, ao mesmo tempo que ocorrem nevascas pouco observáveis no Hemisfério Norte. Inclusive em Israel, provocando também inundações na Palestina, regiões onde estes fenômenos são pouco frequentes, na intensidade observada.
As inundações que estão ocorrendo em muitas regiões dos trópicos são decorrentes de precipitações concentradas e elevadas, mostrando que o clima caminha de forma irregular, mais que o esperado. Ainda que as provas científicas não permitam diferenciar dos longos ciclos climáticos que afetam todo o globo, certamente a coincidência é chocante, com a perda de muitas vidas e grandes prejuízos materiais.
Não é possível que as autoridades dos dois maiores países poluidores do mundo continuem indiferentes. Medidas emergenciais pouco resolvem se não forem adotadas políticas claras, com metas definidas, procurando uma solução a prazo médio e longo. Ou os desastres continuarão se repetindo, possivelmente em maiores intensidades.
É evidente que todos têm que contribuir também os países emergentes como os em desenvolvimento, fazendo sua parte no esforço global. Mas os maiores responsáveis que estão sendo punidos com as consequências precisam ser os primeiros a adotarem uma política consistente.
12 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo sobre plágios na arquitetura chinesa, cópias de projetos brasileiros, reproduções de trabalhos chineses no mundo
Um artigo publicado por Silas Marti na Folha de S.Paulo informa que muitos trabalhos arquitetônicos de todo o mundo foram copiados pelos chineses. A torre Eiffel tem uma cópia idêntica na China, como outros trabalhos de arquitetos conhecidos, inclusive de projetos executados no próprio país. Alguns estão provocando processos legais sobre os direitos de autorias, mas outros, como a reprodução de um vilarejo austríaco de Hallstatt em Guangdong na China, geraram a simpatia da original, cujo prefeito firmou uma parceria com os chineses, estimulando o turismo para a Áustria.
Segundo o artigo, este costume de copiar os projetos é considerado uma habilidade na China, desde a antiguidade, informando que alguns imperadores reproduziram palácios que foram conquistados, mostrando que são capazes de construí-los até melhores. No caso da Eiffel, torres semelhantes também existem em Tóquio, que serviam para as transmissões de telecomunicações, que está sendo substituído pelo atual novo Skytree.
Torre Eiffel de Paris, Tower de Tóquio e réplica da Eiffel em Beijing
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11 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: caso das licitações dos portos, críticas agudas mesmo sobre tentativas de correção, falta das críticas locais, os problemas tributários, posição ideológica do The Economist
Todos conhecem as posições ideológicas do The Economist e seus artigos, mesmo quando tratam de assuntos que os governos procuram corrigir como no caso dos portos brasileiros. Acabam soando como extremamente severos quando se trata de países que possuem governos com tendências que denominam esquerdistas. E até quando as autoridades fiscais impõem multas pesadas, não somente sobre empresas privadas como estatais como a Petrobras. No número do The Economist da próxima semana, estes dois assuntos estão abordados com um tom crítico que supera as dos veículos de comunicação social do Brasil que fazem oposição ao governo atual, ainda que tenham algumas razões para apontar muitas irregularidades. Como também atingem, muitas vezes, o próprio Reino Unido, deve-se concluir que faz parte da ironia inglesa, que chega a ponto de cansar os seus leitores, que não possuem o mesmo fair play.
Usando como gancho a iniciativa do governo brasileiro de ampliar a concorrência nos portos, concedendo novos terminais privados, além dos que já existe tradicionalmente no Brasil, o artigo tem o título de “a Pirataria à luz do dia”, referindo-se às taxas cobradas para atracamento dos navios e descargas, que seriam o dobro da média observada na OECD, segundo observações do Banco Mundial para os contêineres. Além dos subornos e outras taxas para intermediários, assunto que não é tratado em profundidade pela imprensa local. É preciso lembrar que a irregularidade só existe quando existem no mínimo o corruptor e o corrupto, sendo que uma parte costuma ser privada.
Vista aérea do porto de Santos, o principal do País
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