9 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: acostumados a trabalhar com regras estáveis, artigo no Nikkei sobre as dificuldades de adaptação, mudanças no Sudeste Asiático, problemas em todo o mundo | 6 Comentários »
Diante da falta de crescimento da demanda interna do Japão, muitas empresas japonesas estão ampliando suas atividades no exterior, principalmente nos países asiáticos. Com as atuais dificuldades na China e na Coreia do Sul, decorrentes das disputas de ilhas, procuram-se mais os países do Sudeste Asiático, mas as condições que encontram diferem muito das japonesas, com as quais estão acostumadas. Um artigo publicado no jornal econômico Nikkei informa as dificuldades que encontram com as mudanças nas regulamentações, as diferenças culturais e religiosas, que aumentam seus riscos.
No Vietnã, por exemplo, a partir deste ano, os aparelhos eletrodomésticos passaram a exigir a anexação da informação sobre o seu consumo de energia, e como isto é um dos pontos fortes do Japão, os empresários ficaram satisfeitos. Mas as faltas dos detalhes desta regulamentação estão deixando-os nervosos, diante das constantes alterações que são introduzidas. Na Indonésia, os empregados de uma indústria automobilística japonesa estão protestando diante da embaixada japonesa. Na China, ainda que parte da produção japonesa seja voltada para a exportação para outros países, as dificuldades políticas estão ampliando as dificuldades.
Leia o restante desse texto »
9 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: comunicações, dificuldades atuais, energias e transportes, experiências passadas, recursos humanos | 2 Comentários »
Parecem acentuadas as dificuldades atuais do governo na gestão dos muitos projetos que pretendem executar, nos três níveis da administração pública. Os projetos estão sempre atrasados nos seus cronogramas, apresentando também problemas de diferenças de qualidades e aumento dos custos, quando comparados com os já privatizados. O Brasil, ainda que seja um país emergente, onde todos estes problemas sempre foram encarados como naturais, aparenta contar recentemente com dificuldades acima do razoável, principalmente tendo em conta que já houve períodos de maior eficiência nestes trabalhos brasileiros, evidentemente quando o número deles era menor que atualmente. Apesar dos esforços de muitas autoridades e os avanços democráticos e sociais obtidos no Brasil, não se consegue ainda uma gestão eficiente como a desejável na execução dos projetos.
Quando não existe numa regularidade na execução dos projetos e de forma crescente, as dificuldades parecem aumentar, como aconteceu nas ferrovias e nos projetos de construção naval, que já foi importante no país. No caso do setor de energia elétrica, o Brasil foi capaz, com a assistência do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a ativa participação da CIBPU – Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai, estabelecer o seu programa para a grande região Centro Sul do Brasil, criando até a Eletrobras. Dezenas de usinas foram programadas, do montante das bacias em direção à jusante, com o melhor aproveitamento das águas disponíveis, com horizonte mínimo de 25 anos projetado para o futuro. Compreendiam as dezenas de usinas dos rios Grande, Tietê, Paranapanema e até o Paraná, para destacar os mais importantes, com diversos aspectos relacionados com o uso das águas considerados nos projetos. Multiplicaram-se as empresas privadas brasileiras de engenharia de projetos de grandes estruturas, e as empresas de construções pesadas estavam capacitadas, até chegar à fenomenal binacional Itaipu, quando o Brasil impressionava o mundo com o domínio da tecnologia mais avançadas disponível na época para este tipo de construção. O Brasil passou a contar com a matriz energética menos poluente no mundo, utilizando a hidroeletricidade.
Vistas da hidroelétrica binacional de Itaipu
Algo semelhante ocorreu, entre outros setores, nos transportes com a rede rodoviária nacional, que integrou este país de norte a sul, de leste a oeste, quando antes o país era constituído de ilhas regionais. Brasília já tinha acelerado a marcha para o Oeste, e o país chegou até aos desafios como a Transamazônica, a Cuiabá-Porto Velha, Cuiabá-Santarém atingindo até a rodovia Perimetral Norte, ampliando a ocupação brasileira geograficamente. Antes, o país estava concentrado nas regiões Leste e Sul, tanto nos períodos de administração democrática como autoritária.
Projetos importantes como a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias e a Embraer chegaram a se juntar à Petrobras e a Vale, ajudando a consolidar o país e a projetá-lo para o exterior, para somente mencionar alguns destaques. Empresas privadas brasileiras de construção pesada se tornaram importantes no mundo desenvolvido, executando projetos que não implantamos no Brasil.
O que nos levou a perder este ritmo passado? Tudo indica que se diluiu a capacidade de pensar grande e num prazo mais longo, herdada do período que se seguiu a Segunda Guerra Mundial, quando se acreditava que o planejamento era capaz de provocar o desenvolvimento econômico no mundo. Foram sucateadas as muitas empresas de engenharia de projeto, sem as quais a execução sempre se torna mais complicada, inclusive de suprimento adequado dos recursos financeiros.
É interessante observar que mesmo nos períodos conturbados politicamente, como no final dos anos cinquenta e começo dos anos sessenta do século passado, projetos como o da Vale, que integravam o transporte de minérios para o porto de Tubarão foram executados, sem perda de continuidade, com contrapartidas no exterior. Com parceiros do outro lado do mundo, e esquemas financeiros baseados nos contratos de fornecimento de longo prazo. O mesmo foi repetido, em escala maior no projeto Carajás, que escoava a sua produção pelo porto de Itaquí.
Podem-se tentar algumas observações sobre as dificuldades atuais, não as subestimando, pois são muitas e poderosas. Não parece conveniente, mesmo que a presidente Dilma Rousseff tenha uma formação tecnocrata, seu envolvimento exagerado e direto nos projetos setoriais que parece inibir muitas autoridades. Aparenta ser recomendável que a Presidência conte com um anteparo de poucos e competentes ministros para comandar a consolidação dos setores de infraestrutura, que tenham experiência na execução de obras, mesmo que necessitando do suporte político. Uma estrutura semelhante ao do Estado Maior poderia ser adotada, que também é utilizada no setor privado, com a clara definição da hierarquia e responsabilidades, bem como das tarefas. A Presidência só determinaria as orientações gerais efetuando as cobranças dos seus ministros, bem como as arbitragens necessárias.
Nos variados organismos envolvidos na maioria dos projetos, parece indispensável que seus dirigentes formem uma verdadeira equipe, consciente da missão que lhes cabe, mesmo tendo que atender as conveniências políticas regionais. Composições de personalidades de diferentes qualificações e subordinadas às várias facções políticas, que compõem a base política do governo, dificilmente proporciona a eficiência desejada.
Muitos projetos complexos foram executados no passado com o financiamento de organismos internacionais, como o Banco Mundial ou BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, ainda que suas exigências sejam muitas vezes exageradas e seus recursos não sejam hoje os mais convenientes. Mas elas ajudam a resistir às pressões políticas de alguns segmentos locais.
Muitas reclamações são levantadas sobre as exigências, como as de preservação do meio ambiente, ou atendimento das reservas de toda natureza já existentes. Ainda que estas negociações sejam demoradas e burocráticas, todas elas necessitam ser atendidas no período da elaboração dos projetos de execução.
Muitos organismos de diferentes ministérios acabam sendo envolvidos em diferentes projetos. A constituição prévia de um mecanismo de negociação pode ser estabelecida, não se facilitando a sua revisão na fase de execução. Sempre que surgirem eventuais problemas que não estavam previstos, as arbitragens parecem convenientes serem efetuadas num escalão mais elevado, até em alguns casos chegando até a Presidência da República.
Parece conveniente que consultas prévias sejam efetuadas com organismos de prestação de contas, e em alguns casos envolvendo alçadas de outros poderes, que poderiam apresentar seus pontos de vista antecipadamente sobre aspectos mais controvertidos.
Como vem acontecendo em conselhos com a participação de empresários, poderia se estabelecido um com a representação de executivos que já tiveram a experiência de execução de projetos de envergadura no setor público, inclusive com a participação do setor privado ou de organismos internacionais. Parece um desperdício que experiências acumuladas localmente no passado não sejam aproveitadas nos atuais projetos, mesmo que os avanços tecnológicos sejam apreciáveis.
Muitos acreditam que empresas internacionais de consultoria poderiam ajudar nestes projetos. Salvo raras exceções, somente nos períodos de suas elaboraçõesc elas parecem serem úteis, pois nas execuções as complicações parecem mais internas, com muitos técnicos internacionais contando com dificuldades para absorverem todas as especificidades brasileiras.
Mesmo que não sejam somente estas as contribuições a serem aproveitadas, parece crucial que venham a ser adotadas inovações nas gestões dos grandes projetos, até para atender os reclamos razoáveis da opinião pública que precisam se sentir participantes das decisões.
7 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: o desenvolvimento dos países que constituíam a URSS, pouca atenção a eles, poucas notícias
Apesar de muitos receberem notícias esparsas sobre os países que constituíram a antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, elas não vêm recebendo da opinião pública mundial a mesma atenção, por exemplo, dos países do Sudeste Asiático, ainda que também passem por uma expansão econômica e consolidação política. Alguns destes países já tinham a sua importância antes de se separarem da Rússia, como a Geórgia, a Ucrânia, a Lituânia, o Azerbajão e os demais que são menos lembrados. Outras já eram independentes como a Polônia, a Hungria, a Yugoslávia, a Romênia, a Bulgária, a República Checa e a Eslováquia, apesar de serem consideradas do Leste, e também terem tendências socialistas, com muito planejamento centralizado.
O fato concreto é que estes países que já contavam com uma população com etnia definida, cultura consolidada, bem como uma infraestrutura respeitável, estão passando por uma nova fase de aceleração do crescimento, até por estarem fora da zona do euro e com políticas econômicas diferenciadas. Contam com respeitáveis recursos humanos e naturais, além de estruturas econômicas elaboradas, sendo competitivos em muitas atividades.
Mapa do Leste Europeu e a Torre de Azerbajão
Leia o restante desse texto »
30 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo no Nikkei, surpreendente transformação de Mianmar, ultima fronteira no Sudeste Asiático
Mesmo no mundo que enfrenta os mais variados problemas, observa-se que Mianmar, antiga Burma, está chamando a atenção mundial pela sua surpreendente transformação. Este país do Sudeste Asiático está sendo considerada a última fronteira do desenvolvimento, contando com uma população de 60 milhões de habitantes. Faz fronteira com a Tailândia, China, Laos, Índia e Bangladesh. Como passou por uma das mais terríveis guerras civis, com a participação de um dos mais violentos regimes autoritários, tornou a sua principal dissidente Aung San Suu Kyi merecedora do Prêmio Nobel da Paz, mas ela foi mantida em prisão domiciliar por longo tempo. Hoje, ela que é uma parlamentar eleita em 2010, primeira eleição livre depois de 20 anos, ajuda a atrair a atenção do mundo para apoiar o seu desenvolvimento e na consolidação de sua frágil democracia.
Um artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa que o Japão está ajudando na instalação de sua infraestrutura, enquanto os seus ruralistas criam o búfalo e a população começa a receber as primeiras assistências para a melhoria de sua condição de vida. Instalam-se zonas econômicas especiais como em outros países asiáticos, notadamente a China. Como os salários locais são baixos, atraem hoje a indústria de confecções do exterior, e a população procura habilitar-se no uso da informática. Tudo está ajudando a transformar o país num alvo de interesse internacional, tendo merecido a visita do presidente Barack Obama recentemente.
Leia o restante desse texto »
28 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo sobre o custo da retirada no The Washington Post, parte das dificuldades dos Estados Unidos, reproduzido em português no O Estado de S.Paulo
Um artigo de Walter Pincus, do The Washington Post, foi republicado em português no O Estado de S.Paulo, tratando do alto custo da retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, estimado em mais de US$ 5,7 bilhões, quando a economia dos Estados Unidos enfrentam problemas. Não se trata de um caso isolado, mas uma sequência que vem do Iraque e outras intervenções que sempre resultaram em poucos resultados positivos do ponto de vista militar e político. Estima-se que os Estados Unidos gastaram US$ 1 trilhão ou mais no Afeganistão, que, por não ser um país marítimo, exigirá elevadas despesas para a retirada.
Todas estas intervenções militares, desde a Guerra do Vietnã, apresentaram custos fabulosos, sem que os resultados fossem satisfatórios. Espera-se que os Estados Unidos já tenham aprendido estas lições, mas continuam cogitando delas envolvendo parceiros que não parecem dispostos a arcar com parte dos seus custos. Mesmo no atual caso da Síria, todos procuram, no máximo, um bloqueio do fornecimento de armamentos e outros suprimentos vitais para o governo sírio que insiste em se manter no comando, ainda que tendo com uma oposição generalizada, interna e externa.
Leia o restante desse texto »
27 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: muitos novos capitalistas chineses descendem dos líderes companheiros de Mao Tsetung, os relacionamentos com as estatais chinesas, toda a sorte de irregularidades e privilégios
Um grande grupo de jornalistas da Bloomberg publicou um longo artigo denunciando que descendentes dos chamados “Oito Imortais”, que apoiaram Deng Xiaoping após a morte de Mao Tsetung na abertura da China para a economia de mercado, contaram com inúmeros privilégios que lhes permitiram acumular grandes fortunas. A íntegra do artigo pode ser acessada, em inglês, no: http://www.bloomberg.com/news/2012-12-26/immortals-beget-china-capitalism-from-citic-to-godfather-of-golf.html. A Bloomberg alega que muitos dos mencionados não responderam as questões que lhes foram formuladas por e-mail, mas deve-se levar em conta que esta instituição está proibida de operar em toda a China, só o fazendo em Hong Kong.
Estas acusações são bastante comuns em diversos países que passaram por períodos autoritários, com destaque para a Rússia, e seria conveniente entender que a China na sua milenar histórica somente contou com cerca de 50 anos de comunismo, ainda que o problema de corrupção seja antigo. Tendo trabalhado em torno de 1985 na China, foi possível constatar que a maioria dos chineses persegue os lucros milenarmente, desde a época da Rota da Seda, sendo bons comerciantes, tendo um forte espírito que poderia ser chamado de capitalista de aproveitamento das oportunidades que se apresentavam. Não há duvidas que as conexões dos grupos estrangeiros com as autoridades eram importantes, num país em que o governo chinês controlava tudo o que poderia ser relevante. A própria formação dos grandes grupos econômicos nos Estados Unidos, ou no Reino Unido, passaram por períodos que hoje poderiam ser considerados de privilégios, se não do exercício de poderes monopolísticos, que procuram ser coibidos agora. O próprio sistema financeiro internacional, mesmo atualmente depois de 2008, recebeu uma assistência governamental em volume inusitado, ação criticada por outros segmentos da economia.
Leia o restante desse texto »
26 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Hubert Védrine no Foreign Policy, dificuldades na percepção das mudanças, reprodução em português no O Estado de S.Paulo, resquícios do colonialismo | 1 Comentário »
Ainda que as mudanças que estão se processando no mundo sejam lentas é difícil compreender como Hubert Védrine, que foi nada menos que chanceler na França, que publicou um artigo no Foreign Policy reproduzido em português no O Estado de S.Paulo, tenha tamanha dificuldade no seu entendimento. Ele parece continuar a viver num mundo centrado na Europa, aliada com os Estados Unidos, que continuaria comandando o mundo, cabendo aos demais somente um papel secundário. O título do artigo resume o seu pensamento: “Ocidente não tem nada a temer, além do próprio medo”.
Ninguém pode negar que os Estados Unidos ainda possuem um papel fundamental no mundo, e que herdou esta posição da Europa, como ficou comprovado na Segunda Guerra Mundial. A Europa ainda que tenha acumulado um patrimônio importante, principalmente do ponto de vista cultural, parece arrogar-se em continuar como a metrópole do resto do mundo colonial. Ainda que tenham conseguido a sua posição ao longo de alguns séculos, parece que não seria tão difícil admitir que o mundo conte também com a Ásia, a América Latina, a África e todo o Pacífico, que vai recuperando e impondo a sua importância econômica e política.
Leia o restante desse texto »
21 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: desdobramentos, o caso do Mensalão no Brasil, o destaque na China, problemas no Japão | 4 Comentários »
A principal resolução do Partido Comunista Chinês – depois do caso em que Bo Xilai acabou expurgado da agremiação, ele que tinha a pretensão de tornar-se membro do grupo restrito de comando – foi dar uma forte ênfase no combate à corrupção. Os novos dirigentes escolhidos, começando por Xi Jinping, o novo secretário-geral e comandante máximo das forças militares, que deverá assumir a Presidência da China nos primeiros meses de 2013, destacam que a praga que pode comprometer o desenvolvimento daquele país é a corrupção. No Japão, ainda que o poderoso Ichiro Ozawa tenha sido livrado da Justiça, não teve condições de continuar no PDJ – Partido Democrata do Japão, e seus auxiliares diretos acabaram condenados, mostrando que algo de podre havia no seu grupo. No Brasil, o processo que ficou conhecido como Mensalão acabou condenando importantes ex-dirigentes do PT – Partido dos Trabalhadores, inclusive o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e seu ex-presidente da agremiação, José Genoino.
Bo Xilai Ichiro Ozaki José Dirceu e José Genoino
Leia o restante desse texto »
21 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do The Economist no seu site, cuidados sobre o comando de Shinzo Abe, eleição de Park Geun-Hye na Coreia do Sul
Depois da agradável surpresa com os resultados arrasadores conseguidos pelo PLD – Partido Liberal Democrata, comandado por Shinzo Abe, nas eleições do último domingo e das eleições coreanas de quarta-feira, com a vitória apertada de Park Geun-Hye e seu partido Saeniri, o artigo do The Economist no seu site já reflete uma posição mais cautelosa. Ambos são descendentes de controvertidos líderes políticos locais. Os problemas que precisam ser resolvidos no Extremo Oriente são complexos, acabando por confrontar o Japão com a China do ponto de vista político, obrigando a convivência de países que precisam acelerar o crescimento de suas economias, tendo ainda como pano de fundo os resquícios deixados pelas guerras passadas entre seus povos.
Shinzo Abe retornou ao poder mais pela objeção dos eleitores ao atual PDJ – Partido Democrata do Japão que ocupa o governo até o próximo dia 26 de dezembro, como já postamos neste site. Ele está prometendo ativar a economia japonesa provocando uma inflação de 2% ao ano e desvalorização do yen, interferindo na atual política do Banco do Japão que tem um objetivo vago de uma inflação de 1%, quando o país vem sofrendo problemas de deflação. A independência das autoridades monetárias acaba restrita. Recebe o apoio do empresariado, que também não conta com expressivos líderes, enquanto o elevado montante da dívida pública não permite muitas manobras.
Shinzo Abe Park Gean-Hye
Leia o restante desse texto »
19 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a explicação sobre a pizza, a Ficha Limpa, artigo do The Economist sobre corrupção no Brasil, o caso do Carlinhos Cachoeira, o julgamento do Mensalão | 2 Comentários »
Com bastante destaque, a prestigiada revista The Economist publica na sua edição da próxima semana uma esclarecedora matéria sobre a corrupção no Brasil. Afirma que raramente a corrupção política levou a tantas condenações de figuras de destaque como o chamado Mensalão. No longo julgamento no Supremo Tribunal Federal dos 38 acusados, 26 foram condenados a penas pesadas, com destaque para figuras de proa como José Dirceu, que foi o Chefe da Casa Civil do presidente Lula da Silva. O artigo relata os aspectos importantes deste processo, informando que ainda será necessária a publicação da decisão, que permite alguns recursos que não acreditam que terão efeitos, para se chegar ao acórdão final em meados do próximo ano.
A revista informa que Lula da Silva não foi acusado e as alegações de Marcos Valério são tidas como do maior condenado, podendo haver um processo adicional dependendo da promotoria. A revista destaca a capacidade dos policiais e dos promotores, informando que o caso representa uma marca importante da Justiça, pois muitos acreditavam que tudo terminaria em pizza, expressão que é explicada pelo artigo.
A revista menciona a opinião do cientista político Carlos Melo, do Insper, uma escola de negócios de São Paulo, que o processo começou em 2005, e que ele faz parte do esforço que vem sendo desenvolvido pela Transparência Internacional, que tem sede na Alemanha. O Brasil já utiliza uma legislação chamada Ficha Limpa, que na última eleição impediu muitos fossem barrados de participar da campanha eleitoral, pelas condenações em processos anteriores.
Destaca que a presidente Dilma Rousseff vem afirmando sua determinação em combater a corrupção, mesmo que cometidas pelos seus colegionários. A revista informa que está havendo novas investigações sobre 24 pessoas, incluindo Rosemary de Noronha que era próxima a Lula da Silva.
Registra também que, em 1992, o Congresso Brasileiro promoveu o impeachment do presidente Collor de Mello. Mas que, recentemente, um inquérito parlamentar envolvendo Carlinhos Cachoeira e outras importantes figuras políticas acabou sem indiciar culpados. Não informam que o processo continua no Judiciário, que depois de uma longa tramitação pode resultar em condenações semelhantes ao do Mensalão. Há comentários de políticos informando que a pizza, no caso, acabou sendo maior que o forno.
Lamentavelmente, o artigo não se recorda de outros processos que podem condenar principalmente oposicionistas ao atual governo, como no caso de Minas Gerais e do processo de mudança constitucional que acabou permitindo um segundo mandato ao presidente Fernando Henrique Cardoso.