30 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: algumas confusões, distorções nas análises políticas, falta de ideologia, multiplicidade dos partidos, votos nas personalidades
Os abundantes dados sobre os resultados eleitorais municipais no Brasil, colocados à disposição de todos com a impressionante velocidade que deve orgulhar a Justiça Eleitoral brasileira, leva muitos analistas, até os mais treinados, a algumas confusões sobre o que estaria acontecendo. Inicialmente, há que se constatar que a legislação político partidária necessita de aperfeiçoamentos, pois estão registrados no Tribunal Superior Eleitoral nada menos que 30 partidos. Não parecem necessários tantos programas e ideologias diferentes para acomodar as posições de todos os eleitores brasileiros. Tudo indica que esta distorção ocorre diante das cotas partidárias que recebem dos orçamentos públicos, ainda que horários gratuitos de propaganda eleitoral contenham limitações.
Só de partidos comunistas que estão praticamente em extinção no mundo, temos no mínimo três. Os que se denominam social democratas não são em menor número, e os que se denominam trabalhistas chegam a cerca de oito. O mesmo acontece com os denominados socialistas e assim por diante. Em alguns países, aqueles que não conseguem um mínimo de cinco por cento dos eleitores nas eleições deixam de existir, o que poderia ser um bom aperfeiçoamento.
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29 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: além das manchetes evidentes, algumas indicações importantes, consequências futuras
Com todas as limitações de um grande país emergente, as eleições municipais em todo o Brasil dão ao mundo mostras do seu amadurecimento democrático eleitoral, que não se observam mesmo em alguns países desenvolvidos. Mesmo com fusos horários existentes no país, em poucas horas todos os dados detalhados da eleição ficaram disponíveis para os analistas, com total segurança, sem serem contestados mesmo pelos perdedores. Os principais jornais e meios de comunicação social destacam naturalmente os aspectos mais marcantes, mas existem muitos fatos mais profundos que mostram a qualidade dos avanços políticos observados neste gigante que apresenta diferenças marcantes de realidades.
Até dos confins da Amazônia, onde só se pode chegar fisicamente por vias aéreas e fluviais gastando dias, as informações de todas as urnas eletrônicas chegam imediatamente nos centros que os organizam, totalizando os dados detalhados por municípios, estados e para todo o país. Eventuais falhas de equipamentos, mesmo as pontuais dificuldades de energia ou comunicação foram adequadamente previstas, com baterias que suprissem as deficiências, inclusive com urnas eletrônicas sobressalentes para as mínimas falhas técnicas que se observaram, girando em torno de 0,1% do total. Poucos países podem ostentar, com orgulho, uma eficiente justiça eleitoral para a dimensão do Brasil, cuja tecnologia passa a ser exportada até para países desenvolvidos.
Urnas eletrônicas e Cental de Apuração em Belém no domingo
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26 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a urbanização no mundo, estudos da ONU, vantagens e desvantagens
Desde 2010, mais da metade da população mundial mora nos centros urbanos e este percentual continua crescendo. Certamente, as vantagens de morar nas cidades são maiores do que as suas desvantagens, mas a partir de um ponto os inconvenientes aumentam criando o que os economistas denominam como deseconomias de escala. Ainda que muitas facilidades públicas estejam localizadas nos centros urbanos como os de saúde e educação, os problemas de poluição, engarrafamentos, criminalidade estão aumentando de tal forma que provocam algumas descentralizações das populações onde a qualidade de vida é mais elevada. O suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico, além dos habituais artigos de grande interesse, trata do assunto utilizando dados de um trabalho da ONU – Organização das Nações Unidas como o “State of the World’s Cities”, publicado pela sua agência Habitat.
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26 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: casos mais agudos, dificuldades em muitos países para ajustar-se a um crescimento mais modesto, problemas eleitorais, quadros de insatisfação política
Todos sabem que os ajustamentos políticos para um crescimento econômico mais modesto, até frustrante, sempre é difícil, principalmente quando muitos países estão diante de situações eleitorais. Angela Merkel, da Alemanha, já tinha afirmado que muitos sabiam o que teria que ser feito na Europa, mas não sabiam como ganhar as eleições neste quadro de insatisfações generalizadas. Os Estados Unidos ainda apresentam incertezas sobre os próximos resultados eleitorais que podem apresentar mudanças sensíveis para o resto do mundo, mesmo com sua ligeira recuperação econômica. Este quadro de insatisfações torna-se complexo no Japão, que enfrenta disputas territoriais com seus principais vizinhos, quando os apelos nacionalistas tendem a se agigantar, fazendo com que nem o adequado equacionamento de sua gigantesca dívida pública encontre respaldo parlamentar na Dieta. Novos partidos acabam se apresentando com os eleitorados não satisfeitos com os partidos políticos situacionistas e seus principais opositores.
As informações mais recentes provenientes do Japão, pelos mais variados meios de comunicação, informam que o governador de Tóquio, o veterano político Shintaro Ishihara, que tem uma posição hostil à China renunciou ao seu mandato para tentar revigorar o seu partido no nível nacional. Algo semelhante já vinha acontecendo na região de Osaka, onde o prefeito Toru Hashimoto criou o Nippon Ishin no Kai (Partido da Restauração do Japão). Ao mesmo tempo, a Dieta cria dificuldades para a autorização para que o governo japonês financie o seu déficit público equivalente a US$ 479 bilhões neste corrente exercício que vai até março de 2013, pressionando o primeiro-ministro Yoshihiko Noda a antecipar as eleições gerais, como até noticiado no Financial Times. Tudo isto cria uma crise aguda no Japão, que enfrenta problemas para a sua recuperação econômica, que não pode contar com as suas exportações para a China nem com ativas colaborações de suas empresas instaladas naquele país vizinho.
Yoshihiko Noda Shintaro Ishihara Toru Hashimoto
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22 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Marcos Caramuru de Paiva, desejos das grandes cidades, dificuldades, o que resta na alma do povo
Marcos Caramuru de Paiva, num brilhante artigo publicado na sua coluna na Folha de S.Paulo, expressa a sua aspiração, que é de muitos, para que os intensos interesses econômicos entre a China e o Japão levem a um entendimento na disputa de ilhas entre os dois países. O sonho que vinha se montando é o da formação de um acordo de investimentos que evoluiria para uma zona de livre comércio envolvendo também a Coreia do Sul. No entanto, parece que as disputas de ilhas entre os dois países despertaram os sentimentos nacionalistas que foram agravados durante as guerras do século XX, difíceis de serem apaziguados, notadamente na China.
Nos grandes centros metropolitanos da China ao longo da costa, estes problemas estão minorados pelos intensos interesses comerciais, notadamente entre os jovens que não viveram os dramas passados. No entanto, como já afirmava Charles De Gaulle, existe uma “France profonde” como também no “Green belt” norte-americano, muitos dos sentimentos da população restringem-se aos nacionais e locais. O mesmo parece acontecer no interior do Japão e da China, onde é possível detectar a alma de sua população. Somente admitindo estas diferenças é que se pode chegar a uma forma de convivência respeitável entre um país desenvolvido economicamente e outro emergente de todos os pontos de vista.
Marcos Caramuru de Paiva
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18 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: apreciações isentas, dificuldades de longo prazo, os problemas existentes nas relações sino-japonesas, posições de jornalistas do Newsweek | 4 Comentários »
Takashi Yokota é editor chefe do Newsweek Japão e Kirk Spitzer é jornalista especializado em defesa, que colabora com o Newsweek e com o Time. Juntos elaboraram o artigo publicado no prestigioso Foreign Affairs, tendo perspectivas para análises fundamentadas. Eles informam que o governo japonês está procurando adotar uma posição mais dura sobre o problema das ilhas Senkaku/Diaoyu, mudando sua política externa e de defesa.
Mas, segundo os autores, este movimento não é tão agressivo como possa parecer. Todos sabem que a aquisição da ilha feita pelo governo japonês decorreu da atitude do governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, que se preparava para fazer o mesmo, criando problemas mais graves, decorrentes de sua posição política mais radical. Eles acreditam que a população japonesa está tendendo para uma posição mais à direita, diante das disputas territoriais não somente com a China, mas com a Coreia do Sul e com a Rússia.
Takashi Yokota Kirk Spitzer
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15 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo no The Economist sobre a eleição no Brasil, pequeno efeito do chamado “mensalão”, preocupações dos líderes com as bases para as próximas eleições nacionais
Uma das revistas mais importantes do mundo, The Economist, com sua elevada capacidade de análise internacional, comenta os resultados do primeiro turno nas eleições locais no Brasil, entendendo que o PT – Partido dos Trabalhadores não sofreu os efeitos dos problemas que afetaram alguns dos líderes. Ainda assim, mostram que os líderes nacionais, como a presidente Dilma Rousseff, mostram que estão preocupados com os efeitos das eleições municipais nas futuras implicações na política nacional, como nas eleições presidenciais. A presidente procura apoiar seu candidato em São Paulo, tendo perdido em Belo Horizonte para um possível oponente, Aécio Neves, ao mesmo tempo em que o PSB – Partido Socialista Brasileiro ganha espaço para suas futuras pretensões.
Registra que 116 milhões de brasileiros compareceram às urnas para escolher 5.568 prefeitos, que são cifras elevadas considerando as democracias que existem no mundo. A revista constata a fragmentação partidária com seis diferentes partidos tendo elegido mais de 400 prefeitos, e outros 20 partidos que elegeram no mínimo um prefeito. Tanto a situação nacional como a sua oposição podem manifestar suas satisfações com os resultados. Este artigo mostra que a revista considera o Brasil com a devida importância, tanto do ponto de vista econômico como político no cenário mundial. Mas, não menciona a eficiência da apuração que no mesmo dia forneceu todas as informações dos mais longínquos municípios brasileiros.
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13 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: início de reformas mesmo impopulares, novas aberturas, novos planos de Manmohan Singh para a Índia, saindo do marasmo | 2 Comentários »
Manmohan Singh, o credenciado primeiro-ministro, da Índia já veio introduzindo inovações naquele país desde quando assumiu o seu Ministério de Finanças. Mas, nos últimos anos, a Índia ficou excessivamente controlada pelos seus burocratas, com a corrupção grassando entre seus políticos, ao mesmo tempo em que era atingido pela crise econômica internacional, reduzindo o seu crescimento e criando um clima de desânimo. Desde setembro último, o primeiro-ministro decidiu iniciar a tomada de decisões pouco populares, mas indispensáveis para resolver os seus problemas de longo prazo. O assunto está tratado no artigo elaborado por Shashi Tharoor, que, além de diversos cargos internacionais, é parlamentar na Índia, sendo o autor do livro “Pax Indica: India and the World of the 21st Century”, cuja íntegra pode ser encontrado no Project Syndicate.
Muitos analistas estão apontando as novas medidas tomadas pela Índia como exemplo para os países emergentes que enfrentam problemas de desaceleração do seu crescimento como o Brasil. Mesmo retirando mais de 10 milhões de indianos anualmente da pobreza absoluta, Manmohan Singh tomou a surpreendente iniciativa de enfrentar a impopularidade, abrindo o setor de varejo e da aviação civil para empresas estrangeiras, que encontra resistências políticas. O governo reduziu os subsídios para o diesel e o gás de cozinha, apesar da vociferante oposição política local.
Shashi Tharoor Manmohan Singh
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8 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Samantha Pearson no Financial Times, Maria das Graças Foster, origem humilde para até a presidência da Petrobras
No artigo de Samantha Pearson, publicado no Financial Times, consta um pouco da vida da Maria das Graças Foster, atualmente presidente da Petrobras. Mas refere-se a sua adolescência modesta na favela, como se fora um roteiro de cinema, pois teve que recolher latas de outras sucatas para poder comprar os livros escolares. Escreveu cartas para migrantes analfabetos e outros biscates para ajudar a família, fugindo do caminho dos traficantes. Chegou ao atual posto depois de acumular títulos como bacharel em ciências, engenharia química, mestrado em engenharia química, pós-graduada em engenharia nuclear e MBA em economia, como muitos dos 40 milhões que saíram da pobreza na última década durante o governo do ainda popular Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas o artigo afirma que ela não deseja nenhuma piedade, revelando que teve uma infância feliz, não havendo necessidade de superação dos obstáculos para se obter o sucesso. Funcionária de carreira da Petrobras conhece os seus problemas, e é casada com Colin Vaugham Foster, inglês, que também trabalha na empresa. No seu gabinete, que tem uma vista linda do Rio de Janeiro, fica com a foto da presidente Dilma Rousseff que a escolheu para o cargo.
A presidente Dilma Rousseff e presidente da Petrobras Graça Foster
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8 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: equilíbrio entre turismo e ecologia, pano de fundo com as disputas com a China, preocupações japonesas com as ilhas Kerama
Muito interessante o artigo publicado por Atsuki Kira no site do jornal Yomiuri Shimbun relacionado com o equilíbrio entre o fluxo de turismo e a ecologia, notadamente na preservação dos seus corais nas ilhas Kerama que se situam a cerca de 40 quilômetros a oeste de Okinawa. As águas transparentes destas ilhas, a profundidades de até 30 metros favorecem o mergulho, mas a intensidade dos turistas depois de 1980 chegaram a 200 mil visitantes ao ano, acabando por afetar os seus corais. Isto leva a preocupação das preservações da natureza, ainda que no fundo as disputas com a China acabem destacando a importância de seus aproveitamentos.
A situação se assemelha com a registrada em Fernando de Noronha no Nordeste brasileiro, que já estabeleceu uma quota para o turismo, diante do interesse observado, compatibilizado com a necessidade de sua preservação ecológica. Os corais coloridos de Kerama, com ampla variedade de peixes e até tartarugas marinhas, atraem os mergulhadores com suas câmeras. Algumas âncoras de barcos que são lançados prejudicam os corais, bem como resíduos que são lançados no mar por estas embarcações.
Ilhas Kerama e sua beleza natural: atração para os mergulhadres
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