19 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: exemplos entre muçulmanos, problemas chineses, questões sensíveis, religiosas e nacionalistas
O mundo está sendo informado, de forma dramática, que alguns assuntos considerados extremamente sensíveis do ponto de vista religiosos e outros de caráter nacional acabam provocando reações violentas e surpreendentes, exigindo desdobradas cautelas nos seus tratos. Um lamentável e precário vídeo foi considerado altamente ofensivo pelos muçulmanos por envolver a figura de Alá, provocando violentas manifestações em muitos países árabes, principalmente contra os norte-americanos e seus aliados considerados responsáveis pela elaboração deste curto e infeliz vídeo, provocando já várias mortes, inclusive de diplomatas dos EUA. As muitas manifestações populares, algumas violentas, continuam se multiplicando na China contra os japoneses, comprometendo anos de incremento das relações bilaterais, diante dos impasses nas disputas de ilhas pretendidas pelos dois países, chamadas de Senkaku pelos japoneses e Diaoyu pelos chineses.
Ataque à embaixada dos Estados Unidos na Líbia
Disputa pela ilha Senkaku ou Diaoyu provoca manifestações na China
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18 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: contribuição do Barão de Rio Branco, lições da diplomacia brasileira, os problemas no extremo oriente, outras informações | 2 Comentários »
Numa entrevista apresentada por Heitor e Silvia Reali com o embaixador Rubens Ricúpero para a revista Brasileiros procura-se fazer um balanço parcial da contribuição de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, cujo legado informa até hoje a orientação básica da diplomacia brasileira no que se refere ao estabelecimento de suas fronteiras internacionais. Vendo as dificuldades atuais do Japão com a China e a Coreia do Sul na disputa de algumas ilhas, é possível aquilatar melhor a capacidade de Rio Branco nas negociações dos pontos críticos de nossas fronteiras internacionais, do Chuí ao Oiapoque.
Tendo trabalhado com o Itamaraty na Comissão da Faixa de Fronteiras e no INCRA, que administrava as terras federais nas fronteiras internacionais, posso dizer que acumulei algumas experiências concretas na importância dos critérios que foram estabelecidas na fixação destes limites com os nossos vizinhos. Não possuímos problemas que sejam contestados pelos brasileiros como pelos países vizinhos.
Barão do Rio Branco e Rubens Ricupero
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16 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: ambições humanas, superando propósitos coletivos, The Economist relata dificuldades no Vietnã
Mesmo com fortes disposições coletivas no Vietnã, verifica-se que fraquezas humanas ocorrem até nas sociedades sujeitas a fortes controles. The Economist relata fatos que mancham o cenário positivo geral que prevalece naquele país, mostrando que os seres humanos são propensos a cometer irregularidades difíceis de serem coibidas, mas que os culpados são punidos de forma a não disseminar a impunidade. Como todos sabem, os vietnamitas lutam para construir uma sociedade emergente no Sudeste Asiático, depois de passarem por histórias de guerra que galvanizaram a sua população, mas também lá ocorrem problemas que necessitam ser corrigidos, de forma a não comprometer a sua consolidação. São problemas que têm dificultado alguns países que passaram por períodos de forte controle central, para caminharem por sistemas com maior transparência.
O Vietnã enfrenta também problemas com instituições financeiras, executivos em fuga, prisões, saída de recursos para o exterior, como não tinha ocorrido nos últimos anos. A ponto de correrem boatos da necessidade do FMI para resolver seus problemas. Due Kien é um empresário extravagante que criou o ACB, um dos maiores bancos do país, e está sendo obrigado a deixar os seus negócios acusado de irregularidades, uma má gestão econômica. Quando a economia apresentava rápido crescimento com o ingresso de investimentos estrangeiros, muitos dos seus problemas foram negligenciados. Hoje, o Vietnã enfrenta concorrências na região com a melhoria de Camboja, Indonésia e Mianmar, segundo a revista.
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16 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo no The Wall Street Journal, esperanças de desenvolvimento de Mianmar, também a líder da oposição, visita do presidente aos EUA
Como é do conhecimento de todos, no Sudeste Asiático, Mianmar foi o último país que resolver os problemas políticos de um regime militar e está tentando consolidar uma democracia, o que lhe proporciona esperanças de desenvolvimento econômico e social. O seu presidente Thein Sein visita os Estados Unidos para participar da assembleia geral das Nações Unidas em Nova Iorque. Ao mesmo tempo, a famosa oposicionista prêmio Nobel de Paz, Aung San Suu Kyi, que ficou isolada por muito tempo e conquistou nas últimas eleições uma posição no Parlamento, receberá um prêmio de reconhecimento do Congresso do mesmo país. O The Wall Street Journal revela num artigo a esperança dos Estados Unidos poder incentivar as reformas necessárias.
Esperam que as restrições às importações de produtos de Mianmar sejam flexibilizadas, ao mesmo tempo em que se permitem que empresas norte-americanas façam investimento naquele país. Muitos estrangeiros estão identificando oportunidades em Mianmar, diante do seu atraso com relação aos outros países da região. Mesmo que ainda possam existir pequenos problemas, as esperanças são de impulsos significativos para a integração deste país na globalização que vem ocorrendo em todo o mundo.
Thein Sein e de Aung San Suu Kyi
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14 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: cirurgia de câncer no fígado, estágios iniciais, jornais japoneses e agência Kyodo costumam ser cautelosos, muitos rumores, reaparecimento breve
A imprensa japonesa costuma ser muito cautelosa, e mesmo com a divulgação de muitas notícias no mundo, inclusive rumores sobre as causas do desaparecimento de Xi Jinping do noticiário após 2 de setembro último, com o cancelamento de muitos importantes compromissos internacionais, não se encontrava as versões japonesas. Agora, o respeitável jornal econômico japonês Nikkei, noticia com muita cautela uma informação que teria sido obtida pela agência Kyodo de Hong Kong.
Segundo um grupo de vigilância dos direitos humanos baseado em Hong Kong, The Information Center for Human Rights and Democracy, teria sido detectado células cancerígenas num estágio inicial durante um check up em 2 de setembro feito por Xi Jinping, e ele teria sido operado no hospital militar 301 de Beijing. Ele teria condições de reaparecer em público na próxima semana, segundo a fonte.
Xi Jinping
A imprensa internacional noticiou diversos rumores, como a que ele teria sofrido um problema nas costas durante exercícios de natação, e muitas outras hipóteses. Além do cancelamento da entrevista com a secretária de estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, também foram cancelados encontros com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, e com o primeiro-ministro russo, Wladimir Putin, bem como o primeiro-ministro dinamarquês, Helle Thorning-Schmidt, todos em cima da hora, e sem maiores explicações. Isto preocupou a todos, como noticiamos neste site, desencadeando muitas especulações.
Ainda que a notícia não tenha sido confirmada oficialmente pelas autoridades chinesas, a versão noticiada pelos japoneses parece das mais críveis, mostrando que o problema é grave, mas não insuperável, pois o fígado tem a possibilidade de regeneração. Mas tudo isto pode ter consequências nos desdobramentos políticos que devem ocorrer proximamente na China. As histórias de problemas de saúde com muitos dignitários mostram que muitas pessoas podem mudar de comportamento, quando passam por crises profundas.
Além dos problemas de reformas profundas na economia chinesa, a passagem do comando para uma nova geração de líderes está sendo aguardada ansiosamente. Sem Xi Jinping, que seria o presidente e o poderoso secretário-geral do Partido Comunista Chinês, até as reuniões para estas mudanças ainda não foram confirmadas nas datas previstas.
Estes fatos não afetam somente a China, mas todo o mundo, dada a importância política e econômica que aquele país adquiriu recentemente na aldeia global onde todos vivemos.
11 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a falta de transparência na China, dúvidas em todo o mundo, o desaparecimento de Xi Jinping, seus impactos | 2 Comentários »
No mundo que enfrenta muitos problemas, o desaparecimento recente de Xi Jinping que está previsto para assumir brevemente o posto máximo no comando da China deixa evidente a fragilidade chinesa diante da sua falta de transparência, falta absoluta de informações. Todos os meios de comunicação social relevantes no mundo estão perplexos. Ninguém informa sobre o que está acontecendo, e as especulações estão com todas as asas soltas, aumentando a incerteza para todos. A economia e a política da China tornaram-se fundamentais para o mundo, e este aumento de intranquilidade naquele país desencoraja decisões importantes em todo o mundo, pois aumentam as dúvidas naturais sobre o futuro. Mesmo num regime que era fechado como o chinês, notava-se um crescente aumento das informações, que se tornaram instantaneamente opacas nas últimas semanas. Só é possível supor-se que algo muito grave esteja acontecendo.
Todos sabiam que havia problemas políticos dentro da China, onde as decisões importantes são tomadas intramuros, dentro do Partido Comunista Chinês em seus variados escalões. As dificuldades da economia chinesa exigiram reformas substanciais como vinha sendo colocado diretamente pelo presidente Hu Jintao, previsto para ser substituído por Xi Jinping. Agora, levantam-se dúvidas até se esta passagem para a nova geração de líderes terá prosseguimento, envolvendo não somente a presidência como o cargo de primeiro-ministro, hoje ocupado por Wen Jiabao, e que está previsto para ser substituído por Li Keqiang. Acaba-se especulando sobre muitos relacionamentos com o que veio acontecendo recentemente, difíceis de serem avaliados.
Hu Jintao / Xi Jinping / Wen Jiabao /Li Kequiang
Os melhores jornalistas da imprensa internacional que contam com variados meios na China para se manter informados, mesmo que comunicações oficiais não sejam fornecidas, parecem não contar com indícios confiáveis. Os diversos cancelamentos de compromissos com altas autoridades estrangeiras sem nenhuma explicação plausível só permite supor da gravidade do que está acontecendo. Uma escuridão total se abateu sobre a China, o que não pode ser bom para o mundo.
As demoras para se conseguir informações confiáveis já são preocupantes, e as autoridades chinesas são experientes para saber que danos estão sendo causados em várias frentes. Se não estão em condições de fornecer nenhuma versão verossímil, à situação torna-se assaz preocupante.
Nós habitamos uma aldeia global, onde todos dependem de todos, sendo que os chineses conquistaram recentemente uma importância assustadora. A imaginação humana tende a pensar no pior, se o quadro não permite explicações razoáveis. Todas as complicações políticas e econômicas podem ser cogitadas.
Mesmo torcendo pelo melhor, o próprio quadro em que esta situação pode ocorrer acaba sendo preocupante, evidenciando que um quadro de transparência é seguramente superior ao da total incerteza.
2 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Ralph A. Cossa no The Diplomat, caso da Coreia com o Japão, dificuldades políticas diversas
Angela Merkel, chanceler da Alemanha, vem afirmando que a Comunidade Europeia sabe o que precisa fazer, mas não como ganhar as eleições tomando as medidas necessárias e impopulares. Ralph A. Cossa, presidente do Pacific Forum Center for Strategic International Studies, referindo-se aos problemas entre a Coreia do Sul e o Japão, usa um velho provérbio russo: “Esqueça o passado e perca um olho, ficando preso ao passado é perder os dois” (tradução livre). Ele publicou um artigo no The Diplomat tratando deste difícil assunto, quando se aproxima a eleição presidencial coreana no final deste ano, que dificulta os entendimentos entre estes dois países importantes para os Estados Unidos e estabilidade internacional no Extremo Oriente.
O governo coreano cancelou o acordo firmado entre os dois países assinado em junho último, para a troca de informações de segurança, bem como o prosseguimento do acordo para aquisição e serviços cruzados (Acquisition and Cross-Servicing Agreement) diante dos problemas que ainda restam na Coreia com relação ao Japão, devido às sequelas da Segunda Guerra Mundial. Ainda que do lado japonês este sentimento já tenha sido superado, em grande parte. Até os atores e as novelas coreanas são os mais populares no Japão atual, sendo amplamente utilizados nas publicidades para vendas de produtos no país.
Ralph A. Cossa, presidente do Pacific Forum Center for Strategic International Studies
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31 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Yuriko Koike no Project Syndicate, candidata da situação, eleições coreanas em novembro de 2012
Ainda que o assunto seja relevante no Extremo Oriente, poucos analistas no Ocidente estão informados sobre as próximas eleições na Coreia do Sul, que colocam aspectos cruciais para a região. A candidata que está mais cotada é Park Geun-hye, do partido situacionista Saenuri (Nova Fronteira), a primeira a lançar a candidatura, ela que é chairwoman do partido. Pela oposição, sai Ahn Cheol-soo, diretor do Graduate School of Convergence Science and Technology da Universidade Nacional de Seul, um empresário de sucesso e figura carismática que atrai os votos dos jovens e independentes.
Park é uma trágica heroína, pois sua mãe foi assassinada em 1974, e o seu pai, presidente da Coreia do Sul, Park Chung-hee, foi morto pelo chefe de sua própria inteligência em 1979. Na eleição coreana, a política com a Coreia do Norte, dirigido pelo jovem Kim Jong-um, que anunciou a demissão do comandante militar, assumindo ele mesmo o comando, aparece publicamente visitando Mickey e Minnie, da Disney, com sua nova esposa, é um assunto crucial. Tanto pelos seus lançamentos de foguetes como pela existência de muitas famílias que foram separadas pela divisão da península coreana pela guerra que ainda não tem um tratado de paz, havendo uma zona desmilitarizada na fronteira.
Park Geun-hye, Ahn Cheol-soo e Kim Jong-un e sua esposa
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30 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de A.Greer Meisels no The Diplomat, lições da URSS, lideres chineses expressando a necessidade de reformas, problemas de outros países
A.Greer Meisels é do Center for the National Interest, especializado em China e Pacífico, e publicou o seu artigo no The Diplomat dizendo que os líderes chineses estão se manifestando sobre as reformas necessárias, aprendendo do exemplo da desagregação da URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e da Rússia. Aponta o fato que, nas vésperas da passagem da liderança chinesa para a quinta geração de dirigentes, tanto o presidente Hu Jintao como o premiê Wen Jiabao fazem repetidos pronunciamentos no mesmo sentido.
Segundo a autora, que evidentemente tem uma posição crítica com relação à China, os atuais ventos não são favoráveis para o Partido Comunista Chinês que procura construir uma sociedade harmoniosa, mas vê multiplicar as manifestações populares insatisfeitas com diversos aspectos. Os líderes chineses têm a consciência que precisam contar com o suporte da opinião pública chinesa que legitimem o seu regime, e, aprendendo as lições russas, tentam estimular as reformas para proporcionar maior flexibilidade para o país.
A.Greer Meisels, Hu Jintao e Wen Jiabao
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27 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: alertas da prêmio Nobel Aung San Suu Kyi, artigo no Foreign Affairs, moderação
O artigo de Brian P. Klein, ex-representante para o Sudeste Asiático do Escritório Representativo de Comércio dos Estados Unidos e credenciado analista econômico e político, informa que Myanmar, antes conhecido como Birmânia, está recebendo maciços investimentos estrangeiros diretos que chegaram a US$ 20 bilhões em 2011. Os primeiros eram asiáticos, mas nos últimos meses a Austrália, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos reabriram seus relacionamentos econômicos com este país.
Myanmar é considerado a última fronteira no Sudeste Asiático e foi mantida isolada pelas barbaridades cometidas pelo Khmer Vermelho e manteve a prêmio Nobel Aung San Suu Kyi para lutar pacificamente contra os militares que a mantiveram em prisão domiciliar por muitos anos. Ela acabou liberada e foi eleita parlamentar e está percorrendo o mundo, até para receber o prêmio Nobel para cuja cerimônia estava impedida de comparecer. Como se trata de um país com uma população próxima de 50 milhões de habitantes, dispondo de muitos recursos naturais, inclusive petróleo e gás, além de preciosos minérios e uma produção de arroz de elevada qualidade. Tudo está provocando uma enxurrada de interesses estrangeiros, numa economia que se manteve estagnada por um longo período e que começa a ser recuperada do seu atraso.
Aung San Suu Kyi
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