22 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Robert Skidelsky no Project Syndicate, discussão sobre a liderança chinesa, posições acadêmicas variadas
A China vem registrando um crescimento econômico e político respeitável no cenário internacional, e são muitas as discussões sobre o que acontecerá no futuro se ela vier a superar os Estados Unidos. Robert Skidelsky, professor emérito de Política Econômica da Warwick University e biógrafo de John Maynard Keynes entre outros, elaborou um artigo que está sendo distribuído pela credenciada Project Syndicate, com o título “Why China Won’t Rule”, informando sobre as restrições que existem no próprio país que nunca se dedicou à expansão de seu domínio político, mesmo pelos seus vizinhos.
O autor argumenta que parece inevitável que a China continuará crescendo mais que o resto do mundo, enquanto o mundo desenvolvido permanece atolado em recessão ou perto dela. Pode chegar à primeira do mundo em 2017, ao mesmo tempo em que seus gastos militares crescem mais rapidamente que o seu PIB. Segundo o autor, para a mente norte-americana só pode haver uma superpotência, e se a China conquistar esta posição será em detrimento dos Estados Unidos, e isto constitui um grande desafio.
Robert Skidelsky
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21 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: editorial do Nikkei, envelhecimento, o problema do decréscimo populacional
Segundo um editorial publicado pelo jornal econômico japonês Nikkei, a falta do sentimento de urgência com relação ao decréscimo da população no Japão confundem os observadores estrangeiros. Eles chegam a questionar por que os japoneses não flexibilizam a imigração estrangeira. Alguns chegam a considerar que esta atual política populacional chega ser considerada um suicídio do Japão.
Algumas avaliações são simplistas, segundo o editorial, mas oferecem a oportunidade para a reflexão japonesa sobre a perspectiva do declínio da população e seu impacto no futuro do Japão. Sabe-se que se existem variáveis que acabam influindo fortemente e de forma inexorável em toda a economia elas são as demográficas.
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16 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: algumas lideranças destacadas, dificuldades na média, influencias culturais
Há um evidente contraste na Ásia: enquanto algumas mulheres conseguem galgar as posições máximas, mais que em outras regiões no mundo, na média das sociedades asiáticas elas continuam contando com restrições culturais para a sua ascensão. Aquelas que superam estes obstáculos acabam se destacando. Um artigo publicado por Vishakha N.Desai, Astrid S. Tuminez e Gerald Rolfe no Project Syndicate procura discutir estas questões complexas.
Os autores observam que as atenções mundiais se voltam hoje para a Ásia, principalmente a China e a Índia. As performances recentes de suas economias, a dimensão populacional, os desenvolvimentos tecnológicos e a vitalidade empresarial ajudam neste processo, que se espalha pelo Sudeste Asiático, ao mesmo tempo em que o Japão e a Coreia mantêm os níveis já conquistados. Mas, segundo o artigo, continuam se estimando que cerca de 1,3 milhão de meninas por ano não chegam ao nascimento, somente na China e na Índia.
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14 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: distribuído pelo Project Syndicate, questionamento de Minxin Pei, usando o episódio de Bo Xilai
Certamente, a China atual ainda se encontra num estágio de desenvolvimento político em que as suas próprias autoridades máximas reconhecem que existem reformas a serem efetuadas para dar continuidade ao seu processo, mais destacado do ponto de vista econômico. Um país com a complexidade da China, com longa história e cultura, ampla diversidade étnica e cultural, acentuadas disparidades regionais e pessoais de renda, não poderia ter um quadro muito diferente, e as críticas às suas dificuldades se acentuam nos momentos cruciais de suas mudanças para uma nova geração de dirigentes.
Minxin Pei, professor de governo no Claremont Mc Kenna College, vem se destacando nas críticas, como no artigo distribuído pelo Project Syndicate, informando que o sistema de meritocracia da China era somente um mito, como ficou claro no escândalo envolvendo a queda do Bo Xilai, o antigo chefe do Partido Comunista de Chongqing. Muitas de suas imperfeições foram explicitadas, segundo o autor.
Minxin Pei, professor do Clearemont Mc Kenna College
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10 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a procura das diversificações de atividades ilícitas, como “bicheiros” estão no noticiário internacional, paralelos no exterior
Lamentavelmente, as atividades ilícitas não são um privilégio brasileiro estando presente nas maiorias das sociedades humanas, em maior ou menor grau. Como o popular jogo do bicho acabou ficando restrito no Brasil depois da popularização de muitas apostas legais como a loteria esportiva, a mega sena e outras que estão controladas pela Caixa Econômica Federal, com parte substancial dos seus resultados voltados para atividades sociais, os seus banqueiros chamados “bicheiros” acabaram migrando para outras atividades ilícitas, como a exploração de máquinas caça níqueis, cassinos clandestinos e envolvendo-se em atividades carnavalescas e nas de obras públicas, que dependem de políticos eleitos.
A matéria do The Economist faz um histórico do seu aparecimento com a instalação de um zoológico no Rio de Janeiro em fins do século XIX e o sorteio para atrair frequentadores. A atração acabou se desvirtuando passando a guardar somente o seu nome relacionado aos animais. Algo similar também aconteceu em Nova Iorque, ambos sobrevivendo com a corrupção de policiais que deveriam coibir estas atividades. No Brasil, mesmo com o governo federal transferindo tipos de apostas para o seu âmbito, controlando seus ganhos, algumas autoridades estaduais acabaram tolerando a atividade de alguns “bicheiros”. Segundo o artigo, para realizarem algo como relações públicas acabaram se imiscuindo com o Carnaval. Atuando numa zona cinzenta, entraram na política, que em qualquer país necessita de muitos recursos, multiplicando os problemas e a sua amplitude, de forma lamentável.
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8 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: dificuldades e pragmatismo, período de mudanças econômicas e políticas, Rio + 20 em junho
Basta abrir qualquer jornal para ser confrontado com dificuldades econômicas e políticas que se multiplicam por muitos países mundo afora. O período é ingrato para avanços substanciais nos entendimentos como os que devem ser discutidos na próxima reunião do Rio + 20, que deveria ser um marco importante da consciência mundial sobre as necessidades de preservação do meio ambiente. Mas, até pelo pessimismo que anda rondando a todos, é possível que surpresas inesperadas possam ocorrer. No mínimo é a nossa esperança.
A Folha de S.Paulo publica uma entrevista de Brice Lalonde, o ex-ministro francês do Ambiente, e coordenador do Rio + 20. Ele informa que o evento deverá ser mais amplo do que uma reunião sobre o clima, discutindo como vamos viver em ambientes sustentáveis nos próximos 20 anos, e como vamos produzir alimentos de forma sustentável. Ele deixa explícita sua opinião que a diplomacia brasileira está demasiadamente tímida, procurando de forma pragmática a presença de autoridades mundiais na reunião. Angela Merkel, da Alemanha, além de enfrentar a mudança política na França que põe em perigo a Comunidade Europeia, corre o risco de não se reeleger no seu próprio país, e já afirmou que não estará na reunião do Rio. Todos os políticos no mundo não veem como podem aproveitar esta reunião que corre o risco de não colher conclusões avançadas para aumentar seus prestígios que estão abalados com as dificuldades econômicas presentes.
Brice Lalonde, coordenador do Rio + 20
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6 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: coluna de Angelo Ishi de Tóquio, publicado no suplemento dominical Ilustríssima da Folha de S.Paulo | 8 Comentários »
Angelo Ishi, um jornalista nikkei brasileiro que vive em Tóquio, vem mandando regularmente suas contribuições para o suplemento Ilustríssima, publicado dominicalmente pela Folha de S.Paulo, enfocando tópicos que nem sempre são compreensíveis por todos os leitores brasileiros. O suplemento aborda temas que nem sempre são populares, tendo uma orientação um pouco sofisticada culturalmente. No tópico principal, trata de uma série de publicidade que vem sendo feito pelo Softbank, de propriedade do descendente de coreanos, Masayoshi Son, que é um grande empresário naquele país, que vem provocando um grande impacto, sendo considerado pelo quinto ano como os mais apreciados pelos telespectadores.
Conheci-o quando ele esteve em São Paulo, quando ainda não era tão importante, e notei que é um empresário extremamente ousado, tendo conseguido uma boa parcela do mercado japonês com uma gigantesca empresa telefônica, principalmente de celulares e assemelhados, tendo no seu grupo até um time de beisebol. Anúncios chocantes já foram publicados por empresas italianas em todo o mundo. Os coreanos e seus descendentes sempre foram discriminados no Japão e a carreira de Masayoshi Son não deve ter sido fácil, sendo hoje considerado por muitos como o “Steve Job japonês”
Angelo Ishi e Masayoshi Son
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6 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: colocação de Harsh V. Pant do King’s College de Londres, exageros na importância dos BRICS, falta de uniformidade
Num artigo publicado no The Japan Times, o professor Harsh V. Pant, do prestigioso King’s College de Londres, chama a atenção sobre o exagero na importância atribuído ao grupo que foi denominado inicialmente como BRIC pelo economista Jim O’Neil, do Goldman Sachs. Teria o sentido de tijolo, no desejo de expressar a sua solidez em inglês, formado pelas iniciais do Brasil, Rússia, Índia e China ao qual se acrescentou depois a África do Sul, passando a ser BRICS. São arbitrariamente considerados países emergentes de grandes dimensões geográficas e populacionais, com elevado potencial de aumento de sua importância econômica e política, ainda que as populações se destaquem na China e na Índia.
O artigo, com acerto, coloca que não existem uniformidades de interesses entre estes países para uma ação conjunta, ainda que tenham algumas características comuns. O crescimento econômico também parece ser considerado exagerado, ainda que a China tenha ultrapassado o Japão em termos de PIB, e o Brasil tenha ultrapassado o Reino Unido como a sexta economia no mundo (posição que deve perder com a atual desvalorização do câmbio, que mostra a fragilidade da forma de sua avaliação). Muitas reuniões do grupo têm sido realizadas, inclusive de cúpulas, como o último em Nova Delhi, no dia 29 de março deste ano, sem que se chegue a formas de atuação conjunta.
Presidentes dos BRICS em Nova Delhi
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29 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: efeitos internacionais, eleições francesas, influência na Comunidade Europeia, posição do The Economist
Um substancial editorial do The Economist desta semana mostra a importância do resultado final do segundo turno das eleições presidenciais francesas entre o socialista François Hollande e o atual presidente Nicolas Sarkozy no próximo dia 6 de maio. Apesar das pesquisas de opinião indicar, até o momento, que a possível vitória seja de Hollande, a importante revista inglesa de influência internacional posiciona-se claramente contra esta candidatura, deixando explícito todos os riscos deste resultado para a Europa e para o mundo.
O editorial coloca que a metade do motor franco-germânico que orienta a União Europeia está em risco. Este motor vem superando a crise do euro, equilibrando o prudente norte e o esbanjador sul, entre os credores e devedores. Se a França for o próximo país a entrar em dificuldades na Europa, a sobrevivência do euro estará em dúvida.
Entende The Economist que François Hollande poderá receber no segundo turno o apoio de toda a esquerda, e vencer a direita e o centro. Nicolas Sarkozy tem uma montanha a superar, pois muitos franceses se posicionam radicalmente contra ele, inclusive os líderes da direita e do centro. Assim, salvo um grande choque no debate que se travará entre os dois, a vitória de Hollande poderá se confirmar, estendendo os seus efeitos nas eleições legislativas de junho próximo.
The Economist explicita que Nicolas Sarkozy recebeu o apoio da revista na sua primeira eleição, quando prometia que não tinha alternativa a efetuar as reformas que não aconteceram. Recentemente, adotou discursos protecionistas e contra os imigrantes, mas são difíceis de serem confiáveis. Então, o apoio da revista a ele não decorre dos seus méritos, mas para manter fora o François Hollande que considera mais arriscado.
Ele não é um radical de esquerda, fez parte de diversos governos moderados. Mas se posiciona contra o aperto fiscal proposto pelos alemães que dão uma oportunidade de recuperação da zona do euro. Não tem condições de proporcionar prosperidade à França e a zona do euro, colocando-os em risco segundo a revista. Seu programa é pobre, não se dispõe a efetuar as reformas necessárias.
Posiciona-se a favor da elevação da tributação e não pela contenção das despesas. Coloca-se contra a elevação da aposentadoria de 60 para 62 anos, que foi aprovada recentemente. Posiciona-se contra os negócios privados. E não apoia a austeridade no resto da Europa. Coloca-se contra a posição alemã.
A versão integral em inglês, deste editorial do The Economist pode ser acessada pelo: www.economist.com/node/21553446/
29 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: crítica de Jagdishi Bhagwati no Project Syndicate, falta de um consenso razoável
Ainda que a escolha de Jim Yong Kim, indicado pelos Estados Unidos para a presidência do Banco Mundial seja um fato já consumado, uma posição divulgada pelo Project Syndicate em 27 de abril último por uma experiente personalidade internacional como Jagdish Bhagwati deixa claro que não existe um mínimo de consenso que facilite o trabalho do novo dirigente. O autor é professor de Direito e Economia da Universidade de Columbia, senior fellow do Conselho de Relações Externas, renomado especialista em comércio internacional, trabalhou em posições de destaque em organizações mundiais como a Organização Mundial de Comércio, nas Nações Unidas, no GATT, sendo personalidade internacionalmente respeitada.
Ele deixa claro que o escolhido não tem a experiência necessária nem no setor de sua especialização que é o de saúde pública, não se aproximando da que possui a vencida Ngozi Okonjo-Iweala, ministra de finanças da Nigéria, que já foi também vice-presidente do Banco Mundial. Segundo o autor, não houve a transparência necessária na escolha norte-americana, sendo que Kim viajou por muitas capitais mundiais por conta do Tesouro dos Estados Unidos, e os votos foram dos beneficiários de empréstimos do Banco, como a Índia e o México, sem considerar as qualificações pessoais.
Jagdishi Bhagwati
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