1 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a ampliação das licitações para participação do setor privado, aperfeiçoamentos que estão sendo introduzidos, os estrangulamentos existentes, suplemento especial sobre rodovias do Valor Econômico
Todos se mostram impressionados com a quantidade de notícias sobre os estrangulamentos observados na infraestrutura para atendimento da economia, notadamente no escoamento da grande safra agrícola deste ano. As reclamações sobre os aumentos dos custos dos escoamentos, rodovias precárias, longos congestionamentos forçam as autoridades a acelerarem as licitações para suas melhorias, muitas em parcerias com o setor privado, que se mostram sensíveis diante das demandas existentes. Muitos consideravam que os editais de concorrência não preenchiam as condições necessárias, e as novas correções parecem atender as principais reivindicações, ainda que nem todos se mostrem ainda satisfeitos.
Um suplemento especial sobre as rodovias foi divulgado pelo jornal Valor Econômico, setor da infraestrutura que todos consideram das mais cruciais. Ainda que muitos problemas ainda estejam colocados, observa-se que o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes vem realizando reuniões com potenciais interessados nas licitações, anunciando o calendário até 2014. Em agosto de 2012 já foi realizado algo semelhante com a licitação de 42 obras do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento, com 41 mil quilômetros sobre obras sob o regime de CREMA – Contratos de Restauração e Manutenção Rodoviária, mas bastou sete meses para a superação da meta.
Via Dutra, que já foi privatizada
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1 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: efeitos da Abeconomics, entusiasmo entre os consumidores japoneses, Financial Times escreve sobre o Japão atual, otimismo generalizado sobre o crescimento econômico
O jornal econômico londrino Financial Times de circulação internacional constata que a chamada Abeconomics, a nova política econômica do governo Shinzo Abe, está provocando um entusiasmo nos consumidores japoneses, principalmente entre os mais idosos. Eles se mostram dispostos a aumentar os seus consumos, meta perseguida pela política, que está provocando uma desvalorização do yen, elevação das cotações nas bolsas de valores, diante de uma recuperação da economia japonesa depois de duas décadas de estagnação. Os consumidores acreditam que o Japão volta a ser competitivo no mercado internacional, seus ativos financeiros estão melhorando seus rendimentos, e revelam uma disposição de aumentar os seus consumos, que devem estimar o mercado interno para as produções locais, ainda que com pequena elevação dos custos de importação.
As vendas dos grandes varejistas acusaram um crescimento de 2,4% depois de vinte anos. Os economistas locais estimam que a economia japonesa deva crescer cerca de 2,1% no trimestre, o que vem sendo compartilhado também pelas estimativas do governo. Depois de muito tempo, todos sentem que algo está sendo feito. Na realidade, o patrimônio das famílias já era expressivo, mas elas estavam conservadoras no consumo, o que se alterou radicalmente. Com a perspectiva de inflação, ao contrário da longa deflação, os consumos não serão mais postergados.
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30 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: amplo conhecimento humanístico, da neurociência e da antropologia, geografia e cultura, hipóteses irrealistas dos economistas, história, influências da psicologia, o homo economicus é uma espécie rara
Joan Robinson, consagrada economista inglesa já falecida, afirmava que tinha estudado economia para não ser enganada pelos economistas, que continuam exagerando nos seus conhecimentos. Na atual revista The Economist consta um importante artigo baseado nas contribuições de Daniel McFadden, Prêmio Nobel da Universidade da Califórnia, Berkeley, questionando o exagero do “homo economicus” que seria soberano nas decisões dos seus gostos, um olhar de aço na percepção dos riscos e sempre procurando a maximização da sua felicidade. Certamente, a teoria teria exagerado, pois dificilmente esta figura caricatural é encontrada na realidade, o que deveria levar a maior humildade da maioria dos economistas, cujos conhecimentos se baseiam em hipóteses não realistas.
Os antigos economistas tinham, na época que este segmento do conhecimento humano era conhecido como Economia Política, uma formação mais humanista, reconhecendo a importância da história, da geografia, da cultura, das ciências sociais e notadamente da política. A Europa ainda era o centro mundial dos conhecimentos acadêmicos, inclusive da economia. Depois da Segunda Grande Guerra, com a hegemonia norte-americana, o conhecimento tendeu a ser mais especializado, departamentalizado, e com o domínio de técnicas como a econometria, muitos modelos dos economistas passaram a ocupar os livros-textos cujas hipóteses nem eram profundamente discutidas. Abusos de toda ordem prevaleceram, e economistas se afastaram da dura realidade, muito mais complexa e cheia de limitações importantes.
Daniel McFadden
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29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: 2012, editado pela Tuttle, Hong Kong, o fabuloso livro de Daniel Tudor, uma ampla cobertura profunda da Coreia do Sul | 2 Comentários »
Confesso que sou um economista antiquado que enfrenta dificuldades com as atuais análises telegráficas e superficiais que se intensificaram com o uso da internet. Fico entusiasmado quando encontro um trabalho de fôlego como este livro “Korea – The Impossible Country”, do jornalista e escritor Daniel Tudor, Editora Tuttle, Hong Kong, elogiado por toda a imprensa internacional de peso. O autor é correspondente do The Economist na Coreia, além de colaborador regular do Newsweek Korea e outras publicações. Ele conta com uma sólida formação na Oxford University e Manchester University e elaborou um trabalho quase enciclopédico que não pode ser perdido por quem se interessa em compreender a Coreia, com todas as suas profundas raízes. A Coreia que provocou um milagre tornando-se uma economia desenvolvida e democrática, superando todas as suas limitações de um país impossível.
Os meus primeiros contatos com a Coreia foram em torno de 1963, quando ajudava o Advisory Committee on Technical Service do Conselho Mundial de Igrejas. Em colaboração com o Committee of Refugies das Nações Unidas, ajudamos a promover a primeira imigração dos coreanos para o Brasil, logo depois do armistício na guerra entre o Sul e o Norte, que ainda não terminou como sempre noticiado até recentemente. A Coreia estava arrasada, quase perdendo a sua identidade. Os contados seguintes foram em torno de 1985, quando supervisionava inclusive o escritório de Seul de uma trading brasileira com muitas viagens para aquele país. Eles foram renovados recentemente com a presença do embaixador Edmundo Fujita, meu amigo pessoal, como representante do Brasil naquele país.
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29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Martin Feldstein de Harvard comenta no Project Syndicate sobre os responsáveis pela política econômica chinesa, novo Ministro das Finanças Lou Jiwei, recondução de Zhou Xiaochuan no PBOC
Dada a atual importância da economia chinesa para o mundo, efetua-se um esforço para conhecer os dirigentes da sua política econômica. Depois da posse do presidente Xi Jinpíng e do premiê Li Keqiang, o mandato do governador do Banco Popular da China (PBOC), o Banco Central daquele país, Zhou Xiaochuan, que tinha chegado à idade de sua aposentadoria, foi prorrogado por mais dois anos, indicando a cautela com relação à política monetária. Ele se consagrou pelo aumento da internacionalização da moeda chinesa e veio se empenhando para conter as pressões inflacionárias.
O novo ministro das Finanças é Lou Jiwei, que veio do China Investment Corporation, o fundo soberano da China, também um economista treinado, que já foi vice-ministro das Finanças, uma forte voz pelas reformas pró-mercado. Ainda que não seja um favorável pela contenção fiscal e elevação dos impostos, mas vem evitando elevados déficits fiscais. São duas demonstrações de cautela com que os novos líderes estão cuidando da política econômica.
Zhou Xiaochuan Lou Jiwei
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29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: anúncios das novas autoridades do país, muitos artigos mostrando-se surpreendidos com a desaceleração do crescimento chinês, reformas e mudanças de estratégia
Verificando-se o noticiário recente nos principais meios de comunicação social internacional, constata-se que predomina uma surpresa com a sensível desaceleração do crescimento da economia chinesa neste começo de 2013. Ao mesmo tempo, tanto o novo primeiro-ministro Li Keqiang como o presidente Xi Jinping não mostram nenhuma preocupação com o que está acontecendo, que está dentro das decisões dos dirigentes do Partido Comunista Chinês, como já anunciado desde no final do ano passado. Parece que o mundo não acreditava que a meta de crescimento do próximo quinquênio que se situa entre 7 a 8% ao ano, com reformas estruturais e mudança da estratégia para ampliação do mercado interno, reduzindo a dependência das exportações era para valer, tratando-se somente de retórica, como costuma ocorrer com muitos políticos. Se existe alguma surpresa é com este noticiário, pois estas cifras continuam sendo elevadas, mesmo admitindo que já se manifestem pressões inflacionárias.
Todos sabem que as decisões na China não dependem somente de poucas pessoas, mas existe um razoável consenso dentro do Partido, onde estão representados os mais variados segmentos da sociedade chinesa. Todos sabiam que era impossível manter o crescimento que vinha se observando nos últimos anos, principalmente depois da crise que afetou o mundo após 2007/2008. A desaceleração é mundial, e mesmo os esforços dos Estados Unidos, da Europa, do Japão e dos países emergentes não indicam que haja resultados mais otimistas. A China está efetuando o que é possível, pois não haveria como manter o crescimento anterior, porque as necessidades de reformas tornaram-se importantes, e há uma forte pressão para a melhoria do mercado interno.
Presidente Xi Jinping e primeiro-ministro Li Keqiang
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29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Yuriko Koike, dificuldades adicionais, política japonesa com capacidade de análise
Yuriko Koike escreve regularmente para o Project Syndicate. Ela é uma influente parlamentar japonesa, de origem acadêmica, que já foi ministra da defesa do Japão e continua desempenhando um papel importante na formulação da política externa do seu país como uma das líderes do seu partido, que está atualmente no comando do governo. Ela comenta a recusa da China em participar dos entendimentos anuais de cúpula com o Japão e a Coreia do Sul visando resolver os problemas existentes, ainda que seja a região mais dinâmica do mundo no momento, o que não é nada bom. Segundo ela, seria uma oportunidade para a criação de um mecanismo trilateral para diálogo institucionalizado entre os três grandes da região.
Estas reuniões de cúpula costumam ser aproveitadas para assinar acordos e não para iniciar as difíceis negociações entre os três países no momento de elevada tensão. A oportunidade poderia ser aproveitada para aumentar a estabilidade estratégica na região, mas parece que as tensões vão continuar. Seria uma sinalização para as suas populações da crescente interdependência econômica entre as três economias, no comércio, nos investimentos e nas cadeias de produção, como não poderia ser imaginado há 20 anos, como ocorreu na Europa depois da Segunda Guerra Mundial.
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28 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: 25 artistas do Sudeste Asiático, artigo de Claudia Sarmento no O Globo, exposição de arte contemporânea em Yokohama
O site do jornal O Globo publica um expressivo artigo elaborado por Claudia Sarmento sobre uma exposição que está ocorrendo em Yokohama, no seu Museu de Arte, com o título “Welcome to Jungle” com os trabalhos de 25 artistas do Sudeste Asiático, de países como Cingapura, Malásia, Filipinas, Indonésia, Tailândia, Vietnã, Mianmar e Camboja. Nada mais justo, pois a região passa por um acelerado processo de transformação e os artistas procuram registrar a sua percepção do que está acontecendo, com a mudança do que tinham no passado, com a nova realidade que estão encarando.
O artigo informa que é em Cingapura, no seu Museu de Arte, é que se dispõe de um importante acervo que inclui fotos, vídeos, pinturas e escultura, mostrando que, além de sua importância econômica e política, também reúne o que dispõe de mais importante do ponto de vista cultural, ou seja, a maior coleção de arte contemporânea sobre a região. Ainda que se refira à selva, informa-se que o cenário é cada vez mais urbano, e os artistas procuram questionar o que está acontecendo, o preço da transição para a modernidade, servindo de inspiração para a nova geração.
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28 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: a qualidade do uísque japonês, elaboração aprimorada, elevado nível de consumo, reconhecimento no The Wall Street Journal
Ainda que já não seja mais consumidor de bebidas alcoólicas de elevador teor há muito tempo, sempre ficava impressionado com a quantidade e qualidade dos uísques consumidos pelos japoneses, inclusive de produção local, tanto no Japão como no exterior. Uma autoridade no assunto, Lawrence Osbore elaborou um artigo publicado no The Wall Street Journal Magazine, que se encontra no seu site. Ele reconhece que os melhores single malt do mundo são japoneses. Ele se refere à experiência nos bons bares de Kyoto, onde a arte de beber ganhou um patamar de sofisticação que não é encontrado em muitos lugares do mundo. Realmente, como os japoneses bebem muito, seus bares são refinados, contando com cuidados que não se encontram em muitos lugares.
Em 2012, eles ganharam o World Whiskies Awards, com o Suntory Yamazaki 25 anos, para o melhor single malt, enquanto a Nikka ganhou o primeiro lugar na categoria do Blended Malt, e hoje eles exportam para os Estados Unidos, França e Reino Unido. Existem razões que determinaram estas qualidades dos uísques japoneses. Segundo o artigo, dois japoneses contribuíram para que isto ocorresse. Masataka Taketsuru, o fundador da destilaria Nikka, e Shinjiro Torii, um farmacêutico que começou com o Suntory nos idos de 1923, em Yamazaki. Taketsuru viajou sozinho para a Escócia em 1918. Ele era casado com uma escocesa e estudou na Universidade de Gasgow, sendo o primeiro japonês que estudou o uísque cientificamente.
Quatro uísques produzidos pela destilaria Yamazaki. Foto: Hiroji Kubota/Magnum Photos
Chef da Yamazaki confere aroma do uísque. Foto: Jeremy Sutton-Hibbert/Alamy
Tonéis de cobre da destilaria Hakushu. Foto: Cortesia da Suntory
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28 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento do turismo interno, intensidade de turismo, redução das viagens para o exterior, sequência de feriados até 6 de maio, situação econômica e cambial
Uma tradição que vem desde o período em que as férias regulares dos assalariados não eram comuns no Japão, sempre as sequências de feriados era aproveitada para viagens. Como o Natal não é uma data significativa naquele país, o Ano Novo costumava ser alongado, permitindo que muitos japoneses que trabalhavam nas grandes metrópoles pudessem visitar seus familiares nas regiões de onde provinham. Isto vinha diminuindo, mas depois dos desastres de Fukushima parece que os japoneses sentiram a necessidade de retomar seus relacionamentos familiares. A segunda sequência mais importante sempre foi o chamado Golden Week, que se estende do final de maio para começo de junho, quando existem alguns feriados que são aproveitados para turismos internos e externos, quando multidões aproveitam no mínimo uma semana para viagens. Inclui o Dia dos Meninos que é comemorado com figuras de peixes que ficam ao vento.
Neste ano, o próximo dia 6 de maio também é considerado feriado, pois quando alguns caem nos dias de semana são transferidos para a segunda-feira seguinte, para evitar o que os brasileiros denominam ponte, ou seja, que mais um dia útil seja utilizado para a folga. Portanto, desde este fim de semana até o próximo, incluindo 6 de maio, será aproveitado para estas excursões que estão estimadas para envolvem cerca de 22,7 milhões de japoneses, segundo as estimativas da JTB – Japan Travel Bureau, a principal agência que trabalha com estas viagens, conforme artigo publicado no Japan Times. Seria o recorde em número desde quando se dispõe destas estatísticas, envolvendo mais de 17% de toda a população japonesa.
Aeroportos, estradas e estações ferroviárias lotados durante o golden week
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