14 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: a rica culinária brasileira, atualização como do Mocotó com o Chef Rodrigo Oliveira, melhor que as mal copiadas de países estrangeiros
Percorrendo o Brasil, nota-se que muitos restaurantes que se tornaram famosos em regiões do país acabam chegando a grandes centros como São Paulo. No entanto, nem todos conseguem a evolução que se conseguiu no famoso restaurante Mocotó, com o Chef Rodrigo Oliveira, que conseguiu dar uma leitura atualizada ao que era tradicional no sertão nordestino. Existem muitos do Ceará que se instalaram em São Paulo, até com sucesso, mas observam-se que ainda mantém somente o que é tradicional, não se ajustando as atualizações que se observam em todo o mundo, com a redução do uso do sal, das gorduras, dos açúcares, acrescentando com criatividade elementos mais saudáveis como frutas, legumes e vegetais, que contribuiriam para uma alimentação mais saudável, usando a rica base que possuem.
Observa-se que muitos restaurantes famosos da cozinha baiana, pernambucana, amazônica e cearense nem sempre conseguem manter-se por longo tempo com o seu sucesso tradicional. O pior são as péssimas adaptações que tentam o chamado fusion, incorporando elementos da cozinha estrangeira, como da Tailândia ou do Peru, sem que suas essências sejam realmente compreendidas e incorporadas. Até as chinesas e japonesas, apresentam distorções que os tornam inconvenientes para a saúde, com excessos de usos de sal e gorduras, por exemplo.
Rodrigo Oliveira, chef de cozinha do Restaurante Mocotó
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14 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: bulas e medicamentos inadequados, deficiências da Anvisa, irregularidades dos fabricantes
Lamentavelmente, o Brasil parece ser o paraíso dos laboratórios que colocam no mercado medicamentos variados que afetam a saúde da população com as mínimas responsabilidades, abusando da ineficiência das autoridades que deveriam ser responsáveis pelas suas fiscalizações. Andrea Freitas publicou um artigo no site de O Globo informando que de 17 medicamentos encontrados no mercado, feitos os testes, somente 5 correspondiam às bulas que estavam nas suas embalagens. Os usuários habituais dos muitos remédios receitados exageradamente pelos médicos brasileiros notam que alguns não fazem nenhum ou mínimos efeitos, o que os levam a desconfiar que não contenham os princípios ativos necessários na dosagem indicada.
Dificilmente no mundo, os laboratórios concentram tantas atenções para que os médicos receitem quantidades exageradas de medicações de todos os tipos, oferecendo amostras e até proporcionando viagens para congressos especializados. Estranha-se a quantidade de farmácias e drogarias existentes, notadamente em São Paulo. A deficiência da fiscalização da Anvisa – agência oficial que deveria cuidar do assunto, e acusações sobre as exageradas demoras burocráticas para as devidas autorizações, acaba obrigando com que entidades de defesa dos consumidores façam parte destes testes, que não abrangem a totalidades dos remédios, principalmente os mais atualizados e custosos.
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11 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as insuficiências dos BRICS, irritante arrogância de um professor de Harvard, o papel dos Estados Unidos e da Europa
Um artigo publicado por Dani Rodrik, da Universidade de Harvard, no site do Project Syndicate, infelizmente, continua dando uma mostra da arrogância de alguns acadêmicos do mundo desenvolvido, ignorando os seus próprios aspectos que deveriam ser condenados. Ele lamenta que a reunião de cúpula dos BRICS na África do Sul resultou numa “obsoleta” proposição da criação de um novo banco de desenvolvimento para financiar os projetos de infraestrutura, algo que se assemelha a proposição dos idos 1950, informando que se esperava que os países emergentes assumissem maior importância desempenhando um papel mais relevante no mundo contemporâneo, o que pode ser uma parte pequena da discutível verdade. Adicionalmente, teria se criado uma reserva de US$ 100 bilhões de dólares para lidar com os problemas de liquidez que porventura se apresentem, originária do mundo desenvolvido.
Segundo este autor, a economia global tem operado até agora sob um conjunto de ideias e instituições que emanaram dos países avançados do Ocidente, o que não parece uma colocação das mais corretas e felizes. Arrogantemente, ele atribui aos Estados Unidos a doutrina liberal oferecida ao mundo, o multilateralismo em cujas regras o sistema mundial vem funcionando, ao que poderia ser acrescentar mal. E a Europa trouxe os valores democráticos, a solidariedade social e a engenharia institucional que permitiu criar a União Europeia. Parecem ideias parciais e uma desconsideração pela longa história da humanidade que ainda mal começava a se formar, quando outras civilizações asiáticas já tinham registrado avanços expressivos. Suas declarações poderiam gerar inúmeras contestações, dos mais variados ângulos, mesmo não se desejando gerar mais polêmicas.
Dani Rodrik
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10 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: amarelo relacionado com o baço, artigo de Cindy Gu no China Daily, consumo de alimentos coloridos
Um interessante artigo foi publicado por Cindy Gu no China Daily explicando por que na Tradicional Medicina Chinesa recomenda-se o consumo de alimentos de diversas cores, notadamente o amarelo. Acredita-se que o corpo humano está organicamente unificado com órgãos relacionados com cinco elementos, sabores e cores. A cor amarela está relacionada com o baço, que desempenha um papel importante na regulação do metabolismo de células vermelhas do sangue, e também um papel vital no sistema imunológico. Proporcionam oxigênio ao corpo, protegendo contra infecções e doenças. Na cultura chinesa, a alimentação funciona como medicação, não apresentando nenhuma distinção entre as duas.
O artigo começa descrevendo o papel do limão amarelo. Por ser bonito, os seus valores nutricionais nos diversos pratos são subestimados, segundo o artigo. Em 1747, James Lind descobriu que a vitamina C das frutas cítricas ajudou a eliminar o escorbuto que afetava os marinheiros nas suas longas viagens da época. Os limões podem melhorar o humor na aromaterapia, melhorando a circulação do sangue e aumentando a imunidade. É rico em vitamina C, um dos antioxidantes mais potentes que servem para combater o envelhecimento precoce. A sua elevada acidez exige cuidados para não afetar o estômago, devendo ser usado com moderação.
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10 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aparente contradição, as tendências no Brasil, mudanças em muitos países do mundo, pragmatismo
Sempre existem os críticos contumazes que procuram marcar suas posições políticas oposicionistas ressaltando eventuais pontos falhos que ocorrem em qualquer economia, neste período de grandes incertezas em todo o mundo. Tudo indica que nenhum governo está fazendo exatamente o que quer, mas o que lhe é possível no momento, ainda que saiba que não pode contentar a todos. Na sua coluna semanal no Valor Econômico, o professor Antonio Delfim Netto procura mostrar que existem os que pretendem a elevação dos juros, diante da ameaça inflacionária, mesmo reconhecendo que isto não provoca a elevação da oferta atendendo a demanda existente. O que poderia se provocar é uma maior desaceleração da economia, com custo elevado para a redução geral da pressão inflacionária.
Isto poderia parecer contraditório com o que os jornalistas Claudia Safatle, Mauro Zanatta e Fernando Exman escreveram no mesmo jornal com base no depoimento de Luiz Gonzaga Belluzo, que participou de um almoço com a presidente Dilma Rousseff e o próprio Delfim Netto e Yoshiaki Nakano em Brasília. Registraram que ninguém teria se oposto a uma elevação dos juros pelo Banco Central nos próximos dias. Na realidade, parece que a posição pragmática da presidente é ouvir as mais variadas posições sobre as diversas medidas de política econômica que estariam sendo tomadas, incluindo a monetária. Mas tudo indica que se recomenda que também seja cogitada a elevação dos juros, mesmo que isto não seja necessariamente implementada pelo Banco Central.
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10 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: América Latina exportava mão de obra, artigo do The Economist, passou a importar mesmo com algumas dificuldades
Um artigo publicado no The Economist menciona não somente o Brasil assim como o México e outros países da América Latina, que costumavam exportar parte dos seus trabalhadores, oficial ou ilegalmente e passaram a ser importadores dos mesmos tanto da Europa como dos Estados Unidos. Com dados que não são precisos, informa-se que o desemprego nos países chamados desenvolvidos está provocando uma nova onda de migrações para os países emergentes que demandam recursos humanos para o seu atual crescimento, principalmente de países que apresentam similaridades como a Espanha e Portugal. Devem se somar ainda os que tinham migrado para a Europa, Estados Unidos ou Japão, e que estão retornando aos seus países de origem, que, bem ou mal, apresentam melhores oportunidades de emprego no momento.
O artigo menciona que isto está se refletindo na área dos restaurantes, que transferiam hábitos de consumo dos países latino-americanos para os desenvolvidos, e agora estão provocando transferências daqueles que preparam culinárias, como as europeias, para o novo mundo. Muitos novos restaurantes e estabelecimentos voltados a todos os tipos de culinária estão se multiplicando não somente no Brasil como nos seus vizinhos, apresentando novas leituras, diferentes e atualizadas dos que foram trazidos pelos antigos imigrantes do final do século XIX e todo o século XX. Observam-se, também, alguns restaurantes asiáticos e até peruanos, ainda que muitos não sejam autênticos.
Tasca da Esquina, que tem a matriz em Lisboa, conta hoje com uma unidade em São Paulo
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8 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo no suplemento da Folha de S.Paulo, finalidade da educação, reprodução do artigo de Peter Catapano no The New York Times
As discussões sobre a educação dos filhos ganham relevância num período em que, tudo indica, há uma exagerada valorização dos avanços tecnológicos em algumas sociedades, notadamente na área eletrônica. Os europeus parecem continuar a valorizar as formações mais humanísticas, muitos asiáticos que receberam uma influência dos ensinamentos de Confúcio valorizam a educação em si, mas também existem os que exageram nas exigências de elevadas performances econômicas. O artigo de Peter Catapano publicado no The New York Times e reproduzido no suplemento da Folha de S.Paulo proporciona a oportunidade para sua discussão.
Parece evidente que as crianças atuais, antes mesmo de frequentarem as primeiras escolas, são atraídas pelos variados instrumentos eletrônicos e digitais utilizados pelos seus pais, cujas imagens as fascinam antes mesmo que tenham uma razoável compreensão de como eles funcionam. Os métodos tradicionais de educação que seus pais receberam acabam parecendo obsoletos, mas os exemplos dados pelos pais parecem continuar válidos na formação básica de suas personalidades. Os atuais pais destas crianças possuem valores diferenciados, sendo que os norte-americanos parecem tender a valorizar exageradamente as eficiências econômicas, com extremos de especializações, ao lado de uma liberdade individual também muito flexível, que com a redução dos filhos, parecem assumir o comando até dos seus pais.
Peter Catapano
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8 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: noroeste da China, região autônoma no Xinjiang Uygur, Rota da Seda, Tashi Kuergan Tajik
Muitos sabem que os han são apenas uma das etnias que representam a quase totalidade da população chinesa, mas que existem dezenas de etnias que são totalmente diferentes fazendo parte desta gigantesca China. Um interessantíssimo e curto artigo de Li Xinzhao publicado no China Daily dá uma mostra fotográfica destas diferenças, muito expressiva. Trazem quatro fotografias dos últimos anos deste consagrado fotógrafo, constantes dos arquivos daquele jornal oficial da China, mostrando fisionomias que muitos não considerariam como de chineses.
Foram tiradas num condado autônomo de Tashi Kuergan Tajik, na região de Xinjiang Uigur, que tem uma longa história como uma das paradas da antiga Rota da Seda, que ligava a China à atual Europa, capturando as belezas dos seus povos esquecidos. Segundo o artigo, Tashi Kuergan significa fortaleza ou torre de pedra, informando que muitos estudiosos o consideram o verdadeiro início da viagem pela Rota da Seda, que oficialmente começa em Xian, antiga capital da China.
O fotografo Li Xinzhao recebeu informações sobre esta região e a visitou por meses colhendo uma rica coleção de fotos, tanto das paisagens, mas com destaque para as pessoas que lá encontrou, para a nossa admiração, utilizando avançados equipamentos especializados. Segundo ele, “meu impulso criativo era capturar a simplicidade imaculada da vida da tribo e cultura”.
Esta cultura e o meio ambiente estão correndo hoje o risco de extinção, diante do processo de globalização e redução da ampla biodiversidade que ainda existe na China, como no Brasil. Estas fotos mereceram o maior destaque na Exposição de Arte Fotográfica Nacional da China de número 24, considerado um dos mais importantes eventos de fotografias daquele país, e quiçá do mundo.
Esforço idêntico deve ser feito no Brasil, pois do que tive a oportunidade de conhecer nos mais afastados rincões deste país, observo a lamentável uniformização que está ocorrendo rapidamente com as facilidades dos meios de comunicação como a televisão, que já reduziram os sotaques regionais que distinguiam, por exemplo, os gaúchos e catarinenses.
Já não se distingue os nordestinos, as diferenças dos baianos e dos mineiros, com o que se encontra em grandes centros como o Rio de Janeiro ou São Paulo. Estamos perdendo não somente a forma de falarmos e os seus diferentes acentos, como até as fisionomias e formas de comportamento, fazendo com que lamentáveis padrões que são aceitáveis nas praias cariocas sejam rapidamente copiados até o Acre ou Roraima.
Seria de vital importância que estas diferenças, principalmente nas localidades rurais deste vasto Brasil, fossem registradas, antes que sejam absorvidas, nacionalizadas ou globalizadas, reduzindo a ampla riqueza da nossa biodiversidade.
8 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: aspectos positivos, Joseph Stiglitz no Project Syndicate, os custos da política, outros aspectos positivos, predominância de torcidas | 2 Comentários »
Um apoio expressivo de um Prêmio Nobel de Economia como Joseph E.Stiglitz à política econômica japonesa que está sendo chamada de Abenomics ajuda a consolidar importantes condições para o seu sucesso, ainda que sejam evidentes os que devem arcar com seus custos. O aspecto que parece mais importante é que isto está motivando o setor empresarial japonês que há tempos aguarda por sinais para a recuperação de sua econômica. Joseph Stiglitz afirma que ele vem propondo algo semelhante para os Estados Unidos e a Europa, vendo uma consistência entre aspectos monetários e cambiais, com a fiscal e estrutural, ainda que se possa colocar em dúvida a fiscal. Ela vai acrescentar mais dispêndios, esperando-se que a dívida pública seja reduzida em termos reais por aumento da inflação, ou seja, um imposto não explícito sobre a população, que vai sofrer quedas de salários reais e redução dos seus ativos financeiros, que não podem ser desprezados do ponto de vista político.
Se a política conseguir despertar o espírito animal dos empresários para expandir suas atividades exportadoras e seus investimentos, como parece que está ocorrendo, aumentar os consumos da população com os riscos das perdas sobre suas poupanças, há possibilidades de sucesso desta política. Mas, parece difícil que simultaneamente os Estados Unidos, a Europa e o Japão continuem desvalorizando seus câmbios e ampliando suas exportações, com ganhos para todos. Uma surda resistência política da população poderá ocorrer, ainda que os empresários tenham uma forte influência sobre o estado de espírito da população como um todo, utilizando todos os meios de comunicação social, que até o momento não vem revelando grande entusiasmo.
Joseph Stiglitz
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6 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: além das notícias positivas da China, artigo de Claudia Safatle, novo comando de Xi Jiping e Li Keqiang, tarefas hercúleas, visita à China
O mundo acostumou-se com as notícias que só informam os aspectos positivos da China, que são muitos, mas os desafios que enfrentam são também gigantescos. Metade da população chinesa ainda encontra-se no campo, a renda per capita média do país é a metade da brasileira, com uma distribuição de renda pior. Claudia Safatle foi uma das poucas convidadas para visitar a China quando da entrevista coletiva para a imprensa internacional dada pelo presidente Xi Jinping e, além dos seus muitos artigos já publicados, ela apresenta no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico um quadro mais completo do que observou pessoalmente naquele país. Principalmente com a entrevista com o diretor Zhang Yuyan, do Instituto de Economia e Política Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Os desafios dos novos líderes, presidente Xi Jinping e primeiro-ministro Li Keqiang, são das dimensões chinesas, necessitando reformar sua economia que se sustentava com suas exportações e passam a depender fortemente da expansão do mercado interno. Resume-se o quadro com uma população estimada em 1,3 bilhão de habitantes, renda per capita média anual de US$ 6.100, 56 etnias diferentes e 130 milhões de habitantes abaixo da linha de pobreza absoluta, que vivem com menos de US$ 1 por dia. O governo trabalha perseguindo um crescimento de 7,5% ao ano para dobrar a sua renda per capita, que se igualaria a brasileira em 2020, levando 700 milhões de trabalhadores do campo para o regime de previdência social.
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