30 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: certificações, os frangos da Korin, outros produtos, planos de ampliação, verticalização
Se há um segmento da economia que vem se expandindo acima da média no Brasil, trata-se dos alimentos orgânicos. A Korin, objeto de uma reportagem de uma página no Valor Econômico, elaborada pela jornalista Bettina Barros, possui três certificados: de alimentos orgânicos, livre de antibióticos e de bem estar animal. Envolvido com a filosofia da Igreja Messiânica, a Korin não visa lucro e não faz publicidade, e se baseia no princípio: solo sadio produz não só plantas e animais sadios, mas homens sadios.
Os seus produtos principais hoje no Brasil são o frango e o ovo, que caiu na preferência das mães disseminado pelo boca a boca, que teve a ajuda marcante dos pediatras, que os recomendam para as crianças, apesar de um pouco mais caro que os usuais. Muitas palestras, segundo o artigo, foram feitas com os formadores de opinião, consumidores, professores, nutricionistas e médicos. Mas também trabalham com hortaliças, verduras, legumes, frutas, mel, café e água. O seu produto básico é um insumo para o solo, que é fornecido para os seus parceiros agricultores.
A unidade central da Korin no Brasil fica localizado em numa pequena área de 172 hectares em Ipeúna, no interior de São Paulo. Mas eles utilizam 25 produtores de frango, um de ovo, e cinco de milho, além de outros 27 produtores rurais como parceiros, fazendo o adequado controle de qualidade de sua produção, supervisionado pela engenheira de alimentos Cecilia Ifuki Mendes, gerente de Qualidade e Desenvolvimento de Produtos. Ela informa que a Korin é uma das vencedoras do Prêmio Eco 2012, conferido pela Câmara de Comércio Americana (AMCHAM).
A Korin está baseada na tradição da agricultura japonesa, tendo começado com vegetais orgânicos em 1970. Comercializa seus produtos com um supermercado próprio em São Paulo, mas também utiliza algumas redes de supermercados. Como todos os produtores, procuram evitar as grandes redes que exageram nas suas margens, e estão visando aumentar outros franqueados.
30 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: descobrindo o mundo asiático, intercâmbio profícuo de ideias, pesquisadora do cinema chinês, qualificação excepcional, “Avis Rara” Cecília Mello | 2 Comentários »
É extremamente rara a oportunidade de encontrar uma qualificada pesquisadora acadêmica de cinema no Brasil, principalmente quando o foco de sua atenção atual é o cinema chinês, tanto do continente como de Taiwan. Estou tendo o privilégio de estabelecer um intercâmbio profícuo com a jovem pesquisadora Cecília Antakly de Mello, brasileira formada na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, que obteve o mestrado na produção de filme e televisão na Universidade de Bristol, doutorado em estudos de filmes na Brickbeck College na Universidade de Londres, e pós-doutorado no Departamento de Filmes, Rádio e Televisão da Universidade de São Paulo, como pesquisadora visitante nas Universidades de Leeds e Taipe National University of Arts, com uma bolsa da FAPESP. Pesquisa atualmente no Departamento de História da Arte na Universidade Federal de São Paulo, no campus de Guarulhos, sobre o diretor chinês Jia Zhang-ke, também com uma bolsa da FAPESP.
Segundo ela, descobriu-se que existem fortes influências nomeadamente do diretor do Japão, Yasujiro Ozu, de Taiwan, Hou Hsiao-hsein, e da Índia, Satyajit Ray, que permitem compreender o trabalho do promissor diretor chinês Jia Zhang-ke, pouco conhecido no Brasil. Ele é considerado um expoente da sexta geração de diretores chineses e já ganhou a principal prêmio do Festival de Veneza. Isto mostraria que existem influências culturais asiáticas importantes que não são muito conhecidos no Ocidente, que ainda centra seus conhecimentos na Europa e nos Estados Unidos.
Capa do livro editado por Lúcia Nagib e Cecilia Antakly de Mello. Cineasta Jia Zhang-ke
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30 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Dilma Rousseff e os prefeitos, novas sugestões, problemas agudos provocam medidas de correções
Tantas são as dificuldades existentes nas instalações dos locais de eventos no Brasil, que se tornam indispensáveis aproveitar a comoção nacional e internacional provocada pelos lamentáveis acidentes como de Santa Maria para corrigir o máximo possível dos erros existentes. A presidente Dilma Rousseff que visitou aquela cidade do Rio Grande do Sul aproveitou o encontro antes agendado com todos os novos prefeitos eleitos em todo o Brasil para enfatizar a necessidade de sensíveis aperfeiçoamentos nesta área para que acidentes da mesma natureza não se repitam, com plena aprovação dos novos chefes das administrações municipais.
Vozes oportunistas se levantam também nos legislativos, mostrando que desde o nível nacional, até os estaduais e municipais, todos os políticos estão dispostos a apresentar seus projetos que devem ser examinados tecnicamente. Aproveitando a onda que se formou, tomo a liberdade de acrescer algumas decorrentes das observações e experiências pessoais, baseados na frequência de cinemas, locais de eventos, teatros e concertos de toda natureza, tanto no Brasil como no exterior. Podemos, na minha modesta opinião, aproveitar muito do que já está sendo feito em outros países, notadamente para facilitar a vida de idosos e de todos que necessitam de cuidados especiais, que estão aumentando no mundo e no Brasil.
Presidente Dilma Rousseff durante encontro com prefeitos
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30 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: globalização, medalhas brasileiras, origem do judô, suplementos especiais sobre as modalidades olímpicas | 4 Comentários »
Um interessante suplemento especial começou a ser publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo para cobrir mensalmente as modalidades olímpicas, começando pelo judô, que tem proporcionado muitas medalhas para o Brasil. Há uma explicação inicial sobre a sua origem no Japão há mais de 2,5 mil anos, deixando claro que tem uma clara filosofia que o inspira, o seja, o “caminho suave”, que está nos ideogramas que permitem a leitura judô. Na realidade, aproveita-se a força do adversário para provocar a sua derrota, tendo uma forma de defesa dos que aparentam serem mais fracos fisicamente. Dô, em japonês, pode ser entendido como uma filosofia.
Explica que foi Jigoro Kano, um grande mestre de artes marciais que criou o próprio estilo na metade do século XIX, criando a queda amortecida e o quimono até hoje utilizados. Foi em 1822 a criação do Kodokan, que conta com um famoso pavilhão em Tóquio, de onde se espalhou pelo mundo, inclusive pelo Brasil. O respeito pelos adversários e todo o ritual, bem como toda a terminologia utilizada continua sendo a japonesa, ainda que o esporte venha se transformando, com o maior emprego da força física.
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29 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do brasileiro José Graziano da Silva da FAO, mudanças importantes nas orientações dos países membros, publicado no Project Syndicate
Como é do conhecimento geral, o atual Diretor Geral da FAO – Organização para Alimentação e Agricultura, unidade das Nações Unidas com sede em Roma, é o brasileiro José Graziano da Silva. Num artigo seu publicado no Project Syndicate, ele informa que uma importante orientação está sendo aperfeiçoada naquela entidade, desde dezembro último, com uma sutil alteração na redação dos objetivos. Até agora se perseguia a redução da fome, e agora se passou para erradicar a fome, a insegurança alimentar e desnutrição, processo que ainda deverá ser confirmado pela conferência da organização em junho deste ano, por todos os países membros.
Apesar da população mundial já ter atingido 7 bilhões de habitantes, nos últimos 12 anos perseguia-se a redução da fome pela metade até 2015. Conseguiu-se que em 1990-92 o percentual de pessoas famintas fosse reduzido de 23,2% para os atuais 14,9%, mas em números absolutos passou-se somente de 980 milhões, para 852 milhões, ou seja, mais de quatro vezes a população brasileira, segundo o autor.
O brasileiro José Graziano da Silva é diretor geral da FAO
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29 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: adaptações decorrentes do exterior, artigo no Valor Econômico, pesquisas, variedades de tomates disponíveis no Brasil | 2 Comentários »
Quem frequenta um grande mercado como o Ceagesp de São Paulo fica impressionado com a velocidade com que novas variedades de produtos estão sendo oferecidos aos consumidores, tanto de verduras, frutas, flores como de cebolas e tomates. Sempre existem novidades que não são conhecidas até pelos frequentadores habituais. Muitos produtores agrícolas estão se empenhando nestas inovações, com alguns apoios de instituições de pesquisa como a Embrapa, mas principalmente com os fornecedores internacionais de sementes.
A jornalista Janice Kiss publicou um artigo no Valor Econômico dando conta que uma variedade de tomate conhecida como Intense ganha à preferência dos consumidores, enquadrada na classe gourmet onde predominam as pequenas do tamanho de uma uva, apesar do seu tamanho normal, que estão ampliando suas presenças nas lojas de varejo. Conta com o trabalho de agricultores como Edson Trebeschi que utiliza, para tanto, um vinil house, para ter um total controle das condições climáticas, inclusive da quantidade de água. Ele foi conhecer este novo produto na Alemanha, que já está sendo comercializada na Europa, Estados Unidos e Austrália.
O tomate e algumas de suas variedades
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28 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a cidade de Santa Maria, a tragédia que exige manifestações e providências concretas, mudança de cultura no país
Quem conhece Santa Maria, no Rio Grande do Sul, fica assombrado com as muitas falhas que provocaram este pavoroso desastre naquela cidade. O sacrifício de centenas de vidas jovens e preciosas exige de todos os brasileiros decisões concretas na totalidade do país para evitar a repetição de algo semelhante, que nos desclassifica como civilizados e atualizados. Santa Maria destaca-se como um centro universitário, tendo sofrido fortes influências positivas de muitas correntes de imigrantes de origem europeia. Sua população ordeira costuma acatar as recomendações que parecem mais sensatas em todas as atividades. Mas parece que sempre existem lamentáveis exceções.
Não é compreensível o funcionamento de qualquer estabelecimento sem os alvarás exigidos, sem plena validade nos seus prazos. As condições necessárias para o funcionamento de locais que podem receber grandes massas de frequentadores necessitam obedecer todas as normas de segurança, para qualquer eventualidade, e os disponíveis devem ser amplamente divulgados. Não se podem admitir materiais inflamáveis nas suas construções e instalações como é comum se observar em muitos lugares, e muito menos o uso de efeitos pirotécnicos.
Vista aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul
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28 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dados de 2012 indicam que a Toyota superou a General Motors, diversos modelos em muitos países, notícias em diversos jornais internacionais, produções das controladas | 2 Comentários »
Segundo notícias publicadas em diversos jornais no mundo, inclusive a japonesa Nikkei e o site do Valor Econômico com base na agência Dow Jones, a Toyota e suas controladas teriam superadas as produções da General Motors e da Volkswagen em 2012, recuperando a posição que teria perdido em 2011. A Toyota teria totalizado 9,75 milhões de veículos de venda, com um aumento de 23%, enquanto a General Motors 9,29 milhões e a Volkswagen 9,07 milhões. A Nissan e a Honda também teriam vendas recordes, indicando que as japonesas superaram os problemas de abastecimento do Nordeste do Japão e da Tailândia, e apesar da crise mundial e os problemas de política internacional que enfrentam na China e na Coreia.
A Toyota inclui os dados da produção de minicarros da Daihatsu e os caminhões da Hino. O seu sucesso teria decorrido da boa aceitação do seu modelo híbrido Prius, dos sedans como o Camry e SUVs, além do luxuoso Lexus. A Nissan teria vendido mais 5,8% sobre o ano anterior, atingindo 4,94 milhões de unidades, e a Honda 3,82 milhões, com um aumento de 19%.
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28 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aperfeiçoamentos possíveis, legislação disponível, medidas preventivas disponíveis, o lamentável desastre de Santa Maria
O lamentável desastre que ocorreu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, com a perda de tantas vidas preciosas de jovens, nos obriga a refletir profundamente nas medidas adicionais preventivas que devem ser aperfeiçoadas no Brasil, além das já existentes. Todos os desastres decorrem da acumulação de muitos erros cometidos, que certamente foram múltiplos no lamentável caso, mas existem algumas providências que devem ser tomadas para evitar a repetição dos mesmos, acima de ficar repetindo as irregularidades ocorridas, que já não podem ser revertidas, infelizmente. É evidente que as punições dos responsáveis pelas falhas necessitam ser exemplares, para coibir o descumprimento futuro das normais já existentes, como as validades dos alvarás necessários, saídas suficientes de emergência e brigadas eficientes para as emergências como as já repetidas até nas salas de cinema, e que podem ser aperfeiçoadas, com exigências adicionais.
Quando o Brasil tentou exportar, no passado já distante, alguns materiais de construção para o Japão, a primeira exigência que se fazia era a comprovação de que eles não fossem inflamáveis. Como naquele país ocorrem muitos terremotos, eles acabam aumentando a possibilidade de incêndios, e as exigências já existentes eram rigorosas há muitas décadas. E algumas podem ser adaptadas para uso neste país, pois não é o primeiro incêndio que provoca tantas perdas de preciosas vidas, lamentavelmente.
Incêndio em boate em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Foto: Germano Roratto/Agência RBS
Os constantes terremotos exigem normas de construção mais seguras do que as que são adotadas atualmente no Brasil. Aprender um pouco com estas experiências de outros países parece uma coisa sensata.
Fica difícil compreender que plásticos inflamáveis sejam utilizados em locais de grandes aglomerações de pessoas, que incêndios possam ser provocados por faíscas utilizadas em alguns espetáculos com pirotecnia. Estes materiais e estes efeitos precisam ser terminantemente proibidos, pois até em locais abertos são extremamente controlados.
Qualquer incidente numa multidão pode provocar um pânico de difícil controle. Se até nos estádios esportivos existem delimitações em blocos dos espectadores, não se compreende porque estes tipos de medidas também não sejam adotados em qualquer aglomeração de qualquer tipo.
Ainda que as lotações de diversas salas de espetáculos sejam regulamentadas no Brasil, parece conveniente estabelecer uma margem maior de segurança, diante do elevado número de “convidados” que costumam ser admitidos pelos seus administradores.
Os especialistas poderiam fazer uma revisão das atuais exigências para a concessão dos alvarás, até com punições multiplicadas pelo número de eventuais vítimas, nos casos de seus descumprimentos, abrangendo até as suas faltas de atualizações.
Sempre as medidas preventivas parecem mais inteligentes do que as punições posteriores que costumam ser flexibilizadas, atingindo os proprietários das salas de espetáculos e não somente os funcionários responsáveis pelas suas operações.
27 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: câmbio, contribuição de Ronald McKinnon da Stanford, déficit fiscais e comerciais, juros
O conhecido professor emérito da Universidade de Stanford Ronald McKinnon publica um artigo no Project Syndicate dando sua posição no interminável debate sobre o atual desequilíbrio econômico mundial. Ele ensina no seu artigo que os atuais enfoques estão errados, tanto no suporte como na crítica, e para tanto elaborou o seu livro “The Unloved Dollar Standard: From Bretton Woods to the Rise of China”, que numa tradução livre poderia ser “O não amado padrão dólar: de Bretton Woods à ascensão da China”. As críticas que costumam ser feitas é que a taxa de juros do Fed – Banco Central dos Estados Unidos está baixa, com sua política favorecendo a expansão do crédito, tanto no país como em todo mundo inundado de dólares, com o aumento da dívida pública, o que faz com que o câmbio acabe valorizando as demais moedas (o que corresponde uma desvalorização do dólar), dificultando as exportações de muitos países, favorecendo as dos Estados Unidos. Apesar disto, o dólar continua como a principal reserva de valor, desde o término da Segunda Guerra Mundial e a realização da reunião de Bretton Woods, que criou o FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, para promover a recuperação da Europa e o Japão, destruídos durante o conflito, promovendo o chamado Plano Marshall.
Ronald McKinnon
A China, o Brasil e os países europeus reclamam da política norte-americana, que também já provocou no passado a valorização do yen, como no chamado Acordo de Plaza. Mas o professor Ronald McKinnon ressalta que o problema não está nos aspectos monetários nem cambiais, mas no déficit fiscal de muitos países como nos Estados Unidos, que vem atrapalhando a economia mundial, como já ocorreu no passado.
Ele apresenta um gráfico mostrando os períodos onde os produtos japoneses e depois os chineses inundam os Estados Unidos, que continuam não resolvidos pelas medidas de política econômica, segundo o autor.
Com tudo isto, infelizmente, todos continuam insatisfeito, e fazem o que entendem como mais favorável para o seu país, pois não conseguem diminuir os seus déficits fiscais, mais por questões políticas a que estão condicionados, como se vê tanto nos Estados Unidos, Europa como no Japão.