13 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a questão do spread bancário, ampliação dos financiamentos, cartão de crédito, tarifas bancárias | 1 Comentário »
O atual tom da discussão entre o governo e o sistema financeiro brasileiro certamente não está beneficiando ninguém, principalmente com as notícias veiculadas na imprensa dando a impressão de conversas de bicudos. Que os juros estão elevados no Brasil todos concordam, inclusive elevando a inadimplência, mas uma forma mais elegante para promover a sua baixa poderia ser adotada. O governo não teve a habilidade, para muitos, na preparação das condições para tanto, com entendimentos prévios com os principais responsáveis pelo sistema financeiro privado, como já ocorreu no passado. Os mesmos resultados poderiam ser obtidos, pois imaginar que o setor financeiro privado pode enfrentar as autoridades não parece ser a coisa mais inteligente. Todos, na economia brasileira, acabariam sendo prejudicados, sem ganho para ninguém.
É de se acreditar que o sistema financeiro brasileiro nunca teve a pretensão de manter-se intocável, com o poder de provocar um desastre mundial como o que ocorreu em 2008 com o papel preponderante dos bancos internacionais. Sendo privado, sempre estará pensando na máxima rentabilidade possível e já promoveu uma elevação substancial do custo dos seus serviços, e certamente não imagina que poderá continuar com esta posição privilegiada, provocando prejuízo relativo para todos os demais setores da economia, inclusive o segmento público.
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13 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento dos produtos genéricos, mudanças no mercado de medicamentos no Japão, produções vindas do exterior
Não faz muitos anos que vêm ocorrendo mudanças no mercado japonês de medicamentos. No passado, os médicos que atendiam nos hospitais prescreviam medicamentos para os seus pacientes que eram fornecidos no próprio hospital, na quantidade exata da prescrição. Depois, começaram a ser vendidos em farmácias localizadas nas proximidades das residências japonesas. Agora, o jornal Nikkei informa que está havendo um aumento substancial do uso de medicamentos genéricos, muitos produzidos no exterior.
A partir de 1º de abril último, os médicos que prescreverem medicamentos de marca precisam escrever também todas as alternativas genéricas existentes. Os genéricos respondiam por 23,6% no final de 2011, mas existem previsões que devem se elevar nos próximos anos. As indústrias farmacêuticas estão se ajustando para atender a nova demanda japonesa.
Farmácias no Japão
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13 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: fenômeno generalizado, onda coreana no Japão, relações entre japoneses e coreanos
Muitos ocidentais imaginam que persistem problemas decorrentes das relações entre o Japão e a Coreia antes e durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, um editorial publicado pelo conservador jornal econômico japonês Nikkei, de autoria de Motohiro Ikeda, pode surpreender pela mudança que está ocorrendo entre estes dois países. Os filmes coreanos, as novelas transmitidas pela televisão japonesa e os grupos musicais coreanos que fazem sucesso no Japão mostram que a Coreia está exportando parte de sua cultura para os japoneses, que antes somente era conhecido por marcas como a Samsung ou Hyundai.
Está ocorrendo uma verdadeira “onda coreana” que está desafiando as previsões críticas que se observavam há apenas uma década, quando esta tendência começou, e que era identificada como uma moda de pequena duração. Atualmente, as ofertas de entretenimentos coreanos estão gerando impressionantes resultados econômicos no Japão.
Pratos da culinária coreana que vêm fazendo sucesso no Japão
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12 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: agiotagem na China, cifras astronômicas, muitos condenados à morte por operações ilegais, necessidade de torná-las oficiais
Todos os números que envolvem a China são astronômicos, e a Bloomberg publica um artigo de Jun Luo, de Xangai, e Yidi Zhao, de Beijing, com a editoria de Peter Hirschberg, citando cifras inacreditáveis de operações dos agiotas, pois suas ações não estão regulamentadas. Ren Xianfang, economista da IHS Global Insight, de Beijing, estima que os chamados “Shadow Banks” estariam com empréstimos e investimentos da ordem de US$ 1,3 trilhão, que corresponde ao déficit do governo dos Estados Unidos em 2011. Ou, segundo Yao Wei, economista do Societé Generale, somando-se as “trust companies” ligadas aos bancos, o total chegaria a US$ 2,4 trilhões, quase o endividamento das famílias norte-americanas.
Este assunto vem sendo discutido na imprensa e pelas autoridades chinesas, pois existem muitos condenados à morte pelas práticas ilegais, tendo o primeiro-ministro Wen Jiabao comentando o tema numa entrevista à imprensa em 14 de março último. Segundo ele, as empresas chinesas, especialmente as pequenas, necessitam destes fundos, e é preciso efetuar os financiamentos privados de forma regulamentada. Segundo a Bloomberg, o caso que se tornou mais conhecido foi a condenação à morte de Wu Ying, de 28 anos, conhecida como a “Rich Sister”, que foi considerada culpada por tomar dos investidores US$ 55,7 milhões sem pagar de volta. Ela não é a primeira, não se sabendo ao certo quantos estão condenados, o que vem sendo veiculado pela Xinhua News Agency e pelo People’s Daily, que são oficiais do governo chinês. Também nos altos organismos do Partido Comunista da China, estes assuntos estão sendo discutidos, com alguns entendendo que a condenação à morte não é a sua solução.
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10 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: Folha de S.Paulo destaca livro lançado por Eliana Zagui, memória escrita com a boca, paciente há 36 anos na UTI, paralisia infantil | 4 Comentários »
Existem casos que emocionam a todos, até os mais insensíveis. O lançamento do livro da Eliana Zagui, 38 anos, 36 anos vividos numa UTI do Hospital das Clínicas por causa de uma paralisia infantil, é certamente um caso único. “Pulmão de Aço”, lançamento da editora Belaletra, foi escrita com a boca, pois seus braços e as mãos não funcionam. O assunto mereceu um destaque na primeira página da Folha de S.Paulo, e uma página inteira escrita pela Claudia Colluci, homenageada pela excepcional autora. No site da editora há uma possibilidade de aquisição do livro pela internet (já encomendei o meu).
Nesta condição extremamente adversa, Eliana Zagui, segundo o artigo publicado, fala no seu livro de suas angústias e diz esperar que ele ajude “aqueles que não querem nada com a vida”. Na UTI, ajudada na respiração por aparelhos, ela se formou no curso do ensino médio, aprendeu inglês, italiano, fez curso de história de arte e tornou-se pintora. A pólio havia paralisado completamente o diafragma e a deglutição. Das 5.789 crianças vítimas da pólio entre 1950 ao final da década dos 70, somente ela e Paulo Machado, hoje com 43 anos, conseguiram sobreviver. “Nós nos apegávamos um ao outro, como numa grande família. Era a única maneira de suportar aquilo tudo”, lembrou Eliana à Folha de S.Paulo.
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9 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a chegada da primavera, novas esperanças para os japoneses, num ano que se tornou especial
Todos os povos que contam com as estações de ano claramente demarcadas sempre saúdam a primavera depois de um longo e rigoroso inverno. Para a cultura japonesa, as floradas das cerejeiras sempre foram acontecimentos importantes, mas parece que os desastres que sofreram no ano passado dão um sentido mais forte para este ano. Renovam-se as esperanças e, em Tóquio, as atenções se voltam mais fortemente nas margens do rio Sumida, com a construção do Sky Tree. Todos os jornais japoneses destacam que, além dos pontos tradicionais da festa do “hanami” (apreciação das flores), os arredores do bairro de Asakusa ganharam novo impulso, inclusive com as iluminações noturnas das cerejeiras em flor.
No fim de semana passado, houve uma grande movimentação da população japonesa para os locais que apresentam as melhores concentrações de cerejeiras. Sua florada é breve, dura o máximo de uma semana, apesar de haver algumas variedades diferentes de cerejeiras. No ano passado, a população se sentiu constrangida pelos desastres e não havia um clima para comemorações, deixando um vazio na alma dos japoneses. Para um povo que vem repetindo estas festas desde a Segunda Guerra Mundial, fazendo parte da sua forma de ser, a lacuna causou um impacto no seu estado de espírito.
Cerejeiras em flor com com a Sky Tree ao fundo
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9 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: benefícios para os produtos como distribuidores, computação nas nuvens na agricultura, informações além do mercado e dos individuais
Aqueles que imaginam que a agricultura de hoje ainda continua com tecnologias tradicionais podem estar enganados. Um artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa que até a agricultura japonesa está mudando, deixando de ser feita pelos idosos, mas incorporando jovens com elevada tecnologia. A NEC está oferecendo tablets que são utilizados não somente para controle dos custos e das previsões de safra, mas para fornecer aos distribuidores as informações das próximas safras de legumes e outros produtos agrícolas, mesmo com as variações do clima. Os produtores de commodities agrícolas do Brasil estão ligados com as cotações do mercado de Chicago, sabendo exatamente as opções entre a produção de soja ou milho, por exemplo.
Desde janeiro de 2011, as empresas agrícolas do Japão já utilizam estes sistemas de computação nas nuvens, tanto para a avaliação dos fertilizantes e outros insumos a serem utilizados como para o andamento de sua produção, tendo informações de outros produtores. Ao mesmo tempo, uma cadeia de lojas de conveniência como a Lawson, utiliza estas informações para as suas programações de compras. Tanto produtores como distribuidores acabam sendo beneficiados, não somente com os dados da sua produção como de outros produtores.
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9 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: os exemplos do Mar do Norte, os problemas ecológicos do pré-sal, reportagens da Folha de S.Paulo
Aos poucos vão ficando mais claros os desafios que existem para a exploração sustentável do pré-sal brasileiro. Ainda que tenham sido localizadas reservas promissoras na região, o conhecimento mais profundo de suas condições, inclusive geológicas, mostra a magnitude dos desafios existentes. A Folha de S.Paulo publica duas matérias que chamam atenção sobre dois aspectos relevantes. O primeiro, relacionado com os marcos regulatórios indispensáveis, utilizando o lançamento do livro de Maurício Trombino Tolmasquin e Helder Queiroz Pinto Junior sobre a experiência internacional disponível, ressaltando o exemplo da Noruega na exploração do Mar do Norte. O segundo, apontando que a logística exigida aumenta os riscos de acidente do pré-sal, com muitas informações úteis para a sua avaliação.
Há um consenso internacional que a Noruega apresenta uma regulamentação cuidadosa, com flexibilidade suficiente para enfrentar os problemas que se apresentam na exploração offshore. A própria Petrobras atribui muitos dos seus conhecimentos tecnológicos a sua participação nos esforços para a exploração do Mar do Norte, que devem ser aproveitados também para o pré-sal. O livro organizado por Maurício Tolmasquim, da Empresa de Pesquisa Energética do governo, e pelo professor da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Helder Queiroz Pinto Junior, informa o artigo da Folha, apresenta a experiência do Brasil e da Noruega, além de outros nove países, sobre o assunto da regulamentação da exploração do petróleo. Deve ajudar no aperfeiçoamento da regulamentação brasileira.
Capa do livro Marcos Regulatórios da Indústria Mundial do Petróleo e vazamento de petróleo da Chevron no campo de Frade
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5 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Matriz Energética, o custo da energia elétrica no Brasil, privatização, segmentos do mercado
Entre os muitos problemas enfrentados pela economia brasileira, de difícil compreensão para todos, está o do custo da energia elétrica, e dentro do pacote de correções recentes que foram introduzidos pelo governo muitos empresários notaram a ausência de qualquer medida. Em termos internacionais, o Brasil é um dos países que conta com a energia hidroelétrica na sua matriz, que deveria ser mais barata que as geradas por outras fontes. No entanto, os empresários alegam que pagam custos elevados que tendem a subir, tornando-os menos competitivos que os seus concorrentes externos, em parte devido a tributações elevadas sobre seus fornecimentos.
O problema é de grande complexidade, pois existem diferenças regionais pelos setores consumidores de energia e também para os grandes consumidores a possibilidade de contarem com fornecimentos próprios ou adquiridos de terceiros em leilões. Além das dificuldades de gerações, existem os relacionados com a sua transmissão até chegarem aos consumidores, que continuam deficientes. E, nos últimos anos, as precipitações pluviométricas contribuíram para manter os reservatórios abastecidos, o que nem sempre tem sido favoráveis.
Termoelétrica de Candiota (RS), Hidrelétrica do Funil (RJ) e usina de etanol
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4 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: caso da Boeing, FMC Technology, fornecimentos com tecnologias avançadas, pesquisas
As tradicionais empresas multinacionais também estão se voltando às pesquisas necessárias no Brasil, pois parecem convencidas que os desafios da economia brasileira exigem tecnologias de ponta para assegurarem seus fornecimentos. Dois casos noticiados hoje pelo Valor Econômico mostram casos concretos em que esta orientação está sendo adotada. A filial da Boeing no Brasil, comandada por Donna Hrinak, ex-embaixadora dos Estados Unidos no país, anuncia a montagem de um centro de pesquisas com vistas ao desenvolvimento de biocombustíveis. A FMC Technology, fornecedora de soluções de tecnologia para a indústria de petróleo, anuncia um acordo de US$ 1,5 bilhão com a Petrobras para o fornecimento inicial de 78 equipamentos (valor de US$ 900 milhões), as chamadas árvores de natal submarinas que serão utilizadas no pré-sal, submetidas às maiores profundidades e pressões.
As necessidades brasileiras estão se tornando mais complexas, e a Boeing estima que a demanda do Brasil de aeronaves nos próximos 20 anos devem chegar a US$ 100 bilhões. Mas, no estágio inicial das pesquisas, os montantes investidos são modestos, devendo girar em torno de US$ 4 a 5 milhões. Além do biocombustível, as pesquisas devem ser voltadas ao controle do tráfego e desenvolvimento de novos materiais para a aviação. Além da Embraer, deverá se manter entendimentos com a FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Donna Hrinak, da Boing no Brasil, e José Mauro Ferreira, diretor comercial da FMC Technology no Brasil
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