12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: análise profunda sobre a China, dificuldades acima das notícias, Michael Pettis do Financial Times
Michael Pettis é considerado um dos mais credenciados analistas da China onde reside e seus artigos são publicados em diversos meios de comunicação, principalmente pelo Financial Times, pois ele é muito experiente e tem acesso a muitas informações. No seu currículo aparece como professor nos Estados Unidos e na China, em universidades de alto padrão. Ao contrário de artigos superficiais, ele entende que a China não está mudando a sua política para o mercado interno, até porque sempre esteve nesta posição. E os empréstimos feitos naquele país vão acabar sendo rolados, pois muitos tomadores não possuem capacidade para liquidá-los. O que pode ser considerado inadequado, mas é o que acaba acontecendo.
O problema na China é diferente dos Estados Unidos ou da Europa, segundo o autor, mas parece que isto também está acontecendo em muitos países europeus, com os prejuízos transferidos para os bancos e seus acionistas. Muitos dos empréstimos efetuados não serão honrados, transformando-se em transferências do governo central para o local, o que vai desacelerar o seu ritmo de crescimento, como já vem ocorrendo. Mesmo com a ajuda do relatório do Banco Mundial, como já postado neste site, há dúvidas sobre a eficácia de suas recomendações no sentido de maior privatização, e reformas de variados tipos.
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12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: novidades interessantes, sistemas integrados, TVs e jornais na multimídia
Nota-se um interessante processo de aumento da concorrência nos meios de comunicações no Brasil e no exterior. O The New York Times informou que registrou um aumento de tiragem nos seus jornais impressos na medida em que passou a utilizar a internet para o fornecimento de suas edições completas para os seus assinantes. A Folha de S.Paulo, que já tinha com uma forte participação no site da UOL, passou a contar com um novo programa domingueiro na TV Cultura de São Paulo, no horário nobre das 20 horas. A rádio Jovem Pan também possui uma versão eletrônica que permite a veiculação de imagens para o mundo todo pela internet.
Entre os itens mais interessantes, o programa da Folha de S.Paulo na TV Cultura apresentou uma jornalista brasileira que contou com um painel de correspondentes estrangeiros em São Paulo, da agência de notícias norte-americana Reuters, do jornal argentino Clarin, do jornal francês Libération e da revista norte-americana Time. A discussão entre estes jornalistas completava um rápido noticiário sobre os assuntos de destaque da semana, como o problema do terremoto e tsunami no Japão.
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12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Depoimentos, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dificuldades com o pequeno mercado interno, mudanças que estão ocorrendo na Coreia, relações com os coreanos
Meus relacionamentos pessoais com os coreanos começaram na infância quando, na igreja que frequentava, uma família chamada Mita também era muito ativa. Ela tinha vindo do Japão, quando a Coreia ainda era colônia daquele país, no início do século XX. Mais tarde, tive a oportunidade de ajudar na vinda da primeira leva de imigrantes coreanos depois da Guerra da Coreia, como membro do Advisory Committee on Technical Service do World Churches Council, em colaboração com a entidade especializada nos refugiados das Nações Unidas. Finalmente, em torno de 1986, trabalhei numa empresa brasileira supervisionando os escritórios que tínhamos na Ásia, inclusive em Seul, na Coreia.
Nesta época, Seul ainda estava se consolidando como um dos mais ativos Tigres Asiáticos, mas cujo nível de desenvolvimento era ainda modesto. Os coreanos procuravam copiar o que o Japão tinha conseguido, consolidando os primeiros chaebols, e o gerente-geral que tínhamos naquele país, Mr. Sun, tinha uma longa experiência internacional numa delas. Eles já contavam com muitos recursos humanos dedicados a conquistar os mercados externos. A minha semelhança física com um ex-ditador coreano, que ainda estava na ativa, provocava alguns constrangimentos, como o afastamento voluntário da massa popular da minha proximidade quando percorria uma estação de metrô, com meus amigos, em Seul.
Visão geral da cidade de seu e de seu porto
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11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: efeitos da democratização, estudos de um grupo de acadêmicos, evidências chinesas, publicação recente e preliminar
O professor Antonio Delfim Netto insiste que é da natureza humana o desejo de ampliação da sua liberdade quando as necessidades básicas de sobrevivência começam a ser atendidas, mesmo nos estágios iniciais da melhoria do padrão de vida de qualquer sociedade. Como paralelo, assisti à soberba apresentação da Sinfonia nº 5, de Dmitri Shostakovich (1906-1975), na Sala São Paulo, pela Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, regida pela maestrina Marin Alsop, peça que foi apresentada pela primeira vez na então Leningrado, em 1937, hoje novamente São Petersburgo. Verifica-se que a genialidade do compositor superou algumas limitações duramente impostas pelas restrições da época de Stalin na Rússia, voltadas exclusivamente para o monumental e triunfalismo realista do Estado. Ainda que suas marcas medonhas tenham ficado gravadas na personalidade deste fenomenal compositor russo, como relatado por Isaiah Berlin sobre sua visita à Oxford, quando recebeu o título de doutor honoris causa daquela Universidade, em 1958. Como consta da Revista da Osesp, de março de 2012.
Este é o pano de fundo para a apreciação de um inédito e profundo trabalho de um grupo de acadêmicos sobre o efeito das eleições democráticas na China atual em suas vilas. Chegou-me por intermédio de Claudio Mendes, ainda numa redação preliminar, o fabuloso trabalho conjunto de Monica Martínez-Bravo, da Johns Hopkins; Gerard Pedró i Miguel, da London School of Economics; Nancy Qian, da Yale University; e Yang Yao, da Peking University. Receberam suportes de instituições como Brown University, Stanford, Harvard e National Foundation Grant. Ele se denomina “The Effects of Democratization on Economic Policy: Evidence from China”. E trabalharam com dados colecionados pelo Chinese Ministry of Agriculture. Ainda que muitos possam duvidar, as instituições envolvidas merecem créditos. Mostram que, mesmo em regimes considerados autoritários, de partido único, os primeiros indícios da aspiração por sistemas mais democráticos estão germinando, por meios criativos, superando as restrições como as que foram sofridas por Dmitri Shostakovich.
Dmitri Shostakovich e eleição na pequena vila chinesa de Wukan
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11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: advertências sobre usos de componentes cancerígenos, brincando com a saúde da população, força dos lobbies
Muitos produtos considerados cientificamente como de alto risco para a saúde, notadamente cancerígenos, continuam sendo autorizados para a venda, desde que tenham nas suas embalagens advertências sobre estas inconveniências. É completamente incompreensível que as autoridades cedam para as pressões dos lobbies, colocando em risco a saúde da população. Mesmo sabendo que o uso exagerado destes produtos, e por longo tempo é que provocam estes danos, as existências de alternativas saudáveis deveriam recomendar a sua proibição, até porque bebidas de alto consumo mundial e viciantes estão mudando suas fórmulas para não serem atingidas pelas propagandas negativas.
No Brasil, que costuma acompanhar as restrições impostas no exterior com alguma defasagem, manteve-se o uso, por exemplo, do amianto por décadas, mesmo sabendo que os trabalhadores que trabalhavam com este minério e os usuários de produtos que o tinha como componente traziam danos irreparáveis para todos que os utilizavam. As empresas que produzem estes produtos estão agora sendo condenadas às indenizações. Não se compreende como a simples advertência nas embalagens de adoçantes artificiais e químicos permitem a continuidade de seus usos, quando alternativas de origem vegetal estão disponíveis, sem as mesmas inconveniências.
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11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a Canção da Terra de Gustav Mahler, a volta na virada para o século XXI, Jorge de Almeida escreve na Revista da Osesp, o orientalismo na virada para o século XX
Nos próximos dias 22 a 24 de março, na Sala São Paulo, a Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo estará tocando uma composição recente do brasileiro José Antônio de Almeida Prado, falecido em 2010, e outra peça do consagrado Gustav Mahler, de 1908, chamada A Canção da Terra. Na Revista OSESP deste mês, o professor Jorge de Almeida, do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo, explica o clima em que este compositor austríaco criou esta peça, bem como o que foi utilizado.
Segundo Jorge de Almeida, o consagrado escritor e poeta alemão Johann Wolfgang von Goeth explicou a um seu aluno quando estava com um romance chinês e foi questionado se o mesmo era muito estranho: “Nem tanto, os personagens pensam, agem e sentem quase como nós, e logo nos sentimos como seus iguais, embora com eles tudo se passe de maneira mais clara, pura e comedida”. Com isto, ele introduzia, segundo o professor, um conceito de literatura mundial, um bem comum de toda a humanidade. Goeth escreveu o Divã Ocidental-Oriental. Jorge de Almeida cita ainda o ascetismo budista do filósofo alemão Arthur Schopenhauer e menciona que Franz Kafka transformou a construção da muralha da China em alegoria crítica.
Johann Wolfgang von Goeth e Gustav Mahler
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11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: materiais para serem experimentados, Tokyu Hands, uma inovação na lanchonete
Uma das lojas mais criativas no mundo encontra-se em Tóquio, no bairro elegante de Shibuya, e se chama Tokyu Hands, que é de uma rede e conta com outras unidades. É um prédio todo, de muitos andares, onde se encontram materiais para todos os tipos de trabalhos que podem ser executados pelos clientes, interessados em criatividade. Algumas lojas mais simples e similares no Brasil são do tipo “pegue e faça”, onde se vendem produtos que podem ser utilizados pelos consumidores para trabalhos manuais com madeiras e outros materiais. Agora, o Tokyu Hands inaugurou uma lanchonete onde muitos materiais ficam à disposição dos clientes para serem manipulados lá mesmo.
Desde jovens estudantes até idosos utilizam estes tipos de lojas, que contam com materiais para serem manipulados com criatividade. Desde sofisticados equipamentos eletrônicos até simples materiais como tecidos, madeiras, papéis e tudo que se possa imaginar, com amplas variedades para a feitura de criativos produtos, normalmente manuais. Encontram-se muitos que estimulam os clientes, e nas viagens à Tóquio sempre eu faço visitas a esta loja, que frequento há décadas, desde quando lá morei, e sempre encontro novos produtos que servem de bons presentes para serem usados pelos que me são gratos, com muita originalidade.
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9 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos sobre problemas criados por Fukushima Daiichi
Yukiya Amano, diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica, e Martin Freer, que é professor de Física Nuclear da Universidade de Birmingham entre outras ocupações, escreveram artigos divulgados pelo Project Syndicate, organismo que divulga trabalhos de grande relevância. O primeiro afirma que este tipo de energia tornou-se mais segura depois dos acidentes de Fukushima Daiichi e se tornará mais confiável nos próximos anos. Ele admite que os problemas que ocorreram foram devidos ao terremoto e o tsunami, mas também falhas humanas contribuíram para o desastre.
As regulamentações japonesas não eram suficientemente independentes e a supervisão sobre a operadora era fraca, segundo ele. A energia alternativa para a usina não estava devidamente protegida, e a resposta para o acidente não estava treinada adequadamente. Isto não ocorre só lá e serviu de alerta para os outros. Uma revisão está sendo efetuada em todo o mundo, para os novos padrões exigidos. A usina resistiu ao terremoto, mas não estava projetada para o tsunami. O uso da energia nuclear vai continuar crescendo nos próximos 20 anos, segundo o autor. A Agência Internacional prevê pelo menos 90 usinas adicionais aos 437 existentes, até 2030.
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9 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: exemplos da Grécia e da China, propagações dos efeitos no mundo globalizado, vantagens e desvantagens | 2 Comentários »
Os estudiosos de economia sempre afirmaram que algum comércio internacional é sempre melhor que a sua ausência. Um país pode exportar o que tem de competitivo e importar o que necessita ou encontra mais barato no exterior. O mundo globalizado veio ajudando a maioria dos países no seu desenvolvimento nas últimas décadas, mas a falta de cuidado com os problemas que eles também trazem geraram as crises recentes, provocadas em grande parte pelos exageros dos fluxos financeiros. Eles são muitas vezes maiores que os fluxos comerciais.
Um artigo do site da Bloomberg, escrito por Michael Heath e Andy Sharp, informa sobre as consequências da dívida grega sobre muitos países do mundo. Outro artigo, do The Wall Street Journal, informa que não é somente os Estados Unidos que reclamam do câmbio desvalorizado da China, mas até seus vizinhos asiáticos. E os países desenvolvidos acabaram criando um tsunami de recursos financeiros que está prejudicando a todos, ainda que deem a ilusão de uma recuperação temporária de suas economias.
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8 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: artigo com muitas informações de Camilla Veras Mota, novamente o café, publicado no Valor Econômico
Não sendo um especialista em café, mas como um brasileiro envolvido com sua economia há décadas, fui surpreendido pelos conhecimentos que adquiri neste artigo de elevada qualidade, elaborado por Camilla Veras Mota, publicado no Valor Econômico, referindo-se ao trabalho de Isabela Raposeiras. Apesar de ter postado recentemente um artigo sobre o assunto neste site, não há como deixar de voltar ao assunto. O artigo refere-se ao papel fundamental que Isabela Raposeiras, do Coffee Lab, desempenha atualmente nos novos cenários que enriquecem o campo dos novos apreciadores desta espetacular bebida, tipicamente brasileira.
Tive uma juventude num banco que trabalhava com a warrantagem de café, e me encantava com o aroma da sua torragem para os provadores que tinham que certificar a qualidade dos cafés que serviam de garantia para as operações bancárias. Depois, tornei-me uma modesta autoridade brasileira que cuidava, entre outras coisas, da chamada “conta café”, que era importante para a economia brasileira visando minimizar as flutuações do seu mercado. Cheguei a representar o Brasil na antiga Organização Internacional do Café em Londres, que procurava regular o seu comércio internacional. É preciso recordar, também, que a tese de doutoramento do professor Delfim Netto cuidava do Café no Brasil e a formação do seu preço no mercado internacional. Mas conhecia o problema do sabor do café somente superficialmente.
Isabela Raposeiras e uma panorâmica de seu Coffee Lab. Fotos publicadas no Valor Econômico
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