9 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dificuldades inflacionárias, encargos de assistência, experiências passadas, quebras na produção | 2 Comentários »
Ainda que as irregularidades climáticas não estejam afligindo somente o Brasil, as pessoas que já enfrentaram situações semelhantes no passado sabem as dificuldades de todos os seus desdobramentos, infelizmente. Por mais que sejam tomadas medidas para suavizar as dificuldades, parece inevitável que ocorram algumas pressões sobre os preços dos alimentos, mesmo que sejam providenciadas importações adicionais para atender parte da demanda local. Evidentemente, as informações que chegam das regiões afetadas indicam que haverá algumas quedas de produções agropecuárias. Ainda que os mecanismos de assistência aos atingidos, quer pelas secas quer pelas inundações, as populações afetadas não podem ser compensadas em todos os seus prejuízos, que envolvem até as perdas humanas.
Em muitos países, parte destes fatores que podem afetar toda a economia é expurgada para que suas consequências não sejam transmitidas para outros setores. Mas tais mecanismos são abominados no Brasil, sendo muito difícil que sejam reduzidas as possibilidades de sua propagação. O mais complexo é que sempre aparecem analistas propondo que sejam tomadas medidas monetárias restritivas, ainda que elas sejam inócuas na adequada solução dos problemas, pois certamente não contribuem para o aumento das ofertas necessárias, principalmente de produtos agropecuários, que afetam diretamente os muitos índices de preços.
Secas no Sul e enchentes no Sudeste brasileiro: irregularidades climáticas
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8 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: antecedentes, proliferação de check ups, utilidades e precauções
Uma notícia publicada pela jornalista Mariana Versolato na seção de Saúde da Folha de S.Paulo sobre a “Hora do Check Up”, ainda que de extrema importância, acaba provocando algumas reflexões de um leigo, paciente habitual e com algumas experiências na gestão de um hospital. Todos sabem que os muitos exames de laboratórios, bem como das imagens obtidas pelas mais variadas formas hoje disponíveis, facilitam exames regulares mais completos que ficaram conhecidos como “check up”. Num trecho da reportagem, a autora se refere aos voltados aos idosos e orientais, cujas atenções ficam concentradas sobre alguns aspectos específicos.
Ninguém em sã consciência pode ser contrário a qualquer tipo de check up regular, mesmo que não sejam idosos ou orientais. A vida estressada do mundo atual está afetando prematuramente muitos jovens, mas parece que são recomendáveis algumas precauções. Inicialmente, os seus custos não são desprezíveis e seus resultados não são garantias absolutas. Lamentavelmente, muitos pacientes saíram com os resultados satisfatórios e acabaram enfrentando problemas logo depois.
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8 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: a boa cozinha francesa, paralelos com São Paulo, tendências lamentáveis
Danuza Leão, que mantém uma coluna na Folha de S.Paulo, observa com propriedade as mudanças que está notando nos restaurantes não muito badalados de Paris. Eles estão alterando a qualidade das cozinhas apresentadas, que eram boas. Numa recente visita àquela que ainda considero a capital da gastronomia mundial, também tive a oportunidade de observar aspectos do que ela vem apontando. Ao lado dos ótimos restaurantes mais considerados pelas críticas especializadas, os pequenos “bistrôs”, muitos familiares, contavam com preços convenientes e cozinha de elevada qualidade. Seus proprietários costumavam frequentar diariamente o mercado para conseguir os melhores produtos do dia para seus pratos, atendendo uma clientela regular. Hoje, só se localiza estes estabelecimentos com a ajuda de especialistas locais.
Com as elevações dos custos de auxiliares, surgiram muitas organizações que fornecem para os restaurantes “pacotes” de produtos semipreparados e alguns estabelecimentos mais simples acabaram mudando os seus cardápios, como observou Danuza Leão. Muitos estabelecimentos deixaram de ser artesanais, autorais, salvo os mais custosos que ainda se dão ao luxo de mantê-los, mas que parecem pressionados pelos críticos dos “guias de restaurantes”, mais preocupados com as aparências que as qualidades da cozinha.
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8 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: dificuldades, não só no Brasil, preconceito com a China, problemas internos
Um dos jornalistas brasileiros de maior competência, com longa vivência no exterior, Elio Gasperi escreve na sua habitual coluna na Folha de S.Paulo problemas que estariam acontecendo em determinados setores da economia brasileira que apontam as dificuldades criadas pela China. É um problema que estamos apontando neste site e não ocorre somente no Brasil. Parte da imprensa norte-americana vem atribuindo muitos dos seus problemas não somente às suas dificuldades internas, mas aos chineses. É sempre mais fácil apontar os problemas para o exterior do que os resolver internamente, que exigem opções e sacrifícios.
Todos sabem que não somente a China, mas todos os países emergentes apresentam problemas que vão se resolvendo paulatinamente. As reclamações se concentram nos baixos custos da mão-de-obra que não atendem os atuais reclamos mundiais de adequada proteção dos trabalhadores. Devemos ter a humildade de reconhecer que no Brasil, até recentemente, o número de carteiras de trabalho eram baixo, e que continuam a existir massas de trabalhadores cujos empregadores não arcam com todos os encargos sociais.
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8 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: economias e deseconomias de escala, eficiências dos pequenos estabelecimentos, relacionamentos pessoais no pequeno varejo
Observam-se constantes críticas no Brasil sobre as grandes redes de varejo, que pressionam seus fornecedores e não conseguem atender os clientes locais com relacionamentos humanizados e personalizados. As informações existentes vêm mostrando que, apesar das economias de escala, muitos consumidores preferem os pequenos estabelecimentos que atendem suas necessidades básicas, conseguindo preservar relacionamentos de caráter pessoal. Ninguém gosta de ser tratado como mero número, de forma impessoal, e as grandes redes apresentam dificuldades para manter recursos humanos capazes de transmitir confiança aos seus clientes, sendo mais ágeis na identificação das diferenças que existem em todas as localidades cobertas. Muitas são multinacionais e reproduzem experiências de outros países, quando cada povo acaba tendo as suas especificidades difíceis de serem generalizadas.
Os custos de “overhead” das grandes organizações costumam ser pesadas, e algumas procuram manter uma rede secundária, reconhecendo que existem consumidores que não exigem as sofisticações oferecidas em alguns estabelecimentos. O varejo parece necessitar a priorização das necessidades dos moradores da redondeza das lojas, pois os seres humanos, ainda que vivendo em grandes metrópoles, querem preservar os relacionamentos pessoais, preferindo ser reconhecidos pelos seus próprios nomes, com relacionamentos com comerciantes seus conhecidos de longa data. Alguns aspectos destes problemas chegam a ser abordados num artigo publicado hoje pela Folha de S.Paulo.
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8 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: eficiência na execução dos projetos, limitações na elaboração, os problemas de gestão
No momento em que as autoridades brasileiras procuram executar um programa que ative a economia local, quando o resto do mundo está desacelerando o seu crescimento econômico, muitos analistas reconhecem que as gestões dos projetos brasileiros estão tendo uma eficiência abaixo do desejável. O próprio governo reconhece que os desembolsos efetuados até agora estão inferiores aos programados, havendo problemas na administração de muitos deles. Verificando os problemas com isenção e profundidade, podem ser detectadas algumas dificuldades comparadas com as eficiências já conseguidas no passado, nos melhores períodos de gestão pública no Brasil.
O primeiro aspecto que parece relevante é que as empresas brasileiras de engenharia que elaboravam os projetos ficaram reduzidas, até porque nas últimas décadas houve desaceleração dos novos projetos. As empresas de construção pesada que tinham subsidiárias que elaboram bons projetos, com os detalhamentos adequados, com seus cronogramas de execução, alienaram muitas delas ou até encerraram suas atividades diante da falta de serviços de forma contínua. Observam-se, também, algumas dificuldades de gestão tanto pelas insuficiências dos líderes encarregados das execuções, com deficiências dos estudos dos projetos com os detalhes fundamentais indispensáveis, a que se somam novos obstáculos que foram criados com as exigências atuais, como as relacionadas à preservação do meio ambiente.
A multiplicação de ministérios e agências reguladoras, sem uma eficiente coordenação, parece estar afetando a gestão do conjunto. Com as limitações políticas da complexa máquina administrativa em muitos setores está se centralizando, de forma que parece exagerada os controles no centro do Executivo, como na Casa Civil, que deveria ter somente o papel de assessorar a Presidência da República nas escolhas das opções a serem decididas. Tudo indica que há uma exagerada sobrecarga sobre algumas poucas autoridades, diante das insuficiências de muitas outras que deveriam ter um desempenho acima do que estão obtendo.
Alguns administradores privados que procuram auxiliar o governo estão sugerindo que existe um excesso de ministérios que poderiam ser reagrupados. Todos sabem que sempre existiram ministros com níveis de poderes diferentes, sendo que a imprensa tem noticiado que alguns nem despacham diretamente com a presidente Dilma Rousseff, mas com seus auxiliares mais diretos. A supressão de muitos deles em nada comprometeria o adequado controle político da base parlamentar, pois os mais experimentados sabem que muitos são meras autoridades formais que não contam com poderes, estrutura operacional ou sequer comando sobre seus orçamentos.
Fica-se com a impressão, fora do governo, com a imagem que muitos deles estão se atrapalhando entre eles, com a sobreposição de comandos teóricos sobre determinados segmentos da administração pública. Os mais experientes, tanto nas administrações governamentais como privadas, sabem que dificilmente pode se controlar adequadamente mais de uma dezena de subordinados. Estas impressões não se restringem aos que fazem as oposições indispensáveis, que não estão nem articuladas para darem as suas contribuições críticas. Aqueles que procuram apoiar o atual governo, sem a necessidade de manifestarem publicamente suas críticas, também parecem incomodados.
Parece inevitável que se processe uma reforma ministerial e da administração pública, até para atender as próximas eleições. Certamente, um enxugamento seria bem recebido pelos eleitores que continuam confiando no governo e torcem pelo seu sucesso. Lamentavelmente, a imagem do segmento político não é das melhores e contrariá-lo poderia render dividendos eleitorais.
Todos sabem que existem dificuldades de monta no cenário internacional, e o Brasil se apresenta ao mundo como uma das alternativas com muitas oportunidades de negócios, consideradas entre as mais promissoras. Mas a continuidade deste clima não pode ser frustrada por uma gestão abaixo do desejável, ainda que a presidente Dilma Rousseff continue contando com todas as simpatias, externas e internas. Aproveitar a oportunidade que se oferece parece ser das atitudes mais sensatas, mesmo enfrentando alguns obstáculos, com vem fazendo com aplausos dos melhores avaliadores.
A imagem da administradora competente, estudiosa, dura quando necessário, mas humana nas suas preocupações com os mais humildes, continua intacta. E ela pode ser reforçada se demonstrar que sabe enfrentar cenários difíceis. Muitos estão aguardando suas demonstrações que faz jus a ela, com atos que podem desagradar a alguns, mas certamente terá o amplo apoio da nação brasileira.
A sua postura está irreparável. Na gestão de alguns detalhes, ela tem todas as condições para se consolidar como uma nova líder, inicialmente nacional, mas que apresenta também uma vaga a ser preenchida também no cenário internacional. Se alguma carência pontual existe internamente, o mundo apresenta, no momento, disponibilidade de recursos humanos das mais elevadas qualificações para o atendimento de muitas operações.
6 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: custo da energia, efeitos de sua economia, medidas que poderiam ser recomendadas
Um velho economista, ex-ministro de Minas e Energia, Dias Leite, fez uma palestra na Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo afirmando que a energia mais barata que poderia ficar disponível é a que decorria de sua economia. O Japão, com a crise que enfrentou recentemente, demonstrou que esta possibilidade é concreta e pode ser obtida num percentual elevado. Pelas suas características, o grosso da energia utilizada naquele país é importado, pois existem limitadas fontes hidroelétricas, e as geradas pelas usinas atômicas tiveram que ser revistas com as dificuldades registradas em Fukushima Daiichi. A população colaborou na economia de energia, com medidas que podem ser adaptadas em outros países, inclusive no Brasil.
Inicialmente, os aparelhos de ar condicionados foram ajustados, de forma que no verão eles não reduzissem exageradamente a temperatura do meio ambiente. No inverno atual, eles estão ajustados para não aquecerem exageradamente, e só isto já reduz sensivelmente as demandas. Todos os aparelhos elétricos consomem menos energias, principalmente quando comparados com os brasileiros. E muitas outras formas foram utilizadas para colaborarem com o consumo de energia, principalmente nos seus picos, ou seja, horários de máxima demanda.
Trânsito mais livre e redução do uso de aparelhos de ar condicionado: exemplos do Japão
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6 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a importância da demanda, disponibilidade de recursos, por que as empresas não investem
Muitas vezes, as coisas mais simples de economia são difíceis de serem entendidas até pelos comentaristas do setor. Uma notícia publicada hoje no jornal Valor Econômico informa que o Instituto Internacional de Finanças estima que empresas dos Estados Unidos, do Japão, da Grã-Bretanha e da zona do euro dispõem de US$ 7,75 trilhões que vêm sendo mantidos como ativos financeiros. Ao mesmo tempo, uma comentarista especializada em economia informava que o Brasil enfrentava dificuldades com o excesso de demanda, quando isto deveria ser considerado uma qualidade. Por que as empresas do mundo desenvolvido não estão efetuando investimentos, apesar da disponibilidade de recursos? Porque não possui garantia de que haverá demanda para as produções adicionais. É uma questão muito simples, mas difícil de ser entendida pelos que não são economistas qualificados.
Quando existe demanda, os empresários procuram recursos humanos, tecnologia, matérias-primas, financiamentos, capitais de risco para obterem lucros. É a lógica do sistema de mercado, e as produções adicionais vão contribuir para que os preços se mantenham razoáveis depois que os projetos estejam maturados. O problema no mundo é que os consumidores estão retraídos, e somente os investimentos públicos estão ajudando a manter as economias crescendo, ainda que num ritmo mais baixo que no passado recente.
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5 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ações no exterior, intensificou no Japão, trabalhos voluntários | 6 Comentários »
Os lamentáveis desastres naturais sofridos pelos japoneses na região nordeste do Japão, com o terremoto e o tsunami em escalas incomuns, seguidos das radiações que levam tempo para serem eliminadas, provocoram um inusitado surto de trabalhos voluntários. Começou no atendimento das vítimas, mas estendem-se até o exterior, reforçando a tendência que já vinha se observando desde os problemas como de Kobe. O escritor Minoru Matsutani vem ressaltando este fenômeno nos artigos publicados no The Japan Times.
Deve-se reconhecer que um povo que vive num arquipélago limitado, com muitos acidentes naturais, tende a desenvolver uma cultura de trabalhos coletivos. Mas as cenas dos desastres transmitidos pela TV e pela Internet ficaram gravadas nas memórias de todos que participam da nação japonesa, com a adesão de estrangeiros que lá estão trabalhando. Muitos foram os primeiros voluntários que ajudaram no socorro daqueles que perderam seus lares e parentes, antes mesmo que os organizados sistemas para tanto existentes no Japão conseguissem atender a multidão dos desabrigados.
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4 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: arroz e sua importância, formas para os festejos, mochi, outros usos
Na Expo Tsukuba 85, o principal Pavilhão do Japão apresentava uma exposição audiovisual, com o que de mais atualizado se dispunha na sua tecnologia, para mostrar a importância fundamental que o arroz desempenhava na cultura japonesa. Makiko Itoh, reconhecida autora sobre a culinária japonesa, publicou no The Japan Times um artigo mostrando o seu significado simbólico na passagem do ano. Ela considera que o Ano Novo (Shogatsu) é o feriado mais importante do calendário japonês, mas existem também outras semelhanças em países asiáticos, onde o arroz continua sendo o alimento principal.
O mochi (bolinho de um arroz especial conhecido como mochi-mai, mais glutinosa e levemente doce de grão curto) é a estrela maior destas comemorações. Uma forma clássica de apreciá-lo é envolto em alga (nori), com um ligeiro tempero de molho de soja adocicado (shoyu). No Ano Novo japonês, é consumido dentro de um tipo de sopa com diferentes ingredientes típicos da época (ozôni), ligeiramente grelhado, que variam regionalmente e por famílias. Como o mochi fica muito grudento, muitos idosos acabam engasgando, registrando-se todos os anos algumas lamentáveis mortes.
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